Testemunhos para a Igreja 3

35/94

Capítulo 22 — Trabalho missionário

Em 10 de Dezembro de 1871, foi-me mostrado que Deus realizaria uma grande obra através da verdade se homens devotos e abnegados se entregassem sem reservas à obra de apresentá-la aos que estão em trevas. Aqueles que têm conhecimento da verdade preciosa e que são consagrados a Deus deviam valer-se de toda oportunidade onde há uma abertura para apresentar a verdade. Anjos de Deus estão movendo o coração e a consciência do povo de outras nações, e pessoas honestas estão perplexas ao testemunharem os sinais dos tempos na situação instável das nações. A indagação surge no coração deles: Quando será o fim de todas essas coisas? Enquanto Deus e os anjos atuam para impressionar corações, os servos de Deus parecem estar dormindo. Apenas poucos estão trabalhando em uníssono com os mensageiros celestes. Todos os homens e mulheres que são cristãos no sentido pleno da palavra devem ser obreiros na vinha do Senhor. Devem estar bem acordados, labutando zelosamente para a salvação de seus semelhantes, e imitar o exemplo que o Salvador do mundo lhes deu em Sua vida de abnegação, sacrifício e trabalho fiel e fervoroso. T3 202.1

Tem havido pouco espírito missionário entre os adventistas observadores do sábado. Se os pastores e o povo estivessem suficientemente despertos, não se deixariam ficar assim indiferentes, quando Deus os honrou ao torná-los os depositários de Sua lei, imprimindo-a em sua mente e escrevendo-a em seu coração. Estas verdades de importância vital hão de provar o mundo; no entanto, mesmo em nosso país há cidades, vilas e vilarejos que nunca ouviram a mensagem de advertência. Jovens que se sentem tocados pelos apelos que têm sido feitos por ajuda na grande obra de promover a causa de Deus tomam alguma iniciativa, mas não assumem suficientemente a responsabilidade da obra para realizarem o que poderiam. Estão dispostos a fazer pequeno trabalho que não requer esforço especial. Não aprendem, entretanto, a colocar toda sua dependência sobre Deus e com fé viva beber da grande Fonte e Manancial de luz e força a fim de que seus esforços se demonstrem inteiramente bem-sucedidos. T3 202.2

Aqueles que pensam que têm um trabalho a fazer para o Mestre não devem começar seus esforços nas igrejas; devem sair para novos campos e provar seus dons. Desse modo podem testar-se e decidir o assunto a próprio contento, se Deus os tem de fato escolhido para essa obra. Sentirão a necessidade de estudar a Palavra de Deus e de orar fervorosamente por sabedoria celestial e ajuda divina. Ao encontrarem-se com adversários que levantam objeções sobre pontos importantes de nossa fé, obterão uma experiência muito valiosa. Sentirão sua fraqueza e serão induzidos à Palavra de Deus e à oração. No exercício de seus dons estarão aprendendo e se aperfeiçoando, e ganhando confiança, coragem e fé, e terão afinal uma experiência valiosa. T3 203.1

Os irmãos H começaram bem nessa obra. Em seu trabalho não foram entre as igrejas, mas saíram para novos campos. Começaram humildemente. Eram pequenos aos próprios olhos e sentiram a necessidade de total dependência em Deus. Estes irmãos, especialmente A H, correm agora grande perigo de se tornarem auto-suficientes. Quando debateu com oponentes, a verdade obteve a vitória e ele começou a sentir-se forte em si mesmo. Assim que se eleve acima da simplicidade da obra, seus trabalhos não beneficiarão a causa preciosa de Deus. Ele não deve encorajar amor aos debates, mas deve evitá-los sempre que possível. Esses debates com os poderes das trevas raramente dão o melhor resultado para a propagação da verdade presente. T3 203.2

Se jovens que começam a trabalhar nesta causa tivessem o espírito missionário, dariam demonstração de que Deus os tem de fato chamado à obra. Mas quando não saem para novos lugares, mas se contentam de ir de igreja em igreja, dão evidência de que a responsabilidade da obra não pesa sobre eles. As idéias de nossos jovens pregadores não são bastante amplas. Seu zelo é demasiado débil. Estivessem estes jovens despertos e devotados ao Senhor, seriam diligentes a todo momento e procurariam qualificar-se para tornarem-se obreiros no campo missionário em vez de se tornarem combatentes. T3 203.3

