Testemunhos para a Igreja 6

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O caráter de nossas escolas e professores

O caráter da obra feita em nossas escolas deve ser da mais alta ordem. Jesus Cristo, o Restaurador, é o único remédio para uma educação errônea, e as lições ensinadas em Sua Palavra devem ser sempre mantidas diante da juventude pela maneira mais atrativa. A disciplina escolar deve apoiar a educação doméstica, e manter-se, tanto em casa como na escola, a simplicidade e a piedade. Surgirão homens e mulheres que têm talento para trabalhar nessas pequenas escolas, mas que não teriam sucesso nas escolas maiores. Ao praticarem as lições bíblicas, receberão eles próprios uma educação do mais alto valor. T6 200.1

Ao escolher professores, usemos a máxima cautela, sabendo ser uma questão tão séria quanto a escolha de pessoas para o ministério. Essa escolha deve ser feita por homens sábios, aptos a discernir qualidades, pois para educar e moldar o espírito dos jovens para desempenharem com êxito os diversos segmentos da obra, necessitam-se os melhores talentos que se possam conseguir. Não se deve pôr à frente dessas escolas qualquer pessoa com mente inferior ou estreita. Não sejam deixadas as crianças a cargo de jovens e inexperientes professores, destituídos de aptidão para dirigir, pois seus esforços tenderiam para a desorganização. A ordem é a primeira lei do Céu e toda escola deve, a esse respeito, ser um modelo do Céu. T6 200.2

É uma impiedade confiar as crianças a professores orgulhosos e destituídos de amor. Um professor assim fará grande dano aos que estão em rápido desenvolvimento de caráter. Se os professores não forem submissos a Deus, se não tiverem amor pelas crianças que têm a seu cargo, ou se mostrarem parcialidade pelos que lhes agradam e manifestarem indiferença pelos menos atrativos ou os que são desassossegados e nervosos, não devem ser empregados; pois o resultado de sua obra será perda de almas para Cristo. T6 201.1

Necessitam-se, em especial para as crianças, de professores que sejam calmos e bondosos, que manifestem paciência e amor justamente por aqueles que disso mais carecem. Jesus amava as crianças e as considerava como membros mais jovens da família do Senhor. Tratava-as sempre com bondade e respeito, e os professores devem seguir o Seu exemplo. Devem ter o verdadeiro espírito missionário, pois as crianças precisam ser preparadas para se tornarem missionárias. Cumpre-lhes sentir que o Senhor lhes confiou, como um solene depósito, a salvação dos jovens e das crianças. Nossas escolas necessitam de professores de elevadas qualidades morais, dignos de confiança, fortes na fé e dotados de paciência e tato; pessoas que andem com Deus e se abstenham até da aparência do mal. Haverá momentos difíceis em sua obra. Terão de enfrentar nuvens e escuridão, tormentas, tempestades e preconceitos por parte dos pais que nutrem incorretas idéias quanto ao caráter que seus filhos devem formar; pois há muitos que pretendem crer na Bíblia, ao passo que deixam de introduzir-lhe os princípios na vida doméstica. Mas, se os professores forem constantes discípulos da escola de Cristo, essas circunstâncias jamais os vencerão. T6 201.2

Que os pais busquem ao Senhor com fervor intenso, a fim de não virem a ser pedras de tropeço no caminho dos próprios filhos. Afugentem do coração a inveja e o ciúme, e deixem que a paz de Cristo aí penetre de modo a unir os membros da igreja em verdadeira fraternidade cristã. Cerrem-se as janelas do coração contra as venenosas influências da Terra, abrindo-as em direção ao Céu, para receber os benéficos raios do Sol da justiça de Cristo. Enquanto o espírito de crítica e de suspeita não for banido do coração, o Senhor não pode realizar Seu anelo para a igreja — abrir o caminho para o estabelecimento de escolas; enquanto não houver unidade, Ele não moverá aqueles a quem confiou recursos e aptidões para o avanço dessa obra. Os pais precisam atingir uma norma mais elevada, observando o caminho do Senhor e praticando a justiça, de modo a serem portadores de luz. Importa que haja inteira transformação de espírito e caráter. O espírito de desunião nutrido no coração de alguns se comunicará a outros, e anulará a influência que a escola exerceria para o bem. A menos que os pais estejam prontos e ansiosos no sentido de cooperar com o professor para salvação de seus filhos, não se acham preparados para o estabelecimento de uma escola entre eles. T6 202.1