Testemunhos para a Igreja 7

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Capítulo 41 — Evitar dívidas

Deus não deseja que Sua obra esteja constantemente envolvida em dívidas. Quando parecer conveniente aumentar os nossos edifícios ou outras dependências de uma instituição, evitemos ir além dos nossos meios. É preferível adiar o melhoramento até que a Providência abra o caminho para que ele seja realizado sem contrair pesadas dívidas e ter que pagar juros. T7 206.1

As casas publicadoras têm atraído a confiança de nosso povo e, dessa maneira, se tornaram capazes de fornecer recursos para manter setores da obra nos diferentes campos, e têm auxiliado na condução de outros empreendimentos. Isso está certo. Não tem sido feito o suficiente nesse sentido. O Senhor vê tudo isso. De acordo, porém, com a luz que Ele me deu, devem-se empenhar todos os esforços para estarem livres de dívidas. T7 206.2

A obra de publicações foi iniciada com sacrifício e deve ser administrada de acordo com princípios econômicos rígidos. A questão das finanças pode ser enfrentada se, ao surgir carência de recursos, os obreiros concordarem com uma redução nos salários. Esse foi o princípio que o Senhor me revelou para ser levado às nossas instituições. Quando o dinheiro for escasso, devemos estar dispostos a restringir as nossas necessidades. T7 206.3

Que seja feito o mais detalhado orçamento das publicações e então todos em nossas casas publicadoras estudem cada possibilidade de economizar, ainda que isso possa gerar alguma inconveniência. É preciso cuidar das pequenas despesas. Estancar todo vazamento. São as pequeninas perdas que cobram caro no fim. Deve-se ajuntar os fragmentos; coisa alguma deve ser desperdiçada. Que não se gaste os minutos conversando; os minutos perdidos comprometem as horas. A persistente diligência, que opera pela fé, será sempre coroada de êxito. T7 206.4

Alguns pensam que rebaixa a sua dignidade o cuidar de coisas pequenas. Pensam eles ser isso a evidência de uma mente estreita e de um espírito mesquinho. Mas as pequenas infiltrações têm posto a pique muito navio. Não se deve permitir que coisa alguma que se destine ao benefício de todos seja desperdiçada. A falta de economia acarretará certamente dívida às nossas instituições. Embora se possa receber muito dinheiro, este se perderá nos pequenos gastos de cada setor da obra. Economia não é mesquinhez. T7 206.5

Todo homem ou mulher empregados na casa publicadora deve ser uma fiel sentinela, que vigie para que nada seja desperdiçado. Todos devem acautelar-se contra supostas necessidades que exijam o emprego de meios. Alguns homens vivem melhor com quatrocentos dólares por ano do que outros com oitocentos. A mesma coisa se dá com nossas instituições; algumas pessoas podem dirigi-las com muito menos capital do que outras. Deus deseja que todos os obreiros exerçam economia, e especialmente que sejam fiéis contabilistas. T7 207.1

Cada obreiro de nossas instituições deve receber justa remuneração. Se os obreiros receberem salários adequados, eles terão a satisfação de fazer doações à causa. Não é justo que alguns recebam grande quantia, e outros, que estão realizando trabalho necessário e fiel, recebam tão pouco. T7 207.2

Não obstante, há casos em que se deve estabelecer uma diferença. Há homens ligados com as casas publicadoras que desempenham pesadas responsabilidades, e cujo trabalho é de grande valor para a instituição. Em muitos outros lugares eles poderiam ter muito menos responsabilidade e, financeiramente, obterem maior remuneração. Todos podem ver a injustiça de não se pagar a esses homens um salário maior do que se paga a trabalhadores braçais. T7 207.3

Se uma mulher for apontada por Deus para fazer certo trabalho, seu trabalho deve ser calculado de acordo com o seu valor. Alguns podem pensar que seja correto permitir que as pessoas devotem seu tempo e trabalho à obra sem remuneração. Deus, porém, não sanciona tais soluções. Ao se exigir sacrifício por causa de falta de recursos, não se deve fazer recair o fardo exclusivamente sobre umas poucas pessoas. Todos devem unir-se nesse sacrifício. T7 207.4

O Senhor deseja que os que têm o encargo de Seus bens revelem bondade e liberdade, não mesquinhez. Não devem eles, em seu interesse, procurar exigir cada centavo possível. Deus olha com desprezo para tais métodos. T7 208.1

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Devem os obreiros receber remuneração de acordo com as horas que eles dedicam a trabalho honesto. Aquele que dedica tempo integral deve receber de acordo com o tempo. Se alguém emprega mente, alma e energia no desempenho de suas responsabilidades, deve ser pago de acordo com isso. T7 208.2

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Ninguém deve receber um salário exorbitante, ainda que ele possua aptidões e qualificações especiais. O trabalho feito para Deus e Sua causa não deve ser realizado de forma mercenária. Nenhuma sobrecarga a mais têm os obreiros da casa publicadora, gasto algum maior, nenhuma responsabilidade mais pesada do que os obreiros de outros setores. Seu trabalho não é mais cansativo do que o do fiel pastor. Ao contrário, os pastores fazem, via de regra, maiores sacrifícios do que os realizados pelos obreiros de nossas instituições. Os pastores vão onde são enviados; são soldados, prontos para se locomoverem a qualquer momento, para enfrentar qualquer emergência. São, até certo ponto, forçosamente separados de suas famílias. Os obreiros das casas publicadoras têm, em geral, uma casa permanente, e podem viver com suas famílias. Isso é uma grande economia e deve ser considerado comparando-se a relativa compensação dos obreiros do ministério com os das casas publicadoras. T7 208.3

Os que trabalham sem reservas na vinha do Senhor, empregando o máximo de sua habilidade, não são os que mais valorizam seu próprio serviço. Em lugar de se encherem de orgulho e presunção, e calcularem com exatidão cada hora de trabalho, comparam seus esforços com o trabalho do Salvador, e se consideram servos pouco úteis. T7 209.1

Irmãos, não considerem quão pouco pode ser feito para atingir o padrão mais baixo, mas despertem-se para a possibilidade de chegar à plenitude de Cristo, a fim de poder fazer muito por Ele. T7 209.2

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O Senhor necessita de pessoas que vejam a obra em sua magnitude, e que compreendam os princípios que com ela têm estado entrelaçados desde o seu surgimento. Ele não deseja que um sistema mundano de coisas venha moldar a obra em rumos inteiramente diferentes dos que destinou ao Seu povo. A obra deve demonstrar o caráter de seu Originador. T7 209.3

No sacrifício de Cristo pelos homens caídos, a misericórdia e a verdade se encontraram, a justiça e a paz se beijaram. Quando esses atributos estão separados da mais maravilhosa e visivelmente bem-sucedida obra, ela perde completamente o seu valor. T7 209.4

Deus não escolheu uns poucos homens para Sua estima, e deixou outros abandonados. Ele não exalta um, e abate e oprime outro. Todos os que são verdadeiramente convertidos manifestarão o mesmo espírito. Eles tratarão os seus semelhantes como tratariam a Cristo. Um não ignorará os direitos do outro. T7 209.5

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Os servos de Deus devem ter tão grande respeito pela sagrada obra que estão manejando que não tragam para ela nenhum vestígio de egoísmo. T7 209.6