Os jovens devem habilitar-se mediante a familiarização com outros idiomas, a fim de que Deus os possa usar como instrumentos para comunicar Sua salvadora verdade aos povos de outras nações. Esses rapazes podem obter conhecimento de outros idiomas mesmo enquanto ocupados em trabalhar pelos pecadores. Se forem econômicos no tempo, poderão aperfeiçoar a mente e habilitar-se para mais ampla utilidade. Se as moças que não têm senão pequena responsabilidade se consagrassem a Deus, poderiam preparar para servir, estudando e se familiarizando com outras línguas. Poderiam dedicar-se à obra de tradução. T3 204.1

Nossas publicações devem ser impressas em outros idiomas, para que nações estrangeiras possam ser alcançadas. Muito pode ser feito por meio da imprensa, mas ainda mais pode ser realizado se a influência dos trabalhos do pregador vivo acompanhar nossas publicações. Necessitam-se missionários para irem a outros países pregar a verdade de um modo discreto e cuidadoso. A causa da verdade presente pode ser grandemente expandida por esforço pessoal. O contato da mente individual com mente individual fará mais para remover preconceito, se o trabalho é discreto, do que nossas publicações sozinhas possam fazer. Aqueles que se empenham nessa obra não devem consultar o conforto ou a inclinação; nem devem ter amor à popularidade e à ostentação. T3 204.2

Quando as igrejas virem jovens que possuem zelo qualificar-se para estender seus trabalhos a cidades, vilas e vilarejos que nunca foram tocados pela verdade, e missionários oferecendo-se voluntariamente para levar a verdade a outros países, as igrejas serão encorajadas e fortalecidas muito mais do que se elas mesmas recebessem os trabalhos de jovens inexperientes. Ao virem o coração de seus pastores ardendo com amor e zelo pela verdade, e com desejo de salvar almas, as igrejas vão se despertar. Estas geralmente têm interiormente os dons e a capacidade para abençoar e fortalecer a si mesmas, e para recolher as ovelhas e cordeiros no aprisco. Elas precisam depender dos próprios recursos, para que todos os dons que jazem dormentes possam ser assim despertados para o serviço ativo. T3 204.3

Ao estabelecerem-se igrejas, deve-se-lhes apresentar o fato de que é dentre elas que hão de sair os homens que devem levar a verdade a outros e levantar novas igrejas. Portanto, todos devem trabalhar, cultivar ao máximo os talentos que Deus lhes deu e exercitar a mente para empenhar-se no serviço de seu Senhor. Se esses mensageiros são puros de coração e vida, se seu exemplo é o que devia ser, seus trabalhos serão bem-sucedidos; pois têm uma verdade muito poderosa, clara e coerente, que tem argumentos convincentes a seu favor. Eles têm Deus a seu lado e os anjos do Céu para cooperar com seus esforços. T3 205.1

A razão por que tão pouco tem sido efetuado por aqueles que pregam a verdade não é totalmente o fato de a verdade que levam ser impopular, mas o fato de os mensageiros não serem santificados pelas verdades que pregam. O Salvador retira Seu sorriso, e a inspiração de Seu Espírito não está sobre eles. A presença e o poder de Deus para convencer o pecador e purificar de toda injustiça não são manifestos. Destruição súbita ameaça o povo, e no entanto não estão terrivelmente alarmados. Pastores não consagrados tornam a obra muito difícil para aqueles que os seguem e que têm a responsabilidade e o espírito da obra sobre eles. T3 205.2

O Senhor tem tocado em pessoas de outras línguas e as tem trazido sob a influência da verdade, para que fossem qualificadas para trabalhar em Sua causa. Ele as trouxe ao alcance do Escritório de Publicações para que os gerentes se valessem de seus serviços, se estivessem despertos para as necessidades da causa. Publicações são necessárias em outras línguas para despertar interesse e o espírito de indagação em outras nações. T3 205.3

