Conselhos para a Igreja

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Capítulo 22 — O relacionamento entre marido e esposa

Os que consideram a relação matrimonial como uma das sagradas ordenanças de Deus, guardada pelo Seu santo preceito, serão controlados pelos ditames da razão. Jesus não impõe o celibato a qualquer classe de homens. Ele veio não para destruir a sagrada relação matrimonial, mas para exaltá-la e restaurá-la em sua santidade original. Ele olha com prazer para a relação de família onde o amor sagrado e altruísta é a força dominante. CI 136.1

O casamento é legítimo e santo — Não é nenhum pecado em si o comer e beber, ou casar-se e dar-se em casamento. Era correto casar no tempo de Noé, e é correto fazê-lo agora, desde que isto que é correto seja tratado convenientemente e não levado a pecaminoso excesso. Mas nos dias de Noé os homens casavam sem consultar a Deus ou buscar Sua guia e conselho. [...] CI 136.2

O fato de que todas as relações da vida são de natureza transitória devia exercer uma influência modificadora sobre tudo que fazemos e dizemos. Nos dias de Noé foi o amor desordenado excessivo daquilo que era em si mesmo legítimo quando usado com propriedade que tornou o casamento pecaminoso aos olhos de Deus. Há muitos que estão perdendo a alma nesta época do mundo por se deixarem absorver por pensamentos de casamento e na relação matrimonial em si. CI 136.3

A relação matrimonial é santa, mas neste século degenerado encobre violências de toda espécie. Dela se tem abusado e ela tem-se tornado um crime que agora constitui um dos sinais dos últimos dias, tal como nos dias anteriores ao dilúvio o casamento, tratado como o foi, tornara-se então um crime. [...] Quando a natureza sagrada do casamento e seus altos propósitos são compreendidos, será mesmo agora aprovado pelo Céu; e o resultado será felicidade para ambas as partes, e Deus será glorificado. CI 136.4

Os privilégios do casamento — Os que professam ser cristãos [...] [devem] ponderar então devidamente o resultado de cada privilégio das relações conjugais, fundamentando cada ação em santificado princípio. Em inúmeros casos os pais [...] têm abusado de seus privilégios matrimoniais, e pela condescendência têm fortalecido suas paixões sensuais. CI 136.5

[Em outra ocasião, a Sra. White falou sobre a “privacidade e privilégios da relação conjugal”.] CI 137.1

É o levar ao excesso o que é lícito, o que o torna grave pecado. CI 137.2

Muitos pais não obtêm o conhecimento que deviam em sua vida conjugal. Não se guardam para que Satanás não se aproveite deles, controlando-lhes a mente e a vida. Não vêem que Deus requer que eles controlem sua vida conjugal, evitando qualquer excesso. Bem poucos, porém, sentem ser um dever religioso reger as próprias paixões. Uniram-se em matrimônio ao objeto de sua escolha, e daí raciocinam que o casamento santifica a condescendência com as paixões inferiores. Mesmo homens e mulheres que professam piedade dão rédea solta a suas paixões de concupiscência, e nem pensam que Deus os considera responsáveis pelo dispêndio da energia vital que lhes enfraquece o suporte da vida e lhes debilita todo o organismo. CI 137.3

Abnegação e temperança — Oh! se eu pudesse fazer todos compreenderem sua obrigação para com Deus quanto a conservar a estrutura mental e física nas melhores condições a fim de prestarem serviço perfeito a seu Criador! Refreie-se a esposa cristã, tanto por palavras como por atos, de despertar as paixões sensuais do marido. Muitos não têm absolutamente forças para desperdiçarem nessa direção. Desde sua juventude têm enfraquecido o cérebro e debilitado sua constituição em virtude da satisfação dos apetites sensuais. Abnegação e temperança, eis o que devia constituir sua divisa na vida conjugal. CI 137.4

Estamos sob solenes obrigações a Deus de conservar puro o espírito e sadio o corpo, para que possamos ser um benefício para a humanidade e render a Deus perfeito serviço. O apóstolo pronuncia estas palavras de advertência: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências”. Romanos 6:12. Ele nos anima a avançar dizendo que “todo aquele que luta de tudo se abstém”. 1 Coríntios 9:25. Exorta todos que se dizem cristãos a apresentarem o seu corpo como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”. Romanos 12:1. Diz ainda: “Subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado”. 1 Coríntios 9:27. CI 137.5

