Testemunhos para a Igreja 3
Capítulo 36 — Unidade na igreja
Em minha última visão foram-me mostrados a introdução da verdade e o progresso da causa de Deus na Costa do Pacífico. Vi que um bom trabalho tinha sido feito por muitos na Califórnia, mas que havia muitos que professavam a verdade os quais não estavam dispostos a assumir a obra de Deus no tempo certo e a avançar à medida que a providência de Deus indicar seu dever. Uma grande obra pode ser feita nesta região levando almas ao conhecimento da verdade se houver ação unida. T3 434.3
Se todos que têm influência sentissem a necessidade de cooperação e procurassem atender à oração de Cristo, para que eles sejam um como Ele é um com o Pai, a causa da verdade presente seria uma potência nesta região. Mas o povo de Deus está entorpecido, e não vê as necessidades da causa para este tempo. Não percebem a importância de ação concentrada. Satanás está sempre procurando dividir a fé e o coração do povo de Deus. Bem sabe que a união é sua força, e divisão sua fraqueza. É importante e essencial que todos os seguidores de Cristo compreendam as artimanhas de Satanás e com uma frente unida confrontem seus ataques e o vençam. Precisam fazer esforços contínuos para se unirem mesmo que seja com algum sacrifício próprio. T3 434.4
O povo de Deus, com estruturas e temperamentos diversos, é unido na qualidade de igreja. A verdade de Deus, recebida no coração, fará sua obra de refinar, elevar e santificar a vida e de vencer as peculiares opiniões preconceituosas de cada um. Todos devem lutar para achegar-se tão perto uns aos outros quanto possível. Todos que amam a Deus e guardam Seus mandamentos em verdade terão influência sobre os incrédulos e ganharão almas para Cristo, para avolumar os alegres cantos de triunfo e vitória diante do grande trono branco. O egoísmo será vencido e amor transbordante por Cristo será manifesto na responsabilidade que sentem de salvar almas pelas quais Ele morreu. T3 435.1
Vi muitas famílias que não estavam vivendo como Jesus gostaria; elas têm um trabalho a fazer no lar antes de poderem fazer progresso na vida espiritual. Foi-me mostrado o caso do irmão B, e minha atenção foi chamada para o tempo quando ele primeiro aceitou a verdade. Ela então tinha um poder transformador sobre sua vida. O eu foi em parte perdido no interesse que sentia pela verdade. Ele procurava mostrar sua fé por suas obras, e seus interesses pessoais tomavam o segundo lugar. Ele amava a obra do Senhor e alegremente procurava promover o interesse de Sua causa; o Senhor aceitava seus esforços de servi-Lo, e a mão do Senhor o fazia prosperar. T3 435.2
Foi-me mostrado que o irmão B desagradou a Deus e acarretou grande escuridão sobre si mesmo quando estabeleceu o próprio discernimento em oposição ao de seus irmãos quanto à maneira verdadeira de guardar o sábado. O interesse do irmão B estava em jogo, e ele recusou ver o significado correto da questão considerada. Ele nunca teria seguido a conduta que seguiu quando voltou do Leste se tivesse estado na luz. Fui então levada a outro ponto em sua história e o vi viajando. Quando entre incrédulos, ele não permitia que sua luz brilhasse diante dos homens de tal maneira que vendo suas boas obras glorificassem nosso “Pai que está no Céu”. Mateus 5:16. Ele se esqueceu de Deus e de seu dever de representar corretamente seu Salvador em todos os lugares e em todas as ocasiões. T3 435.3
O irmão B é especialmente fraco em alguns pontos; gosta de elogio e lisonja; gosta de prazer e distinção. Exaltou a si mesmo e falou muito e orou pouco, e Deus o entregou à própria fraqueza; pois ele não produziu fruto para a glória de Deus. Naquela viagem, ele teve oportunidade de fazer grande quantidade de bem, mas não reconheceu que precisava prestar contas a Deus por seus talentos e que como mordomo de Deus seria chamado a prestar contas quer tivesse usado sua habilidade para satisfazer a si mesmo, quer para glorificar a Deus. Se o irmão B tivesse sentido o poder do amor de Cristo no próprio coração, teria tido interesse na salvação daqueles com os quais entrou em contato, de sorte que lhes falasse palavras que os fariam refletir quanto a seu interesse eterno. T3 436.1
