Testemunhos para a Igreja 4
Capítulo 32 — A religião na vida diária
Irmão H:
Foi-me mostrado que você realmente ama a verdade, mas não foi por ela santificado. Você tem uma grande obra diante de si. “E qualquer que nEle tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro.” 1 João 3:3. Você tem esta obra a realizar, e não há tempo a perder. Foi-me mostrado que sua vida tem sido tempestuosa. Você não tem sido correto; mas tem estado profundamente equivocado, e seus motivos têm sido mal interpretados. Mas seus desapontamentos e perdas financeiras têm, na providência de Deus, prevalecido para o seu bem. T4 360.1
Tem-lhe sido difícil sentir que seu Pai celestial é ainda seu bondoso benfeitor. Seus problemas e perplexidades têm tido a tendência de desencorajar, e você sente que seria preferível morrer do que viver. Contudo, em certa ocasião, se seus olhos pudessem ter sidos abertos, teria visto anjos de Deus buscando salvá-lo de si mesmo. Os anjos de Deus o conduziram para onde pudesse receber a verdade e firmar seus pés sobre um fundamento que seria mais firme do que os montes eternos. Aqui você viu luz, e a acolheu. Nova fé e nova vida surgiram em seu caminho. Deus, em Sua providência, ligou-o com a Sua obra no escritório da Pacific Press. Ele tem trabalhado por você, e você deve ver a Sua mão guiadora. O sofrimento tem sido sua porção; mas você tem trazido muito dele sobre si mesmo, porque não tem exercido domínio próprio. Às vezes tem sido muito severo. Tem um temperamento impaciente, que precisa ser dominado. Em sua vida tem estado em perigo, seja de submeter-se à autoconfiança, ou, por outro lado, isolar-se e ficar desanimado. Uma contínua dependência da Palavra e da providência de Deus o qualificará para empregar suas faculdades inteiramente pelo seu Redentor que o tem chamado, dizendo: “Segue-Me.” Deve cultivar um espírito de inteira submissão à vontade de Deus, zelosa e humildemente procurando conhecer os Seus caminhos e seguir a direção de Seu Espírito. “Não te estribes em teu próprio entendimento.” Provérbios 3:5. Deve desconfiar profundamente da própria sabedoria e suposta prudência. Sua condição requer essas precauções. Não é seguro que o homem confie no próprio discernimento. Ele tem capacidade limitada na melhor das hipóteses, e muitos têm recebido como hereditariedade traços de caráter tanto fortes como fracos, que são defeitos explícitos. Essas peculiaridades caracterizam a vida inteira. T4 360.2
A sabedoria que Deus dá conduzirá os homens ao exame próprio. A verdade os convencerá de seus erros e equívocos existentes. O coração deve estar aberto para ver, perceber e reconhecer esses erros, e então, através da ajuda de Jesus, cada um deve empenhar-se zelosamente na obra de vencê-los. O conhecimento obtido pelos sábios do mundo, por mais diligentes que sejam em adquiri-lo, é, afinal, limitado e comparativamente inferior. Poucos, porém, compreendem os caminhos e obras de Deus nos mistérios de Sua providência. Avançam uns poucos passos, mas não chegam a lugar algum. É o pensador superficial que se julga sábio. Homens de grande valor e elevadas realizações são os mais prontos a admitir a fraqueza do próprio entendimento. Deus deseja que cada um que reivindica ser Seu discípulo seja um aprendiz, mais inclinado a aprender do que a ensinar. T4 361.1
Quantos homens nesta época do mundo deixam de aprofundar-se o suficiente! Mal tocam a superfície. Não pensam de modo suficientemente detalhado para ver dificuldades e lutar contra elas, e não examinarão todo assunto importante que lhes aparece, com estudo acompanhado de oração e meditação, e suficiente precaução e interesse em ver o real ponto da questão. Falam de assuntos que não têm avaliado inteira e cuidadosamente. Muitas vezes pessoas intelectuais e francas têm opiniões próprias que precisam ser firmemente resistidas, ou aqueles de menor força mental estarão em perigo de ser desviados. Através do preconceito mental, hábitos são formados, e costumes, sentimentos e desejos têm maior ou menor influência. Às vezes uma conduta é seguida todos os dias, com persistência, por ser um hábito, e não porque o discernimento aprova. Nesses casos, o sentimento, em vez do dever, tem predominado. T4 361.2
