Testemunhos para a Igreja 3
Capítulo 15 — O instituto de saúde
A grande obra da reforma deve ir avante. O Instituto de Saúde foi estabelecido em Battle Creek para aliviar os afligidos, disseminar luz, despertar o espírito de indagação e promover a reforma. Esta instituição é estabelecida por princípios diferentes dos de qualquer outra instituição de saúde no país. O dinheiro não é o grande objetivo de seus amigos e administradores. Eles administram de um ponto de vista consciencioso e religioso, visando obedecer aos princípios de saúde da Bíblia. A maioria das instituições congêneres são governadas por princípios diferentes. Conservadora, visam agradar parcialmente a classe popular e moldar sua conduta de modo a receber o maior patrocínio e o máximo de dinheiro. T3 165.2
O Instituto de Saúde em Battle Creek funda-se sobre princípios religiosos firmes. Seus administradores reconhecem a Deus como o verdadeiro proprietário. Médicos e auxiliares esperam dEle orientação, e visam avançar conscienciosamente, em Seu temor. Por esta razão está sobre uma base segura. Quando doentes débeis e sofredores levarem em consideração os princípios dos diretores, superintendente, médicos e auxiliares do Instituto, que são guiados pelo temor de Deus, eles se sentirão mais seguros lá do que nas instituições populares. T3 166.1
Se as pessoas ligadas ao Instituto de Saúde em Battle Creek descessem dos princípios puros e exaltados da verdade bíblica para imitar as teorias e práticas daqueles à frente de outras instituições, onde só são tratadas as enfermidades, e isso somente por dinheiro, os administradores não atuando de acordo com uma perspectiva elevada e religiosa, a bênção especial de Deus não repousaria sobre o Instituto. É desígnio de Deus que esta instituição seja um dos maiores auxílios em preparar um povo para ser perfeito diante de Deus. A fim de atingir essa perfeição, homens e mulheres precisam ter vigor físico e mental para apreciar as verdades elevadas da Palavra de Deus e serem levados a uma posição onde hão de discernir as imperfeições em seu caráter moral. Devem ser fervorosos em reformar, para que possam ser amigos de Deus. A religião de Cristo não deve ser colocada em segundo plano, e seus santos princípios sacrificados para receber a aprovação de qualquer classe, embora popular. Se a norma da verdade e santidade for rebaixada, o propósito de Deus não será atingido nessa instituição. T3 166.2
Nossa fé peculiar, porém, não deve ser discutida com os pacientes. Sua mente não deve ser desnecessariamente instigada com assuntos em que diferem de nós, a não ser que eles próprios o desejem; e então se deve ter muito cuidado para não agitar a mente impondo-lhes nossa crença pessoal. O Instituto de Saúde não deve ser considerado o melhor lugar para entrar-se em debates sobre pontos de nossa fé nos quais diferimos das religiões do mundo em geral. Mantêm-se no Instituto reuniões de oração nas quais todos podem tomar parte se desejarem; há, porém, uma porção de coisas sobre as quais nos demorarmos, com respeito à religião da Bíblia, sem entrar em desaconselháveis pontos de discórdia. A influência silenciosa realizará mais do que o entrar em controvérsia aberta. T3 166.3
Em exortações nas reuniões de oração, alguns guardadores do sábado têm achado que devem apresentar o sábado e a mensagem do terceiro anjo, do contrário não terão liberdade. Isso é característica de mentes limitadas. Os pacientes não relacionados com a nossa fé não sabem o que significa a mensagem do terceiro anjo. A introdução desses termos sem uma explicação clara deles traz apenas prejuízo. Devemos ir ao encontro das pessoas onde elas estão, mas não precisamos sacrificar nenhum princípio da verdade. A reunião de oração se provará uma bênção para os pacientes, os auxiliares e os médicos. Breves e interessantes períodos de oração e testemunho aumentarão a confiança dos pacientes em seus médicos e auxiliares. Os auxiliares não devem ser privados dessas reuniões pelo trabalho, a não ser que seja inteiramente necessário. Eles necessitam delas e devem desfrutá-las. T3 167.1
Ao serem assim mantidas reuniões regulares, os pacientes adquirirão confiança no Instituto e se sentirão mais em casa. E dessa maneira é preparado o caminho para que a semente da verdade lance raízes em alguns corações. Essas reuniões interessam de modo especial a alguns que professam ser cristãos e causam uma impressão favorável sobre aqueles que não o professam. Desenvolve-se a confiança mútua; o preconceito é diminuído e, em muitos casos, completamente erradicado. Em conseqüência, há uma ansiedade para assistir às reuniões de sábado. Lá, na casa de Deus, é o lugar de expressar nossos sentimentos denominacionais. Lá o pastor pode demorar-se em esclarecimentos sobre os pontos essenciais da verdade presente, e, no espírito de Cristo, com amor e ternura, apelar a todos sobre a necessidade de obediência a todas as reivindicações divinas, e deixar que a verdade convença os corações. T3 167.2
