Estudos em Educação Cristã

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Treinamento Manual e Prático na Educação

Os tempos exigem uma educação que produza homens e mulheres capazes de realizar diversas coisas. O sistema papal divorcia o aprendizado da ação e desqualifica homens e mulheres para dar a última advertência ao mundo. Deus agitou a cada denominação, antes de 1844, para colocar a educação cristã prática ao alcance dos jovens. EEC 49.2

“Se o sistema de educação em gerações passadas tivesse sido conduzido segundo um plano inteiramente diferente, a juventude desta geração não seria agora tão depravada e inútil... Em gerações anteriores, provisões deveriam ter sido feitas para a educação em maior escala. Em conexão com as escolas, deveria ter havido estabelecimentos agrícolas e industriais. Deveria ter havido também professores de trabalhos domésticos... Se houvessem sido estabelecidas escolas segundo o plano que mencionamos, não haveria agora tantas mentes desequilibradas. Tenho sido levada a perguntar: Deve tudo o que é valioso em nossa juventude ser sacrificado a fim de poderem obter uma formação nas escolas? Se tivesse havido estabelecimentos agrícolas e industriais ligados às nossas escolas e professores competentes tivessem sido contratados para educar a juventude nos diferentes ramos de estudo e trabalho, dedicando uma parte de cada dia ao aprimoramento mental e outra ao trabalho físico, haveria agora uma classe mais nobre de jovens no campo da ação, exercendo influência modeladora sobre a sociedade. Muitos dos jovens que se formassem em tais instituições sairiam delas com estabilidade de caráter. Eles teriam perseverança, força e coragem para superar obstáculos, e princípios dos quais não se desviariam por causa de influências erradas, embora populares. Deveria ter havido mestres experientes para dar aulas às jovens no setor culinário. As meninas deveriam ter sido instruídas a fabricar artigos de vestuário, cortar, confeccionar, consertar roupas e, assim, educar-se para os deveres práticos da vida” (Christian Education, p. 11, 18, 19). EEC 49.3

Jefferson, como seria de esperar, teve um vislumbre dessa importante fase da educação, e fez tentativas de colocá-la em funcionamento na Universidade da Virgínia. EEC 50.1

“Ele propôs o que chamou de uma ‘Escola de Filosofia Técnica’... Para tal escola virão marinheiros, carpinteiros, armadores navais, fabricantes de bombas hidráulicas, relojoeiros, mecânicos, oftalmologistas, construtores, cuteleiros... fabricantes de sabão, curtidores, produtores de sal e vidraceiros, para aprender o máximo necessário para desenvolver sua arte com conhecimento... Nessa escola de tecnologia, Jefferson se propôs a agrupar os estudantes em salas de aula preparadas para a instrução prática e elementar, mediante palestras noturnas, de modo a assegurar-lhes a oportunidade de trabalho durante o dia” (Thomas Jefferson and the University of Virginia, p. 84). EEC 50.2

Há uma citação de Jefferson que diz: “Nenhuma nação sobreviverá por muito tempo ao declínio de sua agricultura” (Samuel H. Comings, Pagan vs. Christian Civilizations, p. 43). EEC 50.3

A “Sociedade para a Promoção de Trabalho Manual em Instituições Literárias” foi formada em Nova York em 1831, “com cerca de vinte nomes eminentes entre seus oficiais”. EEC 50.4

“Um tremendo impulso foi dado ao movimento com a publicação, em 1833, do famoso panfleto de Theodore D. Welds sobre trabalho manual com o patrocínio da [sociedade]. Ele continha o testemunho de centenas de homens famosos, todos convictos de que essa panaceia, sem dúvida, fosse poderosa para curar. ... Seu relatório, ... quando publicado, produziu uma das grandes sensações da época” (The Story of Oberlin, p. 230, 130). EEC 50.5

