História do Sábado

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Parte II – História Secular

12 – A Apostasia Já no Início da Igreja Cristã

Pureza geral das igrejas apostólicas – Declínio de sua piedade já em seus primórdios – Falsos mestres surgiram na igreja logo depois dos apóstolos – A grande apostasia católica começou antes da morte de Paulo – Uma coisa ruim não passa a ser boa por ter começado na era apostólica – Como decidir entre verdade e erro – O tempo não transforma fábulas humanas em verdades divinas – Testemunho histórico do rápido desenvolvimento da grande apostasia – Uma era assim não é padrão para corrigir a Bíblia – Testemunho de Bower acerca das tradições dessa era – Testemunho de Dowling – Opinião do Dr. Cumming acerca da autoridade dos pais da igreja – Testemunho de Adam Clarke – A igreja romana corrompeu os escritos dos pais – Ilustração da natureza da tradição – As duas regras de fé que dividem a cristandade – O descanso dominical só se sustenta por meio da adoção da regra da igreja romana HS 129.1

O livro de Atos é um relato inspirado da história da igreja. Durante o período que esse registro abrange, os apóstolos e seus co-obreiros estavam no palco de ação, e, por meio de sua vigilância, as igrejas de Cristo preservaram, em grande medida, sua pureza de vida e doutrina. Essas igrejas apostólicas são apresentadas como exemplos apropriados para os tempos vindouros. O livro faz uma conexão adequada entre a narrativa dos quatro evangelistas e as epístolas apostólicas, unindo, desse modo, todo o Novo Testamento. Mas quando deixamos a época coberta pela história inspirada, bem como as igrejas que foram fundadas e administradas por homens inspirados, entramos em um período completamente diferente. É triste admitir que há muita verdade nas duras palavras de Gibbon: HS 129.2

“O teólogo pode se deleitar na agradável tarefa de descrever a religião conforme ela desceu do Céu, envolta por pureza original. Ao historiador se impõe um dever mais melancólico. Ele deve expor a inevitável mistura de erro e corrupção que ela contraiu em sua longa permanência na Terra, em meio a uma raça de seres fracos e degenerados.”1 HS 129.3

O que diz o livro de Atos acerca da época imediatamente posterior aos esforços de Paulo? Dirigindo-se aos anciãos da igreja de Éfeso, Paulo disse: HS 129.4

“Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles.”2 HS 129.5

Conclui-se, com base nesse testemunho, que não somos autorizados a aceitar o ensino de qualquer pessoa simplesmente por ela ter vivido logo depois da era apostólica, ou até mesmo nos dias dos apóstolos. Lobos vorazes penetrariam no meio do povo de Deus e, de entre o próprio povo, se levantariam homens falando coisas pervertidas. Caso alguém se pergunte como pode diferenciar tais indivíduos dos verdadeiros servos de Deus, a resposta apropriada é esta: aqueles que falaram e agiram de acordo com os ensinos dos apóstolos eram homens de Deus; mas, os que ensinaram de outra forma, faziam parte do grupo que falaria coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. HS 130.1

O que as epístolas apostólicas dizem acerca dessa apostasia? Aos tessalonicenses, foi escrito: HS 130.2

“Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus. [...] Com efeito, o mistério da iniquidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém; então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de Sua boca e o destruirá pela manifestação de Sua vinda.”3 HS 130.3