Foi-me mostrado que uma obra maior poderia ser efetuada se houvesse médicos cavalheiros de índole mental correta, que tivessem cultura adequada e compreensão cabal de cada parte do trabalho que recai sobre um médico. Os médicos devem ter grande reserva de paciência, tolerância, bondade e compaixão; pois precisam destas qualificações ao lidar com pacientes sofredores, que são doentes físicos, e muitos dos quais estão enfermos tanto física como mentalmente. Não é questão fácil conseguir as pessoas certas, homens e mulheres, aquelas que são aptas para o lugar e que trabalharão harmoniosa, zelosa e desprendidamente para o benefício dos enfermos sofredores. O Instituto precisa de homens que tenham o temor do Senhor diante de si e que possam ministrar a mentes doentias e, de um ponto de vista religioso, manter elevada a reforma de saúde. T3 167.3
Aqueles que se empenham nessa obra devem ser consagrados a Deus e não visar apenas tratar o corpo para curar a doença, assim agindo do ponto de vista do médico popular, mas serem pais espirituais, para ministrar a mentes doentias, e encaminhar o coração contaminado pelo pecado ao remédio que nunca falha, o Salvador que morreu por eles. Aqueles que são afetados pela doença são sofredores em mais de um sentido. Podem suportar dor física muito melhor do que podem suportar sofrimento mental. Muitos são portadores de uma consciência violada e podem ser alcançados apenas pelos princípios da religião bíblica. T3 168.1
Quando o pobre sofredor paralítico foi levado ao Salvador, a urgência do caso parecia não admitir demora, pois a destruição já estava atuando sobre o corpo. Quando as pessoas que o carregaram na cama viram que não podiam ir diretamente à presença de Cristo, imediatamente descobriram o telhado e fizeram descer a cama sobre a qual o paralítico jazia. Nosso Salvador viu e compreendeu perfeitamente sua condição. Também reconheceu que aquele infeliz tinha uma enfermidade de espírito muito mais grave do que o sofrimento físico. Reconheceu que o maior fardo que ele tinha levado durante meses era por causa de pecados. A multidão aguardava em silêncio, quase sem fôlego, para ver como Cristo trataria este caso, aparentemente tão sem esperança, e ficaram surpresos ao ouvir as palavras que Lhe saíram dos lábios: “Filho, tem bom ânimo; perdoados te são os teus pecados.” Mateus 9:2. T3 168.2
Estas foram as palavras mais preciosas que podiam cair sobre o ouvido daquele sofredor doente, pois o fardo do pecado tinha pesado tanto sobre ele que não podia achar o menor alívio. Cristo remove o fardo que o oprimia tão pesadamente: “Tem bom ânimo” (Mateus 9:2); Eu, teu Salvador, vim para perdoar pecados. Quão depressa o semblante pálido do sofredor muda! Esperança toma o lugar do desespero sombrio, e paz e alegria o lugar da dúvida aflitiva e do impassível desânimo. Tendo a mente sido restaurada à paz e felicidade, pode agora o corpo sofredor ser alcançado. A seguir vem dos lábios divinos: “Perdoados te são os teus pecados”; “levanta-te e anda.” Mateus 9:5. No esforço para obedecer à vontade, aqueles braços sem vida e sem sangue são vivificados; uma corrente de sangue saudável corre pelas veias; a cor de chumbo de sua carne desaparece, e o brilho rosado da saúde toma seu lugar. As pernas que por longos anos recusavam obedecer à vontade são revitalizadas, e o paralítico curado pega sua cama e caminha através da multidão em direção a sua casa, glorificando a Deus. T3 168.3
Esse caso é para nossa instrução. Médicos que queiram ser bem-sucedidos no tratamento de doença devem saber como ministrar à mente enferma. Podem ter uma influência poderosa para o bem se puserem sua confiança em Deus. Alguns doentes precisam ser aliviados da dor antes de a mente poder ser alcançada. Depois do alívio ter vindo ao corpo, o médico pode freqüentemente com maior sucesso apelar à consciência, e o coração será mais susceptível às influências da verdade. Há perigo de que aqueles que estão ligados ao Instituto de Saúde percam de vista o objetivo pelo qual uma tal instituição foi estabelecida pelos adventistas do sétimo dia, e trabalhem de um ponto de vista mundano, assemelhando-se a outras instituições. T3 169.1
O Instituto de Saúde não foi estabelecido com o propósito de fazer dinheiro, embora o dinheiro seja muito necessário para administrar a instituição com êxito. Todos devem exercer economia no gasto de recursos para que o dinheiro não seja usado desnecessariamente. Mas deve haver recursos suficientes para investir-se em todos os equipamentos necessários que tornarão o trabalho de auxiliares, e especialmente de médicos, o mais fácil possível. E os diretores do Instituto devem valer-se de todo recurso que ajudará no tratamento eficaz dos pacientes. T3 169.2
Os pacientes devem ser tratados com a maior simpatia e carinho. Contudo, os médicos devem ser firmes e não permitir, no tratamento dos doentes, serem dirigidos pelos pacientes. É necessária firmeza da parte dos médicos para o bem dos pacientes. Mas a firmeza deve ser misturada com cortesia respeitosa. Nenhum médico ou auxiliar deve discutir com o paciente, ou usar palavras ásperas e irritantes, ou mesmo palavras não muito bondosas, por mais provocante que o paciente seja. T3 170.1
