Conselhos para a Igreja
Capítulo 6 — Vida santificada
Nosso Salvador requer para Si tudo que há em nós; pede nossos primeiros e mais puros pensamentos, nossa mais pura e mais intensa afeição. Se somos realmente participantes da natureza de Deus, Seu louvor estará continuamente em nosso coração e nossos lábios. Nossa única segurança está em entregar nosso tudo a Ele e em estar constantemente crescendo na graça e no conhecimento da verdade. — Santificação, 95. CI 49.1
A santificação exposta nas Sagradas Escrituras tem que ver com o ser todo — as partes espiritual, física e moral. Eis a verdadeira idéia sobre a consagração perfeita. Paulo ora para que a igreja em Tessalônica possa desfrutar esta grande bênção: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. 1 Tessalonicenses 5:23. CI 49.2
Há no mundo religioso uma teoria de santificação que, em si mesma, é falsa, e perigosa em sua influência. Em muitos casos aqueles que professam santificação não possuem a genuína. Sua santificação consiste em um culto por palavras e em teoria. [...] CI 49.3
Põem de lado a razão e o juízo, e confiam completamente em seus sentimentos, baseando suas pretensões à santificação nas emoções que em algum tempo experimentaram. São teimosos e perversos em incutir suas tenazes pretensões de santidade, proferindo muitas palavras, mas não produzindo nenhum fruto precioso como prova. Essas pessoas, professamente santificadas, estão, não somente enganando seu coração por suas pretensões, como também, exercendo uma influência para desviar a muitos que desejam ardentemente conformar-se com a vontade de Deus. Elas podem ser ouvidas a reiterar vez após vez: “Deus me dirige! Deus me ensina! Estou vivendo sem pecado!” Muitos dos que chegam em contato com este espírito, encontram um escuro, misterioso quê ao qual não podem compreender. Mas é isso que é inteiramente diferente de Cristo, o único verdadeiro padrão. — Santificação, 7, 9, 10. CI 49.4
A santificação é uma obra progressiva. Os passos sucessivos são postos perante nós nas palavras de Pedro: “Reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento: com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade: com a fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo”. 2 Pedro 1:5-8. “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. 2 Pedro 1:10, 11. CI 49.5
Eis aqui um procedimento pelo qual podemos ter certeza de que jamais cairemos. Aqueles que estão assim trabalhando sobre o plano de adição em obter as graças cristãs, terão a certeza de que Deus operará de acordo com o plano de multiplicação, em assegurar-lhes os dons de Seu Espírito. — Santificação, 94, 95. CI 50.1
A santificação não é obra de um momento, uma hora, ou um dia. É um contínuo crescimento na graça. Não sabemos em um dia quão forte será nossa luta no dia seguinte. Satanás vive e está ativo, e precisamos cada dia clamar fervorosamente a Deus por auxílio e força para resistir-lhe. Enquanto Satanás reinar, teremos de subjugar o próprio eu, teremos assaltos a vencer, e não há lugar de parada, nenhum ponto a que possamos chegar e dizer que o atingimos plenamente. [...] CI 50.2
A vida cristã é uma constante marcha avante. Jesus Se coloca como refinador e purificador de Seu povo; e quando Sua imagem estiver perfeitamente refletida neles, eles estarão perfeitos e santos, e preparados para a trasladação. Exige-se do cristão uma obra perfeita. Somos exortados a purificar-nos “de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus”. 2 Coríntios 7:1. Aí vemos onde está a grande obra. Há um trabalho contínuo para o cristão. Toda vara da videira-mãe tem de tirar dela vida e força, a fim de dar fruto. João 15:4. — Testimonies for the Church 1:340. CI 50.3
Ninguém se engane com a suposição de que Deus o perdoará e abençoará, enquanto está pisando um de Seus mandamentos. A prática voluntária de um pecado conhecido silencia a testemunhadora voz do Espírito e separa de Deus a alma. Quaisquer que sejam os êxtases do sentimento religioso, Jesus não pode habitar no coração que desrespeita a lei divina. Deus apenas honrará àqueles que O honram. — Santificação, 92. CI 50.4
Quando Paulo escreveu: “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo” (1 Tessalonicenses 5:23), não exortou seus irmãos a visarem uma norma que lhes era impossível atingir; não orou para que tivessem bênçãos as quais não era a vontade de Deus conceder. Ele sabia que todos os que hão de estar preparados para encontrar a Cristo em paz, precisarão possuir um caráter puro e santo Ler. 1 Coríntios 9:25-27; 1 Coríntios 6:19, 20. [...] CI 50.5
O verdadeiro princípio cristão não pára a fim de pesar as conseqüências. Não pergunta: “Que pensará de mim o povo se eu fizer isto?” Ou “quanto afetará meus planos, se eu fizer aquilo?” Com o mais intenso anseio os filhos de Deus desejam saber o que Ele quer que façam, para que suas obras O glorifiquem. O Senhor tomou amplas providências para que o coração e a vida de todos os Seus seguidores possam ser controlados pela graça divina e sejam quais luzes ardentes e brilhantes no mundo. — Santificação, 39. CI 50.6
As verdadeiras evidências da santificação — Nosso Salvador era a luz do mundo; mas o mundo não O conheceu. Ele estava constantemente empenhado em obras de misericórdia, derramando luz sobre o caminho de todos; todavia, não chamava a atenção daqueles com quem Se misturava para que contemplassem Sua incomparável virtude, Sua renúncia, sacrifício e benevolência. Os judeus não admiraram tal vida. Consideravam Sua religião como sem valor, porque não concordava com sua norma de piedade. Julgaram que Cristo não era religioso em espírito ou caráter, porque a religião deles consistia em exibições, em orações públicas e em fazer obras de caridade por ostentação. [...] O mais precioso fruto da santificação é a graça da mansidão. Quando esta graça reina no coração, a disposição é moldada por sua influência. Há uma contínua confiança em Deus e uma submissão da própria vontade à dEle. — Santificação, 14, 15. CI 51.1
