Serviço Cristão
Capítulo 24 — Requisitos para o serviço cristão eficiente
Eficiência — Descuido e ineficiência não são piedade. Quando reconhecermos que estamos trabalhando para Deus, teremos uma intuição mais elevada da santidade do serviço espiritual, do que jamais tivemos. Essa intuição introduzirá vida e vigilância e perseverante energia no desempenho de cada dever. — Testimonies for the Church 9:150. SC 171.1
O tempo demanda maior eficiência e mais profunda consagração. Oh! estou tão preocupada com esse assunto que clamo a Deus: “Suscita e envia mensageiros possuídos do sentimento de responsabilidade, mensageiros em cujo coração tenha sido crucificada a idolatria do próprio eu, que jaz no fundamento de todo pecado.” — Testemunhos Seletos 3:295, 296. SC 171.2
A obra comissionada aos discípulos iria requerer grande eficiência, porque a onda do mal corria profunda e forte contra eles. — Atos dos Apóstolos, 31. SC 171.3
O cultivo da palavra — A cultura e uso convenientes do dom da palavra relacionam-se com todos os ramos da obra cristã. [...] Devemos acostumar-nos a falar em tom agradável, usar linguagem pura e correta, e palavras amáveis e corteses. — Parábolas de Jesus, 336. SC 171.4
Todo pregador e todo instrutor deve lembrar que está dando ao povo uma mensagem que encerra interesses eternos. A verdade anunciada julgá-lo-á no dia do grande ajuste final. E para algumas almas a maneira de alguém apresentar a mensagem determinará sua aceitação ou rejeição. Seja pois falada a verdade de modo que apele ao entendimento e impressione o coração. Seja ela pronunciada compassada, distinta e solenemente, mas com toda a sinceridade que sua importância requer. — Parábolas de Jesus, 336. SC 171.5
Ao buscardes atrair outros para o círculo de Seu amor, que a pureza de vossa linguagem, o desinteresse de vosso serviço e o contentamento de vossa conduta sejam um testemunho ao poder de Sua graça. — A Ciência do Bom Viver, 156. SC 171.6
Cada cristão é chamado para anunciar a outros as inescrutáveis riquezas de Cristo; por isso deve procurar perfeição no falar. Deve apresentar a Palavra de Deus de maneira tal que a recomende ao auditório. Deus não pretende que Seus porta-vozes sejam incultos. Não é Sua vontade que o homem diminua ou avilte o manancial celeste que por ele flui para o mundo. — Parábolas de Jesus, 336. SC 171.7
Serão exercitados na paciência, na bondade, afabilidade e espírito de serviço. Exercitarão a verdadeira cortesia cristã, tendo presente que Cristo, seu companheiro, não pode aprovar palavras e sentimentos ásperos, desagradáveis. Suas palavras serão purificadas. A faculdade de falar será considerada um talento precioso, a eles emprestado para a realização de uma obra elevada e santa. — Obreiros Evangélicos, 97. SC 172.1
O cultivo da mente — cultura mental é o que, como povo, precisamos, e temos de ter para satisfazer as exigências do tempo. — Obreiros Evangélicos, 280. SC 172.2
Importa que não entremos na obra do Senhor a esmo, e esperemos sucesso. O Senhor necessita de homens de entendimento, homens que pensem. Jesus chama coobreiros, não desatinados. Deus quer homens de reto pensar e inteligentes para fazer a grande obra necessária para a salvação de almas. — Testemunhos Seletos 1:453. SC 172.3
Alguns necessitam disciplinar a mente mediante o exercício. Devem forçá-la a pensar. Enquanto dependem de outros para pensarem por eles, para resolverem suas dificuldades, e se recusam a forçar a mente a pensar, continuará sua incapacidade de lembrar, de olhar em frente e discernir. Todo indivíduo tem de fazer esforços para educar sua mente. — Testimonies for the Church 2:188. SC 172.4
Deus não quer que nos satisfaçamos com mente preguiçosa, indisciplinada, pensamentos superficiais e memória fraca. — Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 506. SC 172.5
Os homens de Deus precisam ser diligentes no estudo, esforçados na aquisição de conhecimentos, nunca desperdiçando uma hora. Mediante esforços perseverantes, podem atingir quase qualquer grau de eminência como cristãos, como homens de poder e influência. — Obreiros Evangélicos, 278. SC 172.6
Contanto que se aproveitem os momentos. [...] O tempo gasto em viagens; [...] os minutos de espera pelas refeições, de espera pelos que são impontuais — se se tivesse um livro à mão, e estes retalhos de tempo fossem empregados estudando, lendo ou meditando, que não poderia ser conseguido! — Parábolas de Jesus, 343, 344. SC 172.7
O propósito resoluto, a aplicação persistente e cautelosa economia de tempo, habilitarão os homens para adquirirem conhecimento e disciplina mental que os qualificarão para quase qualquer posição de influência e utilidade. — Parábolas de Jesus, 344. SC 172.8
Os homens que ocupam posições de responsabilidade devem melhorar continuamente. Cumpre não se ancorarem numa antiga experiência, e achar que não precisam tornar-se obreiros capazes. O homem, embora a mais importante criatura de Deus ao vir ao mundo, e de natureza mais perversa, é não obstante capaz de constante progresso. Pode ser esclarecido pela ciência, enobrecido pela virtude, e progredir em dignidade mental e moral até que chegue à perfeição da inteligência e a uma pureza de caráter apenas um pouco inferiores às dos anjos. — Testemunhos Seletos 1:479. SC 172.9
Os que querem ser coobreiros de Deus devem esforçar-se para aperfeiçoar cada órgão do corpo e qualidade da mente. Verdadeira educação é o preparo das faculdades físicas, mentais e morais para a execução de todo dever; é o adestramento do corpo, mente e alma para o serviço divino. Essa é a educação que perdurará para a vida eterna. — Parábolas de Jesus, 330. SC 173.1
Os mecânicos, advogados, comerciantes, homens de toda espécie de profissões e negócios preparam-se a fim de se assenhorearem de seu trabalho. Deveriam os seguidores de Cristo ser menos inteligentes e, enquanto professem empenhar-se em Seu serviço ser ignorantes dos meios e modos a serem empregados? O empreendimento de alcançar a vida eterna está acima de qualquer consideração terrena. Para conduzir almas a Jesus é preciso ter-se certo conhecimento da natureza humana e estudar a mente dos homens. Importa dedicarmos muita reflexão e oração fervente a fim de saber a melhor maneira de aproximar-nos de homens e mulheres no que respeita ao grande tema da verdade. — Testemunhos Seletos 1:453. SC 173.2
Dignidade e cortesia cristãs — A falta de verdadeira dignidade e refinamento cristãos nas fileiras dos observadores do sábado, depõe contra nós como um povo, tornando sem sabor a verdade que professamos. A obra de educar o espírito e as maneiras pode ser levada à perfeição. Se os que professam a verdade não aproveitam agora seus privilégios e oportunidades para crescer até à plena estatura de homens e mulheres em Cristo Jesus, não farão honra à causa da verdade, nem honra a Cristo. — Mensagens aos Jovens, 422. SC 173.3