O Trabalho Manual em Oberlin: — Oberlin estava entre as escolas desse período que se colocaram nas mãos de Deus para serem usadas na ministração de uma educação prática para centenas e milhares de jovens que, mais tarde, seriam chamados a fazer um vigoroso serviço para o Mestre. O historiador de Oberlin afirma que perto da época do início das atividades dessa escola, havia “um amplo avivamento intelectual, incluindo reformas radicais nos métodos de ensino”. O Sr. Shipherd, um dos fundadores de Oberlin, desejava pôr-se em harmonia com o plano divino de educação e disse: EEC 50.6

“Centenas de jovens promissores serão, sem dúvida, educados ou não para o serviço de Deus. Isso vai depender se lhes fornecemos ou não os meios de educação integral por meio de sua própria dedicação e economia” (Oberlin: The Colony and the College, p. 321). EEC 51.1

No primeiro relatório anual de Oberlin, publicado em 1834, lemos: “O departamento de trabalho manual é considerado indispensável para uma educação integral” (The Story of Oberlin, p. 224). O historiador declara: EEC 51.2

“O trabalho honesto seria honrado, os mais ricos e os mais pobres se encontrariam diariamente em um mesmo nível; a saúde de todos seria garantida e um estímulo fascinante seria comunicado tanto à mente quanto à moralidade; mas o melhor de tudo e o mais garantido: todos, de qualquer sexo, que desejassem obter uma educação, teriam condições de facilmente pagar seu estipêndio com o trabalho das próprias mãos” (Idem). EEC 51.3

O departamento industrial de Oberlin, continua o historiador, EEC 51.4

“está equipado com um motor a vapor que movimenta uma serraria, um moinho, uma serra para a produção de ripas e telhas de madeira e um torno mecânico; e a esse motor serão acrescentadas outras máquinas. Uma oficina já está construída e provida de ferramentas, e outras serão acrescidas” (Idem). EEC 51.5

“O trabalho manual era um dos elementos mais indispensáveis da filosofia de Oberlin. Nada fez mais pelo estabelecimento e expansão de Oberlin. Por cerca de meia geração, multidões de estudantes foram trazidas de todos os lugares do país, que, de outra forma, nunca teriam ingressado em suas salas; e acima de tudo e com toda a probabilidade, nunca teriam obtido uma formação” (Ibid., p. 100, 101). EEC 51.6

Um dos fundadores de Oberlin, em 1833, escreveu que EEC 51.7

“um departamento feminino seria estabelecido com base no plano de trabalho manual, incluindo administração doméstica, manufatura de lã, cultura de seda, aspectos apropriados de jardinagem, em particular a preparação de sementes para venda, confecção de roupas, etc” (Ibid., p. 225, 226). EEC 51.8

Na verdade, o objetivo de Oberlin, conforme publicado em seu primeiro catálogo [1834], foi assim definido: EEC 51.9

‘“oferecer a mais útil educação com menos dispêndio de saúde, tempo e dinheiro; estender o benefício de tal educação para ambos os sexos e a todas as classes da comunidade. ... Também a qualificação completa de professores cristãos, tanto para o púlpito como para as escolas;’... ‘a difusão de ciência útil, de uma moral sadia e da religião pura entre a crescente multidão do Vale do Mississippi, e aos milhões de necessitados espalhados pelo mundo’, através de ministros e ‘piedosos professores’” (Ibid., p. 161). EEC 52.1

O trabalho manual enfrentou intensa oposição, mas, em 1833, o Sr. Shipherd escreveu com alegria: EEC 52.2

“Os alunos estudam e trabalham bem. Cinco minutos após os sinos do trabalho manual soarem, os martelos e serras dos alunos de mecânica despertam ao nosso redor” (Ibid., p. 224). EEC 52.3

Depois de nomear as vantagens do treinamento manual, ele acrescenta: EEC 52.4

“Em resumo, ele atende às necessidades do homem como ser total, e evita o desperdício comum e surpreendente de dinheiro, tempo, saúde e vida” (Idem). EEC 52.5