Um dos grandes objetivos de nosso Instituto de Saúde é encaminhar corações contaminados pelo pecado ao Grande Médico, a verdadeira Fonte de cura, e chamar sua atenção para a necessidade de reforma de um ponto de vista religioso, para que não mais violem a lei de Deus por intemperança pecaminosa. Se as sensibilidades morais dos doentes podem ser despertadas e vêem que estão pecando contra seu Criador acarretando doenças sobre si mesmos pela condescendência com o apetite e paixões degradantes, quando deixarem o Instituto de Saúde não renunciarão seus princípios, mas os levarão consigo e serão em casa genuínos reformadores de saúde. Se as sensibilidades morais forem despertadas, os pacientes se determinarão a seguir suas convicções; e se vêem a verdade, vão obedecer. Terão verdadeira e nobre independência para praticar as verdades com as quais concordam. E se a mente estiver em paz com Deus, as condições do corpo serão mais favoráveis. T3 170.2
A maior responsabilidade de viver e andar na luz e de preservar a simplicidade e separação do mundo repousa sobre a igreja de Battle Creek, para que sua influência pese com poder convincente sobre pessoas estranhas à verdade que assistem a nossas reuniões. Se a igreja de Battle Creek é um corpo sem vida, cheio de orgulho, exaltada acima da simplicidade de verdadeira piedade, e inclinando-se para o mundo, sua influência será para afastar de Cristo e de tornar de nenhuma força as verdades mais solenes e essenciais da Bíblia. Os membros desta igreja têm oportunidades de serem beneficiados pelas palestras dos médicos do Instituto de Saúde. Podem obter informação sobre o grande assunto da reforma de saúde se desejarem. Mas a igreja de Battle Creek, que professa observar a verdade, está muito atrás de outras igrejas que não têm sido abençoadas com as vantagens que ela tem tido. A negligência da igreja de viver à altura da luz que têm tido sobre a reforma de saúde é motivo de desânimo para os médicos e para os amigos do Instituto. Se a igreja manifestasse maior interesse nas reformas que Deus mesmo lhes tem trazido para prepará-los para Sua volta, sua influência seria dez vezes maior do que é agora. T3 170.3
Muitos que professam crer nos Testemunhos negligenciam a luz dada. A reforma do vestuário é tratada por alguns com grande indiferença e por outros com desprezo, porque há uma cruz ligada à mesma. Por esta cruz dou graças a Deus. É justamente aquilo que precisamos para distinguir e separar do mundo o povo de Deus que guarda os mandamentos. A reforma do vestuário funciona para nós como o cordão azul para o antigo Israel. Os orgulhosos, e os que não têm amor pela verdade sagrada, que os separará do mundo, demonstrá-lo-ão por suas obras. Deus na Sua providência nos tem dado luz sobre a reforma de saúde, para que possamos compreendê-la em todas as suas implicações, seguir a luz que ela apresenta e, por relacionar-nos corretamente com a vida, ter saúde para que possamos glorificar a Deus e ser uma bênção para outros. T3 171.1
A igreja de Battle Creek geralmente não tem apoiado o Instituto com seu exemplo. Seus membros não têm honrado a luz da reforma de saúde seguindo-a em sua família. A doença que tem visitado muitas famílias em Battle Creek não necessitava sobrevir, houvessem eles seguido a luz que Deus lhes dera. Como o antigo Israel, eles não deram atenção à luz, e não podiam ver mais necessidade de restringir o apetite do que o fez aquele povo. Os filhos de Israel queriam carne, e disseram, como dizem muitos hoje em dia: Sem carne, morreremos. Deus deu carne ao rebelde Israel, mas com ela estava Sua maldição. Milhares deles morreram enquanto a carne que haviam desejado estava entre seus dentes. Temos o exemplo do antigo Israel, e a advertência de não fazermos como eles fizeram. Sua história de incredulidade e rebelião está registrada como especial advertência para que não sigamos o exemplo deles em murmurar contra as reivindicações de Deus. Como podemos prosseguir em nosso caminho assim indiferentemente, escolhendo a própria conduta, seguindo a luz dos próprios olhos, e afastando-nos mais e mais de Deus, como os hebreus outrora? Deus não pode fazer grandes coisas por Seu povo devido a sua dureza de coração e pecaminosa incredulidade. T3 171.2
Deus não faz acepção de pessoas; mas aqueles que, em todas as gerações, temem ao Senhor e praticam a justiça são aceitos por Ele; ao passo que os que estão murmurando, sendo incrédulos e rebeldes, não terão o Seu favor nem as bênçãos prometidas aos que amam a verdade e nela andam. Os que têm a luz e não andam nela, mas desatendem às reivindicações de Deus, verificarão que suas bênçãos serão mudadas em maldições, e suas misericórdias em juízos. Deus quer que aprendamos a humildade e a obediência ao lermos a história do antigo Israel, que era Seu povo escolhido, peculiar, mas que trouxe sobre si destruição por seguir os próprios caminhos. T3 172.1