Não é um amor puro o que leva um homem a tornar sua esposa instrumento para servir a sua sensualidade. É a paixão sensual que clama por satisfação. Quão poucos os homens que manifestam seu amor na maneira indicada pelo apóstolo: “Como também Cristo amou a igreja e a Si mesmo Se entregou por ela, para [não poluí-la, mas] a santificar, purificando-a” [...] para a apresentar [...] santa e irrepreensível”. Efésios 5:25-27. Tal é, nas relações conjugais, o amor que Deus reconhece como santo. O amor é um princípio puro e santo; a paixão sensual, porém, não admitirá restrição, e não será ditada pela razão ou por ela controlada. É cega às conseqüências; não raciocina de causa para efeito. CI 137.6

Por que busca Satanás debilitar o autocontrole — Satanás procura rebaixar a norma de pureza e enfraquecer o autocontrole dos que se casam, porque sabe que enquanto as paixões subalternas estão em ascendência, as faculdades morais se tornam seguramente mais fracas, e ele não precisa preocupar-se com o seu crescimento espiritual. Ele sabe também que de nenhuma outra maneira pode estampar melhor a sua própria imagem odiosa na descendência deles, e que assim pode moldar mais facilmente o caráter dos filhos do que o caráter dos pais. CI 138.1

Homens e mulheres, um dia aprendereis o que seja a concupiscência e os resultados de satisfazê-la. Pode-se encontrar no casamento paixão de tão baixa qualidade, como fora dele. CI 138.2

Qual o resultado de dar livre curso às paixões inferiores? [...] O leito conjugal, onde anjos de Deus devem estar presentes, é profanado por práticas perversas. E porque domina deprimente animalismo, os corpos são corrompidos; práticas abomináveis levam a enfermidades abomináveis. O que Deus deu como uma bênção tem-se feito uma maldição. CI 138.3

O excesso sexual destruirá com efeito o amor para com os cultos devocionais, tirará do cérebro a substância necessária para nutrir o organismo, vindo positivamente a debilitar a vitalidade. Mulher alguma deve ajudar o marido nesta obra de autodestruição. Ela não o fará caso esteja esclarecida, e tenha por ele verdadeiro amor. CI 138.4

Quanto mais condescendência houver com as paixões sensuais, tanto mais fortes se tornarão elas, e mais violentos serão seus reclamos quanto à satisfação. Que os homens e mulheres tementes a Deus despertem para o seu dever. Muitos professos cristãos sofrem de paralisia de nervos e cérebro, devido a sua intemperança neste sentido. CI 138.5

Os maridos devem mostrar consideração — Os maridos devem ser cuidadosos, atenciosos, constantes, fiéis e compassivos. Devem manifestar amor e simpatia. Se cumprirem as palavras de Cristo, seu amor não será de baixa natureza, terreno; de caráter sensual que leve à destruição do próprio corpo, e debilidade e enfermidade à esposa. Não serão condescendentes para com a satisfação de baixas paixões, fazendo ouvir a esposa que ela deve ser sujeita ao marido em tudo. Quando o esposo tem a nobreza de caráter, a pureza de coração, a elevação de espírito que cada cristão deve possuir, isto se revelará na associação matrimonial. Se ele tem a mente de Cristo, não será um destruidor do corpo, mas estará cheio de terno amor, procurando alcançar a mais elevada norma em Cristo. CI 138.6

Homem algum amará verdadeiramente a sua esposa quando ela se submete pacientemente a tornar-se sua escrava, e servir a suas depravadas paixões. Em sua passiva submissão, ela perde o valor que outrora possuía aos olhos dele. Ele a vê degradada de tudo quanto era elevado, para um baixo nível; e não demora a que suspeite que ela se submeta com a mesma passividade a ser degradada por outro assim como por ele. Duvida-lhe da constância e pureza, cansa-se dela, e busca novos objetos para despertar e intensificar suas paixões infernais. A lei de Deus não é considerada. Tais homens são piores que os animais; são demônios em forma humana. Não conhecem os elevados, enobrecedores princípios do amor verdadeiro e santificado. CI 139.1