De um modo muito notável o Senhor atuou no coração de Marcus Lichtenstein e encaminhou este jovem a Battle Creek, para que lá fosse levado à influência da verdade e se convertesse; que pudesse obter uma experiência e ser ligado ao Escritório de Publicações. Sua educação na religião judaica o teria qualificado para preparar literatura. Seu conhecimento do hebraico teria sido de ajuda ao Escritório na preparação de literatura pela qual poderia haver acesso a uma classe que não seria alcançada de outro modo. Não foi um presente sem valor que Deus deu ao Escritório na pessoa de Marcus. Sua conduta e consciência estavam de acordo com os princípios das verdades maravilhosas que ele começava a ver e apreciar. T3 205.4

Mas a influência de alguns no Escritório magoou e desanimou Marcus. Aqueles jovens que não o estimavam como ele merecia, e cuja vida cristã contradizia sua profissão de fé, foram os instrumentos que Satanás usou para afastar do Escritório o dom que Deus lhe dera. Ele saiu perplexo, magoado e desanimado. Aqueles que tiveram anos de experiência, e que deviam ter tido o amor de Cristo no coração, estavam tão afastados de Deus por egoísmo, orgulho e a própria tolice que não podiam discernir a obra especial de Deus em ligar Marcus ao Escritório. T3 206.1

Se as pessoas ligadas ao Escritório tivessem estado despertas e não paralisadas espiritualmente, o irmão I teria estado há muito ligado ao Escritório e poderia agora estar preparado para fazer uma boa obra que precisa muito ser feita. Ele devia ter estado envolvido em ensinar rapazes e moças, para que fossem agora qualificados a tornar-se obreiros nos campos missionários. T3 206.2

Dois terços daqueles empenhados na obra têm estado mortos por cederem a influências erradas. Elas têm estado onde Deus não podia impressioná-las por Seu Santo Espírito. E, oh!, como me dói o coração quando vejo que tanto tempo passou e a grande obra que podia ter sido feita é deixada por fazer porque aqueles em posições importantes não têm andado na luz! Satanás tem estado preparado para simpatizar-se com as pessoas em função sagrada e dizer-lhes que Deus não requer delas tanto zelo e interesse desprendido e devoto como o irmão White espera; e eles se acomodam descuidadamente na poltrona de Satanás, e o inimigo sempre vigilante e perseverante as amarra em cadeias de trevas enquanto pensam que tudo lhes vai bem. Satanás atua à sua direita, à sua esquerda e a seu redor, e elas não o sabem. Chamam as trevas luz, e luz trevas. T3 206.3

Se as pessoas no Escritório de Publicações estão de fato empenhadas na obra sagrada de dar a última mensagem de advertência ao mundo, quão cuidadosas devem ser para mostrar em sua vida os princípios da verdade com os quais lidam. Devem ter coração puro e mãos limpas. T3 207.1

Nosso pessoal ligado ao Escritório não tem estado desperto para valer-se dos privilégios a seu alcance e adquirir todo o talento e influência que Deus lhe tem provido. Há da parte de quase todos ligados com o Escritório uma grande falta em reconhecer a importância e a santidade da obra. Orgulho e egoísmo existem em alto grau, e anjos de Deus não são atraídos ao Escritório como seriam se os corações ali fossem puros e estivessem em comunhão com Deus. As pessoas que trabalham no Escritório não têm tido um senso vívido de que as verdades com as quais lidavam eram de origem celestial, designadas para realizar uma obra certa e especial, como fez a pregação de Noé antes do dilúvio. Como a pregação de Noé advertiu, testou e provou os habitantes do mundo antes que o dilúvio de água os destruísse da face da Terra, assim a verdade de Deus para estes últimos dias está fazendo uma obra semelhante em advertir, testar e provar o mundo. As publicações que saem do Escritório levam o selo do Eterno. Estão disseminadas pelo país e estão decidindo o destino das pessoas. É necessário agora muitos homens que possam traduzir e preparar nossas publicações em outras línguas, de modo que a mensagem de advertência possa ir a todas as nações e prová-las pela luz da verdade, para que homens e mulheres, ao verem a luz, se voltem da transgressão à obediência da lei de Deus. T3 207.2