Se pudéssemos entender as próprias fraquezas e ver maus traços em nosso caráter que precisam ser reprimidos, veríamos tanto a ser feito por nós mesmos que humilharíamos nosso coração sob a poderosa mão de Deus. Apoiando nossa alma indefesa sobre Cristo, devíamos suplementar nossa ignorância com a Sua sabedoria, nossa fraqueza com a Sua força, nossa fragilidade com o Seu poder duradouro, e, unidos com Deus, devíamos verdadeiramente ser luzes no mundo. T4 362.1
Prezado irmão, Deus o ama e é muito paciente para com você, apesar de seus muitos erros e faltas. Em vista do terno e piedoso amor de Deus exercido em seu benefício, você não devia ser mais bondoso, perdoador, paciente e tolerante com seus filhos? Sua rispidez e severidade está afastando de você o coração deles. Não pode dar-lhes lições de paciência, tolerância, benignidade e gentileza, quando você é dominador e manifesta mau humor no trato com eles. Eles possuem o cunho de caráter que seus pais lhes deram; e se você deseja aconselhá-los, orientá-los e fazê-los deixar de seguir qualquer conduta errada, o objetivo não pode ser obtido por rispidez e o que lhes pareça tirania. Quando no temor de Deus você pode aconselhá-los e instruí-los com toda solicitude e terno amor que um pai deve manifestar para com o filho errante, então lhes terá demonstrado que há poder na verdade para transformar aqueles que a recebem. Quando os seus filhos não agem de acordo com as suas idéias, em vez de manifestar tristeza por seus erros e pleitear insistentemente com eles e orar por eles, fica irado e segue uma conduta que não lhes fará nenhum bem, apenas os afastarão de suas afeições, e finalmente os separarão de você. T4 362.2
Seu filho mais novo é perverso; ele não faz o que é correto. Seu coração se rebela contra Deus e a verdade. É afetado por influências que somente o tornam ríspido, grosseiro e descortês. Ele lhe é uma provação, e, a menos que se converta, fará você perder a paciência. Mas rispidez e severidade exagerada não o reformarão. Você deve buscar fazer o que pode por ele no Espírito de Cristo, não no próprio espírito, nem sob influência da ira. Deve controlar-se ao conduzir seus filhos. Deve lembrar-se de que a Justiça tem uma irmã gêmea, a Misericórdia. Quando quiser exercer justiça, revele misericórdia, ternura e amor, e não se esforçará em vão. T4 362.3
Seu filho tem uma inclinação perversa, e precisa da mais ponderada disciplina. Considere como tem sido o ambiente de seus filhos, quão desfavorável para a formação de um bom caráter. Eles precisam de compaixão e amor. O mais jovem está agora no período mais crítico de sua vida. O intelecto está agora tomando forma; as afeições estão recebendo a sua impressão. A carreira futura inteira desse jovem está sendo determinada pela conduta que agora adota. Ele está entrando em um caminho que pode conduzir à virtude, ou ao vício. Apelo ao jovem para encher a mente com imagens de verdade e pureza. Não lhe será nenhuma vantagem cair em pecado. Ele pode gabar-se de que é muito agradável pecar e seguir o próprio caminho; mas, afinal, é um caminho terrível. Se ele ama a companhia daqueles que amam o pecado e gostam de praticar o mal, seus pensamentos seguirão por um baixo conduto, e nada verá de atraente na pureza e na santidade. Mas se pudesse ver o fim do transgressor, de que “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23), seria dominado pelo temor, e clamaria: “Pai meu, Tu és o guia da minha mocidade.” Jeremias 3:4. T4 363.1