A Timóteo, de maneira semelhante, Paulo disse: HS 130.4

“Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.”4 HS 130.5

Esses textos são os que mais explicitamente profetizam uma grande apostasia dentro da igreja, declarando que a mesma já havia começado. A igreja romana, a mais antiga em apostasia, se orgulha de seu caráter apostólico. Usando as palavras já citadas de Paulo aos tessalonicenses, esse grande corpo anticristão pode, de fato, justificar a reivindicação de ter-se originado nos tempos apostólicos, mas seu caráter apostólico é terminantemente negado. Aqui se encontra uma ilustração marcante de que algo ruim não se torna bom pela circunstância acidental de ter surgido nos dias dos apóstolos. Tudo, em seu início, já demonstra se é certo ou errado. Se for certo, tal fato será conhecido por estar de acordo com o padrão divino. Se for errado em sua origem, nunca deixará de o ser. A grande falsidade de Satanás, que mergulhou nossa raça em ruína, ainda não se transformou em verdade, muito embora seis mil anos tenham se passado desde que foi proferida. Pensem nisso, vocês que adoram no altar do venerável erro. Quando as fábulas de homens tomaram o lugar da verdade de Deus, Ele foi desonrado. Como, então, poderia Ele aceitar a obediência a elas como parte da devoção pura que requer de nossas mãos? Os que adoram a Deus devem fazê-lo em Espírito e em verdade. Quantas eras devem se passar até que as fábulas humanas se transformem em verdade divina? O cumprimento dessas predições, contidas no Novo Testamento, acerca da grande apostasia da igreja, é comprovado amplamente pelas páginas da história eclesiástica. Dowling, em History of Romanism [História do Romanismo], dá o seguinte testemunho: HS 130.6

“Poucas coisas chamam mais a atenção daquele que estuda com cuidado a história eclesiástica antiga, e lhe causam mais surpresa, do que o período relativamente precoce em que surgiram muitas das corrupções do cristianismo, as quais foram incorporadas ao sistema romano. Contudo, não se deve supor que, quando os originadores de muitas dessas noções e práticas antibíblicas plantaram suas sementes de corrupção, eles previram ou imaginaram que elas se transformariam em um sistema tão vasto e horrendo de superstição e erro como o que se vê no papado. [...] Cada uma das grandes corrupções das eras posteriores surgiu de uma forma que pareceria severo demais dizer que merecia forte repreensão. [...] A adoração de imagens, a invocação de santos e a superstição das relíquias não passaram de expansões dos sentimentos naturais de veneração e afeto, nutridos em memória daqueles que haviam sofrido e morrido pela verdade.”5 HS 131.1

Robinson, autor de History of Baptism [História do Batismo], dá o seguinte testemunho: HS 131.2

“Já quase no final do segundo século, a maioria das igrejas assumiu uma nova forma. A simplicidade inicial desapareceu. De maneira gradual e quase imperceptível, à medida que os antigos discípulos desciam à sepultura, seus filhos, junto com os novos conversos, tanto judeus quanto gentios, tomaram a frente e remodelaram a causa.”6 HS 131.3

A obra do mistério da iniquidade, nos primeiros séculos da igreja cristã, é descrita da seguinte forma por um escritor recente: HS 131.4

“Durante esses séculos, as principais corrupções do papado ou foram introduzidas em princípio, ou suas sementes foram lançadas, com tamanha eficácia, que vieram a produzir naturalmente aqueles frutos nocivos tão abundantes em período posterior. Na época de Justino Mártir, 50 anos depois da era apostólica, o vinho era misturado com água, e uma porção dessa mistura era enviada para os ausentes. O pão, que inicialmente só era enviado para os enfermos, passou, na época de Tertuliano e Cipriano, a ser levado para casa pelas pessoas, e trancado como tesouro divino para uso pessoal. Além disso, nessa época, a ordenança da ceia era dada a crianças da mais tenra idade, e era chamada de sacrifício do corpo de Cristo. Tertuliano declara que o costume de orar pelos mortos era comum no segundo século, e se tornou a prática universal das eras seguintes, a ponto de, no quarto século, ser considerado uma forma de heresia negar a eficácia desse tipo de prece. Nessa época, a invocação de santos, o uso supersticioso de imagens, do sinal da cruz e do óleo consagrado haviam se tornado práticas estabelecidas, e falsos milagres eram confiantemente citados como prova de sua suposta eficácia. Foi assim que o mistério da iniquidade, que já estava atuando na época dos apóstolos, disseminou suas corrupções entre os que professavam o cristianismo, logo após a morte dos apóstolos.”7 HS 131.5