Certificai-vos de manter a dignidade da obra mediante uma vida bem ordenada e uma piedosa conversação. Não temais nunca erguer demasiado alto a norma. [...] Toda rudeza e aspereza têm de ser afastadas de nós. A cortesia, a boa educação, a polidez cristã, têm de ser cultivadas. Evitai cuidadosamente ser abruptos e ásperos. Não considereis tais peculiaridades como virtudes; pois Deus não as olha como tal. Esforçai-vos por não ofender ninguém desnecessariamente. — The Review and Herald, 25 de Novembro de 1890. SC 173.4
Há a maior necessidade de que os homens e as mulheres que têm conhecimento da vontade de Deus aprendam a se tornar obreiros bem-sucedidos em Sua causa. Devem ser pessoas polidas, de entendimento, não com o verniz exterior e o afetado sorriso dos mundanos, mas com aquele refinamento e genuína cortesia que agradam ao Céu, e que todo cristão possuirá se for participante da natureza divina. — Mensagens aos Jovens, 422. SC 173.5
Possuímos a maior verdade e esperança jamais concedidas ao mundo, assim como a maior fé; e precisamos apresentá-las perante ele em seu exaltado caráter. Não precisamos assumir uma atitude como se passássemos pelo mundo a pedir-lhe perdão pelo fato de ousarmos acreditar nesta preciosa e sagrada verdade; mas cumpre-nos andar em humildade perante Deus, conduzir-nos como se fôssemos filhos do altíssimo Deus e, embora frágeis instrumentos, como quem trata de assuntos importantíssimos e interessantes, mais elevados e excelsos que qualquer tema temporal e mundano. — The Review and Herald, 26 de Julho de 1887. SC 173.6
O que labuta por almas, necessita de consagração, integridade, inteligência, operosidade, energia e tato. Possuindo esses requisitos, homem algum pode ser inferior; ao contrário, possuirá dominadora influência para o bem. — Obreiros Evangélicos, 111. SC 174.1
Devem estar na obra homens que estejam dispostos a ser ensinados quanto à melhor maneira de se aproximarem de indivíduos e famílias. Seu vestuário deve ser correto, mas não ostentoso, e suas maneiras, tais que não desagradem ao povo. Existe entre nós, como um povo, grande necessidade da verdadeira polidez. Ela deve ser cultivada por todos os que lançam mão da obra missionária. — O Colportor Evangelista, 64, 65. SC 174.2
Sinceridade — Não deve haver pretensão na vida dos que têm mensagens tão sagradas e solenes como as que fomos chamados a proclamar. O mundo está observando os adventistas do sétimo dia porque sabe alguma coisa da sua profissão de fé e da elevada norma que adotam; e quando vê os que não vivem à altura de sua profissão, aponta-os com escárnio. — Testemunhos Seletos 3:292. SC 174.3
Os homens podem ter excelentes dons, boas aptidões, qualidades esplêndidas; um defeito, porém, um pecado secreto nutrido, demonstrar-se-á para o caráter o que a prancha carcomida pelo verme é para o navio — completo desastre e ruína! — Testemunhos Seletos 1:479. SC 174.4
Paulo levava consigo a atmosfera do Céu. Todos os que se aproximavam dele experimentavam a influência de sua união com Cristo. O fato de sua própria vida exemplificar a verdade que ele proclamava, dava um poder convincente a suas pregações. Nisto está o poder da verdade. A não estudada, inconsciente influência de uma vida santa é o mais convincente sermão que se pode pregar em favor do cristianismo. O argumento, mesmo quando irrefutável, pode não provocar senão oposição; mas um exemplo piedoso possui um poder a que é impossível resistir inteiramente. — Obreiros Evangélicos, 59. SC 174.5
O verdadeiro caráter não se molda exteriormente; irradia do interior. Se desejamos dirigir outros na vereda da justiça, os princípios da eqüidade devem ser entronizados na própria alma. Nossa profissão de fé pode proclamar a teoria da religião, mas é a piedade que revela a palavra da verdade. A vida coerente, a santa conversação, a inabalável integridade, o espírito ativo e beneficente, o piedoso exemplo — eis os condutos pelos quais a luz é comunicada ao mundo. — O Desejado de Todas as Nações, 307. SC 174.6
As orações, as exortações e palestras são frutos baratos, os quais se acham freqüentemente atados à árvore; mas os frutos que se manifestam em boas obras, no cuidado pelos necessitados, pelos órfãos e as viúvas, são frutos genuínos, e crescem naturalmente numa boa árvore. — Testimonies for the Church 2:24. SC 174.7
Ação empreendedora — Em geral, Deus não opera milagres para fazer Sua verdade avançar. Se o pai de família negligenciar a cultura do solo, Deus não opera por certo nenhum milagre para impedir os naturais resultados. Ele age em harmonia com grandes princípios que nos são dados a conhecer, e compete-nos amadurecer planos sábios, pondo em operação os meios pelos quais Deus há de produzir resultados certos. Aqueles que não fazem esforços decididos, mas esperam simplesmente que o Espírito Santo os force à ação, perecerão em trevas. Não vos deveis deixar estar tranqüilamente, sem nada fazer na obra de Deus. — The Southern Work, 1 de Dezembro de 1903. SC 175.1
Alguns dos que se entregam ao serviço missionário são fracos, sem energia, sem entusiasmo e facilmente desanimados. Falta-lhes estímulo. Não possuem aqueles traços positivos de caráter que dão a força para realizar alguma coisa — o espírito e energia que iluminam o entusiasmo. Aqueles que desejam o sucesso devem ser corajosos e otimistas. Devem cultivar não só as virtudes passivas mas as ativas. — Obreiros Evangélicos, 290. SC 175.2
O Senhor está carecendo de obreiros que levem avante os triunfos da cruz de Cristo. — The Review and Herald, 6 de Maio de 1890. SC 175.3
Não deve a mensagem ser proclamada com timidez, destituída de vida, mas com clareza, positividade, e de maneira a despertar. — Testemunhos Seletos 3:207. SC 175.4
O que necessitamos para dar a mensagem, não são oradores eloqüentes. A verdade deve ser anunciada em toda a sua incisiva severidade. Necessitam-se homens de ação — homens que trabalhem com fervorosa e incessante energia em prol da purificação da igreja e para advertir o mundo. — Testimonies for the Church 5:187. SC 175.5
Deus não emprega homens preguiçosos em Sua causa; Ele quer obreiros atenciosos, bondosos, afetivos e diligentes. — Obreiros Evangélicos, 277. SC 175.6
Resolução — Os que se empenham no serviço de Deus precisam mostrar ânimo e determinação no trabalho de ganhar almas. Lembrem-se de que há os que hão de perecer, a menos que nós, como instrumentos de Deus, trabalhemos com uma determinação que nunca falhe nem esmoreça. SC 175.7
Ele nos incumbiu da realização de uma grande tarefa. Façamo-la com exatidão e determinação. Mostremos em nossa vida o que a verdade tem feito por nós. — Testemunhos Seletos 3:51. SC 175.8
Zelo — O que se necessita é de fervoroso zelo cristão — algo que se manifeste através de atos. [...] Tampouco poderia uma alma que possua a Cristo ser impedida de confessá-Lo, da mesma forma que as águas do Niágara não podem ser impedidas de precipitar-se da catarata. — Testemunhos Seletos 1:236. SC 175.9
Todo o que aceita a Cristo como seu Salvador pessoal ansiará pelo privilégio de servir a Deus. Contemplando o que o Céu fez por ele, seu coração enche-se de amor sem limites e de rendida gratidão. Está ansioso por manifestar seu reconhecimento, consagrando suas faculdades ao serviço de Deus. Suspira por mostrar amor a Cristo e aos Seus remidos. Ambiciona trabalhos, dificuldades, sacrifícios. — A Ciência do Bom Viver, 502. SC 175.10
