Testemunhos para a Igreja 7

39/118

O cuidado dos auxiliares

Os gerentes de nossos restaurantes devem trabalhar em favor da salvação dos empregados. Não devem se sobrecarregar, pois assim fazendo, colocarão a si mesmos onde não terão vigor nem inclinação para auxiliar espiritualmente os obreiros. Devem eles empregar suas melhores energias para instruir seus empregados nas questões espirituais, explicando-lhes as Escrituras e orando com eles e por eles. Devem cuidar dos interesses religiosos de seus auxiliares tão cuidadosamente como os pais devem guardar os interesses religiosos de seus filhos. Paciente e ternamente devem tomar interesse pelos empregados, fazendo tudo o que estiver ao seu alcance para auxiliá-los no aperfeiçoamento do caráter cristão. Suas palavras devem ser semelhantes a maçãs de ouro em salvas de prata; devem suas ações estar isentas de todo traço de egoísmo e aspereza. Cumpre-lhes permanecer como um soldado, cuidando das pessoas como quem deve delas dar conta. Importa que se esforcem para manter seus auxiliares animados e bem dispostos, de tal forma que sua coragem se torne cada vez mais forte e sua fé em Deus cresça constantemente. T7 117.3

A menos que nossos restaurantes sejam dirigidos dessa maneira, será necessário prevenir nosso povo contra enviar seus filhos a eles como obreiros. Muitos dos que freqüentam nossos restaurantes não trazem consigo os anjos de Deus; nem desejam o companheirismo desses seres santos. Acompanha-os uma influência mundana, e para resistirem a essa influência precisam os obreiros estar intimamente ligados a Deus. Devem os gerentes de nossos restaurantes fazer mais para salvar os jovens em seus empregos. Têm eles de empenhar os maiores esforços para conservá-los vivos espiritualmente, de maneira que sua mente jovem não seja influenciada pelo espírito mundano com o qual entram constantemente em contato. As meninas e as jovens de nossos restaurantes necessitam de um pastor. Cada uma delas necessita ser protegida pelas influências do lar. T7 118.1

Há perigo de que os jovens, que entram como crentes em nossas instituições e que desejam auxiliar na causa de Deus, fiquem exaustos e desanimados, perdendo o zelo e a coragem, e se tornem frios e indiferentes. Não podemos apinhar esses jovens em quartos pequenos e escuros, privá-los dos privilégios da vida do lar, e depois esperar que tenham uma experiência religiosa sadia. T7 118.2

Importa que sejam elaborados planos sábios para o cuidado dos auxiliares em todas as nossas instituições, principalmente para os que estão empregados em nossos restaurantes. Devem ser conseguidos bons auxiliares, e providas todas as vantagens que os ajudem a crescer na graça e conhecimento de Cristo. Não devem eles ser deixados ao benefício de circunstâncias ocasionais, sem disporem de tempo regular para orar e se dedicarem ao estudo da Bíblia. Quando assim deixados, tornam-se desatentos e sem cuidado, indiferentes às realidades eternas. T7 118.3

Devem estar ligados a cada restaurante um homem e sua esposa que possam agir como guardiães dos auxiliares — um homem e uma mulher que amem o Salvador e as almas por quem Ele morreu, e que observem o caminho do Senhor. T7 118.4

As jovens devem estar sob o cuidado de uma preceptora sábia e judiciosa — uma mulher inteiramente convertida, que proteja cuidadosamente as obreiras, especialmente as mais jovens. T7 119.1

Os obreiros devem sentir que têm um lar. São eles a mão auxiliadora de Deus, e devem ser tratados tão cuidadosa e ternamente como Cristo declarou que a criancinha a quem Ele pôs no meio dos Seus discípulos devia ser tratada. “Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em Mim”, disse Ele, “melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar.” “Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, por que Eu vos digo que os seus anjos nos Céus sempre vêem a face de Meu Pai que está nos Céus.” Mateus 18:6, 10. O cuidado que se deve dispensar a esses empregados é uma das razões para que haja em uma grande cidade vários restaurantes pequenos em lugar de um restaurante grande. Essa, porém, não é a única razão por que será melhor estabelecer vários restaurantes pequenos em diferentes partes de nossas grandes cidades. Os restaurantes menores recomendarão os princípios da reforma de saúde tanto quanto os estabelecimentos maiores, e serão muito mais fáceis de dirigir. Não somos comissionados a alimentar o mundo, mas somos instruídos a ensinar o povo. Nos restaurantes menores não haverá tanto trabalho para fazer, e os auxiliares terão mais tempo para consagrar ao estudo da Palavra, mais tempo para aprenderem a fazer o trabalho corretamente, e mais tempo para responderem às perguntas dos clientes que estão desejosos de saber a respeito dos princípios da reforma de saúde. T7 119.2

Se cumprirmos o propósito de Deus nessa obra, a justiça de Cristo irá à nossa frente, e a glória do Senhor será a nossa retaguarda. Se, porém, não houver uma colheita de almas; se os auxiliares não forem, eles próprios, beneficiados; se não estiverem glorificando a Deus por palavra e atos, por que devemos abrir e manter tais estabelecimentos? Se não podemos dirigir nossos restaurantes para glória de Deus; se não podemos exercer por meio deles uma forte influência religiosa, será preferível fechá-los e utilizar os talentos de nossos jovens em outros ramos da obra. Nossos restaurantes, entretanto, podem ser tão bem dirigidos que constituam um meio de salvar almas. Que peçamos fervorosamente ao Senhor humildade de coração, para que Ele possa nos ensinar a andar na luz do Seu conselho, a compreender Sua Palavra, aceitá-la e a pô-la em prática. T7 120.1

*****

Há o perigo de que nossos restaurantes sejam dirigidos de tal maneira que nossos auxiliares trabalhem arduamente dia após dia e semana após semana, e ainda não sejam capazes de apontar qualquer boa realização. Esse assunto necessita de cuidadosa consideração. Não temos o direito de comprometer nossos jovens em obra que não produz algum fruto para a glória de Deus. T7 120.2

Embora considerado como um meio maravilhosamente bem-sucedido de fazer o bem, existe o perigo de que o trabalho de restaurante seja dirigido de tal maneira que promova apenas o bem-estar físico daqueles aos quais serve. Uma obra pode aparentemente levar as características da suprema excelência; ela, porém, não é boa aos olhos de Deus, a menos que esteja possuída de um desejo ardente de fazer Sua vontade e cumprir Seu propósito. Se Deus não for reconhecido como o autor e consumador de nossos atos, eles serão pesados nas balanças do santuário, e achados em falta. T7 120.3