Ele teve a oportunidade de semear a semente da verdade, mas não a cultivou como devia. Devia ter levado sua religião consigo enquanto estivesse entre seus parentes. Sua profissão sagrada e a verdade de Deus deviam ter-se combinado com todos os seus pensamentos, sentimentos, palavras e ações. Cristo ordena a Seus seguidores a andarem na luz. Andar significa ir para a frente, esforçando-nos, exercitando nossas habilidades, estando ativamente empenhados. A menos que nos exercitemos na boa obra à qual nosso Salvador nos chamou, e sintamos a importância de esforço pessoal nesta obra, teremos uma religião doentia e mirrada. Ganhamos novas vitórias por nossa experiência no trabalho. Ganhamos atividade e força andando na luz, para que possamos ter energia para correr no caminho dos mandamentos de Deus. Podemos obter um aumento de força a cada passo que avançamos rumo ao Céu. Deus abençoará Seu povo somente quando ele procurar ser uma bênção aos outros. Nossas virtudes são amadurecidas e desenvolvidas pelo exercício. T3 436.2
Foi-me mostrado que, quando o irmão B esteve em Battle Creek, ele foi fraco em poder moral. Não estava procurando apegar-se a Deus e preservar sua alma em pureza de pensamento e ação, e foi deixado seguir a própria mente e receber impressões que eram prejudiciais a seu interesse espiritual. Ele encontrou-se com aqueles que pervertiam a verdade e foi levado por eles a crer em coisas que eram falsas; e como tinha aberto a porta ao inimigo e o recebeu como um anjo de luz, foi facilmente vencido pela tentação. T3 437.1
Ele se encheu impiamente de preconceito e de suspeitas contra aqueles mesmos em quem Deus queria que ele tivesse confiança. Viu as coisas numa luz pervertida, e as reuniões, as quais deviam ter sido para ele uma grande fonte de força, foram um prejuízo. Foi como Satanás queria que fosse, que o irmão B perdesse a confiança nos homens que Deus tinha designado para dirigir esta obra. Ele discordou deles e da direção da obra. Ele era como um barco sem âncora ou leme no mar. Se ele não pudesse ter confiança nas pessoas à testa da obra, não teria confiança em ninguém. T3 437.2
O irmão B tem pouca reverência ou respeito por seus irmãos; ele pensa que seu discernimento, conhecimento e habilidades são superiores aos deles; portanto, não aceitará nada deles, nem confiará em seu julgamento, nem vai procurar aconselhar-se com eles, a menos que possa dirigi-los e ensiná-los. Ele agirá segundo o próprio discernimento, independentemente dos sentimentos de seus irmãos, suas mágoas ou súplicas. Quando ele retirou sua confiança da direção da obra, Satanás sabia que, a menos que esta confiança pudesse ser restaurada, ele o tinha nas mãos. O interesse eterno do irmão B depende dele aceitar e respeitar os auxiliares e dirigentes que aprouve a Deus colocar na igreja. Se seguir uma conduta de sua escolha, ele por fim descobrirá que tem estado inteiramente num trilho errado e que se enganou para ruína própria. Ele dará uma volta, depois outra, e afinal apesar de tudo perderá a único caminho verdadeiro que leva ao Céu. T3 437.3
Há milhares que estão percorrendo a estrada da escuridão e do erro, a estrada larga que leva à morte, que se lisonjeiam estar no caminho da felicidade e do Céu; mas nunca encontrarão um nem atingirão o outro. O irmão B precisa dos auxílios que Deus colocou na igreja, pois não pode constituir uma igreja de si mesmo, e contudo sua conduta mostra que ele estaria satisfeito de ser uma igreja completa, a ninguém sujeito. O irmão B há muito perdeu sua consagração a Deus; não guardou as avenidas de sua alma contra as sugestões de Satanás. Vi que os anjos de Deus estavam escrevendo suas palavras e ações. Ele estava se afastando mais e mais da luz do Céu. Quando a graça de Deus não o controla de modo especial, irmão B, você é um homem difícil de se lidar. Você tem grande autoconfiança e firmeza, que são sentidas em sua família e na igreja. Tem muito pouca consideração e respeito por qualquer um. Você não possui a graça da humildade. T3 438.1
