Conselhos para a Igreja
Capítulo 19 — Não se case com um descrente
Há no mundo cristão uma assombrosa, alarmante indiferença para com os ensinos da Palavra de Deus acerca do casamento de cristãos com descrentes. Muitos que professam amar e temer a Deus preferem seguir a inclinação de seu próprio espírito, em vez de tomarem conselho com a Sabedoria Infinita. Em uma questão que interessa vitalmente à felicidade e bem-estar de ambas as partes, para este mundo e o por vir, a razão, o juízo e o temor de Deus são postos de parte, permitindo-se que domine o cego impulso, a obstinada determinação. CI 123.1
Homens e mulheres de outro modo sensatos e conscienciosos, fecham os ouvidos aos conselhos; são surdos aos apelos e rogos de amigos e parentes, e dos servos de Deus. A expressão de um aviso ou advertência é considerada impertinente intromissão, e o amigo que é fiel bastante para pronunciar uma admoestação, é tratado como inimigo. Tudo isto é como Satanás deseja. Ele tece seu encanto em volta da alma, e esta se torna enfeitiçada, apaixonada. A razão deixa cair as rédeas do domínio próprio sobre o pescoço da concupiscência, a paixão não santificada toma o domínio até que, demasiado tarde, a vítima desperta a uma vida de miséria e escravidão. Não é este um quadro traçado pela imaginação, mas apresentação de fatos. Deus não dá Sua sanção a uniões que Ele proibiu expressamente. CI 123.2
O Senhor ordenou ao Israel antigo que não deveria haver casamentos com pessoas das nações idólatras ao seu redor: “Nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos e não tomarás suas filhas para teus filhos”. Deuteronômio 7:3. É dada a razão para isso. A Infinita Sabedoria, prevendo o resultado de semelhantes uniões, declara: “Pois elas fariam desviar teus filhos de Mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós e depressa vos consumiria”. Deuteronômio 7:4. “Porque povo santo és ao Senhor, teu Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que Lhe fosses o Seu povo próprio, de todos os povos que sobre a Terra há”. Deuteronômio 7:6. [...] No Novo Testamento existem proibições semelhantes acerca do casamento de cristãos com ímpios. O apóstolo Paulo, em sua primeira carta aos coríntios, declara: “A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo em que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor”. 1 Coríntios 7:39. De novo, em sua segunda epístola, escreve: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo. Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor: e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor todo-poderoso”. 2 Coríntios 6:14-18. [...] CI 123.3
Nunca se deve o povo de Deus aventurar em terrenos proibidos. O casamento entre crentes e descrentes é proibido por Deus. Mas demasiadas vezes o coração não convertido segue seus próprios desejos, e formam-se uniões matrimoniais não sancionadas por Deus. Por isso muitos homens e mulheres se acham sem esperança e sem Deus no mundo. Suas nobres aspirações se acham mortas; por uma cadeia de circunstâncias eles estão detidos na rede de Satanás. Os que são dominados pela paixão e os impulsos terão amarga colheita a ceifar nesta vida, e sua direção pode dar em resultado a perda de sua alma. CI 124.1
Os que professam a verdade desprezam a vontade de Deus desposando incrédulos; perdem-Lhe o favor, e fazem dura a obra do arrependimento. O incrédulo poderá ser dotado de excelente caráter moral; o fato, de que ele ou ela não atendeu às reivindicações de Deus, e negligenciou tão grande salvação, é razão suficiente para que se não consume tal união. O caráter do incrédulo talvez seja semelhante ao do jovem a quem Jesus dirigiu as palavras: “Ainda te falta uma coisa” (Lucas 18:22), aquilo era coisa necessária. [...] CI 124.2
“Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” — Alega-se por vezes que o incrédulo é favorável à religião, e é tudo quanto se poderia desejar para um companheiro, a não ser uma coisa: não ser cristão. Se bem que o melhor discernimento do crente lhe sugira ser inconveniente unir-se para toda a vida com uma pessoa que não partilha da fé, todavia, em nove casos em cada dez, triunfa a inclinação. O declínio espiritual começa no momento em que se proferem os votos no altar; o fervor religioso é arrefecido, e vão sendo derribadas uma após outra as fortalezas, até que se encontram ambos unidos sob a negra bandeira de Satanás. Mesmo nos festejos das bodas, o espírito mundano triunfa da consciência, da fé e da verdade. No novo lar não é respeitada a hora da oração. A noiva e o noivo preferiram-se um ao outro e despediram a Jesus. CI 124.3
A princípio talvez o incrédulo não manifeste oposição; quando, porém, é apresentado à sua atenção o assunto da verdade bíblica, para que o considere, ergue-se imediatamente o sentimento: “Você casou comigo sabendo que eu era o que sou; não quero ser incomodado. Daqui em diante fique entendido que são proibidas as conversas sobre seus peculiares pontos de vista.” Caso o crente manifeste qualquer zelo especial com relação a sua fé, pareceria descortês para com aquele que não toma nenhum interesse na vida cristã. CI 124.4
O crente raciocina que, nas novas relações, tem de conceder alguma coisa ao companheiro de sua escolha. São patrocinados entretenimentos sociais, mundanos. A princípio com grande relutância de sentimentos por parte do crente ao fazer isto, mas depois o interesse na verdade vai-se tornando cada vez menor, e a fé se transforma em dúvida e incredulidade. Ninguém haveria suspeitado que aquele outrora firme e consciencioso crente e consagrado seguidor de Cristo pudesse se tornar um dia duvidoso, vacilante, como agora é. Oh! a mudança operada por aquele casamento imprudente! CI 125.1
Coisa perigosa é formar uma aliança mundana. Bem sabe Satanás que o momento que testemunha o enlace de muitos rapazes e moças, põe um ponto final em sua história religiosa, em sua utilidade nesse sentido. Acham-se perdidos para Cristo. Poderão, por algum tempo, fazer um esforço para viver a vida cristã; todos esses esforços, no entanto, são feitos contra decidida corrente em sentido contrário. Outrora era para eles um privilégio e prazer falar acerca de sua fé e esperança; chegam, porém, a relutar para mencionar tal assunto, sabendo que aquele com quem uniram o destino não tem nenhum interesse no mesmo. Em conseqüência, perece no coração a fé na preciosa verdade, e Satanás tece perigosamente em torno deles uma rede de dúvida. CI 125.2
“Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” Amós 3:3. “Também vos digo que, se dois de vós concordarem na Terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por Meu Pai, que está nos Céus.” Mateus 18:19. Quão estranho, porém, o que se nos depara! Enquanto um daqueles que se acham tão estreitamente unidos está empenhado em devoção, o outro vive indiferente e descuidoso; ao passo que um busca o caminho da vida eterna, o outro segue a estrada larga que conduz à morte. CI 125.3
Centenas de pessoas têm sacrificado a Cristo e ao Céu em conseqüência de haverem desposado um não-convertido. Acaso pode ser que o amor e o companheirismo com Cristo seja de tão pouco valor para eles, que preferiram a companhia de pobres mortais? É o Céu tão pouco estimado, que estejam dispostos a arriscar sua vida por alguém que não sente amor algum para com o precioso Salvador? [...] CI 125.4
A resposta do cristão a um não crente — Que deve fazer todo crente quando levado a essa posição difícil para a solidez dos princípios religiosos? Com firmeza digna de imitação, ele deve dizer francamente: “Sou um cristão consciencioso. Creio que o sétimo dia da semana é o sábado bíblico. Nossa fé e princípios são tão diversos que levam a direções opostas. Não nos é possível ser felizes juntos, pois se prossigo em adquirir mais perfeito conhecimento da vontade de Deus, me tornarei mais e mais diferente do mundo, e mais me assemelharei a Cristo. Se você continua a não ver nenhuma beleza em Jesus, nenhuma atração na verdade, amará o mundo, que eu não posso amar, ao passo que eu me deleitarei nas coisas de Deus, a que você não pode ter amor. As coisas espirituais discernem-se espiritualmente. Sem discernimento espiritual você será incapaz de ver os direitos que Deus tem sobre mim, ou de avaliar minhas obrigações para com o Mestre a quem sirvo; então você achará que o negligencio por causa de meus deveres religiosos. Não se sentirá feliz; terá ciúmes da afeição que consagro a Deus; e me sentirei só em minha crença religiosa. Quando se mudarem seus pontos de vista, quando seu coração atender aos reclamos de Deus, e aprender a amar a meu Salvador, então poderemos reatar nossas relações.” CI 125.5
O crente faz então por Cristo um sacrifício que sua consciência aprovará, e que mostra que ele estima a vida eterna demasiado alto para correr o risco de perdê-la. Sente que melhor lhe é permanecer solteiro do que ligar seus interesses por toda a vida com uma pessoa que prefere o mundo a Jesus, e que o buscaria levar para longe da cruz de Cristo. CI 126.1
É melhor desistir de um noivado imprudente — Só em Cristo é que se pode com segurança entrar para o casamento. O amor humano deve fazer derivar do amor divino os seus laços mais íntimos. Só onde Cristo reina é que pode haver afeição profunda, verdadeira e altruísta. — O Lar Adventista, 61-69. CI 126.2
Mesmo que tenhais chegado a um noivado sem pleno conhecimento do caráter da pessoa com quem vos pretendeis unir, não penseis que o noivado constitua positiva necessidade de que pronuncieis o voto matrimonial e ligueis vossa vida a uma pessoa a quem não possais amar e respeitar. Sede muito cuidadosos quanto à maneira por que entrais em um noivado condicional; porém é melhor, muito melhor, romper com o noivado antes do casamento, do que vos separardes depois, como fazem muitos. CI 126.3
Poderás dizer: “Mas eu dei minha palavra, e deverei agora voltar atrás?” Respondo: Se fizeste uma promessa contrária às Escrituras, por todos os meios retrata-a sem demora, e em humildade diante de Deus arrepende-te da vaidade que te levou a dar a palavra tão precipitadamente. Muito melhor é retirares tal promessa, no temor de Deus, do que cumpri-la e desonrar assim teu Criador. CI 126.4
Seja todo passo em direção ao casamento caracterizado pela modéstia, simplicidade, e sincero propósito de agradar e honrar a Deus. O casamento afeta a vida futura tanto neste mundo como no vindouro. O cristão sincero não fará planos que Deus não possa aprovar. [...] CI 126.5
O coração anela o amor humano, mas esse amor não é bastante forte, ou bastante puro, ou precioso bastante, para suprir o lugar do amor de Jesus. Unicamente em seu Salvador pode a esposa encontrar sabedoria, força e graça para enfrentar os cuidados, responsabilidades e tristezas da vida. Deve constituí-Lo sua força e guia. Que a mulher se entregue a Cristo antes de se entregar a qualquer amigo terreno, e não assuma qualquer relação que entre em atrito com isso. Os que encontram a verdadeira felicidade, precisam da bênção dos Céus sobre tudo que possuem e fazem. É a desobediência a Deus que enche de miséria a tantos corações e lares. Minha irmã, a menos que desejes ter um lar de onde nunca se levantem as sombras, não te unas com um homem que é inimigo de Deus. [...] CI 127.1
Conselhos para quem se converte depois do casamento — A pessoa que entrou para a relação matrimonial quando ainda não convertida, coloca-se pela sua conversão sob uma obrigação maior de ser fiel à pessoa consorte, por mais que difiram com respeito à fé religiosa; todavia, as exigências de Deus devem ser postas acima de toda a relação terrena, mesmo que provas e perseguições possam ser o resultado. Com espírito de amor e mansidão, esta fidelidade pode ter influência no sentido de ganhar o descrente. — O Lar Adventista, 48, 49, 67, 69. CI 127.2
Capítulo 19—No se case con un incrédulo
Hay en el mundo cristiano una indiferencia asombrosa y alarmante para con las enseñanzas de la Palabra de Dios acerca del casamiento de los cristianos con los incrédulos. Muchos de los que profesan amar y temer a Dios prefieren seguir su propia inclinación antes que aceptar el consejo de la sabiduría infinita. En un asunto que afecta vitalmente la felicidad y el bienestar de ambas partes, para este mundo y el venidero, la razón, el juicio y el temor de Dios son puestos a un lado, y se deja que predominen el impulso ciego y la determinación obstinada. CPI 216.1
Hombres y mujeres que en otras cosas son sensatos y concienzudos cierran sus oídos a los consejos; son sordos a las súplicas y ruegos de amigos y parientes, y de los siervos de Dios. La expresión de cautela o amonestación es considerada como entrometimiento impertinente, y el amigo que es bastante fiel para hacer una reprensión, es tratado como enemigo. CPI 216.2
Todo esto está de acuerdo con el deseo de Satanás. El teje su ensalmo en derredor del alma, y ésta queda hechizada, infatuada. La razón deja caer las riendas del dominio propio sobre el cuello de la concupiscencia, la pasión no santificada predomina, hasta que, demasiado tarde, la víctima se despierta para vivir una vida de desdicha y servidumbre. Este no es un cuadro imaginario, sino un relato de hechos ocurridos. Dios no sanciona las uniones que ha prohibido expresamente. CPI 216.3
El Señor ordenó al antiguo Israel que no se relacionara por casamientos con las naciones idólatras que lo rodeaban. “Y no emparentarás con ellas; no darás tu hija a su hijo, ni tomarás a su hija para tu hijo”. Se da la razón de ello. La sabiduría infinita, previendo el resultado de tales uniones, declara: “Porque desviará a tu hijo de en pos de mí, y servirán a dioses ajenos; y el furor de Jehová se encenderá sobre vosotros, y te destruirá pronto”. “Porque tú eres pueblo santo para Jehová tu Dios; Jehová tu Dios te ha escogido para serle un pueblo especial, más que todos los pueblos que están sobre la tierra”. Deuteronomio 7:3, 4, 6. CPI 217.1
En el Nuevo Testamento hay prohibiciones similares acerca del casamiento de los cristianos con los impíos. El apóstol Pablo, en su primera carta a los corintios declara: “La mujer casada está ligada por la ley mientras su marido vive; pero si su marido muriere, libre es para casarse con quienquiera, con tal que sea en el Señor”. También en su segunda epístola escribe: “No os unáis en yugo desigual con los incrédulos; porque, ¿qué compañía tiene la justicia con la injusticia? ¿Y qué comunión la luz con las tinieblas? ¿Y qué concordia Cristo con Belial? ¿O qué parte el creyente con el incrédulo? ¿Y qué acuerdo hay entre el templo de Dios y los ídolos? Porque vosotros sois el templo del Dios viviente, como Dios dijo: Habitaré y andaré entre ellos, y seré su Dios, y ellos serán mi pueblo. Por lo cual, salid de en medio de ellos, y apartaos, dice el Señor, y no toquéis lo inmundo; y yo os recibiré, y seré para vosotros por Padre y vosotros me seréis hijos e hijas dice el Señor Todopoderoso”. 1 Corintios 7:39; 2 Corintios 6:14-18. CPI 217.2
Nunca debe el pueblo de Dios aventurarse en terreno prohibido. El casamiento entre creyentes e incrédulos ha sido prohibido por Dios, pero con demasiada frecuencia el corazón inconverso sigue sus propios deseos y se contraen casamientos que Dios no sanciona. Por esta causa muchos hombres y mujeres están sin esperanza y sin Dios en el mundo. Murieron sus aspiraciones nobles, y Satanás los sujeta en su red por una cadena de circunstancias. Los que son dominados por la pasión y el impulso tendrán que cosechar una mies amarga en esta vida, y su conducta puede resultar en la pérdida de su alma. CPI 218.1
Los que profesan la verdad pisotean la voluntad de Dios al casarse con incrédulos; pierden su favor y hacen obras amargas, de las que habrán de arrepentirse. La persona incrédula puede poseer un excelente carácter moral; pero el hecho de que no haya respondido a las exigencias de Dios y haya descuidado una salvación tan grande, es razón suficiente para que no se verifique una unión tal. El carácter de la persona incrédula puede ser similar al del joven a quien Jesús dirigió las palabras: “Una cosa te falta”, y esa cosa era la esencial. CPI 218.2
¿Andarán dos juntos, si no estuvieren de acuerdo?
A veces se arguye que el no creyente favorece la religión, y que como cónyuge es todo lo que puede desearse, excepto en una cosa, que no es creyente. Aunque el buen juicio indique al creyente lo impropio que es unirse para toda la vida con una persona incrédula, en nueve casos de cada diez triunfa la inclinación. La decadencia espiritual comienza en el momento en que se formula el voto ante el altar; el fervor religioso se enfría, y se quebranta una fortaleza tras otra, hasta que ambos están lado a lado bajo el negro estandarte de Satanás. Aun en las fiestas de boda, el espíritu del mundo triunfa contra la conciencia, la fe y la verdad. En el nuevo hogar no se respeta la hora de oración. El esposo y la esposa se han elegido mutuamente y han despedido a Jesús. CPI 218.3
Al principio el cónyuge no creyente no se opondrá abiertamente, pero cuando se presenta la verdad bíblica a su atención y consideración, surge en seguida el sentimiento: “Te casaste conmigo sabiendo lo que era, y no quiero que se me moleste. De ahora en adelante quede bien entendido que la conversación sobre tus opiniones particulares queda prohibida”. Si el cónyuge creyente manifiesta algún fervor especial respecto de su propia fe, ello puede ser interpretado como falta de bondad hacia el que no tiene interés en la experiencia cristiana. CPI 219.1
El cónyuge creyente razona que, dada su nueva relación, debe conceder algo al compañero que ha elegido. Asiste a diversiones sociales y mundanas. Al principio lo hace de muy mala gana, pero el interés por la verdad disminuye, y la fe se trueca en duda e incredulidad. Nadie habría sospechado que esa persona que antes era un creyente firme y concienzudo que seguía devotamente a Cristo, pudiese llegar a ser la persona vacilante y llena de dudas que es ahora. ¡Oh, qué cambio realizó ese casamiento imprudente! CPI 219.2
Es algo peligroso aliarse con el mundo. Satanás sabe muy bien que la hora del casamiento de muchos jóvenes, tanto de un sexo como del otro, cierra la historia de su experiencia religiosa y de su utilidad. Quedan perdidos para Cristo. Tal vez hagan durante un tiempo un esfuerzo para vivir una vida cristiana, pero todas sus luchas se estrellan contra una constante influencia en la dirección opuesta. Hubo un tiempo en que era para ellos un privilegio y un gozo hablar de su fe y esperanza, pero luego llegan a no tener deseo de mencionar el asunto, sabiendo que la persona a la cual han ligado su destino no se interesa en ello. Como resultado, la fe en la preciosa verdad muere en el corazón, y Satanás teje insidiosamente en derredor de ellos una tela de escepticismo. CPI 220.1
“¿Andarán dos juntos si no estuvieren de acuerdo?” “Si dos de vosotros se pusieren de acuerdo en la tierra acerca de cualquiera cosa que pidieren, les será hecho por mi Padre que está en los cielos”. ¡Pero cuán extraño es el espectáculo! Mientras una de las personas tan íntimamente unidas se dedica a la oración, la otra permanece indiferente y descuidada; mientras una busca el camino que lleva al cielo y a la vida eterna, la otra se encuentra en el camino ancho que lleva a la muerte. CPI 220.2
Centenares de personas han sacrificado a Cristo y el cielo al casarse con personas inconversas. ¿Pueden conceder tan poco valor al amor y la comunión de Cristo que prefieren la compañía de pobres mortales? ¿Estiman tan poco el cielo que están dispuestos a arriesgar sus goces uniéndose con una persona que no ama al precioso Salvador? CPI 220.3
La respuesta cristiana al no creyente
¿Qué debe hacer todo creyente cuando se encuentra en esa penosa situación que prueba la integridad de los principios religiosos? Con firmeza digna de imitación debe decir francamente: “Soy cristiano a conciencia. Creo que el séptimo día de la semana es el día de reposo bíblico. Nuestra fe y principios son tales que van en direcciones opuestas. No podemos ser felices juntos, porque si yo sigo adelante para adquirir un conocimiento más perfecto de la voluntad de Dios, llegaré a ser más diferente del mundo y semejante a Cristo. Si usted continúa no viendo hermosura en Cristo ni atractivos en la verdad, amará al mundo, al cual yo no puedo amar. Las cosas espirituales se disciernen espiritualmente. Sin discernimiento espiritual usted no podrá ver los derechos que Dios tiene sobre mí, ni podrá comprender mis obligaciones hacia el Maestro a quien sirvo; por lo tanto, le parecerá que yo le descuido por los deberes religiosos. Usted no será feliz, sentirá celos por el afecto que entrego a Dios, y yo igualmente me sentiré aislado por mis creencias religiosas. Cuando sus opiniones cambien, cuando usted responda a las exigencias de Dios y aprenda a amar a mi Salvador, podremos reanudar nuestras relaciones”. CPI 221.1
El creyente hace así por Cristo un sacrificio que su conciencia aprueba, y demuestra que aprecia demasiado la vida eterna para correr el riesgo de perderla. Siente que sería mejor permanecer soltero que ligar sus intereses para toda la vida a una persona que prefiere el mundo a Cristo, y que le apartaría de su cruz. CPI 221.2
Es mejor romper un compromiso imprudente
Sólo en Cristo puede formarse una unión matrimonial feliz. El amor humano debe fundar sus más estrechos lazos en el amor divino. Sólo donde reina Cristo puede haber cariño profundo, fiel y abnegado.1 CPI 222.1
Aun cuando haya aceptado el compromiso sin una plena comprensión del carácter de la persona con la cual pensaba unirse, no crea usted que ese compromiso la obliga a asumir los votos matrimoniales y a unirse para toda la vida con alguien a quien no puede amar ni respetar. Tenga mucho cuidado con respecto a aceptar compromisos condicionales; pero es mejor, sí, mucho mejor, romper el compromiso antes del casamiento que separarse después, como hacen muchos. CPI 222.2
Tal vez usted diga: “Pero yo he dado mi promesa, ¿debo retractarme de ella?” Le contesto: Si usted ha hecho una promesa contraria a las Sagradas Escrituras, por lo que más quiera retráctela sin dilación, y con humildad delante de Dios arrepiéntase de la infatuación que la indujo a hacer una promesa tan temeraria. Es mucho mejor retirar una promesa tal, en el temor de Dios, que cumplirla y por ello deshonrar a su Hacedor. CPI 222.3
Cada paso dado hacia el matrimonio debe ser acompañado de modestia, sencillez y sinceridad, así como del serio propósito de agradar y honrar a Dios. El matrimonio afecta la vida ulterior en este mundo y en el venidero. El cristiano sincero no hará planes que Dios no pueda aprobar.2 CPI 222.4
El corazón anhela amor humano, pero este amor no es bastante fuerte, ni puro, ni precioso para reemplazar al amor de Jesús. Únicamente en su Salvador puede la esposa hallar sabiduría, fuerza y gracia para hacer frente a los cuidados, responsabilidades y pesares de la vida. Ella debe hacer de él su fuerza y guía. Dése la mujer a Cristo antes que darse a otro amigo terrenal y no forme ninguna relación que contraríe eso. Los que quieren disfrutar verdadera felicidad deben tener la bendición del cielo sobre todo lo que poseen, y sobre todo lo que hacen. Es la desobediencia a Dios la que llena tantos corazones y hogares de infortunio. Hermana mía, a menos que quiera tener un hogar del que nunca se levanten las sombras, no se una con un enemigo de Dios. CPI 222.5