Também a esposa fica ciumenta do marido, e suspeita que, em havendo oportunidade, ele com a mesma prontidão dirigiria a outra, da mesma maneira que a ela, suas atenções amorosas. Vê que ele não é regido pela consciência ou o temor de Deus; todas essas santas barreiras são derribadas pelas paixões concupiscentes; tudo quanto é no marido semelhante a Deus, torna-se servo da concupiscência embrutecedora e vil. CI 139.2

Quando surgem exigências irrazoáveis — A questão a ser assentada agora, é: Há de a esposa sentir-se obrigada a ceder implicitamente às exigências do marido, quando ela vê que coisa alguma senão a paixão vil o domina, e quando sua razão e discernimento se acham convencidos de que ela o faz com dano do próprio corpo que Deus lhe ordenou possuir em santificação e honra, conservar como um sacrifício vivo para Deus? CI 139.3

Não é amor puro e santo o que leva a esposa a satisfazer às propensões sensuais do esposo, com prejuízo da saúde e da vida. Caso ela tenha verdadeiro amor e sabedoria, procurará desviar-lhe a mente da satisfação das paixões impuras para assuntos elevados e espirituais, falando sobre assuntos espirituais interessantes. Talvez seja necessário insistir humilde e afetuosamente, mesmo com risco de o desagradar, em que ela não pode desonrar seu corpo, cedendo a excessos sexuais. Deve, bondosa e ternamente, lembrar-lhe que Deus tem direitos mais altos, acima de todos os outros direitos, sobre todo o seu ser, e que ela não pode desrespeitar esses direitos, pois será por isto responsável no grande dia de Deus. [...] CI 139.4

Caso ela eleve suas afeições, e em santificação e honra conserve sua pura dignidade de mulher, poderá por sua sensata influência, fazer muito para santificar o marido, cumprindo assim sua alta missão. Por esta maneira de agir, ela pode salvar tanto o marido, como a si mesma, realizando uma dupla obra. Nesta questão, tão delicada e tão difícil de manejar, são necessárias muita sabedoria e paciência, bem como ânimo e fortaleza morais. Graça e resistência podem ser obtidas na oração. O amor sincero deve ser o princípio dominante do coração. Amor a Deus e ao esposo pode unicamente ser a justa norma de procedimento. [...] CI 139.5

Quando a mulher sujeita o corpo e o espírito ao domínio do marido, sendo passiva diante da vontade dele em tudo, sacrificando sua consciência, dignidade e mesmo personalidade, perde a oportunidade de exercer aquela poderosa influência que deveria possuir para o bem, a fim de elevar o marido. Ela podia abrandar-lhe a natureza áspera, e sua santificadora influência poderia ser usada de modo a purificar e polir, levando-o a esforçar-se zelosamente por governar as próprias paixões, e ser mais espiritual, para que sejam juntamente participantes da divina natureza, havendo escapado da corrupção que pela concupiscência há no mundo. Grande pode ser o poder da influência no conduzir a mente a assuntos elevados e nobres, acima das baixas condescendências sensuais naturalmente buscadas pelo coração não renovado pela graça. Caso a esposa ache que, a fim de agradar ao marido, deve descer à norma por ele mantida, quando a paixão sensual é a principal base de seu amor e lhe rege as ações, ela desagrada a Deus; pois deixa de exercer uma santificadora influência sobre o marido. Se ela acha dever submeter-se a suas paixões sensuais sem uma palavra de admoestação, não compreende seu dever para com ele e para com o seu Deus. CI 140.1

Nosso corpo foi comprado — As mais baixas paixões têm sua sede no corpo e por seu intermédio operam. As palavras “carne” ou “carnal” ou ainda “concupiscência da carne” envolvem a natureza inferior, corrupta; a carne por si mesma não pode agir contrariamente à vontade de Deus. É-nos ordenado crucificar a carne com suas afeições e concupiscências. Como o faremos? Devemos infligir sofrimento ao corpo? Não; mas dar morte à tentação do pecado. Os pensamentos corruptos devem ser expulsos. Todo o pensamento deve ser levado cativo a Jesus Cristo. Toda propensão animal deve ser sujeita às faculdades mais altas da alma. O amor de Deus deve reinar supremo; Cristo deve ocupar um trono não dividido. Nosso corpo deve ser considerado como havendo sido comprado. Os membros do corpo devem tornar-se instrumentos de justiça. — O Lar Adventista, 121-128. CI 140.2

