A Ciência Do Bom Viver, A

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O Ensino dos Princípios de Saúde

Os obreiros evangélicos também devem ser capazes de dar instruções sobre os princípios do viver saudável. Há doenças por toda parte, e a maioria delas poderia ser prevenida pela atenção dispensada às leis da saúde. O povo precisa ver a influência dos princípios de saúde em seu bem-estar, tanto no que respeita a esta vida como à futura. Necessitam ser despertados quanto a sua responsabilidade para com a habitação humana adaptada pelo Criador para Sua morada, e acerca da qual Ele deseja que sejam mordomos fiéis. Precisam ser impressionados no que respeita à verdade contida nas palavras da Santa Escritura: CBV 146.1

“Vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo” (2Co 6:16). CBV 146.2

Milhares necessitam e de bom grado receberiam instruções a respeito dos simples métodos de tratar os enfermos - métodos que estão tomando o lugar das drogas venenosas. Grande é a necessidade existente de conhecimentos quanto à reforma dietética. Hábitos errôneos de alimentação, e o uso de comidas nocivas, são em grande parte responsáveis pela intemperança, o crime e a ruína que infelicitam o mundo. CBV 146.3

Ensinando os princípios de saúde, mantende diante do povo o grande objetivo da reforma - que seu desígnio é assegurar o mais alto desenvolvimento do corpo, da mente e do espírito. Mostrai que as leis da natureza, sendo as Leis de Deus, são designadas para nosso bem; que a obediência às mesmas promove a felicidade nesta vida, e contribui no preparo para a vida por vir. CBV 146.4

Levai o povo a estudar as manifestações do amor e da sabedoria de Deus nas obras da natureza. Levai-os a estudar esse maravilhoso organismo que é o corpo humano, e as leis que o regem. Os que percebem as evidências do amor de Deus, que compreendem alguma coisa da sabedoria e beneficência de Suas leis, e os resultados da obediência, virão a considerar seus deveres e obrigações sob um ponto de vista inteiramente diverso. Em vez de olhar a observância das leis da saúde como um sacrifício ou uma abnegação, considerá-la-ão, como em realidade é, uma inestimável bênção. CBV 147.1

Todo obreiro evangélico deve sentir que o instruir o povo quanto aos princípios do viver saudável é uma parte do trabalho que lhe é designado. Grande é a necessidade dessa obra, e o mundo está aberto para ela. CBV 147.2

Há, por toda parte, a tendência de substituir pela obra de organizações o esforço individual. A sabedoria humana tende à consolidação, à centralização, à edificação de grandes igrejas e instituições. Muitos deixam às instituições e organizações a obra da beneficência; eximem-se do contato com o mundo, e seu coração torna-se frio. Ficam absorvidos consigo mesmos e insensíveis à impressão. Extingue-se-lhes no coração o amor para com Deus e o homem. CBV 147.3

Cristo confia a Seus seguidores uma obra individual - uma obra que não pode ser feita por procuração. O serviço aos pobres e enfermos, o anunciar o evangelho aos perdidos, não deve ser deixado a comissões ou caridade organizada. Responsabilidade individual, individual esforço e sacrifício pessoal são exigências evangélicas. CBV 147.4

“Sai pelos caminhos e atalhos, e força-os a entrar”, é a ordem de Cristo, “para que a Minha casa se encha” (Lc 14:23). Ele põe homens em contato com aqueles a quem eles buscam beneficiar. “Recolhas em casa os pobres desterrados”, diz Ele. “Vendo o nu, o cubras” (Is 58:7). CBV 147.5

“Imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão” (Mc 16:18). Por meio de contato direto, de ministério pessoal, devem as bênçãos do evangelho ser comunicadas. CBV 148.1

Ao comunicar luz a Seu povo antigamente, Deus não operava exclusivamente por meio de uma classe. Daniel era um príncipe de Judá. Também Isaías era de linhagem real. Davi era um jovem pastor, Amós um vaqueiro, Zacarias um cativo de Babilônia, Eliseu um lavrador. O Senhor suscitava como representantes Seus a profetas e príncipes, nobres e plebeus, e ensinava-lhes as verdades a serem dadas ao mundo. CBV 148.2

A todos quantos se tornam participantes de Sua graça, o Senhor indica uma obra em benefício de outros. Cumpre-nos estar, individualmente, em nosso posto, dizendo: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6:8). Sobre o ministro da Palavra, a enfermeira-missionária, o médico cristão, o cristão individualmente, seja ele comerciante ou fazendeiro, profissional ou mecânico - sobre todos repousa a responsabilidade. É nossa obra revelar aos homens o evangelho de sua salvação. Toda empresa em que nos empenhemos deve ser um meio para esse fim. CBV 148.3

Os que se entregam à obra que lhes é designada não somente serão uma bênção a outros, como hão de ser eles próprios abençoados. A consciência do dever bem cumprido exercerá uma influência reflexa sobre sua própria alma. O acabrunhado esquecerá seu acabrunhamento, o fraco se tornará forte, o ignorante inteligente, e todos encontrarão um infalível auxiliador nAquele que os chamou. CBV 148.4