A religião da Bíblia não é prejudicial à saúde do corpo, ou do espírito. A influência do Espírito de Deus é o melhor remédio que um homem ou mulher possa receber, quando doente. O Céu é todo saúde; e quanto mais profundamente se experimentarem as influências celestes, tanto mais certa será a cura do crente. Em algumas outras instituições de saúde eles promovem divertimentos, jogos e dança para suscitar estímulo, mas receiam quanto ao resultado de interesses religiosos. A teoria do Dr. Jackson a este respeito não somente é errônea mas perigosa. Contudo, ele tem falado disso de tal modo que, se suas instruções fossem seguidas, os pacientes seriam levados a pensar que sua recuperação dependia de terem tão poucos pensamentos acerca de Deus e do Céu quanto fosse possível. É verdade que há pessoas com mente desequilibrada que se consideram muito religiosas e que impõem a si mesmas jejum e oração com prejuízo de sua saúde. Estas pessoas se deixam enganar. Deus não requereu isso delas. Elas possuem justiça farisaica, que brota não de Cristo mas delas mesmas. Confiam em suas boas obras para a salvação e estão procurando comprar o Céu por obras meritórias próprias em vez de, como deve todo pecador, depender somente dos méritos de um Salvador crucificado e ressurreto. Cristo e verdadeira piedade, hoje e sempre, serão saúde para o corpo e força para a alma. T3 172.2
A nuvem que pousava sobre nosso Instituto de Saúde está levantando, e a bênção de Deus tem acompanhado os esforços feitos para colocá-lo sobre uma base justa e para corrigir os erros daqueles que por infidelidade trouxeram grande embaraço sobre ele e desalento sobre seus amigos em toda parte. T3 173.1
Aqueles que designaram para fins caritativos do Instituto os juros ou dividendos de suas ações fizeram uma coisa nobre, que terá sua recompensa. Todos aqueles que não fizeram isso, mas que podem fazê-lo, devem, na primeira oportunidade, designar tudo ou uma parte, como a maioria dos acionistas tem feito. E como o interesse crescente e a utilidade desta instituição o requer, todos, especialmente aqueles que ainda não fizeram, devem continuar a adquirir suas ações. T3 173.2
Vi que havia grande excesso de recursos entre o nosso povo, uma parte dos quais deve ser posta no Instituto de Saúde. Vi também que há muitos pobres dignos entre nosso povo, os quais estão enfermos e sofrendo e que têm estado a olhar para o Instituto à espera de auxílio, mas não estão em condições de pagar os preços regulares para hospedagem, tratamento, etc. O Instituto tem-se debatido arduamente com débitos nos últimos três anos, e não pode tratar pacientes, em nenhuma extensão considerável, sem pagamento integral. Agradaria a Deus que todo o nosso povo que está em condições de fazê-lo comprasse liberalmente ações do Instituto, a fim de poder auxiliar os humildes e dignos pobres de Deus. Relacionado a isto, vi que Cristo Se identifica com a humanidade sofredora, e que o que temos o privilégio de fazer mesmo pelo menor dos Seus filhos, a quem Ele chama Seus irmãos, fazemos ao Filho de Deus. T3 173.3
“Então, dirá o Rei aos que estiverem à Sua direita: Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-Me de comer; tive sede, e destes-Me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-Me; estava nu, e vestistes-Me; adoeci, e visitastes-Me; estive na prisão, e fostes ver-Me. Então, os justos Lhe responderão, dizendo: Senhor, quando Te vimos com fome e Te demos de comer? Ou com sede e Te demos de beber? E, quando Te vimos estrangeiro e Te hospedamos? Ou nu e Te vestimos? E, quando Te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-Te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes. Então, dirá também aos que estiverem à Sua esquerda: Apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome, e não Me destes de comer; tive sede, e não Me destes de beber; sendo estrangeiro, não Me recolhestes; estando nu, não Me vestistes; e estando enfermo e na prisão, não Me visitastes. Então, eles também Lhe responderão, dizendo: Senhor, quando Te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão e não Te servimos? Então, lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a Mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna.” Mateus 25:34-46. T3 174.1
Erguer o Instituto de Saúde de sua baixa condição no outono de 1869 para seu presente próspero e sua esperançosa condição tem exigido sacrifícios e esforços dos quais seus amigos, que nele se acham internados, pouco sabem. Naquela ocasião tinha ele um débito de trinta mil dólares, e não tinha senão oito pacientes que pagavam. E o que era pior, o procedimento dos administradores precedentes fora de molde a desanimar a tal ponto os seus amigos que eles não tiveram ânimo de fornecer recursos para eliminar o débito, ou recomendar os doentes a serem patrocinadores do Instituto. Foi nesta situação desanimadora que meu esposo tomou a resolução de que a propriedade do Instituto deveria ser vendida para pagar os débitos, e o saldo, após o pagamento das dívidas, seria restituído aos acionistas na proporção ao número de ações que cada um possuía. Certa manhã, porém, ao orar no altar da família, o Espírito de Deus veio sobre ele ao estar suplicando a orientação divina em assuntos relacionados com o Instituto, e ele exclamou, enquanto se achava prostrado de joelhos: “O Senhor cumprirá toda a palavra que Ele pronunciou através de visão, relacionada com o Instituto de Saúde, e ele será erguido de sua baixa condição e prosperará gloriosamente.” T3 174.2