Diversas instituições de trabalho manual: — EEC 52.6

“Em tudo isso Oberlin não foi nem um pouco original, mas apenas copiou com ligeiras modificações o que já era encontrado em numerosas instituições em todos os Estados do leste, do meio-oeste e oeste. Em 1830, dez escolas poderiam ser citadas como tendo anexos de trabalho manual; e na década seguinte, várias outras dezenas foram acrescentadas. Maine Wesleyan era famosa em seus dias e uma das primeiras, embora Bowdoin, Waterville e o Seminário Bangor também possuíssem essas vantagens. Em Dexter, no Maine, se exigia não só dos alunos, mas também dos professores, que trabalhassem pelo menos quatro horas por dia. Massachusetts tinha, pelo menos, meia dúzia... Nova York foi favorecida com várias, com destaque para o Instituto Oneida; e o Rochester Institute of Practical Education, no qual os estudantes com habilidades mecânicas comuns, enquanto aprendem uma profissão, podem quase custear integralmente seus estudos; e calcula-se que, quando certas instalações planejadas forem providenciadas, eles poderão pagar todas as suas despesas. A Pensilvânia também estava bem suprida. No Lafayette College, em Easton, o presidente Jenkins e os alunos ergueram um edifício de dois andares... No oeste, onde as pessoas eram mais pobres e a terra mais barata, o trabalho manual era mais popular. Hudson (Ohio) tinha oficinas e uma fazenda; no Marietta e Lane Seminary ocorreu o mesmo, bem como com muitos outros. EEC 52.7

Michigan também adotou o modelo enquanto ainda era um território; e Indiana, Illinois, Kentucky e Tennessee não se encontravam no mínimo que fosse em posição inferior quanto a proporcionar meios para o desenvolvimento muscular da classe estudantil” (Ibid., p. 229-230). EEC 53.1

“As sociedades educacionais de todas as principais denominações eram ativas participantes, fossem batistas, congregacionais, episcopais, metodistas ou presbiterianas, e a maioria dos principais educadores estava cheia de entusiasmo e zelo... O secretário episcopal pôde exclamar: ‘Nós quase invejamos nossos sucessores neste empreendimento acadêmico, quando algo do vigor dos fundadores for encontrado nos trabalhadores intelectuais da atualidade, e a coloração amarelada da dispepsia deixar de ser o testemunho uniforme de uma vida de estudo”.’ (Ibid., p. 230). EEC 53.2

O Dr. Lindsley, fundador da Universidade de Nashville, agora Peabody Institute, foi um defensor do trabalho manual: EEC 53.3

“[Ele] teria anexado fazendas e oficinas às escolas de todos os graus. Essas fazendas e oficinas serviriam a um propósito triplo. Elas forneceriam o exercício necessário, seriam úteis no ensino de profissões e dariam aos alunos pobres a oportunidade de se sustentar” (Higher Education in Tennessee, p. 30). EEC 53.4

O Emory and Henry College, em 1835, era EEC 53.5

“uma faculdade de trabalho manual, um instituto de aprendizagem, em que os alunos eram treinados tanto para trabalhar como para pensar... Essa característica de trabalho manual era muito proeminente no empreendimento educacional, e esse aspecto recebeu destaque nesses movimentos iniciais, pois a instituição foi erigida por pessoas engajadas quase que totalmente com a agricultura e com as artes mecânicas, muitas das quais tinham um preconceito contra uma raça culta e preguiçosa” (Thomas Jefferson and the University of Virginia, p. 253). EEC 53.6