Renúncia própria, sacrifício pessoal, benevolência, bondade, amor, paciência, magnanimidade e confiança cristã são os frutos diários produzidos por aqueles que estão verdadeiramente ligados com Deus. Seus atos podem não ser publicados ao mundo, mas eles mesmos estão diariamente lutando contra o mundo e ganhando preciosas vitórias sobre a tentação e o mal. Solenes votos são renovados e mantidos mediante a força ganha por fervorosa oração e constante vigilância. O ardente entusiasta não discerne as lutas desses silenciosos obreiros; mas os olhos dAquele que vê os segredos do coração notam e recompensam com aprovação cada esforço feito com renúncia e mansidão. É preciso o tempo de prova para revelar no caráter o ouro puro do amor e da fé. Quando dificuldades e perplexidades vêm sobre a igreja, então se desenvolvem o firme zelo e as profundas afeições dos verdadeiros seguidores de Cristo. [...] CI 51.2
Todos os que entram na esfera de sua influência, percebem a beleza e fragrância de sua vida cristã, ao passo que ele próprio está inconsciente desta, visto estar ela em harmonia com seus hábitos e inclinações. Ele ora pedindo luz divina, e ama o andar nessa luz. É sua comida e bebida fazer a vontade de seu Pai celestial. Sua vida está escondida com Cristo em Deus; contudo, não se orgulha disto, nem parece ter disto consciência. Deus sorri para os humildes e meigos que seguem de perto as pisadas do Mestre. Os anjos são atraídos a eles e apreciam demorar-se ao seu redor. Eles podem ser passados por alto como indignos de consideração por aqueles que alegam exaltadas realizações e se deleitam em tornar preeminentes suas boas obras; mas os anjos celestiais curvam-se amavelmente sobre eles e são como uma parede de fogo ao seu redor. — Santificação, 11-13. CI 51.3
Daniel: um exemplo de vida santificada — A vida de Daniel é uma inspirada ilustração do que constitui um caráter santificado. Ela apresenta uma lição para todos, e especialmente para os jovens. Uma estrita submissão às ordens de Deus é benéfica à saúde do corpo e do espírito. A fim de atingir a mais elevada norma de aquisições morais e intelectuais, é necessário buscar sabedoria e força de Deus e observar estrita temperança em todos os hábitos da vida. [...] Quanto mais irrepreensível a conduta de Daniel, tanto mais ódio ela despertava contra ele em seus inimigos. Eles se encheram de raiva, porque não puderam encontrar nada em seu caráter moral ou no desempenho de seus deveres sobre que basear uma queixa contra ele. “Então, estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus”. Daniel 6:5. — Santificação, 23, 43. CI 52.1
Que lição se apresenta aqui para todos os cristãos! Os sagazes olhos da inveja foram fixados sobre Daniel dia após dia; sua vigilância foi aguçada pelo ódio; contudo, nem uma palavra ou ato de sua vida puderam eles fazer com que parecesse mal. Todavia, ele não se orgulhava de santificação; mas fazia o que era infinitamente melhor — vivia uma vida de fidelidade e consagração. [...] CI 52.2
O decreto é proclamado pelo rei. Daniel está a par do propósito de seus inimigos de o destruírem. Mas ele não muda sua maneira de proceder em um único pormenor. Com calma, executa seus costumeiros deveres e, na hora da oração, vai à sua câmara e, com as janelas abertas para o lado de Jerusalém, dirige suas petições ao Deus do Céu. Por seu procedimento, declara destemidamente que nenhum poder terreno tem o direito de interferir entre ele e seu Deus e dizer-lhe a quem deveria orar ou deixar de fazê-lo. Homem de princípios nobres! Ele se mantém ainda hoje perante o mundo como um louvável exemplo de coragem e fidelidade cristã. Volta-se para Deus com toda a alma, coração, conquanto saiba que a morte é a pena de sua devoção. [...] CI 52.3
“Então, o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e o lançaram na cova dos leões. E, falando o rei, disse a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, Ele te livrará”. Daniel 6:15, 16. CI 52.4
Muito cedo, de manhã, o rei dirigiu-se apressadamente à cova dos leões e gritou: “Daniel, servo do Deus vivo! Dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?” Daniel 6:20. A voz do profeta foi ouvida em resposta: “Ó rei, vive para sempre! O meu Deus enviou o Seu anjo e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dEle; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum”. Daniel 6:21, 22. CI 52.5
“Então, o rei muito se alegrou em si mesmo e mandou tirar a Daniel da cova; assim, foi tirado Daniel da cova, e nenhum dano se achou nele, porque crera no seu Deus”. Daniel 6:23. Assim foi livrado o servo de Deus. E a armadilha que seus inimigos armaram para a destruição dele, provou-se ser para sua própria ruína. Por ordem do rei eles foram lançados na mesma cova e, instantaneamente, devorados pelos animais selvagens. CI 52.6
Ao aproximar-se o tempo para a terminação dos setenta anos do cativeiro, Daniel começou a preocupar-se grandemente a respeito das profecias de Jeremias. [...] CI 53.1
Daniel não proclamava diante do Senhor sua própria fidelidade. Em vez de se confessar puro e santo, este honrado profeta se identificava com Israel, realmente pecador. A sabedoria que Deus lhe havia concedido era tanto maior que a dos grandes homens do mundo quanto a luz do Sol que brilha nos céus é mais resplendente do que a mais pálida estrela. Todavia, ponderai a oração dos lábios deste homem tão altamente favorecido pelo Céu. Com profunda humildade, com lágrimas e coração lacerado, ele intercede por si e por seu povo. Estende seu coração aberto perante Deus, confessando sua própria indignidade e reconhecendo a grandeza e majestade do Senhor. [...] CI 53.2
