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Maturidade na experiência cristã

É natural fazermos de nós mais alto conceito do que devíamos; mas embora seja penoso conhecermo-nos tal qual somos, devemos orar para que Deus nos revele a nós mesmos, tal como Ele nos vê. Mas não devemos cessar de orar, depois de termos simplesmente pedido uma revelação de nós mesmos; devemos orar para que Jesus nos seja revelado, como um Salvador que perdoa os pecados. Quando vemos a Jesus tal qual Ele é, despertam-se em nosso coração sinceros desejos de nos livrarmos do próprio eu, para sermos cheios de toda a plenitude de Cristo. Sendo esta nossa experiência, faremos bem uns aos outros, e empregaremos todos os meios ao nosso alcance para chegar à piedade. Temos de purificar a alma de toda a imundícia da carne e do espírito, e aperfeiçoar a santidade no temor de Deus. ME1 312.5

O amor de um Deus santo é um princípio maravilhoso, capaz de mover o Universo em nosso favor, durante as horas de nossa prova e teste. Mas, passado o período de nossa prova, se formos achados transgressores da lei de Deus, encontraremos no Deus de amor um ministro de vingança. Deus não Se compromete com o pecado. Os desobedientes serão punidos. A ira de Deus recaiu sobre Seu amado Filho, ao pender Cristo da cruz do Calvário, em lugar do transgressor. O amor de Deus agora se expande para incluir o mais baixo e vil pecador que, contrito, venha a Cristo. Estende-se para transformar o pecador num obediente e fiel filho de Deus; mas nenhuma alma pode ser salva se continuar em pecado. ME1 313.1

O pecado é a transgressão da lei, e o braço que é agora poderoso para salvar, será forte para punir quando o transgressor ultrapassar as fronteiras que limitam a paciência divina. Aquele que se recuse a buscar a vida, que não esquadrinhe as Escrituras para ver que é a verdade, a fim de que não seja condenado em suas práticas, será abandonado à cegueira do espírito e aos enganos de Satanás. Na mesma medida em que os penitentes e obedientes são protegidos pelo amor de Deus, os impenitentes e desobedientes serão deixados aos resultados de sua ignorância e dureza de coração, porque não recebem o amor da verdade para que se salvem. ME1 313.2

Há muitos que professam a Cristo, mas nunca se tornam cristãos amadurecidos. Admitem que o homem caiu, que suas faculdades estão enfraquecidas, que ele está incapacitado para as realizações morais, mas dizem que Cristo arcou com todo o peso, todo o sofrimento, toda a abnegação, e estão dispostos a deixar que Ele isso faça. Dizem eles que não há coisa alguma que devam fazer senão crer; Cristo, porém, disse: “Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-Me.” Mateus 16:24. Jesus guardou os mandamentos de Deus. Diziam os fariseus que Ele quebrantava o quarto mandamento porque curou completamente um homem em dia de sábado; Jesus, porém, volvendo-Se aos acusadores fariseus, perguntou: “É lícito nos sábados fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? E, olhando para todos em redor, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra. E ficaram cheios de furor, e uns com os outros conferenciavam sobre o que fariam a Jesus.” Lucas 6:9-11. ME1 313.3

Este milagre, em vez de convencer os fariseus de que Jesus era o Filho de Deus, encheu-os de ira, porque muitos que haviam testemunhado o milagre glorificavam a Deus. Jesus declarou que Sua obra de misericórdia era lícita em dia de sábado. Diziam os fariseus não ser lícita. A qual deles creremos? Disse Cristo: “Tenho guardado os mandamentos de Meu Pai, e permaneço no Seu amor.” João 15:10. É, pois, inteiramente seguro seguirmos o caminho de Cristo e guardar os mandamentos. Deus nos deu faculdades que devem ser constantemente exercitadas, cooperando com Jesus, operando nossa salvação com temor e tremor, pois é Deus quem opera em nós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade. ME1 314.1