Existe vasto campo para as Martas, com seu zelo no culto ativo. Sentem-se elas primeiro, porém, com Maria aos pés de Jesus. Sejam a diligência, prontidão e energia santificadas pela graça de Cristo; então a vida será uma invencível força para o bem. — O Desejado de Todas as Nações, 525. SC 176.1
Em nome do Senhor, com a incansável perseverança e o constante zelo que Cristo punha em Seus trabalhos, cumpre-nos levar avante a obra do Senhor. — Testemunhos Seletos 3:293. SC 176.2
Precisamos quebrar a monotonia de nossa atividade religiosa. Estamos fazendo um trabalho no mundo, mas não demonstramos suficiente atividade e zelo. Se fôssemos mais zelosos, convencer-se-iam os homens da verdade da nossa mensagem. A timidez e monotonia do serviço que a Deus prestamos repele muitas pessoas da classe mais elevada, que quer ver zelo mais profundo, sincero e santificado. — Testemunhos Seletos 3:50. SC 176.3
Paciência — Para ser cooperador de Jesus, necessitais de toda a paciência com aqueles por quem trabalhais, não desdenhando a simplicidade da obra, mas olhando aos benditos resultados. Quando aqueles em benefício de quem trabalhais não correspondem exatamente à vossa expectativa, dizeis muitas vezes no coração: “Deixe-os ir; não são dignos da salvação.” Que seria se Cristo houvesse assim tratado os pobres desamparados? Ele morreu para salvar os miseráveis pecadores, e se trabalhais com o mesmo espírito e pela mesma maneira indicada no exemplo dAquele a quem seguis, deixando com Deus os resultados, não podereis absolutamente avaliar nesta vida a soma de benefícios que realizastes. — Testimonies for the Church 4:132. SC 176.4
Trabalhai desinteressada, afetuosa e pacientemente por todos com quem fordes postos em contato. Não manifesteis impaciência. Não profirais uma palavra indelicada. Que o amor de Cristo habite em vosso coração, a lei da bondade em vossos lábios. — Testimonies for the Church 9:41. SC 176.5
Tato — Aqueles que se entregam inteiramente a Deus, hão de pôr pensamentos, orações e um tato sincero e consagrado em seus labores. — The Signs of the Times, 29 de Maio de 1893. SC 176.6
Se um homem possui tato, atividade e entusiasmo, terá êxito nos negócios temporais, e as mesmas qualidades, quando consagradas à obra de Deus, demonstrar-se-ão duplamente eficazes; pois o poder divino se aliará ao esforço humano. — Testimonies for the Church 5:276. SC 176.7
Grande tato e sabedoria são necessários no trabalho de ganhar almas. O Salvador nunca suprimiu a verdade, mas disse-a sempre com amor. Em Suas relações com outros, exercia o máximo tato, e era sempre bondoso e cheio de cuidado. Nunca foi rude, nunca proferiu desnecessariamente uma palavra severa, não ocasionou jamais uma dor desnecessária a uma alma sensível. Não censurava a fraqueza humana. Denunciava destemidamente a hipocrisia, a incredulidade, e a iniqüidade, mas havia lágrimas em Sua voz ao proferir Suas esmagadoras repreensões. Nunca tornava a verdade cruel, porém manifestava profunda ternura pela humanidade. Toda alma era preciosa aos Seus olhos. Conduzia-Se com divina dignidade; inclinava-Se, todavia, com a mais terna compaixão e respeito para todo membro da família de Deus. Via em todos, almas a quem tinha a missão de salvar. — Obreiros Evangélicos, 117. SC 176.8
Algumas pessoas precipitadas, impulsivas, se bem que sinceras, depois de ouvirem incisivas pregações, abordarão os que não pertencem à nossa fé de maneira demasiado abrupta, tornando assim a verdade que desejamos vê-los aceitar, repulsiva aos olhos deles. “Os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz”. Lucas 16:8. Os homens de negócios e os políticos estudam cortesia. É seu método tornarem-se o mais atraentes possível. Estudam a fim de tornarem seus discursos e maneiras tais que lhes proporcionem a máxima influência sobre o espírito dos que os rodeiam. Para alcançar esse objetivo, empregam o mais habilmente possível seus conhecimentos e aptidões. — Testemunhos Seletos 1:454. SC 177.1
Esta mensagem tem de ser dada, mas conquanto tenha de ser dada, devemos ter cuidado em não acusar, constranger e condenar os que não possuem a luz que nós possuímos. Não devemos sair de nosso caminho para fazer duras acusações aos católicos. Entre eles existem muitos que são cristãos conscienciosos, que vivem segundo a luz que lhes é proporcionada, e Deus operará em seu favor. — Obreiros Evangélicos, 329. SC 177.2
Constância — O verdadeiro cristão trabalha para Deus, não por impulso, mas por princípio; não por um dia ou um mês, mas por toda a vida. — Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 517, 518. SC 177.3
O Salvador era um obreiro incansável. Não media o trabalho por horas. Tempo, coração, energia, tudo Ele deu ao serviço em benefício da humanidade. Dias inteiros eram votados ao trabalho, e noites inteiras passadas em oração, a fim de ser fortalecido para enfrentar o astuto inimigo em todas as suas enganadoras operações, e para realizar Sua obra de reerguimento e restauração da humanidade. O homem que ama a Deus não mede o trabalho pelo sistema das oito horas. Trabalha a todas as horas, e nunca se acha fora de seu posto de dever. Sempre que se lhe ofereça oportunidade, faz o bem. Em toda parte, em todo tempo e lugar, encontra ensejo de trabalhar para Deus. Aonde quer que vá, leva consigo uma espécie de fragrância. — Testimonies for the Church 9:45. SC 177.4
Aquele que por uma ação descuidada expõe a causa de Deus ao vexame, ou enfraquece as mãos de seus coobreiros, põe sobre o próprio caráter uma mancha que não se tira facilmente, e coloca um sério obstáculo no caminho de sua futura utilidade. — Profetas e Reis, 659. SC 177.5
“Tomai sobre vós o Meu jugo”, diz Jesus. Mateus 11:29. O jugo é um instrumento de serviço. O gado é posto ao jugo para trabalhar, e o jugo é essencial ao seu trabalho eficiente. Por essa ilustração, Cristo nos ensina que somos chamados ao serviço enquanto a vida durar. Temos de tomar sobre nós o Seu jugo, a fim de sermos coobreiros Seus. — O Desejado de Todas as Nações, 329. SC 178.1
Simpatia e sociabilidade — Em todos os departamentos da causa de Deus, são necessários homens e mulheres que tenham simpatia pelas dores da humanidade; tal simpatia, no entanto, é rara. — The Review and Herald, 6 de Maio de 1890. SC 178.2
Necessitamos mais da simpatia natural de Cristo; não somente simpatia pelos que se nos apresentam irrepreensíveis, mas pelas pobres almas sofredoras, em luta, que são muitas vezes achadas em falta, pecando e se arrependendo, sendo tentadas e vencidas pelo desânimo. Devemos dirigir-nos a nossos semelhantes tocados — como nosso misericordioso Sumo Sacerdote — pelo sentimento de suas enfermidades. — Obreiros Evangélicos, 141. SC 178.3
Perdemos muito, como povo, por falta de simpatia e sociabilidade uns com os outros. O que fala de independência e se fecha em si mesmo, não está preenchendo o lugar que lhe foi designado por Deus. Somos filhos de Deus, dependendo mutuamente uns dos outros quanto à felicidade. Impendem sobre nós os reclamos de Deus e da humanidade. Cumpre-nos a todos desempenhar nossa parte nesta vida. É o devido cultivo dos elementos sociais de nossa natureza, que nos põe em simpatia com nossos irmãos, e nos proporciona felicidade em nossos esforços por beneficiar os outros. — Testemunhos Seletos 1:458. SC 178.4