Ao prosseguir a oração de Daniel, o anjo Gabriel vem voando das cortes celestiais para lhe dizer que suas petições foram ouvidas e atendidas. Este poderoso anjo é comissionado para dar-lhe entendimento e compreensão — para abrir perante ele os mistérios dos séculos futuros. Assim, enquanto ardentemente buscava saber e compreender a verdade, Daniel foi levado em comunhão com o mensageiro enviado pelo Céu. CI 53.3
Em resposta a sua petição, Daniel recebeu não somente a luz e a verdade de que ele e seu povo mais precisavam, mas uma visão dos grandes eventos do futuro mesmo até o advento do Redentor do mundo. Aqueles que dizem estar santificados, ao passo que não têm nenhum desejo de examinar as Escrituras ou lutar com Deus em oração por uma compreensão mais clara da verdade bíblica, não sabem o que é a verdadeira santificação. CI 53.4
Daniel falava com Deus. O Céu estava aberto perante ele. Mas as elevadas honras conferidas a ele eram o resultado da humilhação e fervorosa comunhão com Deus. Todos os que, de coração, crêem na Palavra de Deus, terão fome e sede de um conhecimento de Sua vontade. Deus é o autor da verdade. Ele ilumina o entendimento obscurecido e dá à mente humana poder para apreender e compreender as verdades que revelou. [...] CI 53.5
As grandes verdades reveladas pelo Redentor do mundo são para aqueles que procuram a verdade como a tesouros escondidos. Daniel era um homem idoso. Sua vida tinha sido passada no meio das fascinações de uma corte pagã; sua mente havia lidado com os negócios de um grande império. Todavia, ele se volta de tudo isto para afligir seu coração diante de Deus e buscar um conhecimento dos propósitos do Altíssimo. E, em resposta a suas súplicas, foi comunicada luz das cortes celestiais aos que haveriam de viver nos últimos dias. Com que zelo, pois, deveríamos nós buscar a Deus, para que Ele nos abra o entendimento a fim de compreender as verdades trazidas do Céu para nós. [...] CI 53.6
Daniel foi um devoto servo do Altíssimo. Sua longa vida foi repleta de nobres feitos de serviço para seu Mestre. Sua pureza de caráter e inabalável fidelidade são igualadas unicamente por sua humildade de coração e contrição diante de Deus. Repetimos: A vida de Daniel é uma inspirada ilustração da verdadeira santificação. — Santificação, 42-50, 52. CI 54.1
Deus testa aqueles a quem Ele valoriza — O fato de ser-nos pedido que suportemos aflições, prova que o Senhor Jesus vê em nós alguma coisa muito preciosa, que quer desenvolver. Se não visse em nós coisa alguma pela qual pudesse glorificar Seu nome, não gastaria tempo em refinar-nos. Nós não nos damos ao trabalho de podar espinheiros. Cristo não lança em Sua fornalha pedras sem valor. É o minério valioso o que Ele prova. — Testimonies for the Church 7:214. CI 54.2
Aos homens a quem Deus pretende que ocupem posições de responsabilidade, Ele revela, misericordiosamente, os ocultos defeitos que têm, a fim de se olharem interiormente e examinarem com olhos críticos as complicadas emoções e atitudes do próprio coração, verificando o que está errado. Poderão assim modificar sua disposição e aperfeiçoar suas maneiras. Em Sua providência o Senhor leva os homens a situações em que lhes possa provar a força moral e revelar os motivos de suas ações, de maneira que desenvolvam o que é correto e afastem de si o que é errado. É vontade de Deus que Seus servos se familiarizem com o mecanismo moral do próprio coração. Para fazer isso, permite freqüentemente que o fogo da aflição os assalte, a fim de que sejam purificados. “Mas quem suportará o dia da Sua vinda? E quem subsistirá, quando Ele aparecer? Porque Ele será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros. E assentar-Se-á, afinando e purificando a prata; e purificará os filhos de Levi e os afinará como ouro e como prata; então, ao Senhor trarão ofertas em justiça”. Malaquias 3:2, 3. — Testimonies for the Church 4:85. CI 54.3
Deus conduz avante Seu povo, passo a passo. Leva-os a diferentes pontos, destinados a manifestar o que está no coração. Alguns resistem em um ponto, mas caem no seguinte. A cada ponto mais adiante, o coração é experimentado e provado um pouco mais de perto. Se o professo povo de Deus verifica estar o coração contrário a esta incisiva obra, isto os deve convencer de que têm alguma coisa a fazer a fim de vencer, uma vez que não queiram ser vomitados da boca do Senhor. — Testimonies for the Church 1:187. CI 54.4
Tão logo reconheçamos a nossa incapacidade de fazer a obra de Deus, e nos submetamos à guia de Sua sabedoria, o Senhor poderá operar conosco. Se esvaziarmos do próprio eu a alma, Ele nos suprirá todas as necessidades. — Testimonies for the Church 7:213. CI 54.5
Conselho àqueles que buscam a confirmação da aceitação divina — Como hão de saber que estão aceitos por Deus? Estudem com oração Sua Palavra. Não a deixem de lado por nenhum outro livro. Esse Livro convence do pecado. Revela plenamente o caminho da salvação. Apresenta alta e gloriosa recompensa. Revela-lhes um Salvador completo e ensina-lhes que unicamente mediante Sua ilimitada misericórdia podem esperar a salvação. Não negligenciem a oração particular, pois é a essência da religião. Com sincera e fervorosa oração, roguem pureza de coração. Supliquem tão ardente e fervorosamente, como o fariam por sua existência mortal, caso ela estivesse em jogo. Permaneçam perante Deus até que inexprimíveis anseios sejam em vocês gerados quanto à sua salvação, e seja obtida a doce certeza do perdão dos pecados. — Testimonies for the Church 1:163. CI 55.1
