Serviço Cristão

23/27

Capítulo 23 — Ramos da obra missionária

Consideração para com os cegos — Anjos são enviados a ajudar os filhos de Deus que são fisicamente cegos. Anjos lhes vigiam os passos e salvam-nos de mil perigos que, desconhecidos para eles, lhes assediam o caminho. — Testimonies for the Church 3:516. SC 165.1

Ele não ouvirá a oração de Seu povo enquanto [...] os cegos e os doentes forem negligenciados entre eles. — Testimonies for the Church 3:518. SC 165.2

Se existem na igreja os que querem fazer os cegos tropeçarem, devem ser chamados à justiça; pois Deus nos fez guardas dos cegos, dos sofredores, das viúvas e dos órfãos. O tropeço ao qual se refere a Palavra de Deus, não quer dizer um bloco de madeira colocado ante os pés do cego (Levítico 19:14) para fazê-lo tropeçar; mas quer dizer muito mais que isso. Quer dizer qualquer procedimento seguido para prejudicar a influência de um irmão cego, trabalhar contra seus interesses, ou estorvar sua prosperidade. — Testimonies for the Church 3:519. SC 165.3

O cego, pela perda da vista, enfrenta desvantagens por todos os lados. O coração no qual não se suscitem piedade e simpatia ao ver um cego andando às apalpadelas num mundo para ele vestido em trevas, é de fato duro, e tem de ser abrandado pela graça de Deus. — Testimonies for the Church 3:521. SC 165.4

O cuidado dos órfãos — Até que a morte seja tragada pela vitória, haverá órfãos a serem cuidados, os quais sofrerão em vários modos, se a terna compaixão e benignidade de nossos membros da igreja não forem exercidas em seu favor. O Senhor nos ordena: “Que [...] recolhas em casa os pobres desterrados.” O cristianismo deve suprir pais e mães para esses destituídos de lar. A compaixão pela viúva e o órfão, manifestados em orações e atos, subirá em lembrança a Deus, para ser afinal recompensada. — The Review and Herald, 27 de Junho de 1893. SC 165.5

Quando socorreis o pobre, vos compadeceis dos sofredores e oprimidos e amparais os órfãos, pondes-vos na mais íntima relação com Jesus. — Testimonies for the Church 2:25. SC 165.6

Há órfãos que podem ser cuidados; mas muitos não se aventurarão a empreender semelhante obra; pois que envolve mais trabalho do que lhes apraz fazer, deixando-lhes pouco tempo para seus próprios prazeres. Mas quando o Rei fizer investigação, essas almas ociosas, mesquinhas e egoístas saberão então que o Céu é para aqueles que foram obreiros, os que se negaram a si mesmos por amor de Cristo. Nenhuma providência foi tomada em favor dos que sempre tiveram tão especial cuidado em se amarem e cuidarem de si mesmos. A terrível punição com que o Rei ameaçou os de Sua esquerda, neste caso, não é por causa de seus grandes crimes. Não são condenados pelas coisas que fizeram, mas pelas que não fizeram. Não fizeram as coisas que o Céu lhes destinara a fazer. Agradaram a si mesmos, e podem receber sua parte com os que só cuidam de si. — The Review and Herald, 16 de Agosto de 1881. SC 165.7

Há órfãos, aos quais Cristo ordenou aos Seus seguidores que recebessem como legado de Deus. Muitas vezes são abandonados. Podem ser maltrapilhos, grosseiros e de aparência nada atraentes; contudo são propriedade de Deus. Foram comprados por preço, e aos Seus olhos são tão preciosos quanto nós. São membros da grande família de Deus, e os cristãos, como mordomos Seus, são por eles responsáveis. “Suas almas”, disse, “requererei de tua mão.” — Parábolas de Jesus, 386, 387. SC 166.1

O Senhor convida todo membro da igreja a cumprir seu dever com relação a esses órfãos. Não trabalheis por eles, entretanto, unicamente porque seja vosso dever, mas porque os amais, e Cristo morreu para salvá-los. Cristo comprou essas almas que necessitam de vosso cuidado, e espera que as ameis como Ele vos tem amado a vós em vossos pecados e rebeldias. — The Review and Herald, 27 de Junho de 1893. SC 166.2