Desde essa época tomamos nas mãos a direção da obra com fervor e temos trabalhado lado a lado pelo Instituto, para combater a influência de homens egoístas que a ele trouxeram embaraço. Temos dado de nossos recursos, dando assim um exemplo aos outros. Temos estimulado a economia e a operosidade da parte de todos os relacionados com o Instituto, e temos instado que médicos e auxiliares trabalhem arduamente por pouco salário, até que o Instituto esteja novamente de todo restabelecido na confiança de nosso povo. Temos dado testemunho claro contra a manifestação de egoísmo em qualquer pessoa relacionada com o Instituto, aconselhado e reprovado erros. Sabíamos que o Instituto de Saúde não teria êxito a não ser que as bênçãos do Senhor sobre ele repousassem. Se Suas bênçãos o assistissem, os amigos da causa confiariam em que ele era a obra de Deus e se sentiriam seguros ao empregarem recursos para torná-lo um empreendimento vivo, a fim de que se tornasse capaz de preencher os desígnios de Deus. T3 175.1
Os médicos e alguns dos auxiliares entregaram-se ao trabalho alegremente. Trabalharam com ardor sob grandes dificuldades. Os Drs. Ginley, Chamberlain e Lamson trabalharam com zelo e energia, com pouca remuneração, para erguer esta instituição deficitária. E, graças a Deus, o débito original foi pago e grandes acréscimos para a acomodação de pacientes foram feitos e pagos. A divulgação da Health Reformer, que se acha bem na base do sucesso do Instituto, foi duplicada, e ela se tornou um periódico vivo. A confiança no Instituto foi completamente restabelecida na mente da maioria de nosso povo, e tem havido tantos pacientes no Instituto, quase o ano todo, quantos podiam ser acomodados e devidamente tratados por nossos médicos. T3 175.2
É motivo de profunda tristeza que os primeiros administradores do Instituto seguissem uma conduta que quase o esmagou em dívida e desânimo. Mas as perdas financeiras que os acionistas sentiram e lamentaram foram pequenas em comparação com o trabalho, perplexidade e responsabilidade que meu marido e eu temos suportado sem remuneração, e que médicos e auxiliares tiveram por salários pequenos. Nós compramos ações nominais do Instituto no valor de mil e quinhentos dólares, mas isso significa muito pouco em comparação com o desgaste que sofremos em conseqüência de gerentes irresponsáveis anteriores. Mas visto que o Instituto desfruta agora de melhor reputação e clientela do que nunca antes, e que a propriedade vale mais do que todo o dinheiro que foi investido e os erros anteriores foram corrigidos, aqueles que perderam sua confiança não têm desculpa para acariciar sentimentos preconceituosos. E se ainda manifestam falta de interesse, é porque preferem nutrir preconceito em vez serem guiados pela razão. T3 176.1
Na providência de Deus, o irmão A tem dedicado seu interes-se e energias ao Instituto de Saúde. Tem demonstrado interesse desprendido para promover os interesses do Instituto e não se tem poupado ou favorecido a si mesmo. Se ele depender de Deus e dEle fizer sua força e conselheiro, pode tornar-se uma bênção para médicos, auxiliares e pacientes. Ele uniu seu interesse a tudo que é ligado ao Instituto e tem sido uma bênção a outros ao assumir responsabilidades prazenteiramente, que não eram nem poucas nem leves. Ele tem abençoado a outros, e estas bênçãos recairão de novo sobre ele. T3 176.2
Mas o irmão A corre perigo de assumir responsabilidades que outros podem e devem levar. Não deve se gastar fazendo coisas que outros, cujo tempo é menos precioso, podem fazer. Deve agir como um diretor e superintendente. Deve preservar sua força para que, com seu discernimento experiente, possa dizer a outros o que fazer. Isso é necessário para que ele mantenha uma posição de influência no Instituto. Sua experiência em agir com sabedoria e economia é valiosa. Mas ele corre perigo de afastar demasiadamente seu interesse de sua família, de ficar muito absorto no Instituto, e de assumir muitas responsabilidades, como meu marido fez. O interesse de meu marido pelo Instituto de Saúde, pela Sociedade de Publicações e a causa em geral foi tão grande que ele ficou doente e foi obrigado a retirar-se do trabalho por um tempo, quando, tivesse ele feito menos pelas instituições e dividisse seu interesse com a família, não teria tido uma tensão constante em um aspecto, e teria preservado suas forças para continuar seus trabalhos sem interrupção. O irmão A é o homem para o lugar. Mas ele não deve fazer como meu marido fez, mesmo se as coisas não estiverem em condição tão próspera como quando ele devota toda sua energia a elas. Deus não requer que meu marido ou o irmão A se privem do prazer social com a família, afastando-se do lar e da família, mesmo no interesse dessas instituições importantes. T3 176.3
Durante os últimos três ou quatro anos muitos têm-se interessado pelo Instituto de Saúde e têm-se esforçado para pô-lo em melhor condição. Mas alguns têm falta de discernimento e experiência. Enquanto o irmão A agir desinteressadamente e apegar-se a Deus, Ele será seu ajudador e seu conselheiro. T3 177.1