Jesus não nos abandonou dando-nos razão para ficarmos espantados diante das provações e dificuldades. A respeito delas Ele tudo nos falou, e também nos disse que não ficássemos acabrunhados nem abatidos quando sobreviessem as provações. Olhemos para Jesus, nosso Redentor, alegremo-nos e nos regozijemos. As provações mais difíceis de suportar são as causadas por nossos irmãos, nossos próprios amigos íntimos; mas até essas provas podem ser suportadas com paciência. Jesus não permaneceu no sepulcro novo de José. Ele ressuscitou e ascendeu ao Céu, para ali interceder em nosso favor. Temos um Salvador que nos amou de tal maneira que morreu por nós, para que por Ele possamos ter esperança, e força e ânimo, bem como um lugar com Ele no Seu trono. Ele pode e está desejoso de nos ajudar, sempre que a Ele recorrermos. [...] CI 55.2
Sente-se você insuficiente para o cargo de confiança que ocupa? Agradeça por isso a Deus. Quanto mais sentir sua fraqueza, tanto mais estará inclinado a buscar um auxiliador. “Chegai-vos a Deus, e Ele Se chegará a vós”. Tiago 4:8. Jesus quer que você seja feliz, alegre. Quer que realize o melhor que vos seja possível com a aptidão com que vos dotou e, então confieis em que o Senhor lhe seja possível, e inspirará os que hão de vir a ser seus auxiliadores para repartir as responsabilidades. CI 55.3
Não se sinta ferido pelo linguajar descortês dos homens. Não proferiram eles descortesias acerca de Jesus? Qualquer um pode errar, e dar motivo a observações descorteses, mas Jesus nunca o fez. Ele foi puro, imaculado, impoluto. Não espere, nesta vida, melhor porção do que a que teve o Príncipe da glória. Ao perceberem seus inimigos que o poderão ferir, jubilarão, e Satanás irá se regozijar. Nesse momento, olhe para Jesus, e trabalhe com fidelidade para a Sua glória. Ame a Deus de todo o coração. — Testimonies for the Church 8:128, 129. CI 55.4
Sentimento não é evidência de santificação — Sentimentos de felicidade ou a ausência de alegria não é evidência de que a pessoa esteja ou não santificada. Não existe tal coisa como seja santificação instantânea. A verdadeira santificação é obra diária, continuando por tanto tempo quanto dure a vida. Aqueles que estão batalhando contra tentações diárias, vencendo as próprias tendências pecaminosas e buscando santidade do coração e da vida, não fazem nenhuma orgulhosa proclamação de santidade. Eles são famintos e sedentos de justiça. O pecado parece-lhes excessivamente pecaminoso. — Santificação, 10. CI 55.5
Deus não desiste de nós por causa de nossos pecados. Podemos cometer erros e ofender o Seu Espírito; mas quando nos arrependemos e vamos ter com Ele com o coração contrito, Ele não nos faz voltar. Há empecilhos a serem removidos. Têm-se acariciado sentimentos errados, e tem havido orgulho, presunção, impaciência e murmurações. Tudo isso nos separa de Deus. Os pecados devem ser confessados; tem de haver mais profunda obra de graça no coração. Os que se sentem fracos e desanimados podem tornar-se fortes varões de Deus e fazer nobre trabalho pelo Mestre. Devem, porém, trabalhar de um ponto de vista elevado; não devem ser influenciados por quaisquer motivos egoístas. [...] CI 56.1
Alguns parecem julgar que têm de estar sob prova, devendo demonstrar ao Senhor que estão reformados, antes de poder invocar Suas bênçãos. Mas estes podem reclamar a bênção agora mesmo. Precisam de Sua graça, do Espírito de Cristo, para serem ajudados em suas fraquezas, ou do contrário não podem formar um caráter cristão. Jesus tem prazer em que vamos ter com Ele, tal qual somos: pecadores, desamparados, dependentes. CI 56.2
O arrependimento, assim como o perdão, é dom de Deus por meio de Cristo. É pela influência do Espírito Santo que somos convencidos do pecado, e sentimos nossa necessidade de perdão. Ninguém, senão os contritos, é perdoado; mas é a graça de Deus que torna o coração penitente. Ele conhece todas as nossas fraquezas e enfermidades, e nos ajudará. — Mensagens Escolhidas 1:350, 351, 353. As trevas e o desânimo virão, às vezes, à alma e ameaçarão vencer-nos; mas não devemos rejeitar nossa confiança. Precisamos conservar os olhos fixos em Jesus, sentindo ou não. Devemos procurar cumprir fielmente cada dever conhecido e então, calmamente, descansar nas promessas de Deus. CI 56.3
Por vezes, um profundo sentimento de nossa indignidade enche o coração, num estremecimento de terror; mas isto não é evidência de que Deus tenha mudado para conosco, ou nós em relação para com Ele. Nenhum esforço deveria ser feito quanto a dirigir a mente a certa intensidade de emoção. Podemos não sentir hoje a paz e a alegria que sentíamos ontem; mas devemos, pela fé, agarrar a mão de Cristo e confiar nEle tão completamente nas trevas como à luz. [...] CI 56.4
Pela fé, olhai para as coroas destinadas aos que hão de vencer; atentai para o exultante canto dos remidos: Digno, digno é o Cordeiro, que foi morto e nos redimiu para Deus! Esforçai-vos por considerar estas cenas como reais. [...] CI 56.5
Se permitíssemos que nossa mente se demorasse mais sobre Cristo e o mundo celestial, acharíamos um poderoso estímulo e amparo em guerrear as batalhas do Senhor. O orgulho e o amor ao mundo perderão seu poder ao contemplarmos as glórias daquela terra melhor, que tão logo será nosso lar. Diante da amabilidade de Cristo, todas as atrações terrenas parecerão de pouco valor. [...] CI 57.1
Embora Paulo fosse afinal confinado a uma prisão romana — excluído da luz e ar do céu, isolado de sua obra ativa no evangelho, esperando a todo o momento ser condenado à morte — não se entregou à dúvida ou ao desespero. Daquela escura masmorra partiu seu testemunho antes da agonia, cheio de uma sublime fé e ânimo que têm inspirado o coração dos santos e mártires em todos os séculos subseqüentes. Suas palavras apropriadamente descrevem os resultados daquela santificação que temos desejado apresentar nestas páginas: “Eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas a todos os que amarem a Sua vinda”. 2 Timóteo 4:6-8. — Santificação, 89-91, 96. CI 57.2