Treinamento manual nas escolas batistas: — EEC 53.7

“Em 1830, alguns homens dedicados se reuniram na Segunda Igreja Batista às cinco horas da manhã para pensar e propor um plano com vistas à melhoria dos jovens que, segundo o julgamento das igrejas, foram chamados para a obra do ministério... Eles organizaram a Sociedade Educacional Batista da Virgínia, e, durante dois anos, auxiliaram jovens escolhidos colocando-os em escolas particulares. ... Em 1832, a sociedade comprou a Spring Farm... abrindo uma escola de trabalho manual que levou o nome de Seminário Batista da Virgínia... O número de alunos chegou a vinte e seis — cerca de dois terços deles se preparando para o ministério. ... A essa compra de 36.000 m2, mais 24.000 m2 foram adicionados em 1836. ... O propósito de se adquirir mais terra foi aumentar o espaço para o trabalho manual da escola. As autoridades insistiram tenazmente a esse respeito para dar aos necessitados oportunidades de autossustento, e oportunidades de exercício a todos. Mas a medida se mostrou impopular entre os alunos... E, finalmente, como lemos no relatório de 1841, esse aspecto... foi praticamente abandonado” (Ibid., p. 271). EEC 53.8

Os Batistas da Geórgia fundaram em 1833 a Mercer University, uma escola EEC 54.1

“que uniria trabalho agrícola ao estudo e estaria aberta somente para os que desejassem preparar-se para o ministério. A ideia de fundar uma escola de trabalhos manuais onde teoria e prática pudessem ser ensinadas, um plano muito aceito pelos batistas da Geórgia, parece ter-se originado com o Dr. Sherwood, que foi o pioneiro a demonstrar sua praticabilidade numa escola de ensino secundário estabelecida por ele nas proximidades de Eatonton, no condado de Putnam” (Education in Georgia, p. 61). EEC 54.2

Poderíamos multiplicar dados históricos a respeito de escolas com treinamento manual durante essa notável reforma educacional anterior a 1844. Os exemplos dados são típicos das experiências de mais de sessenta escolas de treinamento manual nesse período. Para os reformadores educacionais adventistas do sétimo dia, essas experiências são emocionantes. Quais teriam sido os resultados se os homens responsáveis por essas reformas iniciais não tivessem cedido às pressões exercidas sobre eles pelos irmãos dirigentes de suas respectivas denominações? Essa oposição foi difícil de enfrentar, mas o fracasso da causa foi realmente devido à falta de coragem e devoção a esses princípios, pois onde há coragem e amor intenso pela obra de Deus, a oposição só fortalece os reformadores. Os adventistas sabem que os anjos estavam ocupados em todos os lugares incentivando essas reformas. É um fato marcante que essas escolas tenham abandonado sua reforma quanto ao treinamento manual, justamente no tempo em que o clamor da meia-noite devia acontecer. Se tivessem permanecido fiéis, a história teria sido diferente. A história da obra educacional dos adventistas do sétimo dia também teria sido diferente. EEC 54.3

Por exemplo, se Oberlin houvesse permanecido fiel à sua ideia de treinamento manual, seus obreiros missionários, ao serem enviados, como de fato o foram, para trabalhar junto aos moradores das regiões montanhosas do Sul, e aos ex-escravos do Sul, teriam mudado todo o aspecto geral da história sulista. Eles teriam colocado os Estados do Sul quarenta anos à frente em relação ao que é agora. O trabalho de Booker T. Washington pelos negros teria sido estabelecido um quarto de século antes de seu tempo. Mas, EEC 54.4

“visto que os homens não conseguiam compreender o propósito de Deus nos planos a nós apresentados para a educação dos obreiros, alguns métodos foram adotados, em algumas de nossas escolas, os quais têm causado atraso, em vez de avanço, na obra de Deus. Anos se passaram para a eternidade, com pequenos resultados, que poderiam ter presenciado a realização de uma grande obra” (“The Madison School,” p. 29). EEC 55.1

