Conselhos sobre Mordomia

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Capítulo 26 — Roubando a Deus o justo serviço

Homens há, nas fileiras dos observadores do sábado, que se estão agarrando firmemente aos seus tesouros terrestres. Estes são o seu deus, seu ídolo; e eles amam seu dinheiro, fazendas, gado, e sua mercadoria mais do que a seu Salvador, que por amor de vós Se fez pobre, para que pela Sua pobreza enriquecêsseis. Exaltam seus tesouros terrenos, considerando-os de maior valor que a salvação dos homens. Dir-se-á a tais pessoas: “Bem está”? Não; nunca. A irrevogável sentença, “Apartai-vos”, ferir-lhes-á os assustados sentidos. Cristo não Se pode deles servir. Têm sido servos indolentes, acumulando os meios que Deus lhes deu, enquanto seus semelhantes perecem na escuridão e no erro. CM 78.1

Nessa questão, meu coração sente até as profundezas. Dormirão os homens de posses até que seja tarde demais? até que Deus rejeite a eles e aos seus tesouros, dizendo: “Eia pois agora vós, ricos, chorai e pranteai, por vossas misérias, que sobre vós hão de vir. As vossas riquezas estão apodrecidas, e os vossos vestidos estão comidos da traça. O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós.” Que revelação se fará no dia de Deus, quando os tesouros acumulados e os salários diminuídos por fraude clamarem contra seus possuidores, que professavam ser bons cristãos e se jactavam de estar guardando a lei de Deus, quando amavam mais o ganho que o que fora comprado pelo sangue de Cristo, a salvação das pessoas. CM 78.2

Agora é o tempo de todos trabalharem. [...] Que muitos responderão no dia de Deus, quando Ele perguntar: Que fizestes por Mim, que dei Minhas riquezas, Meu sangue, Minha honra, Meu mandamento e Minha vida para vos salvar da ruína? Os que nada fazem emudecerão nesse dia. Verão o pecado de sua negligência. Privaram a Deus do serviço de toda uma vida. A ninguém influenciaram para o bem. Não levaram uma pessoa a Jesus. Sentiam-se contentes em nada fazer pelo Mestre; e não têm nenhuma recompensa senão a perdição eterna. Perecem com os ímpios, embora professassem seguir a Cristo. — The Review and Herald, 14 de Março de 1878. CM 78.3

O grande pecado de cristãos professos — Todo homem, seja qual for seu negócio ou profissão, deve tornar a causa de Deus seu primeiro interesse; não somente deve empregar seus talentos para o avanço da obra do Senhor, mas também, para esse fim, cultivar suas aptidões. Muito homem dedica meses e anos à aquisição de um ofício ou profissão para que se possa tornar trabalhador de êxito no mundo; e, no entanto, nenhum esforço especial faz no sentido de cultivar os talentos que o tornariam obreiro de êxito na vinha do Senhor. Perverteu suas faculdades, malbaratou os talentos. Mostrou desrespeito para com o Mestre celestial. Esse é o grande pecado do professo povo de Deus. Servem a si mesmos e servem ao mundo. Podem ter o nome de financistas sagazes e de êxito; mas negligenciam aumentar, pelo uso, os talentos que Deus lhes deu para o Seu serviço. O tato mundano está se desenvolvendo pelo exercício; o espiritual se está enfraquecendo devido à inatividade. — The Review and Herald, 1 de Janeiro de 1884. CM 78.4

O pecado da negligência — Se aqueles cujos talentos se estão enferrujando pela inércia buscassem o auxílio do Espírito Santo, e fossem trabalhar, ver-se-ia muito mais realizado. Urgentes apelos de auxílio despertariam os corações; e a resposta seria: “Faremos o que pudermos, na nossa fraqueza e ignorância, buscando o auxílio do grande Mestre para obter sabedoria.” Será que em meio a todas essas portas abertas para serem úteis, a esses patéticos pedidos de auxílio, homens e mulheres ainda se assentarão de braços cruzados ou empregarão apenas esses braços no trabalho egoísta para a obtenção das coisas terrenas? CM 79.1

“Vós sois a luz do mundo”, disse Jesus aos discípulos. Quão poucos, porém, estão cônscios de seu próprio poder e influência; quão poucos reconhecem o que poderiam fazer para ajudar aos outros e ser-lhes uma bênção. Envolvem seu talento num lenço e o sepultam na terra, e se jactam de possuir a mais recomendável humildade. Mas os livros do Céu testificam contra esses indolentes como sendo servos ociosos e ímpios que estão pecando gravemente contra Deus, ao negligenciarem o trabalho que Ele lhes deu. Não terão desculpas para dar, quando os registros celestes se abrirem, revelando-lhes a evidente negligência. CM 79.2

Seja qual for o talento que nos tenha sido confiado, de nós se exige que o usemos no serviço de Deus, e não a serviço de Mamom. [...] CM 79.3

Os que estão escondendo seus talentos na Terra, lançam fora sua oportunidade de obter uma coroa adornada de estrelas. Até que se faça a grande revelação do juízo final, nunca se saberá quantos homens e mulheres têm feito tal coisa, nem quantas vidas se extinguiram nas trevas porque os talentos dados por Deus têm sido enterrados nos negócios, em vez de serem usados no serviço do Doador. [...] CM 79.4

Homens [...] podem interessar-se em minas que proporcionem grandes lucros em prata e ouro. Podem dedicar a vida inteira à aquisição de tesouros terrestres, mas morrem e deixam tudo para trás. Não podem levar um dólar consigo, para os enriquecer no grande além. São sábios esses homens? Não serão loucos em deixarem passar as preciosas horas da graça sem fazer o devido preparo para a vida futura? Os sábios guardarão “um tesouro nos Céus que nunca acabe” — “um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna”. Se quisermos alcançar riquezas permanentes, comecemos agora a transferir nosso tesouro para o outro lado, e nosso coração estará onde o nosso tesouro estiver. — The Review and Herald, 7 de Outubro de 1884. CM 79.5