Capítulo 22—La relación entre los esposos

Los que consideran la relación matrimonial como uno de los ritos sagrados de Dios, protegidos por su santo precepto, serán gobernados por los dictados de la razón. CPI 237.1

Jesús no impuso el celibato a clase alguna de hombres. No vino para destruir la relación sagrada del matrimonio, sino para exaltarla y devolverle su santidad original. Mira con agrado la relación familiar donde predomina el amor sagrado y abnegado. CPI 237.2

El matrimonio es santo y legítimo

En sí el comer y el beber no encierran pecado, ni tampoco lo hay en casarse y darse en casamiento. Era lícito casarse en tiempo de Noé, y lo es también ahora, si lo lícito se trata debidamente y no se lleva al exceso pecaminoso. Pero en días de Noé los hombres se casaban sin consultar a Dios ni procurar su dirección y consejo. CPI 237.3

El hecho de que todas las relaciones de la vida son de índole transitoria debe ejercer una influencia modificadora sobre todo lo que hacemos y decimos. En tiempos de Noé, lo que hacía pecaminoso el casamiento delante de Dios era el amor desordenado y excesivo por lo que en sí era lícito cuando se hacía el debido uso de ello. Son muchos en esta época del mundo los que pierden su alma al dejarse absorber por los pensamientos referentes al casamiento y a la relación matrimonial. CPI 237.4

La relación matrimonial es santa, pero en esta época degenerada cubre toda clase de vileza. Se abusa de ella y esto ha llegado a ser un crimen que constituye ahora una de las señales de los postreros días, así como los matrimonios, según se realizaban antes del diluvio, eran entonces un crimen. Cuando se comprendan la naturaleza sagrada y los requisitos del matrimonio, éste resultará aun ahora aprobado por el Cielo; y acarreará felicidad a ambas partes, y Dios será glorificado. CPI 238.1

Los privilegios de la relación matrimonial

Los que profesan ser cristianos deben considerar debidamente el resultado de todo privilegio de la relación matrimonial, y los principios santificados deben ser la base de toda acción. En muchos casos los padres han abusado de sus privilegios matrimoniales, y al ceder a sus pasiones animales las han fortalecido. CPI 238.2

[En otra ocasión la Sra. White habla del “carácter privado y de los privilegios de la relación familiar”; véase Testimonies for the Church 2:90.] CPI 238.3

Llevar a los excesos lo legítimo constituye un grave pecado. CPI 238.4

Muchos padres no obtienen el conocimiento que debieran tener en la vida matrimonial. No se cuidan de manera que Satanás no les saque ventaja ni domine su mente y su vida. No ven que Dios requiere de ellos que se guarden de todo exceso en su vida matrimonial. Pero muy pocos consideran que es un deber religioso gobernar sus pasiones. Se han unido en matrimonio con el objeto de su elección, y por lo tanto, razonan que el matrimonio santifica la satisfacción de las pasiones más bajas. Aun hombres y mujeres que profesan piedad, dan rienda suelta a sus pasiones concupiscentes, y no piensan que Dios los tiene por responsables del desgaste de la energía vital que debilita su resistencia y enerva todo el organismo. CPI 238.5

Practiquen la abnegación y la templanza

¡Ojalá que pudiese hacer comprender a todos su obligación hacia Dios en cuanto a conservar en la mejor condición el organismo mental y físico, para prestar servicio perfecto a su Hacedor! Evite la esposa cristiana, tanto por sus palabras como por sus actos, excitar las pasiones animales de su esposo. Muchos no tienen fuerza que malgastar en este sentido. Desde su juventud han estado debilitando el cerebro y minando su constitución por la satisfacción de sus pasiones animales. La abnegación y la temperancia debieran ser la consigna en su vida matrimonial. CPI 239.1

Tenemos solemnes obligaciones para con Dios en cuanto a conservar puro el espíritu y sano el cuerpo, para beneficiar a la humanidad y rendir a Dios un servicio perfecto. El apóstol nos advierte; “No reine, pues, el pecado en vuestro cuerpo mortal, de modo que le obedezcáis en sus concupiscencias”. Nos insta a ir adelante diciéndonos que “todo aquel que lucha, de todo se abstiene”. Exhorta a todos los que se llaman cristianos a que presenten sus “cuerpos en sacrificio vivo, santo, agradable a Dios”. Dice: “Golpeo mi cuerpo y lo pongo en servidumbre, no sea que habiendo sido heraldo para otros, yo mismo venga a ser reprobado”. Romanos 6:12; 1 Corintios 9:25; Romanos 12:1; 1 Corintios 9:27. CPI 239.2

