O Sábado e o Domingo nos Primeiros Três Séculos: o Testemunho Completo dos Pais da Igreja

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Testemunho de Comodiano

Essa pessoa era nativa da África, e não parece ter tido qualquer ofício na igreja cristã. Ele escreveu por volta de 270 d.C. As únicas alusões feitas por ele ao sábado encontram-se nas seguintes palavras dirigidas aos judeus: SDS 100.1

Não existe nenhum povo tão incrédulo como o de vocês. Oh! raça perversa! Em tantos lugares, e tão frequentemente repreendidos pela lei daqueles que clamam em voz alta. E o Altíssimo despreza os seus sábados, e rejeita completamente as suas festas universais mensais ordenadas pela lei, para que vocês não Lhe ofereçam os sacríficos ordenados; quem lhes disse para praticar qualquer obra por causa de suas transgressões. — Instructions in favor of Christian Discipline [Instruções em favor da disciplina cristã], seç. 40. SDS 100.2

Essa declaração é muito obscura, e não existe nada no contexto que lance qualquer luz sobre ela. Sua linguagem pode estar se referindo aos sábados cerimoniais, ou também pode incluir o sábado do Senhor. Se inclui o sábado feito para o homem, ela pode ser entendida como as palavras de Isaías 1:13, 14, repreendendo a hipocrisia daqueles que professam guardá-lo, em vez de condenar a própria instituição em si. SDS 100.3

Ele utiliza o termo “dia do Senhor” apenas uma vez, e de forma tão obscura quanto a sua referência sobre a questão do sábado. Aqui está: SDS 101.1

Você não teme ao Senhor, que clama em alta voz com tanto ardor; Ele que nos ordena alimentar até mesmo aos nossos inimigos. Esperem ansiosos por suas refeições da mão desse Tobias que sempre, a cada dia, as compartilhava inteiramente com os pobres. Você procura alimentar aquele, ó tolo, que o alimenta novamente. Deseja que ele prepare para mim, que estou pondo perante ele seu enterro? O irmão oprimido com necessidade, quase definhando, clama em alta foz diante daquele que está esplendidamente satisfeito e de barriga estufada: O que você diz acerca do dia do Senhor? Se ainda não o fez, que convide uma pessoa pobre do meio da multidão, a quem possa trazer para a sua ceia. Nas tábuas está a sua esperança de um Cristo restaurado. — Seç. 61. SDS 101.2

Se Comodiano queria acusar seus irmãos de alimentar os famintos apenas um dia da semana, ou se defendia um dia do Senhor como o de Clemente de Alexandria, Orígenes e outros (a saber, aquele que inclui todos os dias da vida daquele que se abstém do pecado), e assim desejava que seus irmãos imitassem a Tobias, que alimentava o faminto todos os dias, permanece incerto. Ele não podia acreditar que o domingo era o dia do Senhor por indicação divina, pois refere-se à festa da Páscoa (que se baseia apenas nas tradições e mandamentos dos homens) como acontecendo “uma vez no ano” e a chama de “Páscoa, o nosso dia mais abençoado” — Seç. 75. O dia da Páscoa era, portanto, em sua opinião, o dia mais sagrado na igreja cristã. SDS 101.3