Testemunhos para a Igreja 6
Capítulo 52 — Jovens no ministério
Não deve haver amesquinhamento do ministério evangélico. Nenhum empreendimento deve ser dirigido de maneira a dar a impressão de ser o ministério da palavra um ramo inferior. Não é assim. Os que amesquinham o ministério estão menosprezando o próprio Cristo. A mais elevada de todas as obras é o ministério em seus vários ramos, e deve ser conservado no espírito dos jovens que não existe obra mais abençoada por Deus que a do ministério evangélico. T6 411.1
Não sejam nossos moços dissuadidos de entrar no ministério. Há perigo de que, mediante ardorosas sugestões, alguns sejam desviados do caminho em que Deus os convida a andar. Pessoas que deveriam estar se preparando para o ministério têm sido estimuladas a fazer outros cursos. O Senhor convida mais obreiros a trabalharem em Sua vinha. Foram proferidas as palavras: “Fortalecei os postos avançados; tende fiéis sentinelas em todas as partes do mundo.” Deus chama os jovens. Ele pede exércitos inteiros de moços de coração grande e espírito aberto, e que possuam um profundo amor por Cristo e a verdade. T6 411.2
A capacidade para aprender é de importância muito menor do que o espírito com o qual a pessoa se envolve no trabalho. Não é de homens importantes e instruídos que o ministério necessita, nem de eloqüentes oradores. Deus convoca homens que desejam entregar-se a Ele, a fim de serem cheios de Seu Espírito. A causa de Cristo e a humanidade demandam homens santificados, que se neguem e si mesmos, que sejam capazes de avançar sem o apoio da retaguarda, não temendo as dificuldades. Sejam eles fortes e valentes, aptos para empreendimentos que valham a pena, e que façam um concerto de sacrifício com Deus. T6 411.3
O ministério não é lugar para ociosos. Os servos de Deus devem dar plena prova de seu chamado. Não devem ser preguiçosos, mas, como expositores da Palavra, devem aplicar as melhores energias a fim de serem encontrados fiéis. Jamais devem deixar de ser aprendizes. Devem manter sua própria alma desperta para a santidade da obra e a grande responsabilidade de seu chamado, a fim de que jamais apresentem algum sacrifício mutilado, uma oferta que não lhes tenha custado estudo e oração. O Senhor necessita de homens de intensa vida espiritual. Cada obreiro pode receber uma dotação de poder do alto, avançando pela fé e esperança no caminho que Deus lhe indica a trilhar. A Palavra de Deus permanece no obreiro jovem e consagrado. Ele é ágil, sincero e poderoso, possuindo sua infalível fonte de suprimento no conselho de Deus. T6 412.1
Deus chamou este povo para entregar ao mundo a mensagem da breve volta de Cristo. Temos de levar aos homens o último convite para a festa do evangelho, o último convite para a ceia das bodas do Cordeiro. Milhares de locais que ainda não ouviram o chamado precisam recebê-lo. Muitos que ainda não anunciaram a mensagem necessitam proclamá-la. Apelo uma vez mais aos nossos jovens: porventura não chamou Deus a vocês para anunciar esta mensagem? T6 412.2
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Quantos de nossos jovens entrarão para o serviço de Deus, não a fim de serem servidos, e sim para servir? Em tempos passados houve aqueles que fixaram sua mente em alma após alma, dizendo: “Senhor, ajuda-me a salvar esta pessoa.” Agora, porém, tais casos são raros. Quantos agem de uma forma que se permita concluir que compreenderam o perigo dos pecadores? Quantos tomam aqueles que sabem estar em perigo, apresentando-os a Deus em oração, suplicando-Lhe que os salve? T6 412.3
O apóstolo Paulo pôde dizer da igreja primitiva: “E glorificavam a Deus a respeito de mim.” Gálatas 1:24. Não lutaremos nós por viver de tal modo que essas palavras possam ser ditas a nosso respeito? O Senhor proverá caminhos e meios para aqueles que O buscarem de todo o coração. Deseja que reconheçamos a supervisão divina demonstrada no preparo dos campos de trabalho e na preparação do caminho para que esses lugares possam ser ocupados com êxito. T6 413.1
Que os ministros e evangelistas tenham mais períodos de sincera oração com aqueles que estão convencidos da verdade. Lembrem-se de que Cristo está sempre com vocês. O Senhor tem em prontidão as mais preciosas exibições de Sua graça, com vistas ao fortalecimento e estímulo do obreiro humilde e sincero. Reflitam então para os outros a luz que Deus fez incidir sobre vocês. Os que assim procedem trazem ao Senhor a mais preciosa oferenda. O coração daqueles que apresentam as boas-novas da salvação, acha-se iluminado com o espírito de louvor. T6 413.2
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“Isto diz Aquele que tem na Sua destra as sete estrelas.” Apocalipse 2:1. T6 413.3
As doces influências que devem ser abundantes na igreja acham-se vinculadas aos ministros de Deus, os quais devem representar o precioso amor de Cristo. As estrelas do céu acham-se sob o controle de Cristo. Ele as enche de luz. Dirige os seus movimentos. Não o fizesse Ele, elas se tornariam estrelas cadentes. O mesmo ocorre com Seus ministros. São apenas instrumentos em Sua mão, e todo bem que realizam, fazem-no por Seu poder. Por intermédio deles a luz divina deve brilhar. É para a honra de Cristo que Ele torna os ministros, através da operação do Espírito Santo, uma bênção maior para a igreja do que o são as estrelas para o mundo. O Salvador deve constituir a suficiência deles. Se O olharem como Ele o fazia em relação ao Pai, realizarão as Suas obras. Tornando-se dependentes de Deus, Ele fará incidir sobre eles a Sua glória, para que a irradiem ao mundo. T6 413.4
