Testemunhos para a Igreja 1

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Capítulo 4 — Deixando a igreja metodista

A família de meu pai, de quando em quando, freqüentava a igreja metodista, e também as reuniões para estudos, realizadas em casas particulares. Uma noite, meu irmão Roberto e eu fomos à reunião de estudos. O pastor, que a devia presidir, estava presente. Ao chegar a vez de meu irmão dar testemunho, ele falou com grande humildade, se bem que com clareza, acerca da necessidade de um completo preparo para encontrar nosso Salvador, quando vier nas nuvens do céu com poder e grande glória. Enquanto meu irmão falava, uma luz celeste enrubesceu-lhe o rosto, usualmente pálido. Pareceu ser levado em espírito acima do ambiente em que se achava, e falou como se estivesse na presença de Jesus. Quando fui convidada para falar, levantei-me, com o espírito livre, com o coração cheio de amor e paz. Contei a história do meu grande sofrimento sob a convicção do pecado, e como finalmente recebera a bênção que havia tanto procurava — completa conformidade com a vontade de Deus — e exprimi minha alegria nas boas-novas da breve vinda de meu Redentor para levar Seus filhos ao lar. T1 35.1

Em minha simplicidade, eu esperava que meus irmãos e irmãs metodistas compreendessem meus sentimentos e se alegrassem comigo. Mas, fiquei desapontada. Muitas irmãs suspiravam e moviam suas cadeiras ruidosamente, voltando-me as costas. Eu não podia imaginar nada que houvesse dito para ofendê-las; e falei com brevidade, sentindo o frio ambiente de sua desaprovação. Quando acabei de falar, o pastor B perguntou-me se não seria mais agradável viver uma longa vida de utilidade, fazendo bem aos outros, do que vir Jesus imediatamente e destruir os pobres pecadores. Repliquei que anelava a vinda de Jesus. Então o pecado teria fim e desfrutaríamos para sempre a santificação, sem que houvesse o diabo para nos tentar e transviar. T1 35.2

Então ele perguntou se eu não desejaria antes morrer pacificamente em meu leito, do que passar pela dor de ser transformada, ainda viva, da mortalidade para a imortalidade. Respondi-lhe que desejava que Jesus viesse e levasse Seus filhos; que eu estava disposta a viver ou morrer conforme Deus desejasse e que suportaria com facilidade a dor que dura um só momento, um abrir e fechar de olhos. Que eu desejava que as rodas do tempo girassem velozmente e trouxessem o bem-vindo dia, quando corpos vis serão mudados e modelados segundo o corpo glorioso de Cristo. Também falei que quanto mais próxima do Senhor eu vivia, mais ardentemente ansiava por Seu aparecimento. A essa altura, muitos dos presentes pareciam estar muito incomodados. T1 36.1

Ao dirigir-se à classe, o pastor que conduzia o encontro expressou grande regozijo por estar à espera do milênio temporal, quando “a Terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar”. Isaías 11:9. Ele ansiava contemplar esse glorioso período. Depois de encerrada a reunião, percebi que era tratada com visível frieza por aqueles que anteriormente tinham sido benévolos e amáveis comigo. Meu irmão e eu voltamos para casa, sentindo-nos tristes por ser tão mal compreendidos pelos nossos irmãos, e pelo assunto da breve volta de Jesus despertar-lhes tão severa oposição. Nós, porém, estávamos agradecidos porque podíamos discernir a preciosa luz e regozijarmo-nos em aguardar a vinda do Senhor. T1 36.2

Não muito tempo depois disso, de novo assistimos à reunião de estudos. Queríamos uma oportunidade para falar do precioso amor de Deus que nos animava o coração. Eu, especialmente, desejava falar da bondade e misericórdia do Senhor para comigo. Realizara-se em mim uma tão grande mudança que parecia ser meu dever aproveitar toda oportunidade para testificar do amor de meu Salvador. T1 36.3

Ao chegar a minha vez de falar, relatei as evidências que provavam que eu fruía o amor de Jesus e olhava para a frente com alegre expectação de logo encontrar o meu Redentor. A crença de que a vinda de Cristo estava próxima me havia estimulado a mente a buscar mais fervorosamente a santificação do Espírito de Deus. Neste ponto, o dirigente da classe interrompeu-me, dizendo: “Você recebeu a santificação pelo Metodismo, pelo Metodismo, irmã, não por uma teoria errônea.” Fui compelida a confessar a verdade de que não era pelo Metodismo que meu coração havia recebido nova bênção, mas pelas verdades estimuladoras relativas ao aparecimento pessoal de Jesus. Por meio delas eu encontrara paz, alegria e perfeito amor. Assim terminou o meu testemunho, o último que eu daria na reunião de estudos com meus irmãos metodistas. T1 37.1