Ele não ouvirá a oração de Seu povo enquanto os órfãos, os destituídos de pai, os coxos, os cegos e os doentes forem negligenciados entre eles. — Testimonies for the Church 3:518. SC 166.3

Há um vasto campo perante todos os que desejam trabalhar pelo Mestre, em cuidar dessas crianças e jovens sem amigos, colocando-os em posição favorável para a formação de um caráter reto, para que se tornem filhos de Deus. Existem crianças pouco promissoras que precisam ser procuradas com ternura; muitos que de outro modo cresceriam em ignorância, sendo arrastados por companhias que levam ao vício e ao crime, podem ser levados para ambientes favoráveis, e sob terno e cristão cuidado e vigilância poderão ser salvos para Cristo. [...] Essa obra em favor de outros requererá esforço e abnegação e sacrifício; mas que é o pequeno sacrifício que façamos, em comparação com a grande dádiva de Deus, de Seu Filho unigênito? Deus nos concedeu o privilégio de tornarmo-nos cooperadores Seus. — The Review and Herald, 27 de Junho de 1893. SC 166.4

Trabalho com os negros — Há neste país um vasto campo não trabalhado. Os negros, numerando milhares de milhares, devem merecer a consideração e simpatia de todo verdadeiro e ativo crente em Cristo. Esse povo não vive em algum país estrangeiro, e não se prostram ante ídolos de pau e de pedra. Vivem entre nós, e repetidamente, mediante os testemunhos de Seu Espírito, Deus chamou nossa atenção para eles, dizendo-nos que aí se acham seres humanos negligenciados. Esse vasto campo está perante nós por trabalhar, pedindo a luz que Deus nos confiou. — Testimonies for the Church 8:205. SC 166.5

Muros de separação têm sido construídos entre os brancos e os negros. Esses muros de preconceito ruirão por si mesmos, como aconteceu com os muros de Jericó, quando os cristãos obedecem à Palavra de Deus, que lhes ordena o supremo amor ao Seu Criador e amor imparcial ao próximo. [...] Que toda igreja cujos membros professem crer na verdade para este tempo, olhe para essa raça negligenciada e oprimida, que em resultado da escravidão foi privada do privilégio de pensar e agir por si mesmos. — The Review and Herald, 17 de Dezembro de 1895. SC 167.1

Empenhemo-nos em fazer uma obra pelo povo do Sul. Não nos contentemos com simplesmente ficar a contemplar, tomando meras resoluções que nunca se cumprem; mas façamos de coração alguma coisa para o Senhor, para aliviar a miséria de nossos irmãos negros. — The Review and Herald, 4 de Fevereiro de 1896. SC 167.2

O nome do negro está escrito no livro da vida, junto do nome do branco. Todos são um em Cristo. O nascimento, a posição, nacionalidade ou cor não podem elevar nem degradar os homens. O caráter é que faz o homem. Se um pele-vermelha, um chinês ou africano rende o coração a Deus em obediência e fé, Jesus não o ama menos por causa de sua cor. Chama-lhe Seu irmão muito amado. SC 167.3

Vem o dia em que os reis e os senhores da Terra teriam prazer em trocar lugares com o mais humilde africano que lançou mão da esperança do evangelho. SC 167.4

Deus cuida não menos das almas da raça africana que possam ser ganhas para servi-Lo, do que cuidou de Israel. Ele requer muito mais de Seu povo do que este Lhe tem dado em trabalho missionário entre o povo do Sul de todas as classes, e especialmente a raça de cor. Não estamos nós sob obrigação mesmo maior de trabalhar pelo povo de cor, do que por aqueles que têm sido mais altamente favorecidos? Quem foi que manteve esse povo em servidão? Quem os conservou em ignorância? [...] Se a raça se degradou, se são repulsivos nos hábitos e maneiras, quem os fez assim? Não lhes deve muito a gente branca? Depois de tão grande injustiça lhes haver sido feita, não se deveria fazer sério esforço por erguê-los? A verdade tem de ser-lhes levada, eles têm alma a ser salva, assim como nós. — The Southern Work, 20 de Março de 1891. SC 167.5

Reforma a favor da temperança — De todos quantos se pretendem contar entre os amigos da temperança, os adventistas do sétimo dia devem-se achar na primeira linha. — Obreiros Evangélicos, 384. SC 167.6