Capítulo 6—La vida santificada
Nuestro Salvador reclama todo lo que tenemos; pide nuestros primeros y más santos pensamientos, nuestros más puros y más intensos afectos. Si en realidad somos participantes de la naturaleza divina, su alabanza estará continuamente en nuestros corazones y en nuestros labios. Nuestra única seguridad es entregar todo lo que somos a él, y estar constantemente creciendo en la gracia y en el conocimiento de la verdad.1 CPI 88.1
La santificación que presentan las Sagradas Escrituras tiene que ver con el ser entero: el espíritu, el alma y el cuerpo. He aquí el verdadero concepto de una consagración integral. El apóstol San Pablo ruega que la iglesia de Tesalónica disfrute de una gran bendición: “Y el Dios de paz os santifique en todo; para que vuestro espíritu y alma y cuerpo sea guardado sin reprensión para la venida de nuestro Señor Jesucristo”. 1 Tesalonicenses 5:23. CPI 88.2
Existe en el mundo religioso una teoría sobre la santificación que es falsa en sí misma, y peligrosa en su influencia. En muchos casos, aquellos que profesan poseer la santificación no conocen esa experiencia en forma genuina. Su santificación consiste en pura charla y en el culto de la voluntad. CPI 88.3
Prescinden de la razón y el juicio, y dependen totalmente de sus sentimientos, basando sus pretensiones de santificación sobre las emociones que tengan en una oportunidad determinada. Son tercos y perseveran en sus propias y tenaces pretensiones de santidad, usando muchas palabras, pero sin llevar el fruto precioso como prueba. Esas personas que profesan ser santas no solamente están engañando sus propias almas con sus pretensiones, sino que ejercen una influencia que desvía a muchos que desean fervientemente conformarse con la voluntad de Dios. Se los puede escuchar reiterar una y otra vez: “¡Dios me guía! ¡Dios me guía! Vivo sin pecado”. Muchos que se relacionan con este espíritu se encuentran con algo oscuro y misterioso que no pueden comprender. Pero es precisamente aquello lo que difiere totalmente de Cristo, el único modelo verdadero.2 CPI 89.1
La santificación es una obra progresiva. Los pasos sucesivos, según se los presenta en las palabras de Pedro, son los siguientes: “Poniendo toda diligencia por esto mismo, mostrad en vuestra fe virtud; y en la virtud ciencia; y en la ciencia templanza; y en la templanza paciencia; y en la paciencia temor de Dios; y en el temor de Dios, amor fraternal, y en el amor fraternal caridad”. 2 Pedro 1:5-8. “Por lo cual, hermanos, procurad tanto más hacer firme vuestra vocación y elección; porque haciendo estas cosas, no caeréis jamás. Porque de esta manera os será abundantemente administrada la entrada en el reino eterno de nuestro Señor y Salvador Jesucristo”. Vers. 10, 11. CPI 89.2
He aquí una conducta en virtud de la cual se nos asegura que nunca caeremos. Los que están así trabajando según el plan de la adición para obtener las gracias de Cristo, tienen la seguridad de que Dios obrará según el plan de la multiplicación al concederles los dones de su Espíritu.3 CPI 89.3
La santificación no es obra de un momento, una hora o un día. Es un crecimiento continuo en la gracia. No sabemos un día cuán intenso será nuestro conflicto al día siguiente. Satanás vive, es activo y cada día necesitamos clamar fervorosamente a Dios por ayuda y fortaleza para resistirle. Mientras reine Satanás tendremos que subyugar el yo, tendremos asedios que vencer, y no habrá punto en que detenerse, donde podamos decir que hemos alcanzado la plena victoria. CPI 90.1
La vida cristiana es una marcha constante hacia adelante. Jesús está sentado para refinar y purificar a sus hijos; y cuando su imagen se refleja perfectamente en ellos, son perfectos y santos, preparados para la traslación. Se requiere del cristiano una obra grande. Se nos exhorta a purificarnos de toda inmundicia de la carne y del espíritu, y a perfeccionar la santidad en el temor de Dios. En esto vemos en qué estriba la gran labor. Hay trabajo constante para el cristiano. Todo sarmiento de la cepa debe obtener de ella vida y fuerza a fin de dar fruto.4 CPI 90.2
Que nadie se engañe pensando que Dios perdonará y bendecirá a aquellos que están pisoteando uno de sus requerimientos. La comisión voluntaria de un pecado conocido, silencia el testimonio del Espíritu, y separa el alma de Dios. Cualquiera sea el éxtasis del sentimiento religioso, Jesús no puede morar en el corazón que desobedece la ley divina. Dios honrará a aquellos que lo honran.5 CPI 90.3
Cuando Pablo escribió: “Y el Dios de paz os santifique en todo” (1 Tesalonicenses 5:23), no exhortó a sus hermanos a proponerse una norma que les fuese imposible alcanzar; no oró porque ellos obtuvieran bendiciones que no fuera la voluntad de Dios conceder. El sabía que todos los que deseen estar listos para encontrar a Cristo en paz deben poseer un carácter puro y santo. Véase 1 Corintios 9:25-27; 6:19, 20. CPI 91.1
El verdadero principio cristiano no se detiene a pesar las consecuencias. No pregunta: ¿Qué pensará la gente de mí si hago esto? ¿O cómo afectará esto mis perspectivas mundanas si lo hago? Con el más intenso anhelo, los hijos de Dios desean saber lo que el Señor quiere que hagan, para que sus obras lo glorifiquen. Dios ha hecho amplia provisión para que los corazones y las vidas de todos sus seguidores puedan ser dominados por su divina gracia, a fin de que sean una luz ardiente y brillante en el mundo.6 CPI 91.2
Las evidencias de la santificación
