Testemunhos para a Igreja 8
Capítulo 3 — Poder prometido
Deus não requer de nós que façamos em nossa própria força a obra que temos para realizar. Proveu Ele assistência divina para todas as emergências, para as quais nossos recursos humanos são insuficientes. Dá o Espírito Santo para auxiliar em qualquer situação difícil, para fortalecer-nos a esperança e certeza, para nos iluminar a mente e purificar o coração. T8 19.1
Justamente antes de Sua crucifixão, disse o Salvador aos discípulos: “Não vos deixarei órfãos.” “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre.” João 14:18, 16. “Quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.” João 16:13. “O Espírito Santo...vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” João 14:26. T8 19.2
Cristo tomou providência para que Sua igreja seja um corpo transformado, iluminado com a luz do Céu, possuindo a glória de Emanuel. É Seu desígnio que todo cristão esteja circundado de uma atmosfera espiritual de luz e paz. Não há limite para a utilidade de quem, pondo de parte o próprio eu, dá lugar à operação do Espírito Santo no coração, e vive vida inteiramente consagrada a Deus. T8 19.3
Qual foi o resultado do derramamento do Espírito no dia de Pentecoste? — As alegres novas de um Salvador ressurreto foram levadas aos mais longínquos recessos do mundo habitado. O coração dos discípulos estava sobrecarregado de benevolência tão abundante, tão profunda, de alcance tão vasto, que os impelia a ir aos confins da Terra, testificando: “Longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.” Gálatas 6:14. Ao proclamarem a verdade tal como é em Jesus, corações se rendiam ao poder da mensagem. A igreja viu conversos a ela afluírem de todas as direções. Pessoas apostatadas, de novo se converteram. T8 19.4
Pecadores uniam-se aos cristãos em busca da pérola de grande preço. Os que haviam sido os mais fortes oponentes do evangelho tornaram-se os seus campeões. Cumpriu-se a profecia de que o fraco seria “como Davi”, e a casa de Davi “como o anjo do Senhor”. Zacarias 12:8. Cada cristão via em seu irmão a divina semelhança de amor e benevolência. Um só interesse prevalecia. Um só objeto de imitação absorvia todos os demais. A única ambição dos crentes era revelar a semelhança do caráter de Cristo e trabalhar pelo engrandecimento de Seu reino. T8 20.1
“Os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.” Atos dos Apóstolos 4:33. Em resultado de seus trabalhos, acrescentaram-se à igreja homens escolhidos que, recebendo a Palavra da vida, consagravam-se à obra de comunicar a outros a esperança que lhes enchera de paz e alegria o coração. Centenas proclamavam a mensagem: “O reino de Deus está próximo.” Marcos 1:15. Não podiam ser impedidos nem intimidados por ameaças. O Senhor por eles falava; e, aonde quer que fossem, os doentes eram curados e aos pobres era pregado o evangelho. T8 20.2
De maneira assim poderosa pode Deus atuar quando os homens se entregam ao controle de Seu Espírito! T8 20.3
A nós hoje, tão certamente como aos primeiros discípulos, pertence a promessa do Espírito. Deus dotará hoje homens e mulheres com poder do alto, da mesma maneira que dotou aqueles que, no dia de Pentecoste, ouviram a palavra de salvação. Nesta mesma hora Seu Espírito e Sua graça se acham à disposição de todos quantos deles necessitam e crêem em Sua Palavra. T8 20.4
É importante notar que só depois de haverem os discípulos entrado em união perfeita, quando não mais contendiam pelas posições mais elevadas, foi o Espírito derramado. Estavam unânimes. Todas as divergências haviam sido postas de lado. E o testemunho dado a seu respeito depois de derramado o Espírito é o mesmo. Note a expressão: “Era um o coração e a alma da multidão dos que criam.” Atos dos Apóstolos 4:32. O Espírito dAquele que morreu para que os pecadores vivessem dirigia a inteira congregação de crentes. T8 20.5
Os discípulos não pediram uma bênção para si. Arcavam sob o peso da preocupação pelos perdidos. O evangelho devia ser levado aos confins da Terra, e reclamaram a dotação de poder que Cristo prometera. Foi então derramado o Espírito Santo e milhares se converteram num dia. T8 21.1
O mesmo pode acontecer agora. Ponham de parte os cristãos toda dissensão, e entreguem-se a Deus para a salvação dos perdidos. Com fé peçam a bênção prometida, e virá. O derramamento do Espírito nos dias dos apóstolos foi a “chuva temporã”, e glorioso foi o resultado. A chuva serôdia será mais abundante, porém. Qual é a promessa para os que vivem nos últimos dias? — “Voltai à fortaleza, ó presos de esperança; também hoje vos anuncio que vos recompensarei em dobro.” Zacarias 9:12. “Pedi ao Senhor chuva no tempo da chuva serôdia; o Senhor, que faz os relâmpagos, lhes dará chuveiro de água, e erva no campo a cada um.” Zacarias 10:1. T8 21.2
