Testemunhos Seletos 2

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Os pobres, os doentes e os velhos

“Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos em alguma das tuas portas, na tua terra que o Senhor teu Deus te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre; antes lhe abrirás de todo a tua mão, e livremente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade. Guarda-te, que não haja palavra de Belial no teu coração, dizendo: Vai-se aproximando o sétimo ano, o ano da remissão; e que o teu olho seja maligno para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada; e que ele clame contra ti ao Senhor, e que haja pecado em ti. Livremente lhe darás, e que o teu coração não seja maligno, quando lhe deres; pois por esta causa te abençoará o Senhor teu Deus em toda a tua obra, e em tudo no que puseres a tua mão. Pois nunca cessará o pobre do meio da Terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra.” Deuteronômio 15:7-11. TS2 508.2

Devido a certas circunstâncias, alguns dos que amam e obedecem a Deus caem em pobreza. Outros não são cuidadosos; não sabem se dirigir. Outros ainda são pobres por causa de doenças e infortúnios. Seja qual for a causa, acham-se necessitados, e o ajudá-los é importante ramo da obra missionária. TS2 508.3

Todas as nossas igrejas devem cuidar de seus pobres. Nosso amor para com Deus deve exprimir-se no fazer bem aos necessitados e sofredores da família da fé, cujas precisões nos chegam ao conhecimento e exigem nosso cuidado. Toda alma se acha para com Deus sob particular obrigação de observar com especial compaixão Seus pobres dignos. Sob consideração alguma devem eles ser passados por alto. TS2 509.1

Escreve Paulo à igreja de Corinto: “Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; como em muita prova de tribulação houve abundância de seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade. Porque segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico), e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente, pedindo-nos com muitos rogos a graça e a comunicação destes serviços, que se fazia para com os santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus. De maneira que exortamos a Tito que, assim como antes tinha começado, assim também acabe esta graça entre vós.” TS2 509.2

Houvera uma fome em Jerusalém, e Paulo sabia que muitos dos cristãos se haviam dispersado, e que os que haviam ficado estariam da mesma maneira privados de simpatia humana e expostos à inimizade religiosa. Exortou, portanto, as igrejas a enviarem assistência pecuniária a seus irmãos em Jerusalém. A importância arrecadada pela igreja excedera à expectativa dos apóstolos. Constrangidos pelo amor de Cristo, os crentes deram liberalmente, e encheram-se de alegria por exprimirem assim sua gratidão ao Redentor e seu amor pelos irmãos. Isto é a verdadeira base da caridade, segundo a Palavra de Deus. TS2 509.3

A questão de cuidar de nossos irmãos e irmãs idosos destituídos de lar, é objeto de contínua insistência. Que se pode fazer por eles? O esclarecimento a mim dado pelo Senhor, é repetido: Não é melhor estabelecer instituições para cuidar dos velhos, para que eles fiquem juntos, na companhia uns dos outros. Nem eles devem ser mandados para fora do lar a fim de receberem cuidados. Que os membros de cada família ministrem aos próprios parentes. Quando isto não é possível, essa obra pertence à igreja, e deve ser aceita igualmente como dever e como privilégio. Todos os que têm o espírito de Cristo hão de considerar os débeis e idosos com especial respeito e ternura. TS2 509.4

Deus permite que os pobres se achem dentro dos limites de toda igreja. Eles estarão sempre conosco, e o Senhor põe sobre os membros de toda igreja uma responsabilidade pessoal de cuidar deles. Não devemos passar a outros nosso encargo. Cumpre-nos manifestar aos que se acham ao nosso redor o mesmo amor e simpatia que Cristo mostraria, caso estivesse em nosso lugar. Assim devemos ser disciplinados a fim de preparar-nos para trabalhar segundo Cristo. TS2 510.1

O ministro deve educar as várias famílias e fortalecer a igreja para cuidar dos próprios doentes e pobres. Ele deve levar o povo a exercitar as faculdades que Deus lhe deu, e se uma igreja está sobrecarregada nesse sentido, outras lhe devem chegar em auxílio. Exerçam os membros das igrejas engenho e tato no cuidar deles, do povo de Deus. Neguem-se eles a si mesmos luxos e adornos desnecessários, a fim de dar conforto aos sofredores necessitados. Assim fazendo, põem em prática as instruções dadas no capítulo cinqüenta e oito de Isaías, e pertencer-lhes-ão as bênçãos aí proferidas. TS2 510.2