Nuestro Salvador era la luz del mundo; pero el mundo no lo conoció. Estaba constantemente ocupado en obras de misericordia, proyectando luz sobre la senda de todos; sin embargo no pidió a aquellos con los cuales se relacionaba que contemplaran su virtud inigualable, su abnegación, su espíritu de sacrificio y su benevolencia. Los judíos no admiraban una vida tal. Ellos consideraban su religión sin valor, porque no estaba de acuerdo con su norma de piedad; decidieron que Cristo no era religioso en espíritu o en carácter; porque la religión de ellos consistía en ostentación, en orar en público y en hacer obras de caridad por causa del efecto... El más precioso fruto de la santificación es la gracia de la mansedumbre. Cuando esta gracia preside en el alma, la disposición es modelada por su influencia. Hay un constante esperar en Dios, y una sumisión a la voluntad divina. CPI 91.3
La abnegación, el sacrificio propio, la benevolencia, la bondad, el amor, la paciencia, la fortaleza y la confianza cristiana son los frutos cotidianos que llevan aquellos que están realmente vinculados con Dios. Sus actos pueden no ser publicados al mundo, pero ellos están luchando todos los días contra el mal, ganando preciosas victorias contra la tentación y el error. Votos solemnes son renovados y cumplidos por la fuerza obtenida mediante la oración fervorosa y la constante vigilancia. La persona ardiente y entusiasta no discierne las luchas de estos obreros silenciosos; pero el ojo de Aquel que ve los secretos del corazón, nota y considera con aprobación todo esfuerzo realizado con humildad y mansedumbre. Es el tiempo de prueba el que revela el oro puro del amor y la fe en el carácter. El celo perseverante y el afecto cálido de los verdaderos seguidores de Cristo se desarrollan cuando vienen sobre la iglesia pruebas y perplejidades. CPI 92.1
Todos los que entran en la esfera de su influencia [se refiere al hombre verdaderamente religioso] perciben la hermosura y la fragancia de la vida cristiana, mientras que él mismo es inconsciente de ella, puesto que está en armonía con sus hábitos y sus inclinaciones. Ora por luz divina, y le gusta vivir en armonía con esa luz. Su comida y su bebida es hacer la voluntad de su Padre celestial. Su vida está escondida con Cristo en Dios; sin embargo, no se jacta de esto, ni parece consciente de ello. Dios acepta al hombre humilde que sigue de cerca en los pasos del Maestro. Los ángeles son atraídos a él, y a ellos les agrada detenerse a lo largo de su senda. Pueden ser pasados por alto como indignos de que se les dedique atención por aquellos que pretenden haber logrado exaltadas conquistas, y que se deleitan en hacer prominentes sus buenas obras; pero los ángeles celestiales se inclinan con amor sobre ellos y son como muro de fuego que los circunda.7 CPI 92.2
Daniel: un ejemplo de vida santificada
La vida de Daniel es una ilustración inspirada de lo que constituye un carácter santificado. Presenta una lección para todos, y especialmente para los jóvenes. El cumplimiento estricto de los requerimientos de Dios es benéfico para la salud del cuerpo y la mente. A fin de alcanzar las más altas condiciones morales e intelectuales, es necesario buscar sabiduría y fuerza de Dios, y observar la estricta temperancia en todos los hábitos de la vida.8 CPI 93.1
Cuanto más inmaculada la conducta de Daniel, mayor era el odio que excitaban contra él sus enemigos. Estaban llenos de enojo, porque no podían encontrar nada en su carácter moral o en la realización de sus deberes, sobre lo cual basar una queja. “[Entonces dijeron aquellos hombres] No hallaremos contra este Daniel ocasión alguna [para acusarle], si no la hallamos contra él en [relación con] la ley de su Dios”. Daniel 6:5. CPI 93.2
¡Qué lección se presenta aquí para todos los cristianos! Los ojos aguzados por el celo estaban fijos en Daniel día tras día; y su alerta estaba acerada por el odio; sin embargo no podían presentar como errónea ni una sola palabra, ni un solo acto de su vida. Con todo, él no tenía ninguna pretensión de santificación; pero hizo aquello que era infinitamente mejor: vivía una vida de fidelidad y consagración. CPI 93.3
El decreto es proclamado por el rey. Daniel se halla familiarizado con el propósito de sus enemigos de arruinarlo. Pero él no cambia su conducta en un solo aspecto. Con calma realiza sus deberes acostumbrados, y a la hora de la oración, va a su cámara, y con las ventanas abiertas hacia Jerusalén, ofrece sus peticiones al Dios del cielo. Mediante su comportamiento declara intrépidamente que ningún poder terrenal tiene el derecho a interrumpir su relación con Dios, y decirle a quién debía y a quién no debía orar. ¡Noble hombre de principios! ¡Se yergue ante el mundo hoy como un loable ejemplo de valentía y fidelidad cristianas! Se vuelve a Dios con todo su corazón, aunque sabe que la muerte es la penalidad por su devoción. CPI 94.1
“Entonces el rey mandó, y trajeron a Daniel, y echáronle en el foso de los leones. Y hablando el rey dijo a Daniel: El Dios tuyo, a quién tú continuamente sirves, él te libre”. Daniel 6:16. CPI 94.2
Temprano por la mañana el monarca se apresuró al foso de los leones y exclamó: “Daniel: Daniel, siervo del Dios viviente, el Dios tuyo, a quien tú continuamente sirves, ¿te ha podido librar de los leones?”. Daniel 6:20. La voz del profeta fue oída en respuesta: “Oh rey, para siempre vive. El Dios mío envió su ángel, el cual cerró la boca de los leones, para que no me hiciesen mal: porque delante de él se halló en mí justicia; y aun delante de ti, oh rey, yo no he hecho lo que no debiese”. CPI 94.3
“Entonces se alegró el rey en gran manera a causa de él, y mandó sacar a Daniel del foso; y fue Daniel sacado del foso, y ninguna lesión se halló en él, porque creyó en su Dios”. Vers. 21-23. Así el siervo de Dios fue librado. Y la trampa que los enemigos habían ideado para su destrucción resultó ser su propia ruina. A la orden del rey ellos fueron echados en el foso, e instantáneamente fueron devorados por las bestias salvajes. CPI 95.1