Vantagens do Trabalho Manual: — EEC 55.2

“Os alunos eram divididos em pequenos grupos, cada um com oito ou dez pessoas, e cada grupo era posto sob a supervisão de um dos alunos mais velhos... Isso quebrou a monotonia da vida estudantil comum; promoveu a saúde e a leveza de espírito; nas horas de trabalho no campo e na floresta, os alunos recebiam não só alívio dos estudos, mas tal variedade de ocorrências que os alunos daqueles dias encontraram mais meios de genuíno prazer do que outros desde então... Todos os alunos, exceto os externos, se alimentavam num salão comum, e, por meio da prática da economia e com a ajuda da fazenda, conseguiam um excedente variável a cada ano, o qual era aplicado na realização de melhorias” (Thomas Jefferson and the University of Virginia, p. 253-255). EEC 55.3

O trabalho manual, como componente do currículo nas escolas de formação de ministros e missionários, faz parte da “ciência da verdadeira educação” que Deus tornou conhecida a alguns homens e mulheres antes de 1844. Esse foi um dos meios divinos para treinar missionários práticos para os campos missionários do mundo. A despeito do fato de que praticamente cada igreja protestante teve alguma experiência em dirigir escolas de treinamento manual, essas denominações, como um todo, se opuseram à ideia, e sua persistente resistência finalmente forçou as escolas que haviam sido líderes nessas reformas a fechar seus departamentos de trabalho manual. O encerramento das atividades dos departamentos de trabalhos manuais indica um retorno ao sistema educacional da Europa medieval. Eles começaram a formar mundanos em vez de cristãos. Aqui reside um dos maiores erros cometidos pelas denominações protestantes antes de 1844. Essa é uma das razões por que elas não estavam preparadas para o clamor da meia-noite e a mensagem do primeiro anjo. O trabalho manual, em ligação com a educação, ficou conhecido nessas escolas de formação manual como “poderosa panaceia de cura”. A escola de treinamento para obreiros cristãos que perdeu essa “panaceia” tornou-se espiritualmente doente e deixou de defender as reformas educacionais cristãs. Esse movimento de reforma educacional é chamado de “impulso missionário” que, através do trabalho manual, “possibilitou que rapazes e moças mais pobres garantissem sua educação e, assim, ampliassem sua aptidão para exercer os deveres da vida”. EEC 55.4

Os frutos de Oberlin: — Deus recompensou ricamente essa escola por sua adesão à verdade e pelo fruto de seus trabalhos, apesar do fato de ela finalmente ser obrigada a ceder. De Oberlin é dito: EEC 56.1

“Embora o próprio nome fosse tão temido e odiado, mesmo assim havia amigos suficientes para desejarem e requererem mais professores do que a escola conseguia produzir. A qualidade do seu trabalho era vista como tão excelente que se considerava atitude sábia engolir muito preconceito a fim de garantir o benefício de sua instrução... Em um ano... nada menos que 530 professores saíram para sua missão... Quem pode medir o benefício prestado por esses enormes grupos de homens e mulheres de coração ardente que, por mais de uma geração, gastaram sua energia com dezenas de milhares de crianças e jovens... Oberlin é a fecunda mãe de muitas faculdades: Olivet College, Tabor College, Benzonia College, Berea College, First University, Talladega College, Atlanta University, Straight University, Emerson Institute, Howard University. Outras escolas e empreendimentos absorveram por muitos anos a atividade missionária de homens e mulheres de Oberlin” (The Story of Oberlin, p. 320-321). EEC 56.2

Seus alunos penetraram “campos estrangeiros como a Turquia na Europa e na Ásia, Índia, Sião, América do Sul, Haiti e Burma” (Oberlin: The Colony and the College, p. 341). EEC 56.3

Os estudantes podem prontamente entender, a partir desse breve esboço, quão extensa poderia ter sido a influência de Oberlin se ela tivesse permanecido fiel à sua reforma. As palavras dirigidas aos reformadores educacionais adventistas do sétimo dia se aplicam com igual força aos fundadores de Oberlin. EEC 56.4