Roberto então falou com mansidão, conforme era o seu modo, mas de maneira clara e tocante que alguns choraram e ficaram muito comovidos; outros, porém, tossiam em sinal de desagrado e pareciam muito constrangidos. Depois de sairmos da classe, falamos de novo sobre a nossa fé, e maravilhamo-nos de que nossos irmãos e irmãs cristãos, de tal maneira não pudessem suportar que se lhes falasse uma palavra referente à vinda do nosso Salvador. Nós pensávamos que se eles amassem a Jesus como deveriam, não seria incômodo ouvir sobre Seu segundo advento; pelo contrário, haveriam de saudá-Lo com alegria. T1 37.2

Convencemo-nos de que não mais devíamos freqüentar a reunião da classe. A esperança do glorioso aparecimento de Cristo nos enchia o coração, e disso falaríamos quando nos levantássemos para dar testemunho. Isto parecia acender a ira dos presentes contra as duas humildes crianças que ousavam, a despeito da oposição, falar da fé que lhes enchia o coração de paz e felicidade. Era evidente que não podíamos ter liberdade na reunião de estudos, pois nosso testemunho provocava ao final da reunião, escárnio e sarcasmo de irmãos e irmãs a quem tínhamos respeitado e estimado. T1 37.3

Nessa época, os adventistas mantinham reuniões no Beethoven Hall. Meu pai e toda a nossa família as freqüentavam com regularidade. Pensava-se que o segundo advento ocorreria em 1843. O tempo parecia tão curto para salvar pecadores, que eu resolvi fazer tudo o que estivesse ao meu alcance a fim de levar os pecadores à luz da verdade. Porém, parecia impossível a alguém tão jovem, e de saúde frágil, fazer muito nessa grande obra. T1 38.1

Eu tinha duas irmãs em casa: Sara, que era vários anos mais velha do que eu, e minha irmã gêmea Elizabeth. Trocamos idéias e decidimos ganhar o dinheiro que pudéssemos para empregar na compra de livros e folhetos para distribuição gratuita. Isso era o melhor que podíamos fazer, e alegremente fizemos esse pouco. Eu ganhava apenas vinte e cinco centavos por dia, mas meu vestuário era simples; nada era gasto em ornamentos desnecessários, pois a ostentação vã me parecia pecaminosa. Assim é que sempre tinha em depósito um pequeno fundo com que comprar livros convenientes. Estes eram colocados nas mãos de pessoas experientes a fim de os espalharem. T1 38.2

Cada folha destes impressos parecia preciosa aos meus olhos; pois era um mensageiro de luz ao mundo, ordenando às pessoas que se preparassem para o grande evento que estava às portas. Dia após dia eu me sentava em minha cama, apoiada por travesseiros, executando minha tarefa com dedos trêmulos. Quão cuidadosamente eu punha de lado as preciosas moedinhas de prata ganhas, que seriam gastas em literatura com o objetivo de iluminar os que estavam em trevas. Nenhuma tentação de gastar meus rendimentos em satisfação pessoal me assediava. A salvação de seres humanos era a responsabilidade que me preocupava, e meu coração doía por aqueles que se gabavam de estar vivendo em segurança, enquanto a mensagem de advertência estava sendo dada ao mundo. T1 38.3

Certo dia eu ouvi uma conversa entre mamãe e minha irmã, a respeito de uma palestra que haviam ouvido recentemente, sobre o fato de que a alma não possuía imortalidade natural. Alguns textos comprobatórios citados pelo pastor foram repetidos. Lembro-me de alguns que muito me impressionaram: “A alma que pecar, essa morrerá.” Ezequiel 18:4. “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma.” Eclesiastes 9:5. “A qual, a seu tempo, mostrará o bem-aventurado e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores; Aquele que tem, Ele só, a imortalidade.” 1 Timóteo 6:15, 16. Dará “a vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção [imortalidade].” Romanos 2:7. “Por que”, disse mamãe, após citar as passagens precedentes, “deveriam eles buscar por algo que já possuem?” Eu ouvia essas novas idéias com intenso e aflitivo interesse. Quando a sós com minha mãe, perguntei-lhe se ela realmente cria que a alma não era imortal. Ela respondeu que receava havermos estado em erro nesse assunto, bem como em outros. T1 39.1