O irmão B voltou para esta costa [do Pacífico] em grande escuridão; ele perdeu seu amor pela verdade e seu amor a Deus. Seus sentimentos naturais o controlavam, e era orgulhoso. Ele amava a si mesmo e ao dinheiro mais do que à verdade e a seu Redentor. Foi-me mostrado que sua conduta depois que voltou à região era uma desonra ao nome de Cristo. Eu o vi associando-se aos levianos amantes do prazer. Ele magoou seus irmãos e feriu seu Salvador e O expôs à ignomínia perante descrentes. Vi que desde aquele tempo ele não mais tomava prazer no serviço de Deus ou na propagação da verdade. Parecia possuir zelo para sondar as Escrituras e diferentes autores, não para que se firmasse sobre pontos importantes da verdade presente, a qual a providência de Deus lhe tinha dado mediante homens de Sua escolha, mas para encontrar uma nova posição e para promover novas opiniões em oposição à firme fé da corporação. Suas pesquisas não foram feitas para a glória de Deus, mas para promover o eu. T3 438.2
Quando o irmão B assume uma posição do lado errado, não é segundo sua natureza ver seu erro e confessar seu engano, mas combater até ao fim, quaisquer que sejam as conseqüências. Este espírito é prejudicial à igreja e à sua família. Ele precisa abrandar o coração e deixar entrar ternura, humildade e amor. Ele precisa de benevolência e nobre generosidade. Em resumo, ele precisa ser inteiramente convertido, ser um novo homem em Cristo Jesus. Então sua influência na igreja será correta e ele será justamente a ajuda de que necessitam. Terá o respeito e o amor de sua família e ordenará sua casa após si. Dever e amor, como irmãos gêmeos, lhe servirão de ajuda no controle de seus filhos. T3 438.3
Vi que a irmã B tinha muito de que se queixar sobre a conduta que seu marido havia assumido para com ela; que sua vida tinha sido muito triste, quando ele era capaz de fazê-la feliz. Ela parecia estar desanimada e sentir profundamente que estava sendo negligenciada e não amada por seu marido. Em sua ausência, ela quase ficou perturbada e se tornou ciumenta, perdendo a confiança nele. Satanás estava presente com suas tentações, e ela via algumas coisas numa luz exagerada. Tudo isso poderia ter sido evitado se o irmão B tivesse preservado sua consagração a Deus. Fui levada ainda mais longe e vi que ele andava em descrença e trevas, enquanto se lisonjeava de que somente ele possuía a luz verdadeira. Quanto mais se separava de Deus, menos amor tinha por seus irmãos e pela verdade. T3 439.1
Foi-me mostrado o irmão B questionando um após outro os pontos de nossa fé que nos tiraram do mundo e fizeram de nós um povo separado e distinto, “aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”. Tito 2:13. Sua descrença e escuridão não moveram os pilares principais de nossa fé. A verdade de Deus não se tornou ineficaz por causa dele. Ainda permanece a verdade, mas ele tem tido alguma influência sobre a mente de seus irmãos. Os boatos de lábios mentirosos quanto a meu marido e a mim, que ele trouxe do Leste, tiveram influência para criar suspeitas e dúvidas na mente de outros. Aqueles que não nos conheciam não podiam nos defender. A igreja em _____, vi, podia possuir três vezes mais membros do que agora possui, e podia ter tido uma força dez vezes maior, se o irmão B não tivesse se entregado nas mãos do inimigo. Em sua descrença cega, ele fez tudo que pôde para desanimar os crentes na verdade e espalhá-los. Em sua cegueira não reconheceu que sua conduta era ofensiva aos olhos de Deus. O desencorajamento e a escuridão que ele causou tornaram os trabalhos do irmão C duplamente difíceis, pois sua influência foi sentida não somente pela igreja em _____, mas por outras igrejas. T3 439.2