Lembrem-se aqueles que são como estrelas na mão de Cristo, de que necessitam manter sempre uma sagrada dignidade. São os representantes de Cristo. Simplicidade em Cristo é a pura e sagrada dignidade da verdade. T6 414.1
Os servos de Deus devem pregar a Sua Palavra ao mundo. Sob a operação do Espírito Santo, serão como estrelas na mão de Cristo, para brilhar com o Seu fulgor. Que todos os que desejam ser ministros de Cristo levantem-se e brilhem, pois é chegada a Sua luz e a glória do Senhor está sobre eles. Compreendam que Jesus espera que eles realizem a mesma obra que Ele efetuou. Deixem as igrejas que conhecem a verdade e busquem estabelecer novas igrejas, com o fim de apresentar a palavra da verdade àqueles que ainda ignoram a divina mensagem de advertência. T6 414.2
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O número de obreiros no ministério não deve diminuir, mas aumentar grandemente. Onde agora existe um ministro no campo de trabalho, devem ser acrescentados vinte; e se o Espírito de Deus os controlar, esses vinte apresentarão a verdade de tal modo que outros vinte serão agregados. T6 414.3
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A dignidade e atributos de Cristo Lhe permitem impor as condições que Ele desejar. Seus seguidores devem se tornar uma força cada vez maior na proclamação da verdade, à medida que se aproximarem da perfeição da fé e do amor para com seus irmãos. Deus tem provido auxílio para todas as emergências às quais nossos recursos humanos não podem fazer face. Ele concede Seu Espírito Santo para ajudar em toda dificuldade, fortalecer nossa esperança e certeza, para iluminar nosso espírito e purificar nosso coração. Sua intenção é que nos sejam proporcionados suficientes recursos para o desenvolvimento de Seus planos. Peço-lhes que busquem o conselho de Deus. Busquem-nO de todo o coração, e “fazei tudo quanto Ele vos disser”. João 2:5. T6 414.4
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O Senhor não chamou jovens para trabalhar nas igrejas. Não são eles convidados a falar a audiências que não necessitam de seu trabalho imaturo, e que estão bem conscientes de não sentir, sob a ministração desses jovens, a atração do Espírito Santo. Que homens jovens, habilidosos, sejam vinculados a obreiros experientes no grande campo de colheita. Muitos serão bem-sucedidos se iniciarem na colportagem, e forem depois aproveitando as oportunidades a eles concedidas no ministério evangélico. T6 415.1
Mas que ninguém se torne a sombra de outro homem. Que não sejam meras máquinas, prontas e executar determinadas tarefas sob as ordens humanas. Nenhum sermão deve ser planejado para esses jovens pregarem. Deixem que eles sejam ensinados por Deus através do Espírito Santo. Que busquem auxílio por intermédio da oração e do diligente estudo da Palavra de Deus. Se assim procederem, Aquele que os chamou ao ministério evangélico tornará evidente que eles constituem vasos escolhidos. Ele lhes dará as palavras que proferirão diante do povo. T6 415.2
Seu primeiro dever é aprender, nas várias atividades, as lições do grande Mestre. Existe uma motivação colocada diante de todos, na Palavra de Deus — ser semelhantes àquele que “andou fazendo o bem.” Atos dos Apóstolos 10:38. T6 415.3
Cristo diz: “Se alguém Me serve, siga-Me.” João 12:26. Que os obreiros, ao estudarem a vida de Cristo, aprendam o modo como Ele viveu e trabalhou. Que lutem diariamente para viver a Sua vida. T6 416.1
Prossigam, jovens, em conhecer ao Senhor, e saberão que “como a alva será a Sua saída”. Oséias 6:3. Procurem desenvolver-se continuamente. Façam um esforço fervoroso por manter estreitas relações com o Redentor. Vivam em Cristo pela fé. Façam a obra que Ele fazia. Vivam para a salvação das almas por quem Ele deu a vida. Busquem ajudar por todos os meios aqueles com quem entrarem em contato. Esforcem-se continuamente para melhorar. Que a vida de vocês preencha as palavras: “Tu, pelos Teus mandamentos, me fazes mais sábio que meus inimigos.” Salmos 119:98. T6 416.2
Conversem com o Irmão mais velho, o qual completará sua educação, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali. Uma íntima ligação com Aquele que Se ofereceu em sacrifício para salvar um mundo a perecer os tornará obreiros aceitáveis. Quando vocês colocarem a mão na verdade e dela se apropriarem, quando puderem de fato de dizer: “Meu Senhor e meu Deus”, a graça, a paz e a alegria, na maior proporção, inundarão sua vida. T6 416.3
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A palavra do Senhor é: abram novos campos e acrescentem novos obreiros. Eduquem jovens para o trabalho, sem hesitar. Eduquem, eduquem, eduquem. T6 416.4
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“Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que Eu vos digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa. E o que ceifa recebe galardão e ajunta fruto para a vida eterna, para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem.” João 4:35-36. T6 416.5