Testemunhos Seletos 2

270/314

Capítulo 72 — Nosso dever para com o mundo

“Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito.” Ele “enviou o Seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.” João 3:16, 17. O amor de Deus abrange toda a humanidade. Ao dar a comissão aos discípulos, Cristo disse: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura.” Marcos 16:15. TS2 511.1

Cristo pretendia que se fizesse em favor dos homens uma obra mais vasta do que a que temos visto até agora. Não pretendia que tão grande número preferisse ficar sob a bandeira de Satanás, e fossem alistados como rebeldes contra o governo de Deus. Não era desígnio do Redentor do mundo que a herança comprada por Ele vivesse e morresse em seus pecados. Por que, então, são tão poucos alcançados e salvos? É porque tantos dos que professam ser cristãos estão trabalhando no mesmo sentido do grande apóstata. Milhares que não conhecem a Deus, poder-se-iam estar hoje regozijando em Seu amor, caso os que professam servi-Lo trabalhassem como Cristo o fez. TS2 511.2

As bênçãos da salvação, as temporais bem como as espirituais, são para toda a humanidade. Muitos há que se queixam de Deus porque o mundo está tão cheio de necessidades e sofrimentos; Deus, porém, jamais pretendeu que esta miséria existisse. Ele nunca pretendeu que um homem tivesse abundância dos luxos da vida, ao passo que os filhos de outros chorassem por pão. O Senhor é um Deus de beneficência: Tomou amplas providências para as necessidades de todos, e mediante Seus representantes, aos quais confiou os Seus bens, quer que as necessidades de todas as Suas criaturas sejam supridas.* TS2 511.3

Leiam os crentes na Palavra de Deus as instruções dadas em Levítico e Deuteronômio. Aí aprenderão eles a espécie de educação que era ministrada às famílias de Israel. Ao passo que o povo escolhido de Deus devia ficar distinto à parte, santo, separado das nações que O não conheciam, cumpria-lhes tratar bondosamente o estrangeiro. Este não devia ser desprezado por não pertencer a Israel. Os israelitas deviam amar o estrangeiro, porque Cristo morreu para salvá-lo da mesma maneira que para dar a salvação a Israel. Em suas festas de ações de graças, quando contavam as misericórdias do Senhor, o estrangeiro devia ser bem recebido. Por ocasião da colheita, deviam deixar no campo uma porção para o estrangeiro e o pobre. Assim deviam os estrangeiros partilhar também das bênçãos espirituais de Deus. O Senhor Deus de Israel ordenou que fossem recebidos, caso preferissem o convívio dos que O conheciam e reconheciam. Por esta maneira aprenderiam a lei de Jeová, e glorificá-Lo-iam por sua obediência. TS2 512.1

Assim hoje Deus deseja que Seus filhos, tanto nas coisas espirituais como nas temporais, comuniquem bênçãos ao mundo. Para todo discípulo de Cristo em todos os séculos, foram proferidas as preciosas palavras do Salvador: Dele correrão “rios de água viva”. TS2 512.2

Mas em vez de distribuir os dons de Deus, muitos dos que professam ser cristãos acham-se fechados em seus próprios, estreitos interesses, e retêm egoistamente de seus semelhantes as bênçãos de Deus. TS2 512.3

Enquanto, em Sua providência, Deus tem carregado a Terra com Suas munificências, e enchido seus tesouros com os confortos da vida, a falta e a miséria encontram-se por toda parte. A liberal Providência tem colocado nas mãos de Seus instrumentos humanos com que suprir abundantemente as necessidades de todos, mas os mordomos de Deus são infiéis. Gasta-se no professo mundo cristão, em extravagâncias ostentosas, o suficiente para suprir as faltas a todos os famintos e vestir a todos os nus. Muitos que usam o nome de Cristo, estão empregando Seu dinheiro em prazeres egoístas, para satisfação do apetite, em bebida forte e dispendiosos artigos delicados, casas, mobílias e roupas de custo extravagante ao passo que aos pobres seres humanos em sofrimento, dificilmente concedem um olhar de piedade ou uma palavra de simpatia. TS2 512.4