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Capítulo 39 — A primeira tentação de Cristo

Cristo entrou no mundo como destruidor de Satanás, e Redentor dos cativos retidos por seu poder. Em Sua própria vida vitoriosa quis Ele deixar um exemplo que o homem seguisse, e vencesse assim as tentações de Satanás. Assim que Cristo penetrou no deserto da tentação, alterou-se-lhe a fisionomia. Desapareceram a glória e esplendor, refletidos do trono de Deus e que Lhe iluminavam o semblante quando os Céus se abriram perante Ele e a voz do Pai O reconheceu como Filho amado, em quem Se comprazia. O peso dos pecados do mundo oprimia-lhe a alma, e Seu semblante exprimia uma tristeza indizível, uma profundeza de angústia que o homem caído jamais experimentara. Sentiu a avassaladora onda de miséria que inundou o mundo. Reconheceu a força do apetite condescendido e da paixão profana que dominava o mundo, e que trouxera ao homem indizível sofrimento. A condescendência com o apetite estivera aumentando, e fortalecendo-se com cada geração sucessiva, desde a transgressão de Adão, até que a raça humana se tornou tão fraca no poder moral que não mais podia vencer em sua própria força. Cristo, em favor do gênero humano, devia vencer o apetite, resistindo à mais severa prova neste ponto. Devia sozinho palmilhar a vereda da tentação, sem haver ninguém que O ajudasse, ninguém a confortá-Lo ou sustê-Lo. Devia lutar contra os poderes das trevas. ME1 271.1

Como o homem não podia, em sua força humana, resistir ao poder das tentações de Satanás, Jesus apresentou-Se voluntariamente para empreender a obra, e carregar o fardo para o homem, vencendo em seu favor o poder do apetite. Devia demonstrar, em favor do homem, abnegação e perseverança, e uma firmeza de princípio que se sobrepusesse às torturantes ânsias da fome. Devia mostrar um poder de controle sobre o apetite, mais forte do que a fome e mesmo a morte. ME1 272.1