Testemunhos para a Igreja 1

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Capítulo 9 — Visão da nova terra*

Com Jesus a nossa frente, descemos todos da cidade para a Terra, sobre uma grande e íngreme montanha que, incapaz de suportar a Jesus sobre si, partiu-se em duas, formando uma grande planície. Olhamos então para cima e vimos a grande cidade, com doze fundamentos, e doze portas, três de cada lado, e um anjo em cada porta. Todos exclamamos: “A cidade, a grande cidade, vem, vem de Deus descendo do Céu”, e ela veio e se pôs no lugar em que nos achávamos. Pusemo-nos então a observar as coisas gloriosas fora da cidade. Vi ali casas belíssimas, que tinham a aparência de prata, apoiadas por quatro colunas entremeadas de pérolas preciosas, muito agradáveis à vista. Destinavam-se à habitação dos santos. Em cada uma havia uma prateleira de ouro. Vi muitos dos santos entrarem nas casas, tirarem sua coroa resplandecente, e pô-la na prateleira, saindo então para o campo ao lado das casas, para lidar com a terra. Não como temos de fazer com a terra aqui. Absolutamente. Uma gloriosa luz lhes resplandecia em redor da cabeça, e estavam continuamente louvando a Deus. T1 67.2

Vi outro campo repleto de todas as espécies de flores, e, quando as apanhei, exclamei: “Elas nunca murcharão.” Em seguida vi um campo de relva alta, cujo belíssimo aspecto causava admiração; era uma vegetação viva, e tinha reflexos de prata e ouro quando magnificamente se agitava para glória do Rei Jesus. Entramos então num campo cheio de todas as espécies de animais: leão, cordeiro, leopardo, lobo. Todos em perfeita união. Passamos pelo meio deles, e pacificamente nos acompanharam. Dali entramos num bosque, não como os escuros bosques que aqui temos; não, absolutamente; mas claro e por toda parte glorioso. Os ramos das árvores agitavam-se de um lado para outro lado, e todos exclamamos: “Moraremos com segurança na solidão, e dormiremos nos bosques.” Atravessamos os bosques, pois estávamos a caminho do Monte Sião. T1 68.1

No trajeto, encontramos uma multidão que também contemplava as belezas do lugar. Notei a cor vermelha na borda de suas vestes, o brilho das coroas e a alvura puríssima dos vestes. Quando os saudamos, perguntei a Jesus quem eram eles. Disse que eram mártires que, por Sua causa, haviam sido mortos. Com eles estava uma inumerável multidão de crianças que tinham também uma orla vermelha em suas vestes. O Monte Sião estava exatamente diante de nós, e sobre o monte um belo templo, em cujo redor havia sete outras montanhas, sobre as quais cresciam rosas e lírios. E vi as crianças subirem ou, se o preferiam, fazer uso de suas pequenas asas e voar ao cimo das montanhas e apanhar flores que nunca murcharão. Para embelezar o lugar, havia em redor do templo todas as espécies de árvores: o buxo, o pinheiro, o cipreste, a oliveira, o mirto, a romãzeira e a figueira curvada ao peso de seus figos maduros. Elas embelezavam aquele local. E quando estávamos para entrar no templo, Jesus levantou Sua bela voz e disse: “Somente os 144.000 entram neste lugar”, e nós exclamamos: “Aleluia!” T1 68.2

Esse templo era apoiado por sete colunas, todas de ouro transparente, engastadas de pérolas belíssimas. As maravilhosas coisas que ali vi, não as posso descrever. Oh, se me fosse dado falar a língua de Canaã, poderia então contar um pouco das glórias do mundo melhor. Vi lá mesas de pedra, em que estavam gravados com letras de ouro os nomes dos 144.000. T1 69.1

Depois de contemplar a beleza do templo, saímos, e Jesus nos deixou e foi à cidade. Logo Lhe ouvimos de novo a delicada voz, dizendo: “Venham, povo Meu; vocês vieram de grande tribulação, e fizeram Minha vontade; vocês sofreram por Mim; venham à ceia, pois Eu Me cingirei e os servirei.” Nós exclamamos: “Aleluia! Glória!” e entramos na cidade. E vi uma mesa de pura prata; tinha muitos quilômetros de comprimento, contudo nossos olhares podiam alcançá-la toda. Vi o fruto da árvore da vida, o maná, amêndoas, figos, romãs, uvas e muitas outras espécies de frutas. Pedi a Jesus que me deixasse comer do fruto. Disse Ele: “Agora não. Os que comem do fruto deste lugar, não mais voltam à Terra. Mas, dentro em pouco, se você for fiel, não somente comerá do fruto da árvore da vida mas beberá também da água da fonte.” E disse: “Você deve novamente voltar à Terra, e relatar a outros o que lhe revelei.” Então um anjo me trouxe mansamente a este mundo escuro. Algumas vezes pensei que não poderia ficar aqui por mais tempo; todas as coisas da Terra pareciam tão sombrias. Sentia-me tão só aqui, pois havia visto uma terra melhor. “Ah! Quem me dera asas como de pomba! Voaria, e estaria em descanso.” Salmos 55:6. T1 69.2

O irmão Hyde, que estava presente durante essa visão, compôs os versos seguintes, os quais foram publicados em periódicos religiosos e em muitos hinários. Aqueles que os publicaram, leram e cantaram nem imaginaram que eles tiveram origem na visão de uma moça perseguida por seu humilde testemunho. T1 70.1

Ouvimos de uma terra santa e luminosa.
Ouvimos e nosso coração se alegrou;
Pois somos um grupo de solitários peregrinos,
Cansados, alquebrados e tristes.
Disseram-nos que peregrinos têm abrigo ali,
Já não mais estarão sem lar;
Sabemos que essa boa terra é formosa
E nela corre o puro rio da vida.
T1 70.2

Dizem que verdes campos ali balouçam,
Que as pragas não são conhecidas,
Os desertos selvagens florescem formosos,
E crescem as rosas de Sarom.
Amáveis pássaros cantam nos caramanchões,
Suas melodias são jubilosas e doces;
E seus gorjeios irrompem sempre novos,
Saudados por harpejos angelicais.
T1 70.3

Ouvimos de palmeiras, mantos e coroas,
E da argêntea multidão de branco vestida;
Da bela cidade dos portais de pérola,
Toda radiante de luz.
Ouvimos os anjos e os santos,
Com suas harpas de ouro. Como cantam!
Do monte e da frutífera árvore da vida.
De suas folhas que curam.
T1 70.4

O Rei desse país é justo,
Ele é a alegria e a luz desse lugar.
Em Sua beleza O veremos ali,
E nos aqueceremos sob a luz de Seu sorriso.
T1 70.5

Estaremos ali, estaremos ali dentro em breve,
Unidos aos puros e abençoados.
Teremos a palma, as vestes e a coroa,
E para sempre repousaremos.
T1 71.1