O êxito dele nesta vida depende muito da conduta que agora adota. Ele deve assumir as responsabilidades da vida. Não tem sido um jovem promissor. É impaciente e não tem domínio próprio. Esta é a semente que o pai dele está semeando, e que produzirá uma colheita para o semeador ceifar. “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” Gálatas 6:7. Com que cuidado devemos lançar a semente, sabendo que devemos colher tal como semeamos. Jesus ainda ama esse jovem. Morreu por ele, e o convida a vir para Seus braços, e encontrar nEle paz e felicidade, calma e descanso. Esse jovem está formando amizades que lhe moldarão a vida inteira. Ele deve ligar-se a Deus e sem demora dedicar-Lhe todas as afeições. Não deve hesitar. Satanás dirigirá seus mais aterradores ataques contra ele; mas ele não deve permitir ser vencido pela tentação. T4 363.2
Foram-me mostrados os perigos dos jovens. O coração deles está cheio de elevadas expectativas, e vêem o caminho descendente repleto de prazeres tentadores que parecem muito convidativos; mas a morte ali está. O caminho estreito para a vida pode parecer-lhes destituído de atrações, um caminho de espinhos e cardos; contudo, não é assim. É o caminho que requer renúncia de prazeres pecaminosos; é um caminho estreito, preparado para os redimidos do Senhor nele caminhar. Ninguém pode andar por esse caminho, e levar consigo suas cargas de orgulho, desejo próprio, engano, falsidade, desonestidade, ira e prazeres carnais. O caminho é tão estreito que essas coisas terão que ser deixadas para trás por aqueles que nele trilham; mas o caminho largo é suficientemente amplo para os pecadores viajarem nele com todas as suas propensões pecaminosas. T4 364.1
Jovem, se rejeitar a Satanás com todas as suas tentações, você pode caminhar nas pegadas de seu Redentor e ter a paz do Céu, as alegrias de Cristo. Não pode ser feliz condescendo com o pecado. Pode gabar-se de ser feliz, mas não pode conhecer a verdadeira felicidade. O caráter está se tornando deformado pela condescendência com o pecado. O perigo se encontra a cada passo descendente, e aqueles que podiam ajudar o jovem não o percebem nem o compreendem. O interesse terno e bondoso que devia ser tomado em favor dos jovens não é manifestado. Muitos poderiam ser guardados de influências pecaminosas se fossem rodeados de boa companhia e lhes fossem dirigidas palavras de bondade e amor. T4 364.2
Meu prezado irmão, espero que não se desanime porque seus sentimentos tão freqüentemente o dominam quando seus métodos e sua vontade são contrariados. Nunca desanime. Fuja para a Fortaleza. Vigie, ore e tente novamente. “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e Ele Se chegará a vós.” Tiago 4:7, 8. T4 364.3
Observe outro ponto. Às vezes você não é tão cauteloso como devia para abster-se da própria aparência do mal. Está em perigo de tornar-se por demais familiarizado com as irmãs, de falar com elas de maneira leviana e imprudente. Isso prejudicará sua influência. Guarde-se cuidadosamente em todos esses pontos; vigie contra a primeira aproximação do tentador. Você é extremamente nervoso e irritadiço. O chá tem a influência de agitar os nervos, e o café entorpece o cérebro; ambos são altamente prejudiciais. Você deve ser cuidadoso em seu regime alimentar. Coma o alimento mais saudável e nutritivo, e mantenha-se em estado mental sereno, para que não se torne tão agitado e se deixe levar pela ira. T4 364.4
Você poderá ser de grande utilidade no escritório, pois pode ocupar posição de importância, se for transformado; mas como agora está, certamente falhará em fazer o que devia. Tem-me sido mostrado que você é rude e ríspido em suas emoções. Elas precisam ser abrandadas, refinadas, elevadas. Em todo seu modo de agir, você deve disciplinar-se para desenvolver hábitos de domínio próprio. Com o temperamento que agora possui, jamais poderá entrar no Céu. T4 365.1
“Amados, agora somos filhos de Deus.” 1 João 3:2. Pode acaso qualquer honra humana igualar-se a isto? Que mais elevada posição podemos ocupar do que sermos chamados filhos do infinito Deus? Estaria pronto para realizar algo importante para o Mestre; mas as próprias coisas que mais O agradariam, você não pratica. Será fiel em vencer o eu, para que possa ter a paz de Cristo e o Salvador no coração? T4 365.2