O irmão B tem fortalecido a descrença e uma influência adversa que o irmão C teve de enfrentar. Vi que havíamos de enfrentar a mesma influência e que levaria tempo para desarraigar a velha raiz de amargura pela qual muitos foram contaminados; que há “tempo de falar” e “tempo de estar calado” (Eclesiastes 3:7); que quando Deus colocasse sobre nós a responsabilidade de falar não devíamos hesitar, quer as pessoas ouvissem quer não; e que devíamos levar o assunto a termo, mesmo se deixasse alguns fora da igreja e fora da verdade. Deus tem uma grande e importante obra para alguém fazer em _____, e no tempo certo será feita, e a verdade triunfará. T3 440.1
Aqueles de nossos irmãos que não obtiveram uma experiência por si mesmos na verdade presente não podiam responder aos argumentos do irmão B. Embora não pudessem receber as opiniões defendidas por ele, eram mais ou menos afetados por sua conversa e raciocínio. Alguns não sentiram um espírito de liberdade quando se encontraram para o culto. No sábado estavam receosos de expressar seus sentimentos reais e sua fé, pensando que ele criticaria o que eles dissessem. As reuniões têm sido mortas e tem havido pouca liberdade. T3 440.2
O irmão B deseja que os outros o considerem como um homem que pode explicar as Escrituras, mas foi-me mostrado que ele está enganado e não as entende. Ele começou num trilho errado ao procurar constituir uma nova fé, uma teoria original de fé. Ele arrancaria e colocaria de modo errado os marcos que nos mostram nossa posição correta, que estamos perto do fim da história da Terra. Ele pode se gabar que está sendo dirigido pelo Senhor, mas é certamente por um outro espírito. A menos que ele mude inteiramente sua conduta, e esteja disposto a ser guiado e a aprender, será deixado a seguir o próprio caminho e naufragará completamente na fé. T3 440.3
Alguns têm sido tão cegados pela própria descrença que não podem discernir o espírito do irmão B. Eles poderiam ter tido sua ajuda se ele tivesse permanecido no conselho de Deus. Podia tê-los levado para a luz em vez de aumentar-lhes a confusão na fé e sua perplexidade. Mas ele tem sido uma pedra de tropeço, um guia cego de cegos. Tivesse feito “caminhos retos” (Salmos 119:1) para seus pés, o coxo não teria sido desviado do caminho, mas teria sido curado. Ele recusou andar na luz da verdade que Deus deu a Seu povo, e impediu aqueles que gostariam de andar na luz. T3 441.1
Ele sente que é uma honra sugerir dúvidas e descrença com relação à firme fé do povo de Deus que guarda os mandamentos. A verdade na qual antes se regozijava agora é escuridão para ele, e, a menos que mude seu caminho, cairá de volta numa mistura de opiniões das várias denominações, mas não concordará inteiramente com nenhuma delas; será uma igreja distinta por si mesmo, mas não sob o controle do grande Líder da igreja. Mantendo suas opiniões em oposição à fé da corporação, ele está desanimando e desencorajando a igreja. Vê que, se a corporação dos guardadores do sábado tem a verdade, ele está em trevas, e isto ele não pode admitir. A verdade o condena, e em vez de procurar levar o coração à harmonia com a mesma, rendendo-se a suas reivindicações e morrendo para o eu, ele está procurando uma posição na qual não estará sob condenação. T3 441.2
Foi-me mostrado que se ele continuar em sua atual conduta, cego à sua verdadeira condição, sentir-se-á alegre muito em breve por achar algum pretexto para abandonar o sábado. Satanás certamente o está guiando, como guiou a muitos outros, para longe da corporação em uma conduta de engano e erro. Quão mais seguro seria para o irmão B colocar seu coração em harmonia com a verdade do que interpretar mal as Escrituras para harmonizá-las com suas idéias e ações. Se harmonizasse suas ações com os princípios da lei de Deus, ele teria uma tarefa nas mãos da qual mal sonhou. O coração carnal “está em inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar”. Romanos 8:7. T3 441.3