O Salvador era convidado no banquete de um fariseu. Aceitava convites tanto de ricos como de pobres, e consoante Seu costume, vinculava com Suas lições da verdade a cena que tinha diante de Si. — Parábolas de Jesus, 219. SC 178.5
Simplicidade — Quando Cristo disse aos discípulos: Ide em Meu nome ajuntar na igreja a todos quantos crerem, deixou claro perante eles a necessidade de manterem simplicidade. Quanto menor a ostentação e exibicionismo, maior seria sua influência para o bem. Os discípulos deviam falar com a mesma simplicidade com que Cristo havia falado. — Atos dos Apóstolos, 28. SC 178.6
Milhares podem ser alcançados pelo modo mais simples e modesto. Os mais intelectuais, considerados os homens e mulheres mais prendados do mundo, são muitas vezes refrigerados pelas palavras simples de alguém que ama a Deus e fala desse amor tão naturalmente como os mundanos o fazem das coisas que mais profundamente lhes interessam. Freqüentemente as palavras bem preparadas e estudadas têm pouca influência. Mas a expressão verdadeira e sincera de um filho ou filha de Deus, dita em simplicidade natural, tem poder para abrir a porta do coração que durante muito tempo esteve cerrada para Cristo e Seu amor. — Parábolas de Jesus, 232. SC 178.7
Fé — Os obreiros de Deus necessitam ter fé nEle. O Senhor não Se esquece de seus labores. Aprecia-lhes o trabalho. Agentes divinos são designados a cooperar com aqueles que são colaboradores de Deus. Quando pensamos que Deus não faz como prometeu, e que não tem tempo para notar Seus obreiros, desonramos nosso Criador. — The Southern Work, 2 de Agosto de 1904. SC 179.1
O obreiro de Deus precisa de uma fé robusta. As aparências podem ser adversas; mas na hora mais sombria, a luz resplandece além. As forças daqueles que, com fé, amam e servem a Deus, serão renovadas dia a dia. — Obreiros Evangélicos, 262. SC 179.2
Há na fé genuína, firmeza e constância de princípio, e estabilidade de propósito, que nem o tempo nem fadigas podem enfraquecer. — Parábolas de Jesus, 147. SC 179.3
Freqüentemente a vida cristã é assediada de perigos, e o dever parece difícil de cumprir-se. A imaginação desenha uma ruína iminente perante nós, e, atrás, o cativeiro ou a morte. Contudo, a voz de Deus fala claramente: “Avante!” Devemos obedecer a essa ordem mesmo que nossos olhares não possam penetrar nas trevas, e sintamos as frias vagas em redor de nossos pés. Os obstáculos que embaraçam o nosso progresso nunca desaparecerão diante de um espírito que se detém ou duvida. Aqueles que adiam a obediência até que toda a sombra da incerteza desapareça, e não fique perigo algum de fracasso ou derrota, nunca absolutamente obedecerão. A incredulidade fala ao nosso ouvido: “Esperemos até que os impedimentos sejam removidos, e possamos ver claramente nosso caminho”; mas a fé corajosamente insiste em avançar, esperando tudo, em tudo crendo. — Patriarcas e Profetas, 290. SC 179.4
Coragem — Uma grande obra tem de ser efetuada; planos mais vastos devem ser delineados; uma voz se deve elevar para despertar as nações. Aqueles que têm fé fraca e vacilante não são os homens talhados a levar avante a obra nesta importante crise. Necessitamos da coragem dos heróis e da fé dos mártires. — Testimonies for the Church 5:187. SC 179.5
Quando, com fé, lançarmos mão de Sua força, Ele mudará, mudará maravilhosamente, a mais desesperançada e desanimadora das perspectivas. Ele o fará para glória de Seu nome. Deus pede aos Seus fiéis, aos que nEle crêem, que falem de ânimo aos incrédulos e desesperançados. Que o Senhor nos ajude a nos auxiliarmos mutuamente, e a prová-Lo por uma fé viva. — Testimonies for the Church 8:12. SC 179.6
Esperança e coragem são essenciais ao perfeito serviço para Deus. Esses são frutos da fé. O desânimo é pecaminoso e irrazoável. — Profetas e Reis, 164. SC 179.7
Coragem, energia e perseverança devem eles possuir. Embora lhes obstruam o caminho aparentes impossibilidades, devem avançar mediante Sua graça. Em lugar de deplorar as dificuldades, são chamados a elas sobreporem-se. Não se devem desesperar por coisa alguma, mas ter esperanças de tudo. Com a áurea cadeia de Seu incomparável amor, Cristo os ligou ao trono de Deus. É Seu desígnio que seja deles a mais elevada influência do Universo, provindo da Fonte de todo o poder. Eles terão poder para resistir ao mal, poder que nem a Terra, nem a morte, nem o inferno pode dominar; poder que os habilitará a vencer assim como Cristo venceu. — Obreiros Evangélicos, 39. SC 179.8
Consagração — Verdadeira santidade é integridade no serviço de Deus. Esta é a condição da verdadeira vida cristã. Cristo requer a entrega sem reservas, o serviço não dividido. Exige o coração, a mente, a alma e as forças. O eu não deve ser acariciado. Quem vive para si mesmo não é cristão. — Parábolas de Jesus, 48, 49. SC 180.1
A primeira coisa a ser aprendida por todos os que desejam tornar-se coobreiros de Deus é a desconfiança de si mesmos; acham-se então preparados para lhes ser comunicado o caráter de Cristo. Esse não se adquire por meio de educação recebida nas mais competentes escolas. É unicamente fruto da sabedoria obtida do divino Mestre. — O Desejado de Todas as Nações, 250. SC 180.2
Não é prova conclusiva de que um homem é cristão o manifestar ele êxtases espirituais sob circunstâncias extraordinárias. Santidade não é arrebatamento: é inteira entrega da vontade a Deus; é viver por toda a palavra que sai da boca de Deus; é fazer a vontade de nosso Pai celestial; é confiar em Deus na provação, tanto nas trevas como na luz; é andar pela fé e não pela vista; é apoiar-se em Deus com indiscutível confiança, descansando em Seu amor. — Atos dos Apóstolos, 51. SC 180.3
De todo o coração — O povo de Deus deve distinguir-se como um povo que se dedica inteiramente, de todo o coração, ao Seu serviço, não buscando honra para si mesmo, e lembrando-se de que por um concerto soleníssimo, se comprometeram a servir ao Senhor, e a Ele somente. — Testemunhos Seletos 3:286. SC 180.4
Homens e mulheres decididos, que se entregam de todo o coração, são os que hão de subsistir neste tempo. Cristo joeirou Seus seguidores repetidas vezes, até que afinal só ficaram onze, e algumas mulheres fiéis, para assentar as bases da igreja cristã. Existem alguns que se deixam ficar para trás quando há responsabilidades a assumir, mas quando a igreja está toda possuída de zelo, entusiasmam-se, cantam e bradam, e ficam enlevados; vigiai-os, porém. Passado o entusiasmo, apenas alguns fiéis Calebes tomarão a frente e manifestarão princípios inabaláveis. São estes o sal que conserva seu sabor. É quando a obra vai com dificuldade que as igrejas desenvolvem seus verdadeiros ajudadores. — Testimonies for the Church 5:130. SC 180.5
Homem algum pode ser bem-sucedido no serviço de Deus, a menos que nEle ponha inteiro o coração, e repute todas as coisas por perda pela excelência do conhecimento de Cristo. Ninguém que faça qualquer reserva pode ser discípulo de Cristo, e muito menos Seu colaborador. — O Desejado de Todas as Nações, 273. SC 180.6