Seu aflito filho precisa ser tratado com calma e ternura; ele precisa de sua compaixão. Ele não deve ser exposto a seu temperamento insano e exigências exageradas. Você precisa reformar-se no que se refere ao temperamento que manifesta. A ira desgovernada não será subjugada no momento; mas seu trabalho vitalício é eliminar do jardim do coração as ervas venenosas da impaciência, crítica e disposição dominadora. “Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” Gálatas 5:22. Aqueles que são de Cristo, crucificaram a carne, com suas afeições e concupiscência; mas a parte brutal de sua natureza assume as rédeas e controla a parte espiritual. Isso é inversão da ordem de Deus. T4 365.3
A sua fidelidade no trabalho é digna de louvor. Outros no escritório fariam bem em imitar o seu exemplo de fidelidade, diligência e integridade. Faltam-lhe, entretanto, as virtudes do Espírito de Deus. Você é um homem inteligente, mas as suas faculdades têm sido mal-empregadas. Jesus lhe apresenta a Sua graça, paciência e amor. Você aceitará a dádiva? Seja cuidadoso com suas palavras e atos. Diariamente você está semeando sementes. Todo pensamento, toda palavra proferida e toda ação realizada são sementes lançadas no solo, que germinarão e produzirão frutos para a vida eterna ou para miséria e corrupção. Pense, meu irmão, como os anjos de Deus consideram seu triste estado quando permite que a ira o controle. E então isso é escrito nos livros do Céu. A colheita será tal como a semente semeada. Você colherá forçosamente aquilo que semeou. T4 366.1
Você deve controlar o apetite, e em nome de Jesus ser um vencedor neste ponto. Através de hábitos corretos, sua saúde pode melhorar. Seu sistema nervoso está muito abalado; mas o grande Médico pode curar seu corpo bem como sua alma. Faça do Seu poder a sua dependência, da Sua graça sua força, e suas faculdades físicas, morais e espirituais melhorarão grandemente. Você tem mais para vencer do que alguns outros, e, portanto, terá conflitos mais severos; mas Jesus considerará seus sinceros esforços; Ele sabe exatamente quão arduamente você tem de trabalhar para manter o eu sob o controle de Seu Espírito. Coloque-se nas mãos de Jesus. O desenvolvimento próprio deve ser sua preocupação, com o objetivo de ser uma bênção aos seus filhos e a todos aqueles com quem se associa. O Céu considerará com satisfação cada vitória que você obtiver no esforço de vencer. Se puser de lado a ira e a paixão, e olhar a Jesus, autor e consumador da sua fé, poderá, através de Seus méritos, desenvolver caráter cristão. Faça imediatamente uma mudança decidida e tome a resolução de usar dignamente o intelecto que Deus lhe concedeu. T4 366.2
Quando me foi mostrada a presente condição das faculdades física, mental e moral do homem, e o que ele poderia tornar-se mediante os méritos de Cristo, fiquei surpresa de que ele preservasse um nível tão baixo. O ser humano pode crescer à estatura de Cristo, sua cabeça viva. Não é obra de um momento, mas da vida inteira. Por crescer diariamente na vida espiritual, ele não alcançará a plena estatura de um homem perfeito em Cristo senão quando terminar seu tempo de graça. O crescimento é uma obra contínua. Homens de fortes paixões têm um constante conflito consigo mesmos; mas quanto mais árdua for a batalha, mais gloriosa será a vitória e a recompensa eterna. T4 366.3
Você está ligado ao escritório de publicações. Nessa posição seus traços peculiares de caráter serão desenvolvidos. As pequenas cortesias da vida devem ser cultivadas. Um temperamento agradável e cordial, combinado com firme princípio de justiça e honestidade, fará de você um homem de influência. Agora é o momento de obter aptidão moral para o Céu. A igreja a que você pertence deve ter a graça refinadora e enobrecedora de Cristo. Deus requer que Seus seguidores sejam homens de boa reputação, bem como puros, dignos e honestos; bondosos, bem como fiéis. É essencial ser correto nas questões de maior peso; mas isto não é desculpa para negligenciar coisas aparentemente de menor importância. Os princípios da lei de Deus devem ser desenvolvidos na vida e no caráter. Um temperamento cordial, combinado com firme integridade e fidelidade, constituirá em aptidão moral para qualquer posição. O apóstolo Pedro exorta: “Sede... afáveis.” 1 Pedro 3:8. T4 367.1