Al acercarse el tiempo de la terminación de los setenta años de cautiverio, Daniel se aplicó en gran manera al estudio de las profecías de Jeremías. CPI 95.2
Daniel no proclama su propia fidelidad ante el Señor. En lugar de pretender ser puro y santo, este honrado profeta se identifica humildemente con el Israel verdaderamente pecaminoso. La sabiduría que Dios le había impartido era tan superior a la sabiduría de los grandes hombres del mundo, como la luz del sol que brilla en los cielos al mediodía es más brillante que la más débil estrella. Y sin embargo, ponderad la oración que sale de los labios de este hombre tan altamente favorecido del cielo. Con profunda humillación, con lágrimas y con un corazón contrito, ruega por sí mismo y por su pueblo. Abre su alma delante de Dios, confesando su propia indignidad y reconociendo la grandeza y la majestad del Señor. CPI 95.3
Mientras se eleva la oración de Daniel, el ángel Gabriel viene volando desde los atrios del cielo, para decirle que sus peticiones han sido escuchadas y contestadas. Este ángel poderoso ha sido comisionado para darle entendimiento y comprensión: para abrir delante de él los misterios de las edades futuras. Así, mientras trata fervorosamente de conocer y comprender la verdad, Daniel se pone en comunicación con el mensajero delegado del cielo. CPI 95.4
En respuesta a su petición, Daniel recibió no solamente la luz y la verdad que él y su pueblo necesitaban en gran manera, sino una visión de los grandes acontecimientos del futuro, hasta el advenimiento del Redentor del mundo. Los que pretenden estar santificados, y sin embargo no tienen deseo de investigar las Escrituras o de luchar con Dios en oración para obtener una comprensión más clara de la verdad bíblica, no saben lo que es la verdadera santificación. CPI 96.1
Daniel habló con Dios. El cielo se abrió delante de él. Pero los altos honores que se le concedieron fueron el resultado de la humillación y su ferviente búsqueda. Todos los que creen de todo corazón la Palabra de Dios tendrán hambre y sed del conocimiento de su voluntad. Dios es el autor de la verdad. El ilumina el entendimiento entenebrecido, y da a la mente humana poder para captar y comprender las verdades que él ha revelado. CPI 96.2
Las grandes verdades reveladas por el Redentor del mundo, son para aquellos que investigan la verdad para encontrar los tesoros escondidos. Daniel era un hombre de edad. Su vida había transcurrido entre las fascinaciones de una corte pagana, y su mente estaba ocupada con los asuntos de estado de un gran imperio. Sin embargo, él se aparta de todas estas cosas para afligir su alma delante de Dios y buscar una comprensión de los propósitos del Altísimo. Y en respuesta a sus súplicas, se le envía luz desde los atrios celestiales, destinada a los que vivieran en los días finales. ¡Con qué fervor, pues, debiéramos buscar a Dios, a fin de que él abra nuestro entendimiento para comprender las verdades que nos fueron traídas del cielo! CPI 96.3
Daniel era un siervo devoto del Altísimo. Su larga vida estuvo llena de nobles hechos de servicio por su Maestro. Su pureza de carácter y su inalterable fidelidad son igualadas por su humildad de corazón y su contrición delante de Dios. Repetimos, la vida de Daniel es una ilustración inspirada de la verdadera santificación.9 CPI 97.1
Dios prueba a aquellos a quienes estima
El hecho de que somos llamados a soportar pruebas demuestra que el Señor Jesús ve en nosotros algo muy precioso, que desea desarrollar. Si no viese en nosotros algo que puede glorificar su nombre, no dedicaría tiempo a refinarnos. No nos esmeramos en podar zarzas. Cristo no arroja a su horno piedras sin valor. Lo que él purifica es mineral valioso.10 CPI 97.2
A los hombres a quienes Dios destina para ocupar puestos de responsabilidad, él les revela en su misericordia sus defectos ocultos, a fin de que puedan mirar su interior y examinar con ojo crítico las complicadas emociones y manifestaciones de su propio corazón, y notar lo que es malo, para que puedan modificar su disposición y refinar sus modales. En su providencia, el Señor pone a los hombres donde él pueda probar sus facultades morales y revelar sus motivos, a fin de que puedan mejorar lo que es bueno en ellos y apartar lo malo. Dios quiere que sus siervos se familiaricen con el mecanismo moral de su propio corazón. A fin de lograrlo, permite con frecuencia que el fuego de la aflicción los asalte para que se purifiquen. “¿Y quién podrá soportar el tiempo de su venida? o ¿quién podrá estar en pie cuando él se manifieste? Porque él es como fuego purificador, y como jabón de lavadores. Y se sentará para afinar y limpiar la plata: porque limpiará a los hijos de Leví, los afinará como a oro y como a plata, y traerán a Jehová ofrenda en justicia”. Malaquías 3:2, 3.11 CPI 97.3
Dios conduce a su pueblo paso a paso. Coloca a sus seguidores en diferentes situaciones a fin de que se manifieste lo que hay en el corazón. Algunos soportan ciertas pruebas, pero fracasan en otras. A medida que se avanza en este proceso, el corazón es probado un poco más severamente. Si los que profesan ser hijos de Dios, encuentran que su corazón se opone a esta obra directa, deben convencerse de que tienen que hacer algo para vencer, si no quieren ser vomitados de la boca del Señor.12 CPI 98.1
Tan pronto como reconocemos nuestra incapacidad para hacer la obra de Dios, y nos sometemos a él para ser guiados por su sabiduría, el Señor puede trabajar con nosotros. Si estamos dispuestos a desterrar el egoísmo de nuestra alma, él suplirá todas nuestras necesidades.13 CPI 98.2
Consejos para los que buscan la seguridad de la aceptación de Dios
