Temperança
Capítulo 2 — O obreiro da temperança
Requer-se trabalho pessoal — O trabalho missionário não consiste meramente em pregar. Inclui trabalho pessoal por aqueles que prejudicaram a própria saúde e se colocaram em situação de não possuir força moral para dominar o apetite e as paixões. Essas almas devem ser cuidadas da mesma maneira que as mais favorecidas. Nosso mundo está cheio de sofredores. — Evangelismo, 265. Te 130.3
O exemplo do domínio de si mesmo — Aqueles que se dominam a si mesmos estão aptos a trabalhar pelos fracos e errantes. Lidarão terna e pacientemente com eles. Por seu próprio exemplo, mostrarão o que é direito, e depois buscarão pôr os errantes onde se encontrem sob influências boas. Te 130.4
“Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos Meus estatutos, e não os guardastes. Tornai vós para Mim, e Eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos. Mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?” Te 131.1
Se qualquer de vós encontrar outros que estejam em incerteza quanto ao que devem fazer, deve mostrar-lho. Cada um deve estar empenhado na obra de salvar almas. Cada um deve estar preparado para instruir na ciência da salvação. — Manuscrito 38, 1905. Te 131.2
Sede compassivos e humanos — Compreendamos como nos devemos aproximar do povo. Não há maneira melhor de fazê-lo do que ser compassivos e pôr-nos em seu lugar. Se sabeis de pessoas que se encontram doentes e em necessidade de assistência, ajudai-as, procurai aliviar-lhes o sofrimento. Ao assim fazerdes, o poder do Senhor falará por meio disso a sua alma. — The General Conference Bulletin, 23 de Abril de 1901. Te 131.3
Atraí por simpatia e amor — As pessoas são atraídas pela simpatia e o amor; e muitos podem ser assim conquistados para as fileiras de Cristo, e reformar-se; não podem, porém, ser forçados ou tangidos. Paciência cristã, sinceridade, consideração e cortesia para com todos os que não vêem a verdade como nós, exercerão poderosa influência para o bem. Importa aprendermos a não ir demasiado depressa, e exigirmos demais dos recém-convertidos à verdade. — Manuscrito 1, 1878. Te 131.4
Estímulo às pequeninas atenções — Em todas as nossas relações devemos lembrar que há, na vida dos outros, capítulos fechados às vistas mortais. Há, nas páginas da memória, tristes histórias que são sagradamente guardadas de olhares curiosos. Aí se encontram registradas longas, renhidas batalhas com circunstâncias probantes, talvez perturbações da vida doméstica, que enfraquecem dia a dia o ânimo, a confiança e a fé. Os que estão pelejando o combate da vida em grande desvantagem de condições, podem ser fortalecidos e animados por pequeninas atenções que não custam senão um amorável esforço. Para esses, o caloroso e ajudador aperto de mão dado por verdadeiro amigo, vale mais que prata ou ouro. As palavras de bondade são recebidas com tanto agrado, como o sorriso dos anjos. — A Ciência do Bom Viver, 158. Te 131.5
Oferecer algo melhor — não atacar — De pouca utilidade é procurar reformar outros atacando o que podemos considerar maus hábitos. Tais esforços dão muitas vezes em resultado mais dano que bem. Em Sua conversa com a samaritana, em lugar de desmerecer o poço de Jacó, Cristo apresentou alguma coisa melhor. “Se tu conheceras o dom de Deus”, disse Ele, “e quem é que te diz: Dá-Me de beber, tu Lhe pedirias, e Ele te daria água viva.” João 4:10. Desviou a conversa para o tesouro que tinha a dar, oferecendo à mulher alguma coisa melhor do que ela possuía, a própria água viva, a alegria e a esperança do evangelho. Isto é uma ilustração do modo por que devemos trabalhar. Temos de oferecer aos homens alguma coisa melhor do que eles possuem, a própria paz de Cristo, que excede todo o entendimento. Cumpre-nos falar-lhes da santa Lei de Deus, a transcrição de Seu caráter, e uma expressão daquilo que Ele quer que se tornem. Mostrai-lhes quão infinitamente superior às fugazes alegrias e prazeres do mundo é a imperecível glória celeste. Falai-lhes da liberdade e do repouso que se encontram no Salvador. “Aquele que beber da água que Eu lhe der, nunca terá sede” (verso 14), declarou Ele. Te 132.1