Devemos ser aprendizes na escola de Cristo. Não podemos imitar Seu exemplo a menos que tenhamos disposição agradável e comportamento brando. A verdadeira polidez cristã deve ser cultivada. Ninguém pode diminuir nossa influência a não ser nós mesmos pela condescendência com um temperamento incontrolável. O homem mal-humorado por natureza não conhece a verdadeira felicidade, e raramente está satisfeito. Está sempre com a esperança de alcançar uma posição mais favorável ou modificar o ambiente de modo que tenha paz e tranqüilidade mental. Sua vida parece carregada de pesadas cruzes e provações, quando, se ele tivesse controlado o temperamento e refreado a língua, muitos desses aborrecimentos poderiam ter sido evitados. É a “resposta branda” que “desvia o furor”. Provérbios 15:1. A vingança nunca venceu um inimigo. Temperamento bem equilibrado exerce boa influência sobre todos ao redor; mas “como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio”. Provérbios 25:28. T4 367.2
Considere a vida de Moisés. A mansidão em meio à murmuração, censura e provocação constituíam os traços mais brilhantes de seu caráter. Daniel foi humilde de espírito. Conquanto estivesse cercado de desconfiança e suspeita, e seus inimigos preparassem um ardil para sua vida, ele, contudo, nunca se desviou do princípio. Manteve alegre e serena confiança em Deus. Acima de tudo, permita que a vida de Cristo lhe ensine. “Quando O injuriavam, não injuriava e, quando padecia, não ameaçava.” 1 Pedro 2:23. Você deve aprender essa lição, ou jamais entrará no Céu. Cristo deve tornar-Se sua força. Em Seu nome você será mais que vencedor. Nenhum encantamento contra Jacó, nenhum presságio contra Israel, prevalecerá. Se sua alma estiver arraigada à Rocha eterna, você estará seguro. Venha alegria ou sofrimento, nada o desviará do que é correto. T4 368.1
Você tem estado a flutuar no mundo, mas a verdade eterna se lhe demonstrará uma âncora. Você precisa guardar a fé. Não proceda por impulso nem entretenha teorias vagas. Fé experimental em Cristo e submissão à lei de Deus são da mais alta importância para você. Esteja disposto a aceitar a advertência e conselho dos que têm experiência. Não adie a obra de tornar-se vencedor. Seja sincero a si mesmo, a seus filhos e a Deus. Seu aflito filho precisa ser tratado com ternura. Como pai, você deve lembrar-se de que os nervos que podem estremecer de alegria podem também estremecer sob a mais intensa dor. O Senhor identifica Seu interesse com o da sofredora humanidade. T4 368.2
Muitos pais se esquecem de sua responsabilidade para com Deus de educar filhos para utilidade e dever de tal forma que sejam uma bênção para si mesmos e a outros. Freqüentemente, as crianças são mimadas desde a meninice, e maus hábitos se tornam fixos. Os pais têm estado curvando o rebento. Pela sua maneira de educar, o caráter ou se desenvolve com deformidades ou com simetria e beleza. Mas enquanto muitos erram do lado da condescendência, outros vão ao extremo oposto e governamos filhos com vara de ferro. Nenhum deles segue a direção bíblica, mas ambos estão fazendo uma obra temível. Estão moldando a mente dos filhos e devem prestar contas, no dia de Deus, pela maneira como o têm feito. A eternidade revelará o resultado da obra feita nesta vida. “Para onde o galho se curva, a árvore se inclina.” T4 368.3
Sua maneira de orientar está errada, decididamente errada. Você não é um pai carinhoso e compassivo. Que exemplo dá aos filhos com suas explosões insanas de ira! Que contas terá de prestar a Deus por sua perversa disciplina! Se deseja ter o amor e respeito de seus filhos, você precisa manifestar-lhes afeição. A condescendência com a ira nunca é desculpável; é sempre cega e perversa. T4 369.1
