Testemunhos para a Igreja 3

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Humilhação de Cristo

Não trilhou nosso Modelo um caminho duro, de abnegação, sacrifício próprio e humildade por nossa causa e para nos salvar? Ele enfrentou dificuldades, experimentou desapontamentos e sofreu desonra e aflição em Sua obra de salvar-nos. E recusaremos seguir para onde o Rei da glória nos conduzir? Havemos de nos queixar de dificuldades e provas na obra de vencer por nossa conta, quando nos lembramos dos sofrimentos de nosso Redentor no deserto da tentação, no Jardim do Getsêmani e no Calvário? Tudo isso foi suportado para nos mostrar o caminho e para nos trazer o auxílio divino que precisamos ter, ou perecemos. Se os jovens querem obter a vida eterna, não devem esperar que podem seguir as próprias inclinações. O prêmio lhes custará algo, sim, tudo. Podem agora ter Jesus ou o mundo. Quantos de nossos queridos jovens sofrerão privação, cansaço, labuta e ansiedade a fim de servir a si mesmos e alcançar um objetivo nesta vida! Não pensam em queixar-se da dureza e dificuldades que encontram a fim de servir ao próprio interesse. Por que, então, devem esquivar-se de conflito, abnegação ou qualquer sacrifício a fim de obter a vida eterna? T3 371.1

Cristo veio das cortes da glória a este mundo poluído pelo pecado e humilhou-Se assumindo a humanidade. Identificou-Se com nossas fraquezas e, “como nós, em tudo foi tentado”. Hebreus 4:15. Cristo aperfeiçoou um caráter reto aqui na Terra, não para Seu benefício, pois Seu caráter era puro e sem mancha, mas a favor do homem caído. Ele oferece Seu caráter ao homem se este quiser aceitá-lo. O pecador, mediante arrependimento de seu pecado, fé em Cristo e obediência à perfeita lei de Deus, tem a justiça de Cristo que lhe é creditada; esta se torna sua justiça, e seu nome é registrado no livro da vida do Cordeiro. Ele se torna um filho de Deus, um membro da família real. T3 371.2

Jesus pagou um preço infinito para redimir o mundo, e a raça foi entregue em Suas mãos; tornaram-se Sua propriedade. Ele sacrificou Sua honra, Suas riquezas e Seu lar glorioso nas cortes reais e tornou-Se o filho de José e Maria. José era um dos operários mais humildes. Jesus também trabalhou; viveu uma vida de dificuldades e labuta. Quando Seu ministério começou, depois de Seu batismo, Ele suportou um jejum angustiante de quase seis semanas. Não era apenas a torturante dor da fome que tornou Seus sofrimentos inexprimivelmente severos, mas foi a culpa dos pecados do mundo que O oprimiam tão pesadamente. “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós.” 2 Coríntios 5:21. Com este terrível peso de culpa sobre Ele por causa de nossos pecados, resistiu à prova terrível do apetite, do amor ao mundo e à honra, e do orgulho da ostentação que leva à presunção. Cristo suportou estas três grandes tentações e venceu a favor do ser humano, desenvolvendo para ele um caráter reto, porque sabia que o homem não podia fazer isto por si mesmo. Ele sabia que sobre esses três pontos Satanás havia de assaltar a humanidade. Ele tinha vencido Adão, e planejou levar adiante sua obra até completar a ruína do homem. Cristo entrou na luta em favor do ser humano para vencer a Satanás em seu lugar porque viu que o homem não podia vencer por si mesmo. Cristo preparou o caminho para o resgate do ser humano por Sua vida de sofrimento, abnegação e sacrifício próprio, e por Sua humilhação e morte final. Ele trouxe auxílio ao homem para que ele pudesse, seguindo o exemplo de Cristo, vencer por si mesmo, como Cristo venceu por ele. T3 372.1

“Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” 1 Coríntios 6:19, 20. “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.” 1 Coríntios 3:16, 17. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo. Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso.” 2 Coríntios 6:14-18. T3 372.2