Os médicos do Instituto de Saúde não devem sentir-se compelidos a fazer o trabalho que os auxiliares podem realizar. Não devem eles ocupar-se das salas de hidroterapia ou mecanoterapia, consumindo sua vitalidade no desempenho daquilo que outros podem fazer. Não deve existir falta alguma de auxiliares para cuidar dos doentes e zelar pelos pacientes fracos que necessitam de atendentes. Devem os médicos poupar as suas energias para o desempenho satisfatório de seus deveres profissionais. Cumpre-lhes dizer aos outros o que devem fazer. Se houver falta daqueles em quem eles possam confiar para fazer essas coisas, devem-se empregar e instruir de maneira apropriada pessoas adequadas, e remunerá-las convenientemente por seus serviços. T3 177.2
Só devem ser empregadas pessoas que desprendidamente trabalharão no interesse do Instituto, e tais pessoas devem ser bem pagas por seus serviços. Deve haver um quadro suficiente, especialmente durante a temporada de enfermidades do verão, de modo que ninguém precise trabalhar demais. O Instituto de Saúde já venceu suas dificuldades, e médicos e auxiliares não devem ser obrigados a trabalhar tanto, e sofrer privações tais, como quando ele estava tão endividado em conseqüência de homens desonestos, que quase o arruinaram. T3 178.1
Foi-me mostrado que os médicos de nosso Instituto devem ser homens e mulheres de fé e espiritualidade. Devem eles fazer de Deus a sua confiança. Muitos há que acorrem ao nosso Instituto que têm, pelas próprias condescendências pecaminosas, trazido sobre si mesmos doenças de quase todos os tipos. Essa classe não merece a simpatia que freqüentemente exige. E é doloroso devotarem os médicos tempo e esforço a essa classe de pessoas degradadas física, mental e moralmente. Há, porém, uma classe que tem, por ignorância, vivido em violação das leis da natureza. Eles têm trabalhado e se alimentado de maneira intemperante, pois era costume assim se fazer. Alguns têm sofrido na mão de muitos médicos, e não têm melhorado, mas decididamente ficado piores. Por fim são arrancados de suas ocupações, da sociedade e de seus familiares; e como último recurso, vêm ao Instituto de Saúde, com uma vaga esperança de poderem encontrar alívio. Essa classe necessita de simpatia. Deve ser tratada com a maior ternura, e deve-se ter o cuidado de tornar claro ao seu entendimento as leis orgânicas, a fim de que possam, ao deixarem de violá-las e governarem a si mesmos, evitar o sofrimento, a doença e a penalidade da violada lei da natureza. T3 178.2
O Dr. B não é a pessoa melhor qualificada para ocupar uma posição como médico no Instituto. Ele vê homens e mulheres de saúde arruinada, que são débeis em força mental e moral, e pensa que é tempo perdido tratar tais casos. Isso pode ser verdade em muitos casos. Mas ele não deve ficar desanimado e aborrecido com doentes e sofredores. Não deve perder sua compaixão, simpatia e paciência, e sentir que sua vida é mal-empregada ao trabalhar a favor daqueles que jamais poderão apreciar o esforço que é feito por eles, e que não usarão suas forças, se as recuperarem, para abençoar a sociedade, mas seguirão o mesma conduta de condescendência própria que resultou na perda da saúde. O Dr. B não deve ficar cansado ou desalentado. Ele deve lembrar-se de Cristo, que entrou em contato direto com a humanidade sofredora. Embora, em muitos casos, tivesse o sofredor trazido sobre si mesmo a enfermidade por sua conduta pecaminosa ao violar a lei natural, compadecia-Se Jesus de suas fraquezas. Ao irem a Ele com as mais repulsivas doenças, não Se punha de longe por temor de contágio; tocava-os e ordenava à enfermidade que saísse. T3 178.3
“E, entrando numa certa aldeia, saíram-Lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe. E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós. E Ele, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz. E caiu aos Seus pés, com o rosto em terra, dando-Lhe graças; e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou.” Lucas 17:12-19. T3 179.1
Aqui está uma lição para todos nós. Os leprosos estavam tão corrompidos pela doença que foram segregados da sociedade para não contaminar os outros. Seus limites haviam sido prescritos pelas autoridades. Jesus aproximou-Se dos limites de sua visão, e em seu grande sofrimento, clamaram ao único que tinha poder para aliviá-los. Jesus ordena que se apresentem aos sacerdotes. Eles têm fé para iniciar a caminhada, crentes no poder de Cristo para curá-los. Quando vão andando pelo caminho, notam que a terrível doença os deixou. Apenas um, entretanto, tem sentimentos de gratidão; um apenas reconhece a sua penhorada dívida a Cristo por essa grande obra feita em seu favor. Esse volta louvando a Deus, e, na maior das humilhações, prostra-se aos pés de Cristo, reconhecendo agradecido a obra realizada em seu favor. E aquele homem era estrangeiro; os outros nove eram judeus. T3 179.2
Em atenção a este único homem, que haveria de fazer uso correto da bênção da saúde, Jesus curou a todos os dez. Os outros prosseguiram sem reconhecer a obra feita, e sem manifestar nenhum grato reconhecimento a Jesus por haver feito a obra. T3 180.1
Assim os médicos do Instituto de Saúde terão os seus esforços reconhecidos. Mas, se em seu esforço para auxiliar a humanidade sofredora, um em vinte faz uso correto dos benefícios recebidos e aprecia seu empenho em favor dele, devem os médicos sentir-se recompensados e satisfeitos. Se uma em cada dez vidas é salva, e um pecador em uma centena é salvo no reino de Deus, todos os que estão relacionados com o Instituto devem sentir-se grandemente recompensados por todos os seus esforços. Seu cuidado e preocupação não serão de todo em vão. Se o Rei da glória, a Majestade do Céu, trabalhou pela humanidade sofredora, e tão poucos Lhe apreciaram a divina ajuda, devem os médicos e auxiliares do Instituto envergonhar-se de se queixarem se seus fracos esforços não forem apreciados por todos e parecerem inúteis para alguns. T3 180.2