Exaltai a Jesus, clamando: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29. Unicamente Ele pode satisfazer o anseio do coração, e dar paz à alma. Te 132.2
Abnegados, bondosos, corteses — De todos os povos da Terra, deviam ser os reformadores os mais abnegados, os mais bondosos, os mais corteses. Dever-se-ia ver em seus atos a verdadeira bondade dos atos desinteressados. O obreiro que manifesta falta de cortesia, que mostra impaciência ante a ignorância dos outros ou por se acharem extraviados, que fala bruscamente ou procede sem reflexão, pode cerrar a porta de corações por tal maneira que nunca mais lhes seja dado conquistá-los. Te 132.3
Como o orvalho e a chuva branda caem nas ressequidas plantas, assim deixai cair suavemente as palavras quando procurais desviar os homens de seus erros. O plano de Deus é conquistar primeiro o coração. Devemos falar a verdade com amor, confiando nEle quanto ao poder para a reforma da vida. O Espírito Santo aplicará ao coração a palavra proferida com amor. Te 133.1
Somos naturalmente egocêntricos e opiniosos. Mas, ao aprendermos as lições que Cristo nos deseja ensinar, tornamo-nos participantes de Sua natureza; daí em diante, vivemos a Sua vida. O maravilhoso exemplo de Cristo, a incomparável ternura com que compreendia os sentimentos dos outros, chorando com os que choravam e Se regozijando com os que se regozijavam, deve exercer profunda influência sobre o caráter de todos quantos O seguem em sinceridade. Mediante palavras e atos bondosos, procurarão facilitar o trilho aos pés cansados. — A Ciência do Bom Viver, 156-158. Te 133.2
A moeda perdida — ainda preciosa — A moeda perdida, da parábola do Salvador, conquanto se achasse na sujeira e lixo, era ainda um pedaço de prata. Sua possuidora buscou-a porque era de valor. Assim toda alma, ainda que aviltada pelo pecado, é aos olhos de Deus reputada preciosa. Como a moeda trazia a imagem e inscrição do poder dominante, assim apresentava o homem na sua criação a imagem e inscrição de Deus. Embora estejam ao presente manchados e obscurecidos pela influência do pecado, os traços dessa inscrição permanecem em cada alma. Deus deseja readquirir essa alma, e retraçar sobre ela Sua própria imagem em justiça e santidade. Te 133.3
Quão pouco nos ligamos com Cristo em simpatia naquilo que devia ser o mais forte laço de união entre nós e Ele — a compaixão para com as almas depravadas, culpadas, sofredoras, mortas em ofensas e pecados! A desumanidade do homem para com o homem, eis nosso maior pecado. Muitos pensam que estão representando a justiça de Deus, ao passo que deixam inteiramente de Lhe representar a ternura e o grande amor. Muitas vezes aqueles a quem eles abordam com severidade e desabrimento, se acham sob o jugo da tentação. Satanás está lutando com essas almas, e palavras ásperas, destituídas de simpatia, desanimam-nas, fazendo-as cair presa do poder do tentador. — A Ciência do Bom Viver, 163. Te 133.4
Censura alguma à ovelha desgarrada — A parábola da ovelha perdida é eloqüente ilustração do amor do Salvador pelos errantes. O Pastor deixa as noventa e nove no abrigo do redil, enquanto sai em busca da ovelha perdida, a perecer; e ao encontrá-la, põe-na aos ombros, e volta em regozijo. Não criticou a ovelha extraviada; não disse: “Que se vá, se quiser”; mas foi em meio a geada, a neve e a tempestade, a salvar a perdida. E prosseguiu pacientemente a busca até encontrar o objeto de Sua solicitude. Te 134.1