Quão benigna e ternamente trata o Pai celeste a Seus filhos! Guarda-os de mil perigos que lhes são ocultos, preserva-os das artes sutis de Satanás, para que não sejam destruídos. Como o protetor cuidado de Seus anjos não é manifesto à nossa imperfeita visão, não procuramos considerar e apreciar o sempre vigilante interesse nutrido por nosso bondoso e benévolo Criador para com a obra de Suas mãos; e não somos gratos pela multidão de Suas misericórdias a nós concedidas dia a dia. T3 373.1

Os jovens ignoram os muitos perigos a que se acham diariamente expostos. Jamais os poderão conhecer a todos; se são vigilantes, porém, se oram sempre, Deus lhes conservará sensível a consciência e a percepção clara para poderem discernir a atuação do inimigo, e serem fortalecidos contra seus ataques. Muitos dos jovens, todavia, têm por tanto tempo seguido as próprias inclinações que dever é para eles palavra sem significado. Não compreendem os elevados e santos deveres que possam ter a desempenhar para benefício de outros e para glória de Deus; e negligenciam por completo desempenhá-los. T3 373.2

Caso os jovens tão-somente despertassem para sentir profundamente sua necessidade de forças vindas de Deus para resistirem às tentações de Satanás, obteriam preciosas vitórias, bem como valiosa experiência na luta cristã. Quão poucos jovens pensam na exortação do inspirado apóstolo Pedro: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar. Ao qual resisti firmes na fé.” 1 Pedro 5:8, 9. João viu na visão a ele dada o poder de Satanás sobre os homens, e exclamou: “Ai dos que habitam na Terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” Apocalipse 12:12. T3 373.3

A única segurança para os jovens é incessante vigilância e humilde oração. Não devem lisonjear-se de que podem ser cristãos sem isso. Satanás oculta suas tentações e seus ardis sob uma cobertura de luz, como quando se aproximou de Cristo no deserto. Então, era aparentemente como um anjo celeste. O adversário de nossas almas aproximar-se-á de nós como um hóspede celeste; e o apóstolo recomenda sobriedade e vigilância como nossa única salvaguarda. Os jovens que condescendem com uma atitude descuidosa e leviana, e negligenciam os deveres cristãos, estão continuamente caindo sob as tentações do inimigo, em vez de vencerem como Cristo venceu. T3 374.1

O serviço de Cristo não é penosa labuta para a pessoa completamente consagrada. A obediência a nosso Salvador não prejudica nossa felicidade e o verdadeiro prazer nesta vida, mas possui uma força refinadora sobre o caráter, elevando-o. O estudo diário das preciosas palavras de vida encontradas nas Escrituras revigora o intelecto, promovendo o conhecimento das grandes e gloriosas obras de Deus na natureza. Mediante o estudo da Bíblia aprendemos a viver de maneira a fruir a maior soma de pura felicidade. O estudioso da Bíblia acha-se também provido de argumentos escriturísticos de modo a poder enfrentar as dúvidas dos incrédulos, removendo-as pela brilhante luz da verdade. Os que pesquisam as Escrituras podem estar sempre fortalecidos contra as tentações de Satanás; é-lhes possível estar cabalmente “preparados para toda boa obra” (Tito 3:1), e apercebidos para dar a quem quer que lhes “pedir a razão da esperança” que há neles. 1 Pedro 3:15. T3 374.2

A impressão deixada com demasiada freqüência sobre as mentes é que a religião é degradante e que é uma condescendência para pecadores aceitar a norma da Bíblia como sua regra de vida. Pensam que seus preceitos são grosseiros, e que, aceitando-os, precisam renunciar todo seu gosto por aquilo que é belo, e em vez disso precisam aceitar humilhação e degradação. Satanás nunca aplicou um maior engano sobre as mentes do que este. A religião pura de Jesus requer de seus seguidores a simplicidade da beleza natural e a polidez do refinamento natural e da pureza elevada, em vez do artificial e falso. T3 374.3

Enquanto a religião pura é vista como rigorosa em suas exigências e, entre os jovens especialmente, é contrastada desfavoravelmente com o falso esplendor e brilho do mundo, os preceitos da Bíblia são considerados como provas que requerem humildade e abnegação, que privam a todos da alegria da vida. Mas a religião da Bíblia sempre tem tendência de elevar e refinar. E tivessem os professos seguidores de Cristo exemplificado na vida os princípios da religião pura, a religião de Cristo seria aceitável a maior número de mentes refinadas. A religião da Bíblia nada tem em si que choque os sentimentos mais delicados. Ela é, em todos seus preceitos e exigências, tão pura como o caráter de Deus e tão elevada quanto Seu trono. T3 375.1

