Conselhos sobre Mordomia

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Capítulo 27 — Enfrentando o dia do juízo

Deus a ninguém compele a amá-Lo e obedecer à Sua lei. Manifestou inexprimível amor ao homem no plano da redenção. Derramou os tesouros da Sua sabedoria e deu o mais precioso dom do Céu, para que fôssemos constrangidos a amá-Lo e a nos pôr em harmonia com Sua vontade. Se rejeitarmos tal amor, e não quisermos que governe sobre nós, estaremos forjando nossa própria ruína, e sofreremos perda eterna, afinal. CM 81.1

Deus deseja o serviço voluntário de nosso coração. Ele nos dotou da faculdade do raciocínio, dos talentos de capacidade, e de meios e influência para que sejam usados para o bem da humanidade, a fim de que possamos manifestar ao mundo o Seu espírito. Preciosas oportunidades e privilégios são colocados ao nosso alcance, e, se os negligenciarmos, roubamos aos outros, defraudamos a nós mesmos e desonramos ao nosso Criador. No dia do juízo, não desejaremos enfrentar essas oportunidades desprezadas, esses privilégios negligenciados. Nosso interesse eterno para o futuro depende do diligente desempenho presente do dever em desenvolver os talentos que Deus nos tem confiado, para a salvação de pessoas. [...] CM 81.2

A posição e a influência, por mais elevadas que sejam, nunca se devem tornar uma desculpa para a apropriação indébita dos bens do Senhor. Devem os favores especiais de Deus estimular-nos a Lhe prestar serviço dedicado e cordial; mas muitos dos que assim são abençoados se esquecem do Doador, e se tornam indiferentes, provocantes e dissolutos. Desonram ao Deus do Céu, e exercem uma influência que é uma maldição para aqueles com quem se associam e que os destrói. Não procuram amenizar os sofrimentos do necessitado. Não edificam a obra de Deus. Não se esforçam por reparar os males causados aos inocentes, pleitear a causa das viúvas e dos órfãos, ou revelar uma norma elevada de caráter diante de grandes e pequenos, mostrando um espírito de beneficência e virtude; mas, pelo contrário, oprimem o assalariado; diminuem fraudulosamente a justa recompensa do trabalho, enganam os inocentes, roubam as viúvas e amontoam tesouros corroídos pelo sangue dos sofredores. Terão de prestar contas ante o tribunal divino. Essa classe não está fazendo a vontade do Pai que está no Céu, e ouvirá a dura sentença: “Apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniqüidade”. — The Review and Herald, 14 de Fevereiro de 1888. CM 81.3

Revelações estarrecedoras — Que revelações se farão no dia do juízo! Verificar-se-á que muitos dos que se dizem cristãos não têm sido servos de Deus mas servos de si mesmos. Seu centro tem sido o eu; servir a si mesmos tem sido a função de sua vida. Vivendo para agradar a si mesmos e ganhar para si tudo o que podem, têm deformado e amesquinhado as capacidades e forças que por Deus lhes foram confiadas. Não têm tratado honestamente com Deus. Sua vida tem sido um longo sistema de roubo. Queixam-se eles agora de Deus e dos semelhantes, porque não são reconhecidos e favorecidos como pensam que deveriam ser. Mas a sua infidelidade se revelará naquele dia em que o Senhor julgar o caso de todos. Ele voltará, e “então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que O não serve”. CM 82.1

Naquele dia, os que pensam que Deus aceitará magras ofertas e serviço contra a vontade serão desapontados. Deus não subscreverá a obra de qualquer homem, grande ou pequeno, rico ou pobre, que não seja feita de coração, com fidelidade e visando à Sua glória. Mas os que pertencem à família de Deus, aqui embaixo, que se têm esforçado por Lhe honrar o nome, têm alcançado uma experiência que os tornará reis e sacerdotes para Deus; e serão aceitos como servos fiéis. Ser-lhes-ão pronunciadas as palavras: “Bem está, bom e fiel servo [...] entra no gozo do teu Senhor”. — The Review and Herald, 5 de Janeiro de 1897. CM 82.2

Realizar, não apenas professar — Quando todos os casos forem passados em revista diante de Deus, jamais se perguntará: O que professavam? mas: O que fizeram? Foram praticantes da Palavra? Viveram para si? ou se exercitaram nas obras de beneficência, nos atos de bondade, no amor, preferindo os outros a si mesmos, e a si mesmos negando para serem uma bênção para os outros? CM 82.3

Se o registro revelar que essa tem sido sua vida, que o caráter deles tem-se assinalado pela ternura, abnegação e benevolência, receberão a bendita certeza e bênção de Cristo: “Bem está”, “Vinde benditos de Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.” CM 82.4

Cristo tem sido ofendido e ferido pelo nosso acentuado amor egoísta e indiferença para com os ais e necessidades alheios. — The Review and Herald, 13 de Julho de 1886. CM 82.5

Promessa ao mordomo fiel — Significa muito semear sobre todas as águas. Significa uma comunicação contínua de dons e ofertas. Deus proporcionará recursos de maneira que o fiel mordomo de seus meios seja suprido com suficiência em todas as coisas, e seja capacitado para abundar em toda boa obra. “Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. Ora, Aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça”. 2 Coríntios 9:9, 10. A semente semeada pródiga e liberalmente, o Senhor a toma a Seu cargo. Aquele que dá a semente ao semeador, dá ao Seu obreiro aquilo que o capacita para cooperar com o Doador da semente. — Testemunhos Seletos 3:350. CM 82.6