Cristo declarou que a divina influência do Espírito deveria estar com Seus seguidores até o fim. Mas essa promessa não é devidamente apreciada; e portanto também não a vemos cumprir-se na medida em que a poderíamos ver. A promessa do Espírito é assunto em que pouco se pensa; e o resultado é o que é de esperar — aridez, trevas, decadência e morte espirituais. Assuntos de menor importância ocupam a atenção, e o poder divino que é necessário ao desenvolvimento e prosperidade da igreja e que traria após si todas as outras bênçãos, esse falta, conquanto oferecido em sua infinita plenitude. T8 21.3
A ausência do Espírito é que torna tão destituído de poder o ministério da pregação. Pode haver erudição, talento, eloqüência, ou qualquer dom natural ou adquirido; mas, sem a presença do Espírito de Deus, nenhum coração será tocado, pecador algum ganho para Cristo. Por outro lado, se estiverem ligados a Cristo, se os dons do Espírito lhes pertencerem, o mais pobre e ignorante de Seus discípulos terá um poder que influenciará corações. Deus os faz condutos para espalhar a mais elevada influência no Universo. T8 21.4
Por que não temos fome nem sede do dom do Espírito, visto como é esse o meio pelo qual haveremos de receber poder? Por que não falamos sobre Ele, não oramos por Ele e não pregamos a Seu respeito? O Senhor está mais disposto a dar-nos o Espírito Santo do que os pais terrestres a dar boas dádivas aos filhos. Pelo batismo do Espírito deve todo obreiro estar pleiteando com Deus. Grupos devem se reunir para pedir auxílio especial, sabedoria celestial, a fim de que saibam como fazer planos e executá-los, com sabedoria. Especialmente devem os homens orar para que Deus batize com o Espírito Santo os Seus missionários. T8 22.1
A presença do Espírito com os obreiros de Deus conferirá à apresentação da verdade um poder que nem toda a honra ou glória do mundo poderiam dar. O Espírito fornece a energia que sustenta as pessoas que se esforçam e lutam, em todas as emergências, em meio ao desamor dos parentes, ao ódio do mundo e à intuição de suas próprias imperfeições e erros. T8 22.2
O zelo por Deus levou os discípulos a darem testemunho da verdade com grande poder. Não deveria esse mesmo zelo fazer nosso coração ficar possuído da ardente resolução de contar a história do amor redentor, de Cristo o crucificado? Não há de vir o Espírito de Deus hoje, em resposta à oração fervorosa, perseverante, e encher-nos de poder para o serviço? Por que, então, se acha a igreja tão fraca e abatida? T8 22.3
É privilégio de todo cristão, não só aguardar, mas mesmo apressar a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Se todos os que professam o Seu nome estivessem produzindo frutos para Sua glória, quão rapidamente seria lançada em todo o mundo a semente do evangelho! Depressa amadureceria a última seara, e Cristo viria para juntar o precioso grão. T8 22.4
Irmãos e irmãs, temos de buscar o Espírito Santo. Deus vai cumprir todas as promessas que fez. Com a Bíblia na mão, digamos: “Fiz como disseste. Apresento a Tua promessa: Pedi, ‘e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á’.” Mateus 7:7. Cristo declara: “Tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis.” Marcos 11:24. “Tudo quanto pedirdes em Meu nome Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.” João 14:13. T8 23.1
O arco-íris ao redor do trono é uma garantia de que Deus é fiel; de que nEle não há mudança nem sombra alguma de variação. Pecamos contra Ele e não merecemos Seu favor; contudo Ele próprio nos pôs nos lábios aquela tão maravilhosa súplica: “Não nos rejeites por amor do Teu nome; não abatas o trono da Tua glória; lembra-Te, e não anules o Teu concerto conosco.” Jeremias 14:21. Ele próprio Se obrigou a atender ao nosso clamor, quando nos chegamos a Ele confessando nossa indignidade e pecado. A honra de Seu trono está posta como penhor do cumprimento de Sua palavra a nós. T8 23.2
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Cristo envia Seus mensageiros a toda parte do Seu domínio para comunicar aos Seus servos a Sua vontade. Anda Ele no meio de Suas igrejas. Deseja santificar, elevar e enobrecer os Seus seguidores. A influência dos que crêem nEle será no mundo um cheiro de vida para vida. Cristo tem em Sua mão direita as estrelas, e tem o propósito de fazer com que, por meio delas, a Sua luz brilhe, resplandeça para o mundo. Assim quer Ele preparar Seu povo para serviço mais elevado na igreja celestial. Conferiu-nos Ele um grande trabalho para fazer. Façamo-lo com fidelidade. Mostremos em nossa vida o que a graça divina pode fazer em prol da humanidade. T8 23.3