Quanto à questão da temperança, assumi, sem vacilação, vossa atitude. Sede firmes como a rocha. — Obreiros Evangélicos, 394. SC 167.7

Temos a fazer, no sentido da temperança, uma obra que vai além de falar em público. Precisamos apresentar nossos princípios em folhetos e em nossas revistas. Cumpre-nos empregar todos os meios possíveis para despertar nosso povo para o cumprimento de seu dever de se pôr em contato com os que não conhecem a verdade. O êxito que temos tido na obra missionária, tem sido inteiramente proporcional à abnegação, ao sacrifício dos esforços que temos feito. Só o Senhor sabe quanto poderíamos ter realizado se, como um povo, nos tivéssemos humilhado perante Ele, e proclamado a verdade da temperança de maneira clara e positiva. — Obreiros Evangélicos, 385. SC 167.8

A questão da temperança deve receber decidido apoio do povo de Deus. A intemperança está lutando por adquirir o domínio; a condescendência com os próprios desejos cresce, e necessitam-se grandemente das publicações que tratam da reforma de saúde. A literatura que trata desse assunto é a mão direita do evangelho, levando almas a pesquisarem a Bíblia em busca de melhor compreensão da verdade. Deve-se fazer soar a nota de advertência contra o grande mal da intemperança; e para que isso possa ser feito, todo observador do sábado deve estudar e pôr em prática as instruções contidas nas revistas e livros nossos que tratam de saúde. E devem fazer mais que isto: devem fazer fervorosos esforços para pôr em circulação estas publicações entre seus vizinhos. — The Southern Work, 20 de Novembro de 1902. SC 168.1

Apresentai-lhes o compromisso de abstinência total, pedindo que o dinheiro que, de outro modo, eles gastariam em bebidas, fumo ou prazeres semelhantes seja consagrado a aliviar os pobres, enfermos, ou à educação de crianças e jovens de modo a serem úteis no mundo. — A Ciência do Bom Viver, 211. SC 168.2

Importância de prosseguir nos esforços — Em resultado da apresentação da verdade em congregações grandes, desperta-se um espírito de indagação, e é especialmente importante que esse interesse seja seguido pelo trabalho pessoal. Os que desejam pesquisar a verdade, precisam ser ensinados a estudar diligentemente a Palavra de Deus. Alguém terá de ajudá-los a construir sobre alicerce firme. Nessa ocasião crítica em sua experiência religiosa, quão importante é que instrutores bíblicos sabiamente dirigidos venham ao seu auxílio e lhes abram ao entendimento o tesouro da Palavra de Deus! — Testimonies for the Church 9:111. SC 168.3

Perdeu-se o momento áureo. As impressões feitas não foram seguidas por trabalho posterior. Teria sido melhor se não se tivesse despertado o interesse; pois se as convicções foram uma vez resistidas e vencidas, é muito difícil impressionar de novo a mente com a verdade. — Testimonies for the Church 2:118. SC 168.4

A administração dos recursos — Em qualquer utilização de recursos, devemos esforçar-nos para cumprir o desígnio daquele que é o Alfa e Ômega de todo esforço cristão. — Testimonies for the Church 9:49. SC 168.5

O dinheiro é de grande valor, porque pode realizar grande bem. Nas mãos dos filhos de Deus é alimento para o faminto, água para o sedento, vestido para o nu. É proteção para o opresso, e meio para socorrer o enfermo. Mas o dinheiro não é de mais valor que a areia, a não ser que o empreguemos para prover às necessidades da vida, para bênção de outros, e para o avançamento da causa de Cristo. — Parábolas de Jesus, 351, 352. SC 168.6

Deus mesmo originou planos para o avançamento de Sua obra, e Ele proveu a Seu povo um excesso de meios a fim de que, quando Ele solicitar auxílio, possam atender, dizendo: “Senhor, a Tua mina rendeu dez minas”. Lucas 19:16. — Testimonies for the Church 9:58. SC 169.1

