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Capítulo 47 — A verdade como é em Jesus

Dando Seu Filho unigênito para morrer pelos pecadores, Deus manifestou ao homem caído um amor sem paralelo. Temos plena fé na passagem que diz: “Deus é amor” (1 João 4:8); e todavia muitos perverteram vergonhosamente esta palavra, caindo em perigoso erro por causa de uma falsa interpretação de seu sentido. A santa lei de Deus é a única norma pela qual podemos avaliar a afeição divina. Se não aceitarmos a lei de Deus como nossa norma, propor-nos-emos, nós mesmos, uma norma. Deus nos deu preciosas promessas de Seu amor, mas nós não devemos atribuir a Jeová uma ternura que O leve a passar por alto a culpa de fechar os olhos à iniqüidade. ME1 311.1

O Criador ama Suas criaturas, mas aquele que amar mais o pecado do que a justiça, mais o erro do que a verdade, perpetua a transgressão que trouxe a miséria sobre nosso mundo, e não pode ser considerado com favor pelo Deus da verdade. O caminho da verdade e justiça implica numa cruz. Muitos interpretam mal as reivindicações de Deus, fazendo-as significar qualquer coisa que não lhes perturbe a consciência ou lhes traga inconvenientes em suas relações comercias; a verdade, porém, é o único meio de santificação. ME1 311.2

O amor de Deus, como foi manifestado em Jesus, levar-nos-á a ter um verdadeiro conceito do caráter de Deus. Ao contemplarmos a Cristo, traspassado por nossos pecados, veremos que não podemos transgredir a lei de Deus e permanecer em Seu favor; sentiremos que, como pecadores, temos de apoderar-nos dos méritos de Cristo e deixar de pecar. Então nos aproximaremos de Deus. Logo que tenhamos uma visão correta do amor de Deus, não teremos disposição para dele abusar. ME1 312.1

A cruz de Cristo testifica da imutabilidade da lei de Deus — testifica de que Deus de tal maneira nos amou que deu Seu Filho para morrer por nossos pecados; Cristo, porém, não veio para destruir a lei senão para cumpri-la. Nem um jota ou um til do padrão moral de Deus podia ser mudado para vir ao encontro do homem em sua condição de caído. Jesus morreu para que pudesse imputar ao pecador arrependido a Sua própria justiça, e tornar ao homem possível guardar a lei. ME1 312.2

O amor de Deus é infinito, e todavia o pecador não podia ser perdoado a não ser através do plano da redenção, que envolveu a vergonha, o vitupério, a ignomínia e morte do Filho de Deus. Este fato deveria banir dos espíritos arrazoadores a idéia entretida por muitos que pretendem a santificação — idéia de que Sua morte pôs termo à obediência à lei de Deus. Devemos todos os dias aprender do grande plano da salvação, na escola de Cristo. Deixando de aprender, deixaremos de ser alunos na escola de Cristo. Mas se formos estudantes, sob a instrução do Mestre divino, abrir-se-nos-á o entendimento, e aprenderemos coisas maravilhosas da lei de Deus. ME1 312.3

Andemos cuidadosamente perante o Senhor; pensemos quantas vezes quebrantamos nossos votos e manchamos nossas melhores resoluções, quantas vezes na presença de grande luz nos volvemos de Deus e buscamos nossos ídolos. É altamente apropriado que nos humilhemos sob a poderosa mão de Deus. ME1 312.4