A igreja de Cristo está organizada para o serviço. Sua senha é servir. Seus membros são soldados em preparo para o conflito sob as ordens do Príncipe de sua salvação. Pastores, médicos e professores cristãos têm uma obra mais vasta do que muitos têm reconhecido. Não lhes cumpre somente servir ao povo, mas ensinar-lhes a servir. Não devem apenas dar instruções nos retos princípios, mas educar seus ouvintes a comunicar os mesmos princípios. A verdade que não é vivida, que não é comunicada, perde seu poder vivificante, sua virtude restauradora. Sua bênção só pode ser conservada à medida que é partilhada com outros. CBV 148.5

Necessita ser quebrada a monotonia de nosso serviço para Deus. Todo membro de igreja deve empenhar-se em algum ramo de atividade para o Mestre. Alguns não podem fazer tanto como outros, mas cada um deve efetuar o máximo para repelir a onda de doenças e aflições que está avassalando o mundo. Muitos teriam boa vontade de trabalhar, se lhes ensinassem a começar. Necessitam ser instruídos e animados. CBV 149.1

Toda igreja deve ser uma escola missionária para obreiros cristãos. Seus membros devem ser instruídos em dar estudos bíblicos, em dirigir e ensinar classes da Escola Sabatina, na melhor maneira de auxiliar os pobres e cuidar dos doentes, de trabalhar pelos não-convertidos. Deve haver cursos de saúde, de arte culinária, e classes em vários ramos de serviço no auxílio cristão. Não somente deve haver ensino, mas trabalho real, sob a direção de instrutores experientes. Que os mestres vão à frente no trabalho entre o povo, e outros, unindo-se a eles, aprenderão em seu exemplo. Um exemplo vale mais que muitos preceitos. CBV 149.2

Cultivem todos as suas faculdades físicas e mentais ao máximo de sua capacidade, a fim de poderem trabalhar para Deus onde Sua providência os chamar. A mesma graça que veio de Cristo a Paulo e a Apolo, que os distinguiu por excelências espirituais, será hoje comunicada aos devotados missionários cristãos. Deus deseja que Seus filhos tenham inteligência e conhecimento, para que com infalível clareza e poder Sua glória seja revelada em nosso mundo. CBV 149.3

Obreiros educados, sendo consagrados a Deus, podem prestar mais variados serviços e realizar uma obra mais vasta, do que os não educados. Sua disciplina mental dá-lhes vantagens. Mas os que não são dotados de grandes talentos nem muita instrução podem trabalhar aceitavelmente por outros. Deus Se servirá de homens que desejam ser usados. Não são as pessoas mais brilhantes ou talentosas aquelas cujo trabalho produz maiores e mais duradouros resultados. Necessitam-se homens e mulheres que ouviram uma mensagem do Céu. Os obreiros mais eficientes são os que atendem ao convite: “Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim” (Mt 11:29). CBV 150.1

São missionários de coração, os que são necessários. Aquele cujo coração é tocado por Deus é cheio de um grande anseio por aqueles que nunca Lhe conheceram o amor. Sua condição os impressiona com um senso de infortúnio pessoal. Expondo a própria vida, vai como mensageiro enviado pelo Céu e por ele inspirado para efetuar uma obra em que os anjos podem cooperar. CBV 150.2

Se aqueles a quem Deus confiou grandes talentos intelectuais empregam esses dons para fins egoístas, serão deixados, após um período de prova, a seguir seu próprio caminho. Deus tomará homens que não parecem tão prodigamente dotados, que não têm grande confiança em si mesmos, e tornará os fracos fortes, porque confiam que Ele fará em seu favor o que eles próprios não podem realizar. Deus aceitará o serviço prestado de todo o coração, e suprirá por Sua parte as deficiências. CBV 150.3

O Senhor tem muitas vezes escolhido para Seus colaboradores homens que não tiveram oportunidade de obter senão limitada educação escolar. Esses homens têm aplicado as faculdades da maneira mais diligente, e o Senhor os tem recompensado pela fidelidade a Sua obra, pela laboriosidade, a sede de conhecimento. Ele lhes tem sido testemunha das lágrimas, ouvido suas orações. Como desceram Suas bênçãos sobre os cativos na corte de Babilônia, assim dará Ele sabedoria e conhecimento aos Seus obreiros de hoje. CBV 150.4

Homens deficientes em instrução, humildes quanto à condição social, têm, mediante a graça de Cristo, sido por vezes admiravelmente bem-sucedidos em ganhar almas para Ele. O segredo de seu êxito consistia na confiança que depositavam em Deus. Aprendiam diariamente dAquele que é maravilhoso em conselho e forte em poder. CBV 151.1

Tais obreiros devem ser animados. O Senhor os põe em contato com os de mais assinalada capacidade, a preencher as brechas deixadas por outros. Sua prontidão em ver o que é preciso fazer, em acudir aos que se acham em necessidade, suas bondosas palavras e ações, abrem portas de utilidade que de outro modo permaneceriam fechadas. Procuram de perto os que se acham em aflições, e a persuasiva influência de suas palavras tem poder de atrair a Deus muitas almas trementes. Sua obra mostra o que milhares de outros poderiam fazer, se tão-somente o quisessem. CBV 151.2