Dinheiro não pode ser introduzido na vida futura; ele não é necessário lá; mas as boas obras feitas para conquistar almas para Cristo, são levadas às mansões celestes. Mas os que desperdiçam egoistamente as dádivas do Senhor, que deixam seus semelhantes sem auxílio, e nada fazem para a promoção da obra de Deus neste mundo, desonram seu Criador. Roubo a Deus está escrito junto a seus nomes nos livros do Céu. — Parábolas de Jesus, 266. SC 169.2

Que vale neste tempo o dinheiro, em comparação com o valor de almas? Cada dólar de nossos recursos deve ser considerado como sendo do Senhor, e não nosso; e como um precioso depósito a nós feito por Deus, não para ser gasto em coisas sem importância, mas cuidadosamente empregado na causa de Deus, na obra de salvar homens e mulheres da ruína. — Lar sem Sombras, 214. SC 169.3

Não é a obra missionária a ser feita neste mundo bastante importante para requerer nossa influência e nosso apoio? Não deveríamos nós recusar-nos qualquer extravagância, e pôr nossas dádivas no tesouro de Deus, a fim de que a verdade seja enviada a outros países, e as missões locais se possam manter? Não merecerá essa obra a aprovação do Céu? A obra para estes últimos dias não tem sido sustentada mediante grandes legados, ou levada avante por influência mundana. Ela se tem mantido à custa de dádivas que representam atos de abnegação, de espírito de sacrifício. Deus nos tem concedido o privilégio de nos tornarmos participantes dos sofrimentos de Cristo aqui, e tomou providências para que tenhamos direito a uma herança na Terra renovada. — The Review and Herald, 2 de Dezembro de 1890. SC 169.4

Foi-me mostrado que o anjo relator faz um registro fiel de toda a oferta feita a Deus, e posta no tesouro, bem como dos resultados finais dos meios assim doados. Os olhos do Senhor tomam conhecimento de toda moedinha consagrada a Sua causa, e da boa vontade ou relutância do doador. O motivo por que se dá também é registrado. As pessoas abnegadas e consagradas que devolvem a Deus o que Lhe pertence, como Ele requer, serão recompensadas segundo as suas obras. Embora os recursos assim consagrados sejam mal aplicados, de modo que não venham a preencher os fins que o ofertante tinha em vista — a glória de Deus e a salvação de almas — aqueles que fizeram o sacrifício em sinceridade de coração, com o único fito de glorificar a Deus, não perderão sua recompensa. — Testimonies for the Church 2:518, 519. SC 169.5

Cada oportunidade de ajudar a um irmão necessitado, ou de auxiliar a causa de Deus na disseminação da verdade, é uma pérola que podeis de antemão enviar e pôr em depósito no banco celeste, para guardá-la em segurança. Deus vos está experimentando e provando. Ele vos tem outorgado Suas bênçãos com mão pródiga, e agora observa a ver que emprego lhes estais dando, se ajudais os necessitados, e se estimais o valor das almas, fazendo o que podeis com aquilo que Ele vos confiou. Toda oportunidade assim aproveitada acrescenta vosso tesouro celeste. — Testimonies for the Church 3:249, 250. SC 169.6

O sistema celestial de relatar — Os anjos fazem um fiel relatório da obra de todo homem. — Testemunhos Seletos 1:68. SC 170.1

Cada ato de amor, toda palavra de bondade, toda oração em favor dos sofredores e oprimidos, é relatada perante o trono eterno, e posta no imperecível registro do Céu. — Testemunhos Seletos 2:28. SC 170.2

Um registro é levado ao Céu, de todo o esforço bem-sucedido de nossa parte para dissipar as trevas e propagar o conhecimento de Cristo. Ao ser a ação referida diante do Pai, fremente alegria toma posse de todo o exército celestial. — Atos dos Apóstolos, 154. SC 170.3

Os anjos são comissionados para nos servirem de auxiliares. Eles transitam entre a Terra e o Céu, levando o relatório dos atos dos filhos dos homens. — The Southern Work, 2 de Abril de 1903. SC 170.4

Faria bem [...] lembrar o registro que é mantido no alto — o livro no qual não há omissões, nem erro, e pelo qual serão julgados. Ali cada oportunidade negligenciada para o serviço de Deus é registrada; e ali, igualmente, cada ato de fé e amor é mantido em eterna lembrança. — Profetas e Reis, 639. SC 170.5