“Os reformadores têm sido entravados e alguns deixaram de insistir em reformas. Parecem impotentes para resistir à corrente de dúvidas e críticas” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 6, p. 142). EEC 57.1

Oposição: — Os alunos ficarão interessados em algumas declarações que mostram o declínio dessas instituições, sob uma deteriorada atmosfera de suspeita, crítica e oposição dos líderes. O colégio Oberlin resistiu à oposição por mais tempo e com maior sucesso que a maioria das outras escolas. O trecho a seguir fornece ao leitor um quadro da dúvida e crítica lançadas contra as reformas de Oberlin pelos líderes das igrejas presbiterianas e congregacionais. EEC 57.2

“O trabalho manual, por exemplo, tinha muitos amigos e admiradores, mas um grande número olhava com desconfiança para a ideia. O aluno não precisava e nem estava em condição de tirar quatro horas por dia para trabalhar na fazenda ou na oficina. Não havia tampouco a possibilidade de que o resultado financeiro fosse de algum valor considerável, quer para o aluno ou para a instituição à qual pertencia. [Assim argumentavam os críticos]. Deste modo, pessoas na Nova Inglaterra e em outros lugares começaram a demonstrar atitudes negativas” (The Story of Oberlin, p. 243-247). EEC 57.3

E mais: EEC 57.4

“Tenho algumas dúvidas sobre um projeto recentemente iniciado nessa região, cujas necessidades têm grandemente chamado nossa atenção como empreendimento de benevolência. Refiro-me a Oberlin, para a qual enormes fundos já foram recebidos e ainda são coletados. Que necessidade há de outra universidade ou faculdade nos bosques de Ohio, cercada por outras instituições a curta distância, que ainda luta para sobreviver? ... Dizem que alí há trabalho manual, mas Hudson também tem. ... Por que os estudantes deveriam ser incomodados com apelos constantes para deixarem a instituição onde estão a fim de se dirigirem a Oberlin?” (Ibid., p. 247). EEC 57.5

Cedendo à oposição: — EEC 57.6

“Após o início da década de 1840, ouvimos pouco sobre trabalho manual. Com o aumento geral da riqueza, houve menor necessidade das pequenas contribuições financeiras que ele pudesse fornecer. A consciência dos sinceros tornou-se menos vigilante na busca de exercício físico desassociado do trabalho útil, e o ginásio moderno, juntamente com o atletismo, logo passou a suprir todas as necessidades quanto ao bem-estar físico do mundo” (Ibid., p. 231). EEC 57.7

Atente para o ano em que esse declínio ocorreu. A Universidade Mercer, acima referida, teve essa experiência: EEC 58.1

“Em 1844, o sistema de trabalho manual que estava sendo testado desde a fundação do Instituto, em 1833, foi abandonado, tendo-se provado ineficaz. Várias outras tentativas haviam sido feitas durante a mesma década para a criação de escolas com trabalho manual em diferentes lugares que, com uma exceção, também tinham falhado” (Education in Georgia, p. 65). EEC 58.2

Será que os adventistas do sétimo dia compreendem o significado dessa data? Deus não pode tolerar para sempre a incredulidade, os esforços indiferentes, e a fria e medíocre insensibilidade com os princípios divinos. EEC 58.3

“Se todos os que trabalharam unidos na obra em 1844 tivessem recebido a mensagem do terceiro anjo, proclamando-a no poder do Espírito Santo, o Senhor teria operado poderosamente com seus esforços. Um dilúvio de luz ter-se-ia derramado sobre o mundo. Anos atrás os habitantes da Terra teriam sido avisados, a obra final estaria consumada, e Cristo teria vindo para a redenção de Seu povo. Não era a vontade de Deus que os filhos de Israel vagueassem durante quarenta anos no deserto; Ele desejava levá-los diretamente à terra de Canaã... Semelhantemente, não era a vontade de Deus que a vinda de Cristo fosse tão atrasada” (O Grande Conflito, p. 458, tradução livre). EEC 58.4