Estudos em Educação Cristã

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Localização Apropriada de Escolas e Vida Campestre para os Estudantes

O sistema papal de educação é a encarnação da palavra centralização; ele exalta o homem, suas ideias e seus caminhos. Em outras palavras, ele se concentra nos estudos filosóficos, escritos clássicos2, em estudos artificiais em vez de se dedicar às ciências naturais. Esse esquema de educação pode ser melhor executado em conexão com a vida na cidade. Portanto, as escolas papais e as escolas modeladas segundo suas diretrizes geralmente estão localizadas em cidades de maior ou menor porte. Ao contrário, a educação cristã significa descentralização; exalta a Deus e Suas obras; é um retornar ao modo de agir de Deus. Este sistema pode ser melhor desenvolvido na área rural, em uma fazenda onde deve ser adquirida uma experiência necessária para a proclamação da última mensagem. EEC 42.1

“Deus nos ordena estabelecer escolas afastadas das cidades, onde, sem impedimentos ou entraves, possamos levar avante a obra da educação segundo planos que harmonizem com a solene mensagem a nós confiada para o mundo. Uma educação assim pode ser levada a cabo com maior eficiência onde haja terra para cultivar... A utilidade aprendida em uma escola-fazenda é justamente a educação mais essencial para os que saem como missionários para muitos campos estrangeiros” (“The Madison School,” p. 28-29). EEC 42.2

“Alguns não apreciam o valor do trabalho agrícola. Não devem ser esses os que façam os planos para nossas escolas, pois impedirão que tudo se desenvolva na direção certa. No passado, a influência dessas pessoas foi um estorvo” (Testemunhos para a Igreja, Vol. 6, p. 178). EEC 42.3

A respeito dos terrenos da escola foi dito: EEC 42.4

“Essa terra não deve ser ocupada por edifícios, a não ser para proporcionar acomodações para os professores e alunos da escola. A terra ao redor da escola é para ser reservada como a fazenda da escola. Ela deve se tornar uma parábola viva para os alunos. Eles não devem considerar as terras da escola como coisa comum... Eles devem plantar nelas árvores ornamentais e frutíferas, e cultivar ali hortaliças... A fazenda da escola deve ser considerada um livro didático na natureza... (Ibid., p. 181, 182). Apliquem todas as energias de vocês no desenvolvimento da fazenda do Senhor... (Ibid., p. 192). EEC 42.5

Os motivos que nos têm levado, em alguns lugares, a nos afastar das cidades e localizar nossas escolas no campo aplicam-se da mesma maneira a escolas em outros lugares. ... Houvesse o dinheiro que nossas escolas maiores têm empregado em prédios dispendiosos sido aplicado em terrenos onde nossos estudantes pudessem receber uma educação apropriada, não haveria tão grande número de alunos agora lutando sob o peso de débitos crescentes, e a obra dessas instituições estaria em mais prósperas condições. ... Os estudantes teriam assegurado uma educação toda-abrangente que os teria preparado, não somente para o trabalho prático em vários ofícios, mas para um lugar na fazenda do Senhor na terra renovada” (Ibid., p. 177). EEC 42.6

Vimos que Deus estava se empenhando em despertar as igrejas populares a aceitar a educação cristã. Isso significava uma reforma na localização de suas escolas. Alguns anos antes de 1844, muitos reformadores educacionais foram influenciados a estabelecer escolas longe das cidades e em fazendas. EEC 43.1

Os metodistas, já em 1735, sob a direção dos irmãos Wesley e Whitefield, tentaram concretizar o plano de Deus sobre educação na Geórgia. Eles fundaram uma escola a 16 quilômetros de Savannah. Um historiador declarou: “O Sr. Habbersham havia localizado uma concessão de cerca de 202 hectares”. Wesley afirmou que esta escola deveria ser “um lugar e berço de aprendizagem saudável e educação religiosa”. EEC 43.2

A Universidade da Virgínia numa fazenda: — Quando Thomas Jefferson estava fazendo planos para a Universidade da Virgínia, num relatório preparado para o EEC 43.3

“presidente da Câmara dos Deputados, é dito que eles compraram, ‘a uma distância de 1.600 metros de Charlottesville... oitenta hectares de terra, e que era um local adequado para o colégio, alto, seco, aberto, provido de água de boa qualidade, e sem qualquer coisa em seus arredores que pudesse ameaçar a saúde dos alunos’” (Thomas Jefferson and the University of Virginia, p. 69). EEC 43.4

Oberlin numa fazenda: — O Sr. Shipherd, fundador do Colégio Oberlin, escreveu assim sobre seus primeiros planos: EEC 43.5

“Devemos estabelecer escolas de primeira ordem, a partir da escola infantil até ao nível secundário, que deverá fornecer uma educação completa em inglês e idiomas úteis; e se a Providência nos favorecer, finalmente ministrar instruções em teologia — quero dizer, teologia prática. Devemos ligar as oficinas e a fazenda com a instituição” (Oberlin: the colony and the college, p. 18). EEC 43.6

Um pedaço de terra foi comprado nas florestas virgens de Ohio e, dele, quase 260 hectares foram destinados para fins escolares. O solo era argiloso e úmido, e a terra “fora considerada por muitos anos como indesejável para a ocupação”. Por essa mesma razão, a aquisição foi severamente criticada. Ela se concretizou porque a fé dos fundadores os capacitou a ver algumas coisas que mesmo os especialistas do assunto passaram por alto. Que os adventistas do sétimo dia leiam a experiência similar que tiveram os fundadores da escola de Avondale, em Cooranbong, Austrália. Os fundadores de Oberlin EEC 44.1

“foram guiados por uma sabedoria mais que humana, uma vez que a localização, quase hostil em seus aspectos físicos, e por anos de difícil acesso, foi uma condição indispensável para a formação do caráter e o desempenho da obra para a qual Oberlin foi claramente chamado” (The Story of Oberlin, p. 82). EEC 44.2

O Richmond College (Virgínia) foi fundado pelos batistas em 1832. “[Eles]compraram a Spring Farm, um pequeno pedaço de terra a cerca de 6,5 km a noroeste da cidade, e lá, em quatro de julho, abriram uma escola de trabalhos manuais chamada de Seminário Batista da Virgínia” (Thomas Jefferson and the University of Virginia, p. 271). EEC 44.3

O Emory and Henry College, uma instituição metodista, foi criada na Virgínia em 1835. Ela devia ser, EEC 44.4

“como foi chamada, uma escola de trabalhos manuais, uma instituição de ensino em que os alunos seriam treinados para trabalhar, bem como para pensar. Essa ênfase em trabalhos manuais foi muito importante para o empreendimento, ao ser ele primeiramente apresentado ao público... Uma fazenda contendo cerca de 243 hectares de terra altamente produtiva foi adquirida e paga com os primeiros recursos arrecadados. Primeiramente, pretendia-se que essa fazenda fosse cultivada mediante o trabalho dos estudantes, o qual os ajudaria no pagamento dos estipêndios escolares” (Ibid., p. 253-254). EEC 44.5

Seria interessante estudar com maiores detalhes essa reforma, pois muitas outras escolas seguiram essa luz e adquiriram locais longe das cidades. Quando a instrução manual for estudada, essa fase da reforma educacional será considerada novamente. EEC 44.6