Assim devemos tratar a errante, desgarrada. Devemos estar dispostos a sacrificar nossa comodidade e conforto quando uma alma por quem Cristo morreu se acha em perigo. Disse Jesus: “Haverá alegria no Céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” Como foi manifestado regozijo pela recuperação da ovelha perdida, assim será manifestada grandíssima alegria e gratidão por parte dos verdadeiros servos de Cristo quando uma alma é salva da morte. — Manuscrito 1, 1878. Te 134.2
Cristo nos mostrará como — Somos chamados a trabalhar com energia sobre-humana, trabalhar com o poder que está em Jesus Cristo. Aquele que desceu a tomar a natureza humana é Aquele que nos mostrará como dirigir a batalha. Cristo deixou Sua obra em nossas mãos, e devemos lutar com Deus, suplicando dia e noite pelo poder invisível. É apegando-nos a Deus mediante Jesus Cristo que se obtém a vitória. — Testimonies for the Church 6:111. Te 134.3
A gratidão dos salvos — O valor de uma alma não pode ser plenamente avaliado por mentes finitas. Com quanta gratidão hão de os remidos e glorificados relembrar aqueles que foram instrumentos em sua salvação! Ninguém lamentará então os abnegados esforços e trabalho perseverante que fez, sua paciência, indulgência e ardentes anseios do coração por almas que se poderiam haver perdido, houvesse ele negligenciado seu dever ou se cansado de fazer o bem. — Manuscrito 1, 1878. Te 135.1
Salvaguardas para os obreiros — As tentações a que todos os dias estamos expostos fazem da oração uma necessidade. Os perigos nos assaltam em todo caminho. Os que procuram arrebatar os outros do vício e da ruína, estão particularmente expostos à tentação. Em constante contato com o mal, necessitam apegar-se fortemente a Deus, para não serem eles mesmos corrompidos. Breves e decisivos são os passos que conduzem os homens de um plano elevado e santo a um nível inferior. Num só momento, podem ser tomadas decisões que determinem o destino eterno. Uma fraqueza por vencer deixa a alma desamparada. Um mau hábito, a que se não resistiu com firmeza, fortalecer-se-á em cadeias de aço, prendendo completamente o homem. Te 135.2
O motivo por que tantos são abandonados a si mesmos em lugares de tentação, é não terem o Senhor constantemente diante dos olhos. Quando permitimos que nossa comunhão com Deus seja quebrada, ficamos sem defesa. Todos os bons objetivos e boas intenções que tenhais, não vos tornarão aptos a resistir ao mal. Deveis ser homens e mulheres de oração. Vossas petições não devem ser débeis, ocasionais e irregulares, mas fervorosas, perseverantes e constantes. Para orar não é necessário que estejais sempre prostrados de joelhos. Cultivai o hábito de falar com o Salvador quando sós, quando estais caminhando, e quando estais ocupados com os trabalhos diários. Que vosso coração se eleve de contínuo em silêncio pedindo auxílio, luz, força, conhecimento. Que cada respiração seja uma oração. Te 135.3
Proteção para aqueles que fazem de Deus sua confiança Confiança — Como obreiros de Deus, devemos atingir os homens onde eles estão, rodeados de trevas, atolados no vício, manchados pela corrupção. Mas, fixando os olhares sobre Aquele que é o nosso Sol e o nosso escudo, o mal que nos rodeia não manchará nossas vestes. Enquanto trabalhamos para salvar as almas que estão prestes a perecer, não seremos envergonhados se pusermos confiança em Deus. Cristo no coração, Cristo na vida, eis a nossa segurança. A atmosfera de Sua presença encherá a alma de horror a tudo o que é mau. Nosso espírito pode de tal maneira identificar-se com o Seu, que seremos um com Ele em nossos pensamentos e intenções. — A Ciência do Bom Viver, 509-511. Te 135.4