As insinuações e os discursos francos daqueles que são nossos inimigos em Battle Creek foram recebidos pelo irmão B durante sua viagem ao Leste, e ele voltou com sentimentos amargos e ímpios em seu coração contra aqueles que estão na direção da obra e especialmente contra mim e meu trabalho. Ele não tinha nenhuma boa razão para os sentimentos que acalentava e as opiniões que expressava quanto a meu trabalho e os testemunhos. A descrença e o preconceito que tinham corrompido sua mente ele procurou instilar na mente de outros. Ele fez isto com considerável resultado. A princípio, muitos foram influenciados por seus enganos e escuridão, porque pode fazer afirmativas e inferências como se estivesse lidando com fatos positivos. Ele sabe como forçar o assunto e sua conversa é fluente. Suas palavras influenciavam alguns que não eram consagrados e que desejavam que as coisas fossem justamente como ele dizia com relação à nossa obra e nossa vocação. Ele tinha influência e despertava preconceito na mente daqueles que nós poderíamos ter ajudado, não tivesse embargado nosso caminho de modo a não podermos obter acesso a eles. A esta classe pertenciam o irmão e a irmã D. T3 442.1
Nisto o irmão B pode ver os frutos de sua conduta, e há outros que foram influenciados do mesmo modo, com os mesmos resultados, no que respeita à sua fé e confiança na verdade. Logo que o irmão B ou quaisquer outros decidam que as pessoas que tiveram a máxima atuação em levar a causa da verdade presente à sua condição atual não são guiadas por Deus, mas são pessoas maquinadoras e astutas, que enganam o povo, então a conduta que devem seguir para serem coerentes é renunciar a obra toda como um engano, uma fraude. A fim de serem coerentes, precisam descartar tudo. É o que o irmão B vem fazendo quase sem perceber, e outros têm feito o mesmo. Em algum tempo futuro, senão agora, ele reverá sua obra com sentimentos diferentes dos que possui agora. Verá a obra que ele vem fazendo durante os últimos poucos anos como Deus a vê, e não a verá com a satisfação que agora sente. Quando ele vir a obra miserável na qual tem estado empenhado durante os últimos anos, sua arrogância de possuir sabedoria e conhecimento superiores terá um fim, e se arrependerá em amargura de coração, porque o sangue de almas está em suas vestes. T3 442.2
Se o irmão B quisesse ver as coisas corretamente e tivesse sentido a possibilidade de estar enganado, ele teria vindo ao irmão e à irmã White com os boatos injuriosos quanto à reputação deles e lhes teria dado a oportunidade de falarem por si mesmos. Os boatos que ele espalhou através das planícies da costa do Pacífico testificam de urna mentira, quebrando assim a lei de Deus. Ele um dia confrontará os duros discursos, bem como os enganos instigados por Satanás, que instilou na mente das pessoas para prejudicar minha influência e a de meu marido. Esta questão não é entre o irmão B e eu, mas entre ele e Deus. T3 443.1
Deus nos deu nosso trabalho, e se Ele nos deu uma mensagem para apresentar a Seu povo, aqueles que nos impeçam no trabalho e enfraqueçam a fé do povo em sua verdade e veracidade não estão lutando contra o instrumento, mas contra Deus, e precisam responder-Lhe pelo resultado de suas palavras e ações. Todos que têm discernimento espiritual podem julgar a árvore por seus frutos. O irmão B se apresenta como uma pessoa iluminada por Deus para esclarecer o povo quanto à nossa obra e missão. Todos podem ver, se quiserem, o fruto que cresce nesta árvore. Irmão B, é ele para a vida eterna, ou para morte? T3 443.2