Não se devem eles empenhar em especulações, nem entrar em empreendimentos comerciais com incrédulos; pois isso os estorvará de fazer a obra que Deus lhes confiou. — Testemunhos Seletos 3:288. SC 180.7
O Redentor não aceitará um serviço dividido. O obreiro de Deus precisa aprender diariamente o que significa a entrega de si mesmo. — Obreiros Evangélicos, 113. SC 180.8
Lealdade — O Senhor aborrece a indiferença e deslealdade em tempo de crise em Sua obra. Todo o Universo está observando com inexprimível interesse as cenas finais da grande controvérsia entre o bem e o mal. O povo de Deus está-se aproximando do limiar do mundo eterno; que pode haver de mais importante para eles do que ser leais ao Deus do Céu? Em todos os séculos Deus tem tido heróis morais; e tem-nos agora — os que como José, Elias e Daniel, não se envergonham de se reconhecerem como Seu povo peculiar. Suas bênçãos especiais acompanham os labores de homens de ação; homens que não se desviarão da linha reta do dever, mas que perguntarão com divina energia: “Quem é do Senhor”? (Êxodo 32:26), homens que não se deterão apenas no perguntar, mas exigirão que os que escolherem identificar-se com o povo de Deus prossigam e demonstrem sem sombra de dúvida sua obediência ao Rei dos reis e Senhor dos senhores. Tais homens subordinam sua vontade e planos à lei de Deus. Por amor a Ele, não têm a sua vida por preciosa. Seu trabalho é captar a luz da Palavra e deixá-la brilhar para o mundo em raios claros e firmes. Fidelidade a Deus é sua divisa. — Profetas e Reis, 148. SC 181.1
Destreza — É o dever de todo cristão adotar hábitos de ordem, perfeição e presteza. Não há desculpa para a morosidade e imperfeição em trabalho de qualquer natureza. Quando alguém está sempre trabalhando, e a tarefa nunca está concluída, é porque a mente e o coração não estão na obra. Os vagarosos, e que trabalham sem o competente preparo, deveriam reconhecer que essas são faltas para serem corrigidas. Precisam exercitar a mente em planejar como utilizar o tempo para alcançar os melhores resultados. Com tino e método, alguns conseguirão em cinco horas o mesmo trabalho que outros em dez. Muitos que são encarregados de tarefas domésticas estão sempre labutando, não porque tenham tanto para fazer, mas por não planejarem como poupar tempo. Por causa de suas maneiras morosas e lerdas fazem do pouco trabalho muito. Mas todos quantos quiserem podem vencer estes hábitos falhos e lentos. Devem ter um alvo definido em sua ocupação. Decidam quanto tempo requer certo trabalho, e então se esforcem para executá-lo no dado tempo. O exercício da força de vontade tornará as mãos mais ágeis. — Parábolas de Jesus, 344. SC 181.2
O serviço de Cristo exige pronta obediência. — The Southern Work, 9 de Agosto de 1904. SC 181.3
O Senhor requer de Seus servos um espírito pronto a sentir o valor das almas, pronto a discernir os deveres a cumprir, pronto a atender às obrigações que o Senhor lhes confie. — Testimonies for the Church 9:123. SC 181.4
Diligência numa atividade apontada por Deus é uma importante parte da verdadeira religião. Os homens deviam apoderar-se das circunstâncias como sendo instrumentos de Deus com que executar a Sua vontade. Ação pronta e decisiva no tempo certo alcançará gloriosos triunfos, ao passo que demora e negligência resultam em fracasso e desonra para Deus. — Profetas e Reis, 676. SC 181.5
Manter normas elevadas — Muitos dos que são classificados para fazer um trabalho excelente obtêm pouco porque pouco empreendem. Muitos atravessam a vida como se não tivessem nenhum grande objetivo, nenhum ideal a atingir. Uma das razões por que tal sucede é avaliarem-se abaixo de seu valor real. Cristo pagou um infinito preço por nós, e deseja que nos mantenhamos à altura do preço que Lhe custamos. — Obreiros Evangélicos, 291. SC 182.1
Através de Sua existência terrestre, Jesus foi um ativo e constante trabalhador. Esperava muito resultado e, portanto, muito empreendia. — O Desejado de Todas as Nações, 73. SC 182.2
Os que se acham ocupados no serviço do Mestre, necessitam de uma experiência muito mais elevada, profunda e vasta do que muitos já pensaram em obter. Muitos dos que já são membros da grande família de Deus, pouco sabem do que significa contemplar Sua glória, e ser transformados de glória em glória. Muitos possuem uma vaga percepção da excelência de Cristo, e o coração vibra de alegria. Anseiam por uma compreensão mais plena e profunda do amor do Salvador. Nutram eles todo desejo da alma em busca de Deus. — Obreiros Evangélicos, 274. SC 182.3
Tenho uma mensagem para nossos pastores, médicos, professores e todos os demais que se acham empenhados nos vários ramos do serviço do Mestre. O Senhor vos ordena que vos eleveis, que chegueis a uma norma mais santa. Necessitais de uma experiência muito mais profunda do que tendes sequer pensado em obter. Muitos dos que já fazem parte da grande família de Deus mal sabem o que significa contemplar Sua glória, e ser transformado de glória em glória. Muitos de vós tendes uma vaga percepção da excelência de Cristo, e vossa alma vibra de emoção. Anelais possuir um conhecimento mais pleno e profundo do amor do Salvador. Não vos sentis satisfeitos. Mas não desespereis. Dai a Jesus as melhores e mais santas afeições do coração. Entesourai cada raio de luz. Animai cada anseio da alma em busca de Deus. Cultivai os pensamentos espirituais e a santa comunhão. Não tendes visto senão os primeiros raios do alvorecer de Sua glória. À medida que prosseguirdes no conhecimento do Senhor, haveis de ver que Sua saída é como a alva. “A vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”. Provérbios 4:18. Havendo-nos arrependido de nossos pecados, confessado os mesmos e obtido perdão, devemos prosseguir em aprender de Cristo, até que cheguemos ao auge de uma fé evangélica perfeita. — Testimonies for the Church 8:318. SC 182.4
Prudência e previsão — Enquanto Neemias implorava o auxílio de Deus, não cruzava os braços, julgando que não tinha mais nenhum cuidado ou responsabilidade quanto a seu desígnio de restaurar Jerusalém. Com admirável prudência e previsão, providenciou todos os arranjos necessários para garantir o êxito do empreendimento. Cada um de seus passos se caracterizava por grande cautela. [...] SC 182.5
O exemplo desse santo homem [Neemias], deve servir de lição a todo o povo de Deus, mostrando que não devem apenas orar com fé, mas trabalhar com diligência e fidelidade. Quantas dificuldades encontramos, quantas vezes dificultamos a operação da Providência em nosso favor, por julgarmos que a prudência, a previsão e o esforço têm pouco que ver com a religião! Isto é um erro grave. É nosso dever cultivar e exercitar toda a faculdade que nos torne obreiros mais eficientes para Deus. A consideração cuidadosa, bem como os planos bem amadurecidos, são tão essenciais ao êxito dos empreendimentos sagrados hoje, como no tempo de Neemias. — The Southern Work, 15 de Março de 1904. SC 182.6
