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O progresso não deve cessar

Jamais devemos repousar num estado de satisfação, e deixar de fazer progresso, dizendo: “Estou salvo.” Se é entretida esta idéia, deixam de existir os motivos para a vigilância, a oração, o esforço sincero em seguir para a frente, rumo de realizações mais elevadas. Nenhuma língua santificada será encontrada pronunciando essas palavras antes que venha Cristo, e entremos pelas portas da cidade de Deus. Então, com a maior propriedade, poderemos dar glória a Deus e ao Cordeiro, pelo livramento eterno. Enquanto o homem estiver carregado de fraquezas — pois por si mesmo não pode salvar a alma — não deve nunca atrever-se a dizer: “Estou salvo.” ME1 314.2

Não é aquele que se reveste da couraça que pode orgulhar-se da vitória, pois tem ele pela frente a batalha, e a vitória a ser alcançada. É o que persevera até ao fim, que será salvo. Diz o Senhor: “Se ele recuar, a Minha alma não tem prazer nele.” Hebreus 10:38. Se não avançarmos, de vitória em vitória, a alma recuará, para a perdição. Não devemos erguer uma norma humana, pela qual medir o caráter. Temos visto bastante do que os homens chamam perfeição cá embaixo. A santa lei de Deus é a única medida pela qual podemos determinar se estamos seguindo o Seu caminho ou não. Se somos desobedientes, nosso caráter estará fora de harmonia com a divina regra moral de governo, e é falso dizermos: “Estou salvo.” Não é salvo ninguém que seja transgressor da lei de Deus, que é o fundamento do Seu governo, no Céu e na Terra. ME1 315.1

Os que ignorantemente se unem às fileiras do inimigo, e ecoam as palavras de seus mestres religiosos, junto ao púlpito, dizendo que a lei de Deus não mais é obrigatória para a família humana, esses receberão luz para descobrir seus erros, se aceitarem as evidências da Palavra de Deus. Jesus foi o anjo envolto na coluna de nuvem durante o dia e na coluna de fogo à noite, e deu Ele instrução especial para que os hebreus ensinassem a lei de Deus, dada quando foram lançados os fundamentos da Terra, quando as estrelas da manhã juntas cantavam e todos os filhos de Deus se rejubilavam. ME1 315.2

A mesma lei foi proclamada solenemente por Sua própria voz, no Sinai. Disse Ele: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por testeiras entre os teus olhos.” Deuteronômio 6:6-8. Quão impacientes se tornam os transgressores da lei de Deus quando é mencionada a lei! Irritam-se ao ouvir sua menção. ME1 315.3

A Palavra de Deus é tornada sem efeito por falsidades e tradições. Satanás apresentou ao mundo a sua versão da lei de Deus, e ela tem sido aceita, de preferência a um claro “assim diz o Senhor”. A luta iniciada no Céu, em torno da lei de Deus, continuou na Terra desde a expulsão de Satanás, do Céu. ME1 315.4

Devemos continuamente buscar saber qual nossa grande necessidade, a fim de apreciar nosso Salvador, e torná-Lo conhecido aos outros. Só poderemos descobrir as profundezas de nossa transgressão pelo comprimento da cadeia que foi baixada para nos erguer. Devemos lançar nossas faculdades mentais à tarefa de compreender a terrível ruína que nos trouxe o pecado, e devemos buscar compreender o plano divino pelo qual podemos ser restaurados ao favor de Deus. O fato de que o amado Filho de Deus teve de vir ao nosso mundo para combater as nossas pelejas em nosso favor, a fim de que tivéssemos forças para vencer em Seu nome, deve sempre humilhar nosso orgulhoso coração. Se olharmos à cruz do Calvário, toda o orgulho nos morrerá nos lábios, e bradaremos: “Imundo, indigno de tão grande sofrimento, de tão alto preço pago por minha redenção.” ME1 316.1

Ignorância e presunção vão de mãos dadas. A lei de Deus foi dada para regular nossa conduta, e é de vasto alcance em seus princípios. Não há pecado, não há obra de injustiça que escape à condenação da lei. O grande livro de estatutos é verdade, e verdade tão-somente, pois esboça com infalível exatidão a história do engano de Satanás e da ruína de seus seguidores. Satanás alegava ser capaz de apresentar leis melhores do que os estatutos e juízos de Deus, e foi ele expulso do Céu. Fez tentativas semelhantes na Terra. Desde sua queda tem feito esforços para enganar o mundo, para levar homens à ruína, para que se pudesse vingar de Deus, porque fora vencido e expulso do Céu. Sua atuação colocando-se, a si e às suas estratégias, no lugar em que Deus devia estar, são muitíssimo perseverantes e persistentes. Tomou ele cativo o mundo em sua cilada, e muitos, mesmo dentre o povo de Deus, ignoram os seus artifícios, e dão-lhe toda oportunidade que ele pede, para operar a ruína de almas. Não manifestam um ardente zelo por exaltar a Jesus e proclamar às multidões que perecem: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29. ME1 316.2

Os que não conhecem as leis do governo de Deus, como foram expostas no Monte, desconhecem a verdade como é em Jesus. Cristo revelou os vastos princípios da lei; expôs cada preceito e demonstrou por Seu exemplo cada um de seus reclamos. A pessoa que conheça a verdade tal como se acha na lei, conhece a verdade como é em Jesus; e se, pela fé em Cristo, prestar obediência aos mandamentos de Deus, sua vida se achará escondida com Cristo em Deus. ME1 316.3

O conhecimento das reivindicações da lei extinguiria de nossa alma o último raio de esperança, se não tivesse sido provido ao homem um Salvador; mas a verdade, como é em Jesus, é um cheiro de vida para vida. O amado Filho de Deus morreu para que Deus pudesse imputar ao homem a Sua própria justiça, e não para que o homem ficasse na liberdade de quebrantar a santa lei de Deus, como Satanás procura fazer crer os homens. Pela fé em Cristo, pode o homem estar de posse do poder moral para resistir ao mal. ME1 317.1