No es amor puro el que impulsa a un hombre a hacer de su esposa un instrumento que satisfaga su concupiscencia. Es expresión de las pasiones animales que claman por ser satisfechas. ¡Cuán pocos hombres manifiestan su amor de la manera especificada por el apóstol: “Así como Cristo amó a la iglesia, y se entregó a sí mismo por ella [no para contaminarla, sino] para santificarla habiéndola purificado”, para “que fuese santa y sin mancha!” Esta es la calidad del amor que en las relaciones matrimoniales Dios reconoce como santo. El amor es un principio puro y sagrado; pero la pasión concupiscente no admite restricción, no quiere que la razón le dicte órdenes ni la controle. No vislumbra las consecuencias; no quiere razonar de la causa al efecto. CPI 240.1

Satanás trata de debilitar el dominio propio

Satanás procura rebajar la norma de pureza y debilitar el dominio propio de los que contraen matrimonio, porque sabe que mientras las pasiones más bajas se intensifican, las facultades morales se debilitan, y no necesita él preocuparse por el crecimiento espiritual de ellos. Sabe también que de ningún otro modo puede él estampar su propia imagen odiosa en la posteridad de ellos, y que le resulta así aun más fácil amoldar el carácter de los hijos que el de los padres. CPI 240.2

Hombres y mujeres, aprenderéis algún día lo que es la concupiscencia y el resultado de satisfacerla. Puede hallarse en las relaciones matrimoniales una pasión de clase tan baja como fuera de ellas. CPI 240.3

¿Cuál es el resultado de dar rienda suelta a las pasiones inferiores? La cámara, donde debieran presidir ángeles de Dios, es mancillada por prácticas pecaminosas. Y porque impera una vergonzosa animalidad, los cuerpos se corrompen; las prácticas repugnantes provocan enfermedades repugnantes. Se hace una maldición de lo que Dios dio como bendición. CPI 241.1

Los excesos sexuales destruirán ciertamente el amor por los ejercicios devocionales, privarán al cerebro de substancia necesaria para nutrir el organismo y agotarán efectivamente la vitalidad. Ninguna mujer debe ayudar a su esposo en esta obra de destrucción propia. No lo hará si ha sido iluminada al respecto y ama la verdad. CPI 241.2

Cuanto más se satisfacen las pasiones animales, tanto más fuertes y violentos serán los deseos de complacerlas. Comprendan su deber los hombres y mujeres que temen a Dios. Muchos cristianos profesos sufren de parálisis de los nervios y del cerebro debido a su intemperancia en este sentido. CPI 241.3

Los esposos han de ser considerados

Los maridos deben ser cuidadosos, atentos, constantes, fieles y compasivos. Deben manifestar amor y simpatía. Si cumplen las palabras de Cristo, su amor no será del carácter bajo, terrenal ni sensual que los llevaría a destruir su propio cuerpo y a acarrear debilidad y enfermedad a sus esposas. No se entregarán a la complacencia de las pasiones bajas mientras repitan constantemente a sus esposas que deben estarles sujetas en todo. Cuando el marido tenga la nobleza de carácter, la pureza de corazón y la elevación mental que debe poseer todo cristiano verdadero, lo manifestará en la relación matrimonial. Si tiene el sentir de Cristo, no será destructor del cuerpo, sino que estará henchido de amor tierno y procurará alcanzar al más alto ideal en Cristo. CPI 241.4

Ningún hombre puede amar de veras a su esposa cuando ella se somete pacientemente a ser su esclava para satisfacer sus pasiones depravadas. En su sumisión pasiva, ella pierde el valor que una vez él le atribuyó. La ve envilecida y rebajada, y pronto sospecha que se sometería con igual humildad a ser degradada por otro que no sea él mismo. Duda de su constancia y pureza, se cansa de ella y busca nuevos objetos que despierten e intensifiquen sus pasiones infernales. No tiene consideración con la ley de Dios. Estos hombres son peores que los brutos; son demonios en forma humana. No conocen los principios elevadores y ennoblecedores del amor verdadero y santificado. CPI 242.1