“Mas, mamãe”, volvi , “a senhora realmente crê que a alma repousa na sepultura até a ressurreição? Pensa que o cristão, quando morre, não vai imediatamente para o Céu, nem o pecador para o inferno?” T1 39.2

Ela respondeu: “A Bíblia não nos dá provas de que haja um inferno eternamente a queimar. Se houvesse tal lugar, ele deveria ser mencionado no Livro Sagrado.” T1 39.3

“Ora, mamãe”, exclamei espantada, “esta é uma estranha maneira de a senhora falar! Se a senhora crê nessa estranha teoria, não deixe ninguém ter conhecimento disso, pois temo que os pecadores se sentiriam seguros com essa crença e nunca desejariam buscar ao Senhor.” T1 39.4

“Se essa é uma sólida verdade da Bíblia”, replicou, “em lugar de impedir a salvação dos pecadores, será um meio de conquistá-los para Cristo. Se o amor de Deus não constranger o rebelde, os terrores de um inferno eterno não o levarão ao arrependimento. Além disso, não parece um modo apropriado ganhar pessoas para Jesus, apelando a uma das mais baixas faculdades da mente, o medo abjeto. O amor de Jesus atrai; ele subjugará o coração mais endurecido.” T1 39.5

Não foi senão depois de alguns meses após essa conversa, que ouvi algo a respeito do assunto. Mas durante esse tempo, pensei muito sobre o tema. Quando ouvi uma pregação sobre ele, cri que devia ser verdade. Dessa ocasião em diante, a luz sobre o sono da morte raiou em minha mente, o mistério que envolvia a ressurreição desapareceu, e o próprio grande evento assumiu nova e sublime importância. Minha mente fora muito perturbada pelos esforços em reconciliar a imediata recompensa ou punição dos mortos, com os indubitáveis fatos da ressurreição e do juízo. Se após a morte a alma entrava na bem-aventurança ou na desgraça perpétua, onde cabia a necessidade da ressurreição do pobre e corruptível corpo? T1 40.1

Mas essa nova e bela crença ensinou-me a razão por que os escritores inspirados se demoraram tanto sobre a ressurreição do corpo. Foi porque o ser inteiro estava dormindo na sepultura. Eu podia agora perceber claramente o erro de nossa posição anterior sobre o tema. A confusão e inutilidade de um juízo final, após as pessoas terem sido julgadas uma vez e decidida sua sorte, tornaram-se-me muito claras agora. Vi que a esperança dos enlutados estava em olhar adiante, ao glorioso dia quando o Doador da vida romper os grilhões da sepultura e os justos mortos ressurgirem, abandonando seu cárcere para serem revestidos da gloriosa vida imortal. T1 40.2

Toda a nossa família ficou interessada na doutrina da breve volta do Senhor. Por muito tempo meu pai havia sido considerado um dos pilares da igreja metodista que freqüentava, e todos os nossos familiares haviam sido seus membros ativos. Mas não fizemos segredo de nossa nova crença, embora não tentássemos impô-la a outros, nem manifestássemos qualquer sentimento de hostilidade para com nossa igreja. O pastor metodista, porém, fez-nos uma visita especial, e aproveitou a ocasião para informar que nossa fé e o metodismo não poderiam harmonizar-se. Ele não quis saber das razões de nossa crença nem fez qualquer referência à Bíblia, de forma a convencer-nos de nosso erro, mas declarou que nós havíamos adotado uma nova e estranha crença, a qual a igreja metodista não podia aceitar. T1 40.3

Meu pai replicou dizendo que ele estava enganado em chamá-la nova e estranha doutrina, pois Cristo mesmo, em Seus ensinos aos discípulos, havia pregado o segundo advento. Ele disse: “Na casa de Meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para Mim mesmo, para que, onde Eu estiver estejais vós também.” João 14:2, 3. Quando ascendeu ao Céu diante dos olhos atônitos dos discípulos e uma nuvem O ocultou, estando Seus fiéis seguidores com os olhos fitos no Senhor que desaparecia, “eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no Céu, há de vir assim como para o céu O vistes ir.” Atos dos Apóstolos 1:10, 11. T1 41.1

“E”, disse papai, entusiasmando-se com o assunto, “o inspirado apóstolo Paulo escreveu uma carta para encorajar seus irmãos tessalonicenses, dizendo: ‘E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando Se manifestar o Senhor Jesus desde o Céu, com os anjos do Seu poder, como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do Seu poder, quando vier para ser glorificado nos Seus santos e para Se fazer admirável, naquele Dia, em todos os que crêem (porquanto nosso testemunho foi crido entre vós).’ ‘Porque o mesmo Senhor descerá do Céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.’ 2 Tessalonicenses 1:7-10; 1 Tessalonicenses 4:16-18. T1 41.2