Depois do irmão B ter recebido de Battle Creek este conhecimento especial, que o levou a se empenhar em diminuir nossa obra e missão, sentiu-se livre em unir-se com os incrédulos na dissipação do prazer, e por sua conduta leviana acarretou vergonha à causa de Cristo e grande sofrimento à sua esposa. Estava ele tão cego que não tinha convicção de que estava procurando destruir aquilo que Deus estava edificando? Não teve ele idéia de que poderia estar combatendo contra Deus? Anjos têm registrado no Céu o trabalho que ele vem fazendo, e terá de responder por ele quando toda obra for levada a juízo para sofrer a inspeção do Deus infinito. Em sua cegueira, o irmão B tem levantado seu braço insignificante para lutar contra Deus e ao mesmo tempo alimentado o coração enganado com a esperança de que estava prestando serviço a Deus. A obra de toda pessoa será provada pelo fogo do último dia, e somente ouro, prata e pedras preciosas resistirão à prova. T3 443.3
Deus não Se deixa escarnecer. Ele pode tolerar os homens por longo tempo, mas Ele visitará suas transgressões e dará a cada um segundo as suas obras. Embora os homens possam falar arrogantemente e se orgulhem de sua sabedoria, um sopro dos lábios de Deus pode deitar por terra sua honra e glória. Foi-me mostrado que o irmão B estará sem desculpa no dia de Deus, quando cada caso será pesado nas balanças do santuário. Ele sabe que o que tem feito não é correto. Ele tem tido evidência suficiente para determinar o caráter da obra que Deus nos confiou. Os frutos desta obra estão diante dele, os quais ele pode ver e entender se quiser. T3 444.1
A autoconfiança do irmão B é de pasmar, e é uma cilada terrível para ele. Se ele não vencer este traço perigoso de seu caráter, isto demonstrar-se-á sua ruína. Ele está em seu elemento natural quando está combatendo e contradizendo pontos de doutrina; ele questionará e enganará, e estará em desacordo com seus irmãos até que Satanás controle sua mente de tal modo que realmente pense que tem a verdade e que seus irmãos estão enganados. Ele não se firma na luz e não tem a bênção de Deus, pois é parte de sua religião opor-se aos pontos estabelecidos do povo de Deus que guarda os mandamentos. Estão todos estes enganados? É o irmão B o único a quem Deus tem dado a verdade correta? Não está Deus tão disposto a dar a Seus servos devotos e abnegados uma compreensão correta das Escrituras como a concedê-la ao irmão B para transmitir-lhes? T3 444.2
Tem o irmão B provado sua conduta por este teste simples: “Esta luz e conhecimento que achei, e que me colocam em desacordo com meus irmãos, levam-me para mais perto de Cristo? Isso torna meu Salvador mais precioso para mim e faz que meu caráter se assemelhe mais ao Seu?” É um traço natural, mas não agradável, de nosso caráter sermos perspicazes em nossas percepções, e persistentes em lembrar das faltas e fracassos de outros. T3 444.3
O irmão B não procura estar em união com seus irmãos; sua autoconfiança o tem levado a não sentir nenhuma necessidade de união. Sente que a mente deles foi formada em um molde inferior ao seu e que receber suas opiniões e conselhos como dignos de atenção seria uma grande condescendência. Esta autoconfiança o tem excluído do amor e simpatia de seus irmãos e de união com eles. Ele sente que é muito sábio e experiente para precisar das precauções que são indispensáveis para muitos. Ele tem opinião tão elevada das próprias habilidades e tal confiança em suas realizações que acredita estar preparado para qualquer emergência. Disseram os anjos celestes, apontando para o irmão B: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia.” 1 Coríntios 10:12. Confiança própria leva à negligência de vigilância e de oração humilde e penitente. Há tentações exteriores a serem evitadas e inimigos internos e perplexidade para vencer, pois Satanás adapta suas tentações ao caráter e temperamento das diferentes pessoas. T3 445.1