Como vencer o desânimo — Os servos do Senhor podem esperar toda espécie de desânimo. Serão provados, não somente pela ira, pelo desprezo e a crueldade dos inimigos, mas também pela indolência, a incoerência, a mornidão e a traição dos amigos e auxiliares. [...] Mesmo alguns que parecem desejar que a causa de Deus prospere, hão de mesmo enfraquecer as mãos dos Seus servos, ouvindo, passando adiante e quase crendo nas calúnias, nas arrogâncias e nas ameaças de seus adversários. [...] Em meio de grandes desânimos, Neemias pôs em Deus sua confiança; aí se encontra nossa defesa também. A lembrança do que Ele tem feito por nós se demonstrará um apoio em todo o perigo. “Aquele que nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?” Romanos 8:32. E “se Deus é por nós, quem será contra nós?” Romanos 8:31. Por astutos que sejam os ardis de Satanás e seus agentes, Deus os pode descobrir, e anular todos os seus conselhos. — The Southern Work, 19 de Abril de 1904. SC 183.1
Aqueles que, na vanguarda do conflito, são impelidos pelo Espírito Santo a fazer um trabalho especial, freqüentemente sentirão uma reação quando a pressão for removida. O desânimo pode abalar a fé mais heróica, e enfraquecer a mais firme vontade. Mas Deus compreende, e ainda Se compadece e ama. Ele lê os motivos e os propósitos do coração. Esperar pacientemente, confiar quando tudo parece escuro, eis a lição que os líderes na obra de Deus necessitam aprender. O Céu não lhes faltará no dia da adversidade. Nada está aparentemente mais ao desamparo, mas na realidade mais invencível, do que a alma que sente a sua nulidade, e confia inteiramente em Deus. — Profetas e Reis, 174, 175. SC 183.2
Deus pede soldados que não faltem nem se desanimem; mas que aceitem o trabalho com todos os seus aspectos desagradáveis. Ele quer que todos nós tomemos Cristo por modelo. — The Review and Herald, 17 de Julho de 1894. SC 183.3
Os que hoje ensinam verdades impopulares não se devem desanimar, se por vezes encontram, mesmo por parte dos que se dizem cristãos, recepção não mais favorável que a dispensada a Paulo e seus companheiros, por aqueles por quem trabalham. Os mensageiros da cruz devem armar-se de vigilância e oração, avançando com fé e ânimo, trabalhando sempre no nome de Jesus. — Atos dos Apóstolos, 230. SC 183.4
Delicadeza — O espírito que se conserva manso em face da provocação, dirá mais em favor da verdade, do que o fará qualquer argumento, por mais vigoroso que seja. — O Desejado de Todas as Nações, 353. SC 184.1
Como o orvalho e a chuva branda caem nas ressequidas plantas, assim deixai cair suavemente as palavras quando procurais desviar os homens de seus erros. O plano de Deus é conquistar primeiro o coração. Devemos falar a verdade com amor, confiando nEle quanto ao poder para a reforma da vida. O Espírito Santo aplicará ao coração a palavra proferida com amor. — A Ciência do Bom Viver, 157. SC 184.2
Um espírito brando, uma suave e cativante atitude, pode salvar o errado, e cobrir uma multidão de pecados. A revelação de Cristo em vosso caráter terá um poder transformador sobre todos com quem entrardes em contato. Seja Cristo diariamente manifestado em vós e Ele revelará por vosso intermédio a energia criadora de Sua palavra — uma delicada, persuasiva e todavia poderosa influência para regenerar outras almas segundo a beleza do Senhor nosso Deus. — Beneficência Social, 129. SC 184.3
Imparcialidade — Enquanto viveu entre os homens, nosso Salvador participou da sorte dos pobres. Conhecia por experiência seus cuidados e asperezas, e podia confortar e animar a todos os humildes obreiros. Os que possuem verdadeira concepção dos ensinos de Sua vida, não pensarão nunca que se deva fazer distinção de classes, que os ricos devam ser honrados de preferência aos pobres dignos. — O Desejado de Todas as Nações, 73. SC 184.4
Reconhece que despreza as almas que Cristo procura, quando se desvia dos que parecem pouco promissores e não atraentes? Justamente no momento em que se esquiva deles, podem carecer muito de sua compaixão. Em toda assembléia de culto, há almas que anseiam descanso e paz. Podem parecer como se vivessem indiferentemente, mas não são insensíveis à influência do Espírito Santo. Muitas delas podem ser ganhas para Cristo. — Parábolas de Jesus, 191. SC 184.5
O convite evangélico não deve ser amesquinhado, e apresentado apenas a uns poucos escolhidos, que, supomos, nos farão honra caso o aceitem. A mensagem deve ser dada a todos. Onde quer que haja corações abertos para receber a verdade, Cristo está pronto a instruí-los. — O Desejado de Todas as Nações, 194. SC 184.6
Honestidade — fidelidade — operosidade — Ao se terem de confiar responsabilidades a um indivíduo, não se indague se ele é eloqüente ou rico, mas se é honesto, fiel e operoso; pois sejam quais forem suas realizações, sem estas qualidades ele se acha inteiramente inabilitado para qualquer cargo de confiança. — Testimonies for the Church 4:413. SC 184.7
Altruísmo — A obra de Cristo deve ser nosso exemplo. Ele andava continuamente fazendo o bem. No templo e nas sinagogas, nas ruas das cidades, nas praças e nas oficinas, na praia e na encosta dos montes, pregava o evangelho e curava os doentes. Sua vida foi de serviço desinteressado, e nos deve servir de modelo. Seu terno e compassivo amor constitui-nos uma censura ao egoísmo e falta de coração. — Testemunhos Seletos 3:298, 299. SC 184.8
O motivo que nos dispõe ao trabalho por Deus não deve ter em si coisa alguma que lembre serviço a si próprio. Abnegada devoção e espírito de sacrifício têm sido e serão sempre o primeiro requisito do culto aceitável. Nosso Senhor e Mestre deseja que nenhum fio de egoísmo seja entretecido em Sua obra. A nossos esforços devemos acrescentar o tato e habilidade, a precisão e sabedoria que o Deus da perfeição exigiu dos construtores do santuário terrestre; contudo, em todos os nossos trabalhos devemos lembrar que os maiores talentos e os mais esplêndidos serviços são aceitáveis somente quando o eu é posto sobre o altar para consumir-se como um sacrifício vivo. — Profetas e Reis, 65. SC 185.1
De todos os povos da Terra, deviam ser os reformadores os mais abnegados, os mais bondosos, os mais corteses. Dever-se-ia ver em seus atos a verdadeira bondade dos atos desinteressados. — A Ciência do Bom Viver, 157. SC 185.2
Não se afligir — As coisas irão mal, devido a obreiros não consagrados. Podereis derramar lágrimas pelos resultados; não vos aflijais, porém. O bendito Mestre tem toda a Sua obra, de uma a outra extremidade, sob Sua sábia superintendência. Tudo quanto pede é que os obreiros vão a Ele a receber ordens, e Lhe obedeçam às instruções. Ele tem tudo no divino coração — nossas igrejas, missões, instituições, Escolas Sabatinas. Por que afligir-se? O intenso desejo de que a igreja seja uma luz viva e resplandecente, em harmonia com o desígnio de Deus, tem de ser temperado com uma inteira confiança nEle. — The Review and Herald, 14 de Novembro de 1893. SC 185.3