Foi-me mostrado que os nove que não voltaram para dar glória a Deus representam corretamente alguns guardadores do sábado que vêm ao Instituto de Saúde como pacientes. Recebem muita atenção, e deviam reconhecer a ansiedade e o desalento dos médicos, e ser os últimos a lhes causar preocupações e cuidados desnecessários. Mas lamento dizer que freqüentemente os pacientes com os quais é mais difícil lidar no Instituto são os de nossa fé. Sentem-se mais livres em fazer queixas do que qualquer outra classe. Mundanos e cristãos professos de outras denominações apreciam o esforço feito para sua recuperação mais do que muitos observadores do sábado. E alguns dos mais dispostos a questionar e a queixar-se da administração do Instituto são os que têm recebido tratamento a um preço reduzido. T3 180.3
Isso tem sido desanimador para médicos e auxiliares; mas eles devem lembrar-se de Cristo, seu grande Exemplo, e não se cansarem de fazer o bem. Se um dentre grande número de pacientes é agradecido e exerce influência correta, eles devem dar graças a Deus e reanimar-se. Esse pode ser um estrangeiro, e pode surgir a pergunta: Onde estão os nove? Por que nem todos os guardadores do sábado manifestam seu interesse e apoio a favor do Instituto de Saúde? Alguns guardadores do sábado têm tão pouco interesse que, ao serem gratuitamente atendidos no Instituto, falam aos pacientes de modo crítico a respeito dos meios empregados para a recuperação dos doentes. Gostaria que tais pessoas refletissem sobre sua conduta. O Senhor as considera como considerou os nove leprosos que não voltaram para dar-Lhe glória. Estranhos fazem seu dever e apreciam os esforços feitos para sua recuperação, ao passo que estes [os crentes] se alinham contra aqueles que tentaram lhes fazer bem. T3 181.1
O Dr. B precisa cultivar cortesia e bondade para não ofender desnecessariamente os sentimentos dos pacientes. Ele é franco e de coração aberto, consciencioso, sincero e caloroso. Tem uma boa compreensão de enfermidades, mas deve ter conhecimento mais cabal de como tratar os doentes. Juntamente com o conhecimento ele precisa de cultura, boas maneiras e ser mais seletivo nas palavras e ilustrações de suas palestras no salão. T3 181.2
O Dr. B é muito sensível e, por natureza, de um temperamento precipitado e impulsivo. Age com freqüência sob o impulso do momento. Ele tem feito esforço para corrigir seu espírito precipitado e para vencer suas deficiências, mas precisa fazer um esforço ainda maior. Se vê coisas erradas, tem demasiada pressa para dizer aos que erram o que ele pensa, e nem sempre usa as palavras mais apropriadas para a ocasião. Ele às vezes ofende os pacientes de tal modo que eles o odeiam e deixam o Instituto com ressentimentos, com prejuízo tanto para eles como para o Instituto. Falar de modo arrogante a pacientes que estão enfermos física e mentalmente raramente faz algum bem. Poucos, porém, dos que fizeram sociedade com o mundo e que vêem as coisas por um ângulo mundano estão preparados para ouvir uma apresentação de fatos a seu respeito. A verdade exata nem sempre deve ser dita. Há ocasião adequada e oportuna para falar, quando as palavras não ofendem. Os médicos não devem sobrecarregar-se de trabalhos, deixando esgotado seu sistema nervoso, pois esse estado físico não favorece um espírito calmo, nervos estáveis e disposição alegre, feliz. O Dr. B tem estado demasiadamente confinado ao Instituto. Devia ter feito uma mudança. Deve sair de Battle Creek ocasionalmente e repousar e visitar, nem sempre fazendo visitas profissionais, mas visitando onde ele pode estar livre e onde sua mente não estará preocupada com os doentes. T3 181.3
O privilégio de ausentar-se ocasionalmente do Instituto de Saúde deve ser concedido a todos os médicos, principalmente aos que têm encargos e responsabilidades. Se houver tamanha escassez de auxiliares que isto não possa ser feito, devem-se providenciar mais auxiliares. Ter médicos sobrecarregados e, dessa forma, desqualificados para desempenharem os deveres de sua profissão é coisa que se deve temer. Deve-se evitar isso, se possível, pois sua influência é contra os interesses do Instituto. Os médicos devem manter-se em bom estado. Não devem adoecer por excesso de trabalho ou por qualquer imprudência de sua parte. T3 182.1