“Essa é a mais alta autoridade para nossa fé. Jesus e Seus apóstolos trataram longamente do tema do segundo advento com alegria e triunfo, e os santos anjos proclamaram que Cristo, que subiu ao Céu, virá novamente. Esta é a nossa ofensa: Crer na palavra de Jesus e de Seus discípulos. Tal doutrina é antiga e não traz nenhum traço de heresia.” T1 42.1

O pastor não tentou apresentar um simples texto que nos provaria estarmos em erro, mas desculpou-se sob pretexto de falta de tempo. Ele aconselhou que nos retirássemos discretamente da igreja e evitássemos dar publicidade ao fato. Estávamos conscientes de que outros irmãos se encontravam em situação similar pela mesma causa, e não desejávamos dar a entender que estávamos envergonhados de reconhecer nossa fé, ou incapazes de sustentá-la pelas Escrituras. Assim, meus pais insistiram que eles fossem informados das razões de nossa saída. T1 42.2

A única resposta a essa colocação foi uma evasiva declaração de que estávamos andando de modo contrário às normas da igreja, e o melhor caminho seria retirar-nos voluntariamente para evitar um processo regular de exclusão. Respondemos que preferíamos um processo regular e exigíamos saber de qual pecado nos acusavam, pois estávamos conscientes de que não havia nenhum erro em esperar e amar o aparecimento do Salvador. T1 42.3

Não muito tempo depois, fomos notificados para estar presentes na reunião a ser realizada na sacristia da igreja. Havia poucos presentes. A influência de papai e sua família era tal, que os oponentes não desejavam apresentar nosso caso diante de um grande número de membros. A única acusação feita foi que estávamos contrariando as normas da igreja. Como resposta à nossa pergunta de quais regras havíamos infringido, foi declarado após um instante de hesitação, que assistíramos a outras reuniões e negligenciáramos reunir-nos regularmente em nossa congregação. Declaramos que parte da família havia estado no campo por algum tempo, e que ninguém que ficou na cidade se ausentara das reuniões da igreja mais do que umas poucas semanas, e que foram moralmente compelidos a permanecer distantes porque o testemunho que davam encontrou acentuada desaprovação. Lembramos também que certas pessoas que não haviam assistido às reuniões por um ano, eram ainda mantidos como membros regulares. T1 42.4

Foi-nos perguntado se queríamos confessar que havíamos nos afastado das normas e que nos comprometíamos a respeitá-las no futuro. Respondemos que não nos atrevíamos a negar nossa fé ou a sagrada verdade de Deus; que não podíamos renunciar a esperança da breve volta de nosso Redentor; que, apesar de a terem chamado de heresia, nós continuaríamos a adorar ao Senhor. Meu pai recebeu, durante sua defesa, a bênção de Deus e todos deixamos a sacristia com o espírito livre, felizes com a percepção de termos agido corretamente e com o aprovador sorriso de Jesus. T1 43.1

No domingo seguinte, ao início do ágape*, o pastor que presidia a reunião leu nossos nomes, sete ao todo, como desligados da igreja. Ele declarou que não estávamos sendo cortados por qualquer erro ou conduta imoral, pois possuíamos caráter impoluto e invejável reputação, mas que éramos culpados de andar em oposição às normas da Igreja Metodista. Declarou que a porta estava agora aberta e que todos os que eram culpados de semelhante rompimento de normas, deveriam ser tratados da mesma maneira. T1 43.2

Havia na igreja muitos que aguardavam o aparecimento do Salvador, e essa ameaça fora feita com o propósito de amedrontá-los e submetê-los. Em alguns casos, essa política trouxe os resultados esperados, e o favor de Deus foi trocado por um lugar na igreja. Muitos criam, mas não ousavam confessar sua fé, com medo de que fossem expulsos da sinagoga. Mas outros a deixaram logo após e juntaram-se àqueles que estavam buscando ao Salvador. T1 43.3

Nesse tempo, as palavras do profeta foram inestimavelmente preciosas: “Vossos irmãos, que vos aborrecem e que para longe vos lançam por amor do Meu nome, dizem: O Senhor seja glorificado, para que vejamos a vossa alegria! Mas eles serão confundidos.” Isaías 66:5. T1 43.4