O Redentor do mundo nos advertiu contra o orgulho da vida, mas não contra sua graça e beleza natural. Ele apontou a toda beleza cintilante das flores do prado e ao lírio repousando em sua beleza imaculada sobre o seio do lago e disse: “Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E Eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.” Mateus 6:28, 29. Aqui Ele mostra que, apesar das pessoas terem grande preocupação e labutarem com fadiga para se fazerem objetos de admiração por seus enfeites exteriores, todos seus adornos artificiais, que valorizam tanto, não podem ser comparados com as simples flores do campo em beleza natural. Mesmo estas flores simples, com o adorno de Deus, superariam em beleza as vestes suntuosas de Salomão. “Nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.” Mateus 6:29. T3 375.2

Eis uma lição importante para todo seguidor de Cristo. O Redentor do mundo fala aos jovens. Ouvirão vocês Suas palavras de instrução divina? Ele lhes apresenta temas para meditação que enobrecem, elevam, refinam e purificam, mas que nunca degradam nem atrofiam o intelecto. Sua voz lhes está falando: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte.” “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus.” Mateus 5:14, 16. Se a luz de Deus estiver em vocês, ela brilhará para outros. Nunca pode ser escondida. T3 376.1

Queridos jovens, sua disposição para vestir-se conforme a moda, usando, para satisfazer a vaidade, rendas, ouro e coisas artificiais, não recomendará aos outros a religião nem a verdade que vocês professam. As pessoas discretas considerarão seu desejo de se enfeitarem como prova de que possuem mente débil e coração vaidoso. O vestuário simples e despretensioso será uma recomendação para minhas jovens irmãs. Diante de outros, não pode sua luz brilhar de maneira melhor do que pela simplicidade do vestuário e da conduta. Vocês podem mostrar a todos que, em comparação com as coisas eternas, têm dado o devido valor às coisas desta vida. T3 376.2

Agora é sua oportunidade áurea de formar caráter puro e santo para o Céu. Vocês não podem devotar estes momentos preciosos para enfeitar, ondular e embelezar o exterior negligenciando o adorno interior. “O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura de vestes, mas o homem encoberto no coração, no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.” 1 Pedro 3:3, 4. T3 376.3

Deus, que criou tudo que é formoso e lindo sobre que repousa o olhar, ama o que é belo. Ele lhes mostra como aprecia a genuína beleza. O ornamento “de um espírito manso e quieto que é precioso” à Sua vista. Não procuraremos diligentemente obter aquilo que o Céu considera mais valioso do que o vestuário dispendioso, pérolas ou ouro? O adorno interior, a virtude da mansidão e um espírito em harmonia com os anjos celestiais não diminuirão a verdadeira dignidade do caráter nem nos tornarão menos atraentes neste mundo. T3 376.4

“A religião pura e imaculada” (Tiago 1:27) enobrece o seu possuidor. Vocês sempre encontrarão no verdadeiro cristão acentuado contentamento, santa e alegre confiança em Deus, submissão a Suas providências, que refrigeram a alma. O amor e a bondade de Deus podem ser vistos pelo cristão em toda dádiva que ele recebe. As belezas na natureza são um assunto para meditação. Ao estudar as belezas naturais que nos circundam, a mente é conduzida através da natureza para o autor de tudo o que é belo. Todas as obras de Deus falam aos nossos sentidos, engrandecendo o Seu poder, exaltando Sua sabedoria. Tudo que foi criado contém atrativos que interessam ao filho de Deus e aprimoram-lhe o gosto para considerar essas preciosas evidências do amor de Deus acima da obra de feitura humana. T3 377.1

O profeta, em palavras de ardente fervor, magnifica a Deus em Suas obras criadas: “Quando vejo os Teus céus, obra dos Teus dedos, a Lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?” “Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o Teu nome sobre toda a Terra! Eu Te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as Tuas maravilhas.” Salmos 8:3, 4, 9; 9:1. T3 377.2

É a ausência de religião que torna sombrio o caminho de tantos que professam religião. Há muitos que podem passar como cristãos mas que são indignos do nome. Não possuