Testemunhos para a Igreja 7

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Capítulo 40 — O perigo das leituras impróprias

Vendo o perigo que ameaça a juventude por causa das leituras impróprias, não posso deixar de repetir as advertências que me foram dadas acerca desse grande mal. T7 203.1

O perigo que, para os obreiros, resulta de manusear literatura de índole reprovável é muito pouco reconhecido. O assunto com que estão tratando lhes prende a atenção e desperta o interesse. Sentenças ficam gravadas na sua memória. Pensamentos são sugeridos. Quase inconscientemente o leitor é influenciado pelo espírito do escritor, e espírito e caráter recebem impressão para o mal. Alguns há que têm pouca fé e pouco domínio próprio, e têm dificuldade de banir os pensamentos sugeridos por essa leitura. T7 203.2

Antes de aceitar a verdade presente, alguns haviam formado o hábito de ler romances. Ao unirem-se à igreja, esforçavam-se para vencer esse hábito. Colocar perante essas pessoas leituras semelhantes às que abandonaram, equivale a oferecer bebidas intoxicantes ao viciado. Cedendo à tentação que sempre os assalta, logo perdem o gosto pela leitura sadia. Não têm mais interesse no estudo da Bíblia. Ficam com a força moral debilitada. O pecado lhes parece cada vez menos repulsivo. Demonstram crescente infidelidade, desprazer cada vez maior pelos deveres práticos da vida. O espírito pervertido fica pronto para prender-se a qualquer leitura de caráter estimulante. Assim se acha aberto o caminho para Satanás ter a pessoa sob seu completo domínio. T7 203.3

Mesmo as obras que não desviam nem corrompem tão decididamente devem ser evitadas, se comunicarem desprazer pelo estudo da Bíblia. Essa Palavra é o maná verdadeiro. Que todos reprimam o desejo de leituras que não são alimento para o espírito. Não é possível realizar a obra de Deus com percepção clara, enquanto o espírito se acha ocupado com essa espécie de leitura. Os que estão ao serviço de Deus não devem gastar tempo nem dinheiro com leituras levianas. Que tem a palha com o trigo? T7 203.4

Não há tempo para entregar-se a entretenimentos levianos, à satisfação de inclinações egoístas. É tempo de nos ocuparmos com pensamentos sérios. Não é possível participar da vida abnegada do Redentor do mundo, pronta para sacrificar-se, e ao mesmo tempo achar prazer em matar tolamente o tempo em ócio, brincadeiras e gracejos. Temos grande necessidade de uma experiência prática na vida cristã. Precisamos educar a mente para a obra de Deus. A experiência religiosa é em grande parte determinada pela espécie de livros que lemos em nossos momentos de lazer. T7 204.1

Se amamos as Escrituras e as examinamos sempre que haja oportunidade, a fim de entrar na posse de seus ricos tesouros, então poderemos ter a certeza de que Jesus nos está atraindo para Si. T7 204.2

“Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs subtilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; porque nEle habita corporalmente toda a plenitude da Divindade; e estais perfeitos nEle.” Colossences 2:8-10. T7 204.3

Não podemos ser perfeitos em Cristo e ainda estar dispostos a aprender essas coisas que vêm dos chamados grandes homens da Terra, ou colocar sua sabedoria acima da do maior Mestre que o mundo já conheceu. Procurar conhecimentos nessas fontes é representado na Palavra como procurar beber água de cisternas estragadas, incapazes de conter água. T7 204.4

Seja a verdade de Deus o assunto da contemplação e meditação. Leia a Bíblia e considere-a a voz de Deus a falar-lhe diretamente. Então encontrará inspiração e aquela sabedoria que é divina. T7 205.1

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A acumulação de muitos livros para estudo, muitas vezes interpõe entre Deus e o homem uma quantidade de conhecimentos que enfraquece o espírito e o torna incapaz de assimilar aquilo que já recebeu. A mente torna-se dispéptica. É preciso discernimento para que o homem possa escolher bem entre esses muitos autores e a Palavra da vida, a fim de que coma a carne e beba o sangue do Filho de Deus. T7 205.2

Irmãos: Abandonem os rios das baixadas, e busquem as águas puras do Líbano. Não poderão andar na luz de Deus enquanto estiverem sobrecarregando o espírito com uma porção de substância que ele não pode digerir. É tempo de resolvermos lançar mão do auxílio celestial e permitir que o espírito seja impressionado pela Palavra de Deus. Fechemos a porta para toda essa espécie de leitura. A menos que uma mais profunda obra de graça ocorra no espírito e no coração, não veremos jamais a face de Deus. T7 205.3