Deus requer que você mude de conduta. Pode ser um homem útil e eficiente no escritório se empreender esforços determinados para vencer. Não estabeleça como critério as opiniões próprias. O Senhor o ligou ao Seu povo para que você pudesse aprender na escola de Cristo. Suas idéias têm sido pervertidas; “não te estribes no teu próprio entendimento”. Provérbios 3:5. Você não pode ser salvo a menos que sua mentalidade seja mudada. Não obstante o fato de Moisés ter sido o mais manso de todos os homens que já viveram na Terra, houve uma ocasião em que ele trouxe sobre si o desagrado de Deus. Ele foi grandemente importunado pela murmuração dos filhos de Israel por falta de água. As injustas acusações do povo contra ele o levaram por um momento a esquecer que as queixas não eram contra ele, mas contra Deus; e em vez de mostrar-se magoado porque o Espírito de Deus recebia insulto, ele se mostrou irritado, ofendido, e de maneira voluntariosa, impaciente, feriu a rocha duas vezes dizendo: “Ouvi agora, rebeldes: porventura, tiraremos água desta rocha para vós?” Números 20:10. Moisés e Arão puseram-se à frente no lugar de Deus, como se o milagre tivesse sido realizado por eles. Não exaltaram a Deus, mas a si mesmos perante o povo. Muitos no final não alcançarão a vida eterna porque se deixam levar por conduta semelhante. T4 369.2
Moisés mostrou grande fraqueza perante o povo. Revelou grande falta de domínio próprio, um espírito igual ao que possuíam os murmuradores. Ele devia ter sido um exemplo de paciência e tolerância diante daquela multidão que estava agora pronta a desculpar suas faltas, desafeições e murmurações irrazoáveis por causa dessa manifestação de erro de sua parte. O maior pecado constituiu em assumir ele o lugar de Deus. A posição de honra que Moisés havia ocupado até aí não lhe diminuía a culpa, mas ao contrário a aumentava. Aqui estava um homem até então irrepreensível, agora caído. Muitos em posição semelhante haveriam de arrazoar que seu pecado deveria ser desculpado em virtude de sua longa vida de invariável fidelidade. Mas não; era mais grave um homem que tinha sido honrado por Deus mostrar fraqueza de caráter na demonstração de ira do que se ele ocupasse posição de menor responsabilidade. Moisés era um representante de Cristo, mas quão tristemente foi o simbolismo maculado! Moisés havia pecado, e sua fidelidade passada não podia expiar o pecado presente. Todo o grupo de Israel estava fazendo história para futuras gerações. Essa história a pena da inspiração que não erra deve traçar com exata fidelidade. Homens de todo o tempo futuro devem ver o Deus do Céu como um governante firme que em caso algum justifica o pecado. Moisés e Arão teriam de morrer sem entrar em Canaã, ficando sujeitos à mesma punição que caiu sobre os que estavam em posição de menor importância. Eles se curvaram em submissão, embora sua angústia de coração fosse inexprimível; mas seu amor por Deus e sua confiança nEle ficaram inalterados. O exemplo deles é uma lição que muitos passam por alto sem aprender dela como deviam. O pecado não parece iníquo. A exaltação do eu não lhes parece grave. T4 369.3
Poucos, todavia, percebem a malignidade do pecado; gabam-se de que Deus é muito bom para punir o ofensor. Os casos de Moisés e Arão, Davi e numerosos outros, mostram que não é seguro pecar por palavra, por pensamento ou ação. Deus é um ser de amor e compaixão infinitos. No discurso de despedida que Moisés apresentou aos filhos de Israel, ele disse: “Porque o nosso Deus é um fogo consumidor” (Hebreus 12:29), um Deus zeloso. O apelo tocante feito por Moisés de que poderia ser privilegiado a entrar em Canaã foi firmemente recusado. A transgressão em Cades havia sido pública e marcante; e quanto mais elevada a posição do ofensor, quanto mais distinto o homem, mais firme era o decreto e mais certa a punição. Prezado irmão, fique alerta. Seja fiel à luz que brilha em seu caminho. Declarou Paulo: “Subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” 1 Coríntios 9:27. T4 370.1