Toda oportunidade deve ser aproveitada para levar a verdade a outras nações. Isso envolverá despesa considerável, mas despesa não deve de modo algum impedir a realização desta obra. Recursos são de valor somente ao serem usados para promover o interesse do reino de Deus. O Senhor tem emprestado aos homens recursos para este mesmo propósito, a fim de serem usados para enviar a verdade a seus semelhantes. Há um grande excesso de recursos nas fileiras dos adventistas do sétimo dia. E a recusa egoísta dos mesmos à causa de Deus lhes está cegando os olhos à importância da obra de Deus, tornando-lhes impossível discernir a solenidade dos tempos em que vivemos, ou o valor das riquezas eternas. Não contemplam o Calvário na luz correta, e por isso não podem apreciar o valor da vida pela qual Cristo pagou um preço infinito. T3 208.1

Os homens investirão recursos naquilo que mais valorizam e que pensam lhes trará o maior lucro. Quando correm grandes riscos e investem muito em empreendimentos mundanos, mas não estão dispostos a arriscar ou investir muito na causa de Deus para enviar a verdade a seus semelhantes, dão evidência de que consideram seu tesouro terrestre de muito mais alto valor do que o celestial, como suas obras demonstram. T3 208.2

Se os seres humanos depositassem seu tesouro terrestre sobre o altar de Deus, e trabalhassem tão zelosamente para obter o tesouro celeste como fizeram para ganhar o terrestre, investiriam recursos prazenteira e alegremente onde quer que vissem uma oportunidade de fazer o bem e de ajudar a causa de seu Mestre. Cristo lhes deu evidência inconfundível de Seu amor e fidelidade para com eles, e lhes confiou recursos para testar e provar sua fidelidade para com Ele. Ele deixou o Céu, Suas riquezas e glória, e por amor deles tornou-Se pobre, para que eles por Sua pobreza enriquecessem. 2 Coríntios 8:9. Depois de assim condescender para salvar o ser humano, Cristo não requer menos dele do que o dever de negar a si mesmo e usar os recursos que lhe emprestou para salvar seus semelhantes, e assim fazendo dar evidência de seu amor para com seu Redentor e mostrar que aprecia a salvação que lhe foi trazida por sacrifício tão infinito. T3 208.3

Agora é o tempo de usar os recursos para Deus. Agora é o tempo de ser rico em boas obras, depositando para nós mesmos um bom fundamento para o tempo vindouro, a fim de que obtenhamos a vida eterna. Um pecador salvo no reino de Deus é de maior valor do que todas as riquezas terrestres. Somos responsáveis a Deus pela vida daqueles com os quais entramos em contato, e quanto mais íntima nossa ligação com nossos semelhantes tanto maior nossa responsabilidade. Somos uma grande comunidade, e o bem-estar de nosso próximo deve ser nosso grande interesse. Não temos um momento a perder. Se temos sido descuidados neste assunto, é alto tempo de sermos fervorosos em remir o tempo, para que o sangue de pecadores não se ache em nossas vestes. Como filhos de Deus, nenhum de nós é dispensado de ter uma parte na grande obra de Cristo para a salvação de nossos semelhantes. T3 209.1

Será um trabalho difícil vencer o preconceito e convencer os incrédulos de que nossos esforços para ajudá-los são desprendidos. Mas isso não deve impedir nosso esforço. Não há um preceito na Palavra de Deus que nos diga que façamos o bem somente àqueles que apreciam e respondem a nossos esforços, e de beneficiar somente aqueles que nos agradecerão. Deus nos enviou a trabalhar em Sua vinha. É nosso dever fazer tudo que pudermos. “Pela manhã, semeia a tua semente e, à tarde, não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará; se esta, se aquela.” Eclesiastes 11:6. Temos muito pouca fé. Limitamos o Santo de Israel. Devíamos ser gratos que Deus condescende em usar qualquer um de nós como Seus instrumentos. Por toda oração fervorosa feita com fé por qualquer coisa, respostas serão dadas. Podem não vir exatamente como esperávamos; mas virão, não talvez como tínhamos planejado, mas exatamente no próprio momento em que mais precisamos delas. Mas, ó, quão pecaminosa é nossa incredulidade! “Se vós estiverdes em Mim, e as Minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” João 15:7. T3 209.2

Jovens que estão empenhados nesta obra não devem confiar demais nas próprias habilidades. Carecem de experiência e devem procurar aprender sabedoria daqueles que têm tido longa experiência na obra e que têm tido oportunidades de estudar o caráter. T3 209.3