A igreja de Cristo está em perigo constante. Satanás está procurando destruir o povo de Deus, e a mente de um só homem, seu discernimento, não é suficiente para se confiar. Cristo gostaria que Seus seguidores fossem unidos na qualidade de igreja, observando ordem, tendo regras e disciplina, e todos sujeitos uns aos outros, considerando “os outros superiores a si” mesmos. Filipenses 2:3. União e confiança são essenciais para a prosperidade da igreja. Se cada membro da igreja se sente livre para agir independentemente dos outros, assumindo sua conduta peculiar, como pode a igreja estar segura na hora de perigo e risco? A prosperidade e a própria existência de uma igreja dependem da ação pronta e unida, e da confiança mútua de seus membros. Quando, em um momento crítico, alguém soa o alarme de perigo, há necessidade de ação pronta e decisiva, sem parar para questionar e examinar de ponta a ponta todo o assunto, permitindo assim que o inimigo leve toda vantagem pela demora, quando ação unida poderia salvar muitas almas da perdição. T3 445.2
Deus quer que Seu povo seja unido pelos laços mais íntimos da fraternidade cristã; confiança em nossos irmãos é essencial para a prosperidade da igreja; unidade de ação é importante numa crise religiosa. Um passo imprudente, uma ação descuidada, pode lançar a igreja em dificuldades e provas das quais pode não recuperar-se em anos. Um membro da igreja cheio de descrença pode dar uma vantagem ao grande inimigo que afetará a prosperidade de toda a igreja, e muitas almas podem ser perdidas como resultado. Cristo gostaria que Seus seguidores fossem sujeitos uns aos outros; então Deus pode usá-los como instrumentos para salvarem uns aos outros; porque uma pessoa pode não discernir os perigos que os olhos de outra percebem de relance; mas, se os que não discernem confiantemente obedecerem à advertência, podem poupar a si mesmos grandes perplexidades e provações. T3 446.1
Quando Jesus estava para deixar Seus discípulos, orou por eles da maneira mais tocante e solene para que eles todos fossem um “como Tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu, em Ti; que também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste. E Eu dei-lhes a glória que a Mim Me deste, para que sejam um, como Nós somos um. Eu neles, e Tu em Mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que Tu Me enviaste a Mim e que tens amado a eles como Me tens amado a Mim.” João 17:21-23. O apóstolo Paulo em sua primeira carta aos coríntios exorta-os à unidade: “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer.” 1 Coríntios 1:10. T3 446.2
Deus está guiando um povo do mundo para a exaltada plataforma da verdade eterna — os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. Disciplinará e habilitará Seu povo. Eles não estarão em divergência, um crendo uma coisa e outro tendo fé e opiniões inteiramente opostas, e agindo cada qual independentemente do conjunto. Pela diversidade dos dons e governos que Ele pôs em Sua igreja, todos alcançarão a unidade da fé. Se alguém forma o próprio conceito no tocante à verdade bíblica, sem atender à opinião de seus irmãos, e justifica seu procedimento alegando que tem o direito de pensar livremente, impondo suas idéias então aos outros, como poderá ser cumprida a oração de Cristo? E se outro e outro ainda se levantam, cada qual afirmando seu direito de crer e falar o que lhe aprouver, sem atentar para a fé comum, onde estará aquela harmonia que existia entre Cristo e Seu Pai, e para cuja existência, entre Seus irmãos, Cristo orou? T3 446.3
Deus está guiando um povo e o estabelecendo sobre a grande plataforma da fé, os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus. Ele deu a Seu povo uma cadeia reta de verdade bíblica, clara e coerente. Esta verdade é de origem celestial e tem sido procurada como um tesouro escondido. Foi extraída mediante pesquisa cuidadosa das Escrituras e mediante muita oração. T3 447.1
O irmão B está duvidando de um ponto após outro de nossa fé. Se ele tiver razão com suas novas teorias, a corporação de guardadores do sábado está errada. Deverá a fé estabelecida sobre os pontos fortes de nossa posição, que nos tirou do mundo e nos uniu como um povo distinto e peculiar, ser abandonada como errônea? Vamos receber a fé deste único homem, com as evidências que ele nos dá dos frutos de seu caráter religioso? Ou cederá o irmão B seu julgamento e opiniões e voltará à corporação? Se ele não tivesse cegado seu coração aceitando o preconceito e cultivando uma oposição ímpia à obra de Deus, não teria sido deixado em tal escuridão e engano. T3 447.2
Ele é de boa conversa e insistirá continuamente sobre suas opiniões e não cederá ao peso de evidência contra ele. Prejudicar a prosperidade da igreja como ele tem feito é algo cruel. O mundo é grande; ele tem todos os privilégios a seu gosto para ir aos incrédulos e convertê-los a suas teorias; e quando ele puder apresentar uma corporação bem organizada da qual ele foi o instrumento para converter do pecado para a justiça, então, e não antes, devia ele forçar suas opiniões peculiares sobre a igreja de Deus, que está magoada e desalentada com sua escuridão e erro. Ele não tem o direito de edificar sobre o fundamento de outro sua madeira, feno e palha para serem consumidos pelo fogo do último dia. T3 447.3
Foi-me mostrado que a única posição segura para o irmão B é sentar-se aos pés de Jesus e aprender mais perfeitamente o caminho da vida. Sua doutrina gotejará como a chuva e Seu discurso destilará como o orvalho sobre o coração do humilde e dócil. O irmão B precisa adquirir uma disposição dócil. Não deve sentar-se como um juiz, antes como um que aprende; não para criticar, mas para crer; não para questionar e achar defeito e opor-se, mas para ouvir. O orgulho precisa ceder lugar à humildade, e preconceito deve ser trocado por sinceridade, ou para ele as bondosas palavras de Cristo serão em vão. Meu irmão, você pode raciocinar com seu discernimento cego e sua mente não santificada até ao dia de Deus e não avançar um passo rumo ao Céu; você pode debater e examinar e pesquisar autores eruditos, e mesmo as Escrituras, e ainda assim ficar mais e mais enganado, e ficar em maior escuridão, como os judeus em relação a Cristo. Qual era a falta deles? Rejeitaram a luz que Deus já lhes dera e estavam à procura de alguma luz nova pela qual pudessem interpretar as Escrituras de modo a sustentar suas ações. T3 448.1
Você está fazendo o mesmo; negligencia a luz que Deus achou por bem dar-lhe nas publicações sobre a verdade presente e na Sua Palavra, e está buscando doutrinas próprias, teorias que não podem ser sustentadas pela Palavra de Deus. Quando se tornar como criança, disposto a ser guiado, e quando seu entendimento for santificado e sua vontade e preconceitos rendidos, uma luz tal brilhará em seu coração a qual iluminará as Escrituras e mostrar-lhe-á a verdade presente em sua bela harmonia. Aparecerá como uma corrente dourada, elo ligado a elo num todo perfeito. “Se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus.” Mateus 18:3. “Aprendei de Mim”, disse Cristo; “que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma.” Mateus 11:29. T3 448.2
Se entrou de fato na escola de Cristo, Ele espera que você manifeste em seu caráter e comportamento a mansidão que é tão maravilhosamente exemplificada em Seu caráter. Cristo não Se incumbirá de ensinar quem é justo a seus próprios olhos, quem é convencido e voluntarioso. Se tais pessoas vêm a Ele com a pergunta “Que é a verdade?”, Ele não lhes dá resposta. É somente aos mansos que Ele guiará em discernimento; “aos mansos ensinará o Seu caminho”. Salmos 25:9. Salomão era por natureza dotado de bom discernimento e grande poder de raciocínio, mas ele se confessou diante de Deus como uma criança. Com humildade buscou sabedoria de Deus, e não buscou em vão. Se você realmente busca a verdade com motivo correto, virá à corporação, pois ela têm a verdade. Se você está buscando as Escrituras e diferentes autores com o fim de achar doutrina que coincida com suas opiniões preconcebidas, e se você já firmou sua fé, então você se tornará jactancioso, autoconfiante e inflexível. T3 448.3