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Terríveis efeitos do pecado sobre o homem

Satanás tivera tão grande êxito em enganar os anjos de Deus, e na queda do nobre Adão, que pensava que na humilhação de Cristo ele teria êxito em vencê-Lo. Considerava com prazerosa exultação o resultado das tentações e o aumento do pecado na contínua transgressão da lei de Deus por mais de quatro mil anos. Tinha operado a ruína de nossos primeiros pais e trazido ao mundo pecado e morte, levando à destruição multidões de todos os séculos, países e classes. Por seu poder controlara cidades e nações até que seu pecado provocasse a ira de Deus para destruí-los por fogo, água, terremotos, espada, fome e pestilência. Por sua sutileza e seus esforços incansáveis controlara ele o apetite e despertara e fortalecera as paixões tão tremendamente que desfigurara e quase obliterara a imagem de Deus no homem. A dignidade física e moral deste foi destruída em tão alto grau, que ele trazia apenas uma pálida semelhança com o dignificado Adão no Éden, quanto ao caráter e à nobre perfeição das formas. ME1 269.2

Por ocasião do primeiro advento de Cristo, Satanás havia derribado o homem de sua original e exaltada pureza, maculando com o pecado o fino ouro. Transformara o homem, criado para ser um soberano no Éden, em escravo na Terra, gemendo sob a maldição do pecado. O halo de glória, que Deus dera ao santo Adão, e que o cobria como um vestido, deixou-o após a sua transgressão. A luz da glória de Deus não podia cobrir a desobediência e o pecado. Em lugar da saúde e da plenitude de bênçãos, a pobreza, doença e sofrimento de toda sorte deviam ser a porção dos filhos de Adão. ME1 270.1

Satanás, por seu poder sedutor, levara os homens, mediante vãs filosofias, a pôr em dúvida a revelação divina e a existência de Deus e mesmo a descrer delas afinal. Podia ele olhar em volta, a um mundo de miséria moral e uma raça exposta à ira de um Deus que pune o pecado, com perverso triunfo por haver tido tanto êxito em obscurecer a vereda de tantos, levando-os a transgredir a lei de Deus. Revestiu o pecado de roupagens atraentes, a fim de conseguir a ruína de muitos. ME1 270.2

Mas seu esquema de maior êxito em enganar o homem tem consistido em ocultar seus propósitos verdadeiros e seu caráter real, apresentando-se como amigo do homem e benfeitor do gênero humano. Lisonjeia os homens com a aprazível fábula de que não existe um inimigo rebelde, nenhum mortal antagonista contra o qual se devessem precaver, e que a existência de um diabo pessoal é inteira ficção. Enquanto assim oculta sua existência, arregimenta ele milhares para debaixo de seu controle. Ilude-os, como tentou enganar a Cristo, dizendo-se anjo do Céu, fazendo uma boa obra em favor da humanidade. E as massas por tal forma ficam cegadas ao pecado, que não conseguem discernir as estratégias de Satanás, e honram-no como honrariam a um anjo celestial, enquanto ele opera a sua ruína eterna. ME1 270.3