Em vez de nossos pastores trabalharem entre as igrejas, é desígnio de Deus que nos espalhemos e que nosso trabalho missionário se estenda sobre tanto território quanto possamos ocupar vantajosamente, indo em todas as direções para levantar novos grupos. Devemos sempre deixar na mente dos novos discípulos uma impressão quanto à importância de nossa missão. Quando homens capazes são convertidos à verdade, não devem requerer obreiros para manter viva sua debilitada fé; mas estes homens devem ser impressionados com a necessidade de trabalhar na vinha. Enquanto as igrejas dependerem de obreiros de fora para fortalecer e encorajar-lhes a fé, não ficarão fortes por si mesmas. Devem ser informadas de que sua força aumentará em proporção a seus esforços pessoais. Quanto mais de perto for seguido o plano do Novo Testamento no trabalho missionário, tanto mais bem-sucedidos serão os esforços empregados. Devemos trabalhar como trabalhou nosso divino Mestre, semeando as sementes da verdade com cuidado, ansiedade e abnegação. Precisamos ter a mente de Cristo, se não quisermos cansar-nos de fazer o bem. Sua vida foi de contínuo sacrifício em favor de outros. Temos de seguir o Seu exemplo. Precisamos semear a semente da verdade e confiar que Deus a fará brotar. A semente preciosa pode jazer dormente por algum tempo, período em que a graça de Deus pode convencer o coração e a semente semeada ser despertada para a vida, brotar e produzir fruto para a glória de Deus. Precisa-se de missionários nesta grande obra para labutarem desprendida, fervorosa e perseverantemente como colaboradores de Cristo e dos anjos celestiais na salvação de seus semelhantes. T3 210.1

Especialmente devem nossos pastores precaver-se contra a indolência e o orgulho, que têm a tendência de crescer pela percepção de que possuímos a verdade e argumentos fortes que nossos oponentes não podem refutar. Embora as verdades que manejamos sejam poderosas para derrubar as fortalezas dos poderes das trevas, há perigo de negligência da piedade pessoal, pureza de coração e inteira consagração a Deus. Há perigo de que sintam que são ricos e abastados, enquanto necessitam das qualificações essenciais aos cristãos. Podem ser infelizes, pobres, cegos, miseráveis e nus. Não sentem a necessidade de viver em obediência a Cristo cada dia e cada hora. O orgulho espiritual devora os órgãos vitais da religião. A fim de preservar a humildade, faríamos bem em lembrar como somos aos olhos de um Deus santo, que lê cada segredo do coração, e como devíamos nos apresentar aos olhos de nossos semelhantes se todos nos conhecessem tão bem como Deus nos conhece. Por esta razão, para humilhar-nos, somos aconselhados a confessar nossas faltas e aproveitar a oportunidade de subjugar nosso orgulho. T3 210.2

Pastores não devem negligenciar o exercício físico. Devem procurar ser úteis e prestar ajuda onde dependem da hospitalidade de outros. Não devem permitir que outros os sirvam, mas devem ao contrário aliviar os fardos daqueles que, tendo tão grande respeito pelo ministério evangélico, não medem esforços em fazer por eles aquilo que eles mesmos devem fazer. A saúde precária de alguns de nossos pastores deve-se à negligência do exercício físico e do trabalho útil. T3 211.1

Como a questão resultou, foi-me mostrado que teria sido melhor se os irmãos J tivessem feito o que pudessem na preparação de folhetos para serem espalhados entre os franceses. Ainda que estes folhetos não tivessem sido preparados com toda perfeição, teria sido melhor distribuí-los, para que o povo francês tivesse a oportunidade de examinar as evidências de nossa fé. Há grande riscos na demora. Os franceses deviam ter tido nossos livros que expõem as razões de nossa fé. Os irmãos J não estavam devidamente preparados para apreciar devidamente essas obras, porque precisavam eles mesmos ser mais espirituais e estimulados, ou os livros preparados levariam o timbre da mentalidade deles. Deviam ser corrigidos para que sua pregação e escritos não fossem enfadonhos. Deviam instruir-se para chegar imediatamente ao ponto e fazer com que os aspectos essenciais de nossa fé se destacassem claramente diante do povo. A obra tem sido impedida por Satanás, e muito se perdeu porque estas obras não foram preparadas quando deviam. Esses irmãos podem fazer muito bem se eles se devotarem inteiramente ao trabalho e seguirem a luz que Deus lhes deu. T3 211.2