¿Cómo habéis de saber que sois aceptos a Dios? Estudiad su Palabra con oración. No la pongáis a un lado por ningún otro libro. Ella os convence de pecado. Revela claramente el camino de la salvación. Saca a luz una recompensa brillante y gloriosa. Os revela un Salvador completo y os enseña que únicamente por su misericordia ilimitada podéis esperar salvación. CPI 98.3
No descuidéis la oración secreta, porque es el alma de la religión. Con oración ferviente y sincera, solicitad pureza para vuestra alma. Interceded tan ferviente y ardorosamente como lo haríais por vuestra vida mortal, si estuviese en juego. Permaneced delante de Dios hasta que se enciendan en vosotros anhelos indecibles de salvación, y obtengáis la dulce evidencia de que vuestro pecado está perdonado.14 CPI 99.1
Jesús no le ha abandonado a usted para que se asombre en las pruebas y las dificultades que encuentra. El se lo ha expuesto todo, como también le ha dicho que no se quede abatido ni oprimido cuando vienen las pruebas. Mire a Jesús, su Redentor, tenga ánimo y regocíjese. Las pruebas más duras de soportar son aquellas que provienen de nuestros hermanos, de nuestros amigos cercanos; pero aun estas pruebas pueden ser soportadas con paciencia. Jesús no está en la tumba nueva de José. Resucitó y ascendió al cielo, para interceder allí en nuestro favor. Tenemos un Salvador que nos amó de tal manera que murió por nosotros, a fin de que por él pudiésemos tener esperanza, fuerza y valor, y un lugar con él en su trono. El puede y quiere ayudarnos cuando le invoquemos. CPI 99.2
¿Siente usted su insuficiencia para el puesto de confianza que ocupa? Gracias a Dios por esto. Cuanto más sienta usted su debilidad, tanto más inclinado estará a buscar un auxiliador. “Acercaos a Dios y él se acercará a vosotros”. Santiago 4:8. Jesús quiere que usted sea feliz y alegre. Quiere que usted haga lo mejor que puede, con la capacidad que Dios le ha dado, y luego confíe en que el Señor le ayudará, y suscitará quienes le habrán de ayudar a llevar las cargas. CPI 99.3
No permita que le hagan daño las palabras duras de los hombres. ¿No dijeron los hombres cosas duras acerca de Jesús? Usted yerra, y a veces puede dar ocasión a que se hagan declaraciones inclementes, cosa que nunca hizo Jesús. El era puro, inmaculado y sin contaminación. No espere usted mejor suerte en esta vida que la que tuvo el Príncipe de gloria. Cuando sus enemigos vean que pueden hacerle daño, se regocijarán, y Satanás también. Mire a Jesús, y trabaje sinceramente para su gloria. Mantenga su corazón en el amor de Dios.15 CPI 100.1
Los sentimientos solos no son una indicación de santificación
Los sentimientos felices o la ausencia de gozo no es evidencia ninguna de que una persona está o no está santificada. No existe tal cosa como santificación instantánea. La verdadera santificación es una obra diaria, que continúa por toda la vida. Los que están luchando con tentaciones cotidianas, venciendo sus propias tendencias pecaminosas, y buscando la santificación del corazón y la vida, no realizan ninguna pretensión ostentosa de santidad. Tienen hambre y sed de justicia. El pecado les parece excesivamente pecaminoso.16 CPI 100.2
El arrepentimiento, tanto como el perdón, es el don de Dios mediante Cristo. Mediante la influencia del Espíritu Santo somos convencidos de pecado y sentimos nuestra necesidad de perdón. Sólo los contritos son perdonados, pero es la gracia de Dios la que hace que se arrepienta el corazón. El conoce todas nuestras debilidades y flaquezas, y nos ayudará.17 CPI 100.3
Las tinieblas y el desánimo a veces vendrán sobre el alma y nos amenazarán con abrumarnos; pero no debemos perder nuestra confianza. Hemos de mantener nuestros ojos fijos en Jesús, sea que lo sintamos o no. Debemos tratar de realizar fielmente cada deber conocido, y entonces descansar con tranquilidad en las promesas de Dios. CPI 101.1
A veces un profundo sentimiento de nuestra indignidad estremecerá nuestra alma con una conmoción de terror; pero esto no es una evidencia de que Dios ha cambiado hacia nosotros o nosotros hacia Dios. No debe hacerse ningún esfuerzo para conseguir que el alma alcance cierta intensidad de emoción. Podemos hoy no sentir la paz y el gozo que sentimos ayer; pero por la fe debemos asirnos de Cristo, y confiar en él tan plenamente en las tinieblas como en la luz. CPI 101.2
Por la fe mirad las coronas preparadas para los que venzan, escuchad el canto alborozado de los redimidos: ¡Digno es el Cordero que ha sido inmolado y nos ha redimido para Dios! Tratad de considerar estas escenas como reales. CPI 101.3
Si permitimos que nuestra mente se espacie más en Cristo y en el mundo celestial, encontraremos un poderoso estímulo y un sostén para luchar las batallas del Señor. El orgullo y el amor del mundo perderán su poder mientras contemplamos las glorias de aquella tierra mejor que tan pronto ha de ser nuestro hogar. Frente a la hermosura de Cristo, todas las atracciones terrenales parecerán de poco valor. CPI 101.4
Aun cuando Pablo fue finalmente confinado en una prisión romana, privado de la luz y del aire del cielo, separado de sus activas labores en el evangelio, y momentáneamente esperando ser condenado a muerte, no se rindió a la duda o al desaliento. Desde aquel lóbrego calabozo nos llega su agonizante testimonio lleno de fe y valor sublimes que ha inspirado los corazones de los santos y mártires de todas las edades sucesivas. Sus palabras describen en forma adecuada los resultados de la santificación que hemos tratado de presentar en estas páginas. “Porque yo ya estoy para ser sacrificado, y el tiempo de mi partida está cercano. He peleado la buena batalla, he acabado la carrera, he guardado la fe. Por lo demás, me está guardada la corona de justicia, la cual me dará el Señor, juez justo en aquel día; y no sólo a mí, sino a también a todos los que aman su venida”. 2 Timoteo 4:6-8.18 CPI 102.1