Cultivai a tranqüilidade, e entregai a guarda de vosso coração a Deus como a um fiel Criador. Ele há de guardar aquilo que Lhe é confiado em depósito. Não Lhe agrada cobrirmos Seu altar de lágrimas e queixumes. Tendes já motivos suficientes por que louvar ao Senhor, ainda que não vejais outra alma convertida. Mas a boa obra irá avante, se, tão-somente, avançardes, e não procurardes ajustar tudo a vossas próprias idéias. Deixai que a paz de Deus reine em vosso coração, e sede agradecidos. Deixai ao Senhor margem para operar. Não Lhe obstruais o caminho. Ele pode trabalhar, e há de fazê-lo, uma vez que Lho permitamos. — Testimonies for the Church 9:136. SC 185.4
Apresentar as credenciais divinas — Deus pode servir-Se de cada pessoa na proporção exata em que Lhe é possível pôr o Seu Espírito no templo da alma. A obra que aceita, é aquela que Lhe reflete a imagem. Seus seguidores devem apresentar, como credenciais perante o mundo, as indeléveis características de Seus princípios imortais. — Testemunhos Seletos 3:146. SC 185.5
O nome de Cristo devia ser a senha, a insígnia, o laço de união, a autoridade para sua norma de prosseguimento e a fonte de seu sucesso. Nada devia ser reconhecido em Seu reino que não trouxesse Seu nome e inscrição. — Atos dos Apóstolos, 28. SC 185.6
Homens de um minuto* — Sede fiéis homens de um minuto, para anunciar os louvores daquele que vos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz. — The Review and Herald, 24 de Janeiro de 1893. SC 186.1
Os servos de Deus devem ser homens de ação, sempre prontos para se moverem tão depressa quanto Sua providência abre o caminho. Qualquer demora de sua parte, dá tempo para Satanás agir a fim de os derrotar. — Patriarcas e Profetas, 423. SC 186.2
O povo de Deus, observador dos mandamentos, deve estar sempre pronto para o serviço. — Testemunhos Seletos 3:251. SC 186.3
Os que são realmente representantes de Cristo, trabalham para o bem dos outros. Deleitam-se em fazer avançar a causa de Deus, na pátria e no estrangeiro. São vistos e ouvidos na reunião de oração, e sente-se sua influência. Procuram suprir o lugar do ministro, cujos serviços não conseguem. Não procuram exaltar-se, nem receber honra por fazerem uma grande obra, mas trabalham humilde, mansa e fielmente, fazendo pequenos recados ou realizando obra maior, se necessário, porque Cristo tanto fez por eles. — The Review and Herald, 6 de Setembro de 1881. SC 186.4
Corajoso e verdadeiro — O que a igreja necessita nestes dias de perigo é de um exército de obreiros que, como Paulo, se tenham educado para utilidade, que tenham uma profunda experiência nas coisas de Deus, e que sejam cheios de fervor e zelo. Necessita-se de homens santificados e abnegados; homens que não se esquivem a provas e responsabilidades; homens que sejam corajosos e verdadeiros; homens em cujo coração Cristo está formado “a esperança da glória” (Colossences 1:27), e que com lábios tocados com santo fogo “preguem a Palavra”. Por falta de tais obreiros a causa de Deus definha, e erros fatais, como mortal veneno, pervertem a moral e consomem as esperanças de grande parte da raça humana. — Atos dos Apóstolos, 507. SC 186.5
Mediante trabalho intensivo, em meio de oposição, perigo, perda e sofrimento humano, deve ser levada avante a obra de salvar almas. Em certa batalha, quando um dos regimentos das forças atacantes estava sendo repelido pelas hostes inimigas, o porta-bandeira permaneceu firme em campo, enquanto as forças recuavam. O comandante gritou-lhe para trazer de volta o pavilhão, mas sua resposta foi: “Traga os homens para junto da bandeira!” Esse é o trabalho que se apresenta a todo porta-bandeira: congregar os homens em torno do estandarte. O Senhor convida à inteira consagração. Sabemos todos que o pecado de muitos professos cristãos consiste em faltar-lhes o ânimo e a energia para eles mesmos alcançarem a norma, e levar a fazer o mesmo os que se lhes acham ligados. — Testimonies for the Church 9:45, 46. SC 186.6
Deus não pode usar homens que, em tempos de perigo, quando a força, a coragem e a influência de todos são necessárias, temem tomar uma firme posição pelo direito. Ele chama a homens para que se empenhem fielmente na batalha contra o erro, guerreando contra principados e potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as forças espirituais da maldade nos lugares celestiais. A tais é que Ele dirigirá as palavras: “Bem está, bom e fiel servo”. Mateus 25:23. — Profetas e Reis, 142. SC 187.1
Deus chama homens como Elias, Natã e João Batista — homens que levarão fielmente Sua mensagem sem considerar as conseqüências; que corajosamente falarão a verdade, ainda que isso importe no sacrifício de tudo que possuem. — Profetas e Reis, 142. SC 187.2
Cuidado pastoral — O pastor que descobre a ausência de uma ovelha, não contempla indiferentemente o rebanho que está seguro no redil, dizendo: “Tenho noventa e nove, e custar-me-á muita perturbação ir em busca da desgarrada. Ela que volte; abrir-lhe-ei a porta do redil e a deixarei entrar.” Não; logo que a ovelha se transvia, o pastor enche-se de cuidados e apreensões. Conta e reconta o rebanho. Quando se certifica de que realmente uma ovelha se perdeu, não dormita. Deixa as noventa e nove no redil, e sai em busca da ovelha desgarrada. Quanto mais escura e tempestuosa a noite, e quanto mais perigoso o caminho, tanto maior é a apreensão do pastor e tanto mais diligentemente a procura. Faz todos os esforços possíveis para encontrar a ovelha perdida. SC 187.3
Com que alívio ouve a distância o primeiro fraco balido! Seguindo o som, sobe às mais íngremes alturas, chega, com o perigo da própria vida, até à borda do precipício. Deste modo procura, enquanto o balido mais e mais fraco lhe diz que a ovelha está prestes a sucumbir. Por fim seu esforço é recompensado; achou a perdida. Não a repreende por lhe haver causado tanta fadiga; não a tange com chicote, nem tenta guiá-la para casa. Em sua alegria toma sobre os ombros a criatura trêmula; se está magoada, acolhe-a nos braços, e aperta-a de encontro ao peito para que o calor de seu próprio coração lhe comunique vida. Jubiloso porque sua diligência não foi em vão, carrega-a de volta ao redil. — Parábolas de Jesus, 187, 188. SC 187.4
Humildade — Ao escolher homens e mulheres para Seu serviço, Deus não indaga se possuem saber, eloqüência ou riquezas mundanas. Pergunta: “Andam eles com tanta humildade, que Eu lhes possa ensinar os Meus caminhos? Posso pôr-lhes nos lábios as Minhas palavras? Representar-Me-ão eles?” — Testemunhos Seletos 3:145, 146. SC 187.5
Ao tentar ajudar o pobre, o desprezado, o abandonado, não trabalheis por eles no alto do pedestal de vossa dignidade e superioridade, pois por essa maneira nada conseguireis. — Testemunhos Seletos 2:514, 515. SC 187.6
O que tornará nossas igrejas vigorosas e bem-sucedidas em seus esforços, não é a obra ruidosa, mas a que se faz quieta e humildemente; não é a ostentação e exibicionismo, mas o esforço paciente, perseverante e acompanhado de oração. — Testimonies for the Church 5:130. SC 188.1
A humilhação da derrota demonstra-se muitas vezes uma bênção, mostrando-nos a nossa incapacidade para fazer a vontade de Deus sem o Seu auxílio. — Patriarcas e Profetas, 633. SC 188.2
Os talentos do humilde habitante de uma choupana são necessitados no trabalho de casa em casa, e podem nesta atividade realizar mais que talentos brilhantes. — Testemunhos Seletos 3:303. SC 188.3