La esposa también llega a sentir celos del esposo y sospecha que, si tuviese oportunidad, dirigiría sus atenciones a otra persona con tanta facilidad como a ella. Ella ve que no se rige por la conciencia ni el temor de Dios; todas estas barreras santificadas son derribadas por las pasiones concupiscentes; todas las cualidades del esposo que le asemejarían a Dios son sujetas a la concupiscencia brutal y vil. CPI 242.2

Cuando se hacen exigencias irrazonables

La cuestión que se ha de decidir es ésta: ¿Debe la esposa sentirse obligada a ceder implícitamente a las exigencias del esposo, cuando ve que sólo las pasiones bajas lo dominan y cuando su propio juicio y razón la convencen de que al hacerlo perjudica su propio cuerpo, que Dios ha ordenado poseer en santificación y honra y conservar como sacrificio vivo para Dios? CPI 242.3

No es un amor puro y santo lo que induce a la esposa a satisfacer las propensiones animales de su esposo, a costa de su salud y de su vida. Si ella posee verdadero amor y sabiduría, procurará distraer su mente de la satisfacción de las pasiones concupiscentes hacia temas elevados y espirituales, espaciándose en asuntos espirituales interesantes. Tal vez sea necesario instarlo con humildad y afecto aun a riesgo de desagradarle, y hacerle comprender que no puede ella degradar su cuerpo cediendo a los excesos sexuales. Ella debe, con ternura y bondad, recordarle que Dios tiene los primeros y más altos derechos sobre todo su ser y que no puede despreciar esos derechos, porque tendrá que dar cuenta de ellos en el gran día de Dios. CPI 243.1

Si ella elevara sus afectos, y en santificación y honra conservara su dignidad femenina refinada, podría la mujer hacer mucho para santificar a su esposo por medio de su influencia juiciosa y así cumplir su alta misión. Con ello puede salvarse a sí misma y a su esposo, y cumplir así una doble obra. En este asunto tan delicado y difícil de tratar, se necesita mucha sabiduría y paciencia, como también valor moral y fortaleza. Puede hallarse fuerza y gracia en la oración. El amor sincero ha de ser el principio que rija el corazón. El amor hacia Dios y hacia el esposo deben ser los únicos motivos que rijan la conducta. CPI 243.2

Cuando la esposa entrega su cuerpo y mente al dominio de su esposo, y se somete pasiva y totalmente a su voluntad en todo, sacrificando su conciencia, su dignidad y aun su identidad, pierde la oportunidad de ejercer la poderosa y benéfica influencia que debiera poseer para elevar a su esposo. Podría suavizar su carácter severo, y podría ejercer su influencia santificadora de tal modo que lo refinase y purificase, induciéndole a luchar fervorosamente para gobernar sus pasiones, a ser más espiritual, a fin de que puedan participar juntos de la naturaleza divina, habiendo escapado de la corrupción que impera en el mundo por la concupiscencia. CPI 244.1

El poder de la influencia puede ser grande para inspirar a la mente temas elevados y nobles, por encima de las complacencias bajas y sensuales que procura por naturaleza el corazón que no ha sido regenerado por la gracia. Si la esposa considera que, a fin de agradar a su esposo debe rebajar sus normas, cuando la pasión animal es la base principal del amor de él y controla sus acciones, desagrada a Dios, porque deja de ejercer una influencia santificadora sobre su esposo. Si le parece que debe someterse a sus pasiones animales sin una palabra de protesta, no comprende su deber para con él ni para con Dios. CPI 244.2

Habéis sido comprados por precio

Las pasiones inferiores tienen su sede en el cuerpo y obran por su medio. Las palabras “carne”, “carnal”, o “concupiscencias carnales” abarcan la naturaleza inferior y corrupta; por sí misma la carne no puede obrar contra la voluntad de Dios. Se nos ordena que crucifiquemos la carne, con los afectos y concupiscencias. ¿Cómo lo haremos? ¿Infligiremos dolor al cuerpo? No, pero daremos muerte a la tentación a pecar. Debe expulsarse el pensamiento corrompido. Todo intento debe someterse al cautiverio de Jesucristo. Todas las propensiones animales deben sujetarse a las facultades superiores del alma. El amor de Dios debe reinar supremo; Cristo debe ocupar un trono indiviso. Nuestros cuerpos deben ser considerados como su posesión adquirida. Los miembros del cuerpo han de llegar a ser los instrumentos de la justicia.1 CPI 244.3