Foi-me mostrado que o Dr. B é muito facilmente desencorajado. Sempre haverá coisas que surgirão para aborrecer, perturbar e provar a paciência dos médicos e auxiliares. Devem eles estar preparados para isto, não se tornando agitados nem desequilibrados. Devem ser calmos e bondosos, não importa o que possa acontecer. Estão exercendo uma influência que será refletida nos pacientes em outros Estados e que se refletirá de novo sobre o Instituto de Saúde para o bem ou para o mal. Cumpre-lhes levar sempre em consideração que estão lidando com homens e mulheres mentalmente enfermos, os quais vêem muitas vezes as coisas de um ponto de vista desvirtuado, e mesmo assim estão certos de que compreendem perfeitamente o assunto. Devem os médicos entender que “a resposta branda desvia o furor”. Provérbios 15:1. É necessário usar de prudência em uma instituição onde os doentes são tratados, a fim de dirigir com sucesso as mentes enfermas e beneficiar o doente. Se os médicos puderem permanecer calmos em meio a uma tempestade de palavras irrefletidas e impetuosas; se puderem governar o próprio sentimento quando provocados e ofendidos, serão eles realmente vencedores. “Melhor é o longânimo do que o valente, e o que governa o seu espírito do que o que toma uma cidade.” Provérbios 16:32. Dominar-se e trazer as paixões sob o controle da vontade é a maior vitória que os homens e as mulheres podem alcançar. T3 182.2
O Dr. B não é cego quanto a seu temperamento peculiar. Vê suas fraquezas, e quando sente a pressão sobre si fica predisposto a recuar e virar as costas ao campo de batalha. Mas não lucrará nada seguindo essa conduta. Acha-se onde seu ambiente e a pressão das circunstâncias estão desenvolvendo os pontos fortes de seu caráter, pontos dos quais a aspereza deve ser removida, para tornar-se refinado e culto. O fugir da luta não removerá os defeitos de seu caráter. Se ele deixasse o Instituto, isso não o faria remover ou vencer os defeitos de caráter. Ele tem um trabalho diante de si para vencer estes defeitos se quiser estar entre o número que estará de pé sem mancha diante do trono de Deus, tendo atravessado a grande tribulação, e tendo lavado as vestes do caráter e “as branqueado no sangue do Cordeiro”. Apocalipse 7:14. Foi feita a provisão para lavarmos [nossas vestes]. A fonte foi preparada a custo infinito, e a responsabilidade de lavar repousa sobre nós, que somos imperfeitos diante de Deus. O Senhor não pretende remover estas manchas de contaminação sem nada fazermos de nossa parte. Precisamos lavar nossas vestes no sangue do Cordeiro. Podemos nos valer dos méritos do sangue de Cristo pela fé, e mediante Sua graça e poder teremos forças para vencer nossos erros, nossos pecados, nossas imperfeições de caráter, e sair vitoriosos, tendo lavado nossas vestes no sangue do Cordeiro. T3 183.1
O Dr. B deve procurar aumentar diariamente sua bagagem de conhecimentos, e cultivar cortesia e boas maneiras. No salão de palestras ele se torna propenso a baixar um pouco o nível; as pessoas não recebem uma influência enobrecedora. Deve ele ter em mente que se associa com todos os tipos de mentalidade e que as impressões que ele deixa se estenderão a outros Estados e refletirão sobre o Instituto. Tratar com homens e mulheres cuja mente e o corpo se acham enfermos é uma preciosa tarefa. É necessária grande sabedoria por parte dos médicos do Instituto a fim de curarem o corpo através da mente. Poucos, porém, compreendem o poder que exerce a mente sobre o corpo. Grande parte das doenças que afligem a humanidade têm a sua origem na mente, e podem ser curadas apenas pela restauração da mente à saúde. Há um número muito mais elevado do que imaginamos que está sofrendo das faculdades mentais. O coração enfermo torna muitos dispépticos, pois a angústia mental exerce uma paralisante influência sobre os órgãos digestivos. T3 183.2
A fim de alcançar esta classe de pacientes, deve o médico ter discernimento, paciência, bondade e amor. O coração abatido, doente, e a mente desalentada necessitam de meigo cuidado, e é por meio de terna simpatia que tais mentes podem ser curadas. Devem os médicos conquistar-lhes primeiro a confiança, e em seguida levá-los ao Médico todo-poderoso para curar. Se a mente puder ser dirigida para o Portador de Fardos e tiverem fé que Ele demonstrará interesse por eles, certa será a cura de seu corpo e mente enfermos. T3 184.1
Outras instituições de saúde estão olhando com olhos invejosos ao Instituto de Saúde em Battle Creek. Eles atuam do ponto de vista do mundo, enquanto os administradores do Instituto de Saúde atuam de um ponto de vista religioso, reconhecendo a Deus como seu proprietário. Não trabalham egoistamente em troca de dinheiro, mas por amor de Cristo e da humanidade. Procuram beneficiar a humanidade sofredora, para curar a mente doente e o corpo que sofre, encaminhando os enfermos a Cristo, o Amigo dos pecadores. Não deixam a religião fora de consideração, mas fazem de Deus sua confiança e dependência. Os doentes são encaminhados a Jesus. Depois dos médicos fazerem o que podem a favor do doente, eles pedem que Deus coopere com seus esforços e restaure os enfermos sofredores à saúde. Isso Ele tem feito em alguns casos em resposta à oração da fé. E isso Ele continuará a fazer se eles forem fiéis e puserem sua confiança nEle. O Instituto de Saúde será um sucesso, pois Deus o sustém. E se Sua bênção repousar sobre o Instituto, ele prosperará e será o meio de fazer o bem a muitos. Outras instituições estão a par de que uma elevada norma de influência moral e religiosa existe em nosso Instituto. Vêem que seus administradores não são regidos por princípios egoístas e mundanos, e são zelosos em relação a sua influência controladora e orientadora. T3 184.2