Todo o Céu se acha interessado nesta obra que os mensageiros de Deus estão levando a cabo no mundo, em nome de Jesus Cristo de Nazaré. É esta uma grande obra, irmãos e irmãs, e nos devemos humilhar diariamente perante Deus, e não pensar que nossa sabedoria é perfeita. Devemos lançar mão do trabalho com fervor. Não devemos orar que o Senhor nos humilhe; pois em Ele tomando posse de nós, humilhar-nos-á de uma maneira que nos não seria agradável. Mas temos de humilhar-nos a nós mesmos dia a dia sob a potente mão de Deus. Devemos operar nossa própria salvação com temor e tremor. Se bem que seja Deus que opere em nós o querer e o realizar, segundo Sua boa vontade, cumpre-nos cooperar com Ele ao mesmo tempo em que trabalha por meio de nós. — The Review and Herald, 12 de Julho de 1887. SC 188.4
Temos de lutar para entrar pela porta estreita. Mas esta porta não gira facilmente em seus gonzos. Não admite caracteres duvidosos. É necessário lutarmos pela vida eterna com uma intensidade proporcional ao valor do prêmio que se acha em frente de nós. Não é dinheiro, nem terras, nem posição, mas a posse de um caráter cristão, o que nos abrirá as portas do Paraíso. Não é a dignidade, não são as realizações intelectuais, que nos conquistarão a coroa da imortalidade. Unicamente os mansos e humildes que fizeram de Deus sua eficiência, hão de receber este dom. — The Southern Work, 16 de Abril de 1903. SC 188.5
Quando voltardes de algum trabalho missionário, não deveis louvar vossos esforços e sim exaltar a Jesus; enaltecei a cruz do Calvário. — Testemunhos Seletos 2:237. SC 188.6
Diante da honra vai a humildade. Para ocupar um elevado cargo diante dos homens, o Céu escolhe o obreiro que, como João Batista, assume posição humilde em face de Deus. O mais infantil dos discípulos é o mais eficiente no trabalho para Deus. Os seres celestes podem cooperar com aquele que busca não se exaltar a si mesmo, mas salvar almas. — O Desejado de Todas as Nações, 436. SC 188.7
Temperança — Quão bom seria se todo o filho de Deus tivesse a impressão da necessidade de ser moderado na comida, no vestuário, no trabalho, de modo que fizesse a melhor obra para a causa de Deus. Quando o obreiro se vê sob a pressão do trabalho e dos cuidados, e se acha sobrecarregado mental e fisicamente, deve afastar-se e descansar um pouco, não para uma satisfação egoísta, mas a fim de se preparar melhor para futuros deveres. Temos um inimigo vigilante, que se acha sempre em nosso encalço, para se aproveitar de toda fraqueza e tornar eficazes para o mal suas tentações. Quando a mente se acha esgotada e o corpo enfraquecido, ele se pode aproveitar e pressionar a alma com as mais fortes tentações, para fazer cair o filho de Deus. Que o obreiro do Senhor economize cuidadosamente suas forças; e quando cansado das tarefas que repousam sobre ele, afaste-se e descanse e comungue com Jesus. — The Review and Herald, 14 de Novembro de 1893. SC 188.8
O mau uso de nossas forças físicas abrevia o período de tempo em que nossa vida pode ser usada para a glória de Deus. E nos incapacita para cumprir a obra que Deus nos deu para fazer. Condescendendo com a formação de maus hábitos, recolhendo-nos tarde, satisfazendo o apetite com prejuízo da saúde, pomos os fundamentos da debilidade. Negligenciando os exercícios corporais, fatigando em excesso a mente ou o corpo, desequilibramos o sistema nervoso. Os que assim desconsiderando as leis naturais, encurtam a vida e se desqualificam para a obra, são culpados de roubo para com Deus. E também estão roubando a seus semelhantes. A oportunidade de abençoar a outros, que é justamente a obra para cuja execução Deus os enviou ao mundo, foi abreviada por seu próprio procedimento. E incapacitaram-se para fazer mesmo aquilo que poderiam ter realizado em espaço de tempo mais breve. O Senhor considera-nos culpados quando por nossos hábitos prejudiciais privamos o mundo do bem. — Parábolas de Jesus, 346, 347. SC 189.1
Nosso Deus é sempre misericordioso, cheio de compaixão, e razoável em todos os Seus reclamos. Não requer que sigamos um procedimento que resulte em perda de nossa saúde ou no enfraquecimento das nossas faculdades mentais. Ele não quer que trabalhemos sob uma pressão, uma tensão tais que nos levem ao esgotamento e à prostração dos nervos. O Senhor nos deu raciocínio, e espera que o exerçamos, e procedamos de acordo com as leis da vida que se acham em nós, obedecendo-lhes, de modo a termos um organismo bem equilibrado. Um dia segue a outro dia, e cada um deles traz consigo suas responsabilidades e deveres, mas a obra de amanhã não se deve fazer entrar à força no dia de hoje. Os obreiros da causa de Deus devem sentir quão sagrado é o caráter da mesma, e se devem preparar para a obra do dia seguinte mediante o emprego judicioso de suas faculdades hoje. — The Review and Herald, 7 de Novembro de 1893. SC 189.2
Repouso e reflexão — Os discípulos de Jesus necessitavam ser ensinados como deviam trabalhar, e como descansar. Hoje em dia é necessário que os obreiros escolhidos de Deus escutem a ordem de Cristo de pôr-se à parte e descansar um pouco. Muitas vidas preciosas têm sido sacrificadas desnecessariamente por ignorância dessa ordem. [...] Conquanto grande seja a seara e poucos os obreiros, coisa alguma se ganha por sacrificar a saúde e a vida. [...] Existem muitos obreiros fracos, esgotados, que se sentem profundamente tristes ao ver quanto precisa ser feito, e quão pouco eles podem fazer. Como anelam vigor físico para efetuar mais! Mas é a essa classe que Jesus diz: “Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco”. Marcos 6:31. [...] SC 189.3
A vida cristã não é feita de incessante atividade, nem de contínua meditação. Os cristãos precisam trabalhar fervorosamente pela salvação dos perdidos, e também precisam tomar tempo para a meditação, para a oração, e para o estudo da Palavra de Deus. Não convém estar sempre sob a tensão do trabalho e da agitação, pois assim a piedade particular é negligenciada, e prejudicadas as energias do corpo e da mente. — The Review and Herald, 7 de Novembro de 1893. SC 190.1
Todos quantos se acham sob as instruções de Deus precisam da hora tranqüila para comunhão com o próprio coração, com a Natureza e com Deus. Neles se deve revelar uma vida não em harmonia com o mundo, seus costumes e práticas; é-lhes necessário experiência pessoal em obter o conhecimento da vontade de Deus. Devemos, individualmente, ouvi-Lo falar ao coração. Quando todas as outras vozes silenciam e, em sossego, esperamos diante dEle, o silêncio da alma torna mais distinta a voz de Deus. Ele nos manda: “Aquietai-vos, e sabei que Eu sou Deus”. Salmos 46:10. Este é o preparo eficaz para todo trabalho feito para o Senhor. Entre o vaivém da multidão e a tensão das intensas atividades da vida, aquele que é assim refrigerado será circundado de uma atmosfera de luz e de paz. Receberá nova dotação de resistência física e mental. Sua vida exalará uma fragrância e revelará um poder divino que tocarão o coração dos homens. — A Ciência do Bom Viver, 58. SC 190.2