Neander afirma o seguinte acerca da rápida introdução da adoração a imagens: HS 132.1

“E contudo, as imagens religiosas foram levadas do ambiente doméstico para as igrejas já no fim do terceiro século; e as paredes das igrejas eram pintadas da mesma maneira.”8 HS 132.2

A precoce apostasia da igreja professamente [cristã] é um fato confirmado tanto pela autoridade da inspiração quanto pela história eclesiástica. “O mistério da iniquidade já opera” – disse Paulo. Ficamos pasmos ao constatar que uma parte tão grande do povo de Deus se afastou tão rapidamente de Sua graça, seguindo outro evangelho. HS 132.3

O que dizer daqueles que consultam esse período da história da igreja e até épocas posteriores para corrigir a Bíblia? Paulo disse que surgiriam homens dentre os líderes da igreja apostólica, os quais falariam coisas perversas, levando pessoas a desviar os ouvidos da verdade e se voltar às fábulas. Será que as tradições desse período têm importância suficiente para anular a Palavra de Deus? O culto historiador dos papas, Archibald Bower, usa esta linguagem enfática: HS 132.4

“Para evitarmos ser enganados, deveríamos tratar a tradição como lidamos com um mentiroso notório e conhecido, a quem não damos crédito algum, a menos que aquilo que ele diz nos seja confirmado por alguém de veracidade indubitável. [...] Tradições falsas e mentirosas remontam a datas antigas, e os mais notáveis homens, motivados por uma credulidade piedosa, permitiram-se enganar por elas.”9 HS 132.5

Dowling dá um testemunho semelhante: HS 132.6

“‘A Bíblia, repito, a Bíblia somente é a religião dos protestantes!’ O protestante genuíno não leva em conta quão antiga é a origem de uma doutrina, se ela não se encontra na Bíblia. Ele é informado pelo próprio Novo Testamento que havia erros na época dos apóstolos, e que estes, com frequência, usavam a pena para combatê-los. Portanto, se uma doutrina for proposta para que o protestante a aceite, ele pergunta: ela se encontra na Palavra inspirada? Foi ensinada pelo Senhor Jesus Cristo e por Seus apóstolos? [...] Além disso, vale acrescentar, mesmo que se demonstre que Cipriano, Jerônimo e Agostinho, ou até mesmo os pais de eras anteriores, como Tertuliano, Inácio e Irineu, ensinavam as doutrinas extrabíblicas e dogmas do papado, fato que ninguém admite, ainda assim o protestante coerente simplesmente perguntaria: esta doutrina se encontra na Bíblia? Foi ensinada por Cristo e Seus apóstolos? [...] Aquele que recebe uma única doutrina com base na mera autoridade da tradição, não importa o título que ele tenha, ao fazê-lo, tira o pé de sobre a rocha protestante e cruza a linha que separa o protestantismo do papado; sendo incapaz de apresentar qualquer motivo válido para não receber também todas as outras antigas doutrinas e cerimônias do romanismo com base na mesma autoridade.”10 HS 132.7

O Dr. Cumming de Londres fala o seguinte sobre a autoridade dos pais da igreja primitiva: HS 133.1

“Alguns deles se distinguiam pela inteligência, outros pela eloquência, alguns pela piedade e muitos pelo fanatismo e pela superstição. O Dr. Delahogue (que foi professor na faculdade católica romana de Maynooth), com base na autoridade de Eusébio, relatou que aqueles pais primitivos que estavam mais aptos para servir de luminares para a era em que viviam estavam tão ocupados preparando seus rebanhos para o martírio, que não tinham tempo de se dedicar à escrita; por conseguinte, conforme admite esse clérigo católico romano, não temos uma exposição completa e justa dos pontos de vista de todos os pais dos primeiros séculos, mas somente dos mais ambiciosos pela distinção literária e menos atentos a seus deveres. [...] Os pais mais devotos e piedosos estavam ocupados ensinando o rebanho; os mais vaidosos e cheios de ambição gastavam seu tempo preparando tratados. Se todos os pais que marcaram aquela era houvessem colocado seus pontos de vista no papel, teríamos uma representação justa da teologia da igreja desses pais. No entanto, como somente alguns o fizeram (e muitos de seus escritos se encontram até mesmo mutilados ou perdidos), e estes não eram os mais devotos e espirituais, argumento que seria tão injusto julgar a teologia dos primeiros séculos pelos escritos dos poucos pais, os únicos representantes que nos restam para expô-la, quanto seria julgar a teologia do século 19 pelos sermões do Sr. Newman, os discursos do Dr. Candlish ou as diversas obras do falecido Edward Irving.”11 HS 133.2

Adam Clarke dá um testemunho decisivo sobre o assunto: HS 133.3

“Mas a respeito deles [os pais da igreja], podemos seguramente declarar que não existe nenhuma verdade, nem no mais ortodoxo dos credos, que não possa ser provada pela autoridade deles; nem alguma heresia que tenha trazido desgraça à igreja romana que não os confronte como instigadores dela. Em termos de doutrina, a autoridade deles é, para mim, equivalente a nada. Somente a Palavra de Deus contém meu credo. Posso recorrer aos pais gregos ou latinos da igreja, em diversos pontos, para saber no que eles acreditavam e no que as pessoas de suas respectivas comunidades criam. Depois de tudo isso, porém, devo voltar para a Palavra de Deus a fim de saber no que Ele deseja que eu creia.”12 HS 133.4

Em sua autobiografia, ele usa estas fortes palavras: HS 133.5

“Devemos prestar atenção em como citamos os pais a fim de provar as doutrinas do evangelho; pois aqueles que os conhecem bem sabem que, em muitos desses assuntos, eles são vacilantes.”13 HS 133.6

Os testemunhos abaixo explicam, em parte, a natureza não confiável dos pais. Ephraim Pagitt afirma: HS 134.1

“A igreja de Roma, consciente de seus erros e de suas corrupções, tanto na fé quanto nas práticas, diversas vezes pareceu querer empreender reformas; no entanto, seu grande orgulho e o lucro infinito, proveniente do purgatório, de indulgências e de coisas semelhantes, impediu que tais reformas fossem realizadas. Assim, para manter sua grandeza, seus erros e novos pontos de fé, ela (1) corrompeu muitos dos antigos pais e reimprimiu seus escritos, fazendo-os falar conforme o desejo dela [...], e (2) escreveu muitos livros em nome desses antigos escritores e forjou diversos decretos, cânones e concílios que dão falso testemunho contra eles.”14 HS 134.2

E William Reeves testifica do mesmo fato: HS 134.3

“A igreja de Roma teve todas as oportunidades de tempo, lugar e poder para fundar o reino das trevas; e não poupou esforços ao manipular, cortar e retocar os registros primitivos a seu bel-prazer, conforme fica notoriamente claro.”15 HS 134.4

As tradições da igreja primitiva são consideradas, por muitos, tão confiáveis quanto as palavras das Sagradas Escrituras. Mas um único exemplo extraído da Bíblia ilustrará o caráter da tradição, demonstrando o quanto se pode confiar nela: HS 134.5

“Então, Pedro, voltando-se, viu que também o ia seguindo o discípulo a quem Jesus amava, o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o traidor? Vendo-o, pois, Pedro perguntou a Jesus: E quanto a este? Respondeu-lhe Jesus: Se Eu quero que ele permaneça até que Eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-Me. Então, se tornou corrente entre os irmãos o dito de que aquele discípulo não morreria. Ora, Jesus não dissera que tal discípulo não morreria, mas: Se Eu quero que ele permaneça até que Eu venha, que te importa?”16 HS 134.6

Este é o relato de uma tradição que se originou dentro do seio da igreja apostólica, mas que acabou transmitindo um erro crasso às gerações seguintes. Observe como a palavra de Deus corrige esse erro com cuidado. HS 134.7

Na realidade, duas regras de fé estão presentes em todo o mundo cristão. Uma delas é a Palavra de Deus apenas; a outra é a Palavra de Deus somada às tradições da igreja. Aqui estão elas: HS 134.8

I. A REGRA DO GENUÍNO PROTESTANTE: A BÍBLIA SOMENTE

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”17 HS 134.9

II. A REGRA DO CATÓLICO ROMANO: A BÍBLIA E A TRADIÇÃO

“Se quisermos ter toda a regra de fé e prática cristã, não devemos nos contentar com essa Escritura que Timóteo conhecia desde a infância, isto é, com o Antigo Testamento somente; nem ainda com o Novo Testamento, sem associar a ele as tradições dos apóstolos e a interpretação da igreja, à qual os apóstolos confiaram tanto o livro quanto o seu verdadeiro significado.”18 HS 135.1

Sem dúvida, a usurpação, pelo primeiro dia, do lugar do sábado, não se sustenta pela primeira dessas regras, pois a Palavra de Deus nada diz a respeito de tal instituição. A segunda regra é necessariamente adotada por todos aqueles que defendem a santidade do primeiro dia da semana, pois os escritos dos pais e as tradições da igreja fornecem todo o testemunho que pode ser usado para apoiar tal dia. A adoção da primeira regra significa condenar a guarda do domingo por ser uma instituição humana. A aceitação da segunda regra significa, para todos os efeitos, reconhecer que os católicos romanos estão certos, pois é por meio dessa regra que eles conseguem defender seus dogmas não-bíblicos. W. B. Taylor, competente escritor antissabatista, reforça essa ideia com grande clareza: HS 135.2

“O triunfo do católico romano coerente sobre todos os observadores do domingo que se denominam protestantes é, de fato, completo, sem deixar espaço para réplicas. [...] Um assunto que deveria ser seriamente considerado por parte dos cristãos das denominações reformadas e evangélicas, é o de não ser possível encontrar um único argumento sequer, ou qualquer sugestão em favor da guarda do domingo, que não se aplique com igual força e com total extensão à defesa dos vários outros ‘dias santos’ instituídos pela ‘igreja’.”19 HS 135.3

Leia o argumento apresentado por um católico romano: HS 135.4

“A Palavra de Deus ordena que o sétimo dia seja o sábado do Senhor e seja santificado. Vocês [protestantes], sem nenhum preceito das Escrituras, mudam o sábado para o primeiro dia da semana, o qual é autorizado somente por nossas tradições [católicas]. Diversos puritanos ingleses se opõem a esse ponto, afirmando que a guarda do primeiro dia é provada pelas Escrituras nos textos que fazem referência ao ‘primeiro dia da semana’.20 Será que eles não criaram uma bela trama ao citar essas passagens? Se [como católicos] não tivéssemos melhor justificativa para o purgatório, as orações aos mortos, a invocação dos santos e assim por diante, eles, de fato, teriam bons motivos para caçoar de nós; pois, onde está escrito que os dias em que essas reuniões se realizaram eram considerados dias de descanso? Ou onde está ordenado que estes dias deveriam ser sempre observados? Ou, em resumo, onde está declarado que a guarda do primeiro dia deveria anular a santificação do sétimo dia, que Deus ordenou que fosse santificado eternamente? Nada disso se encontra expresso na Palavra escrita de Deus.”21 HS 135.5

Portanto, todo aquele que entrar no grupo de observadores do domingo em lugar do sábado, necessariamente o faz – embora talvez sem consciência do fato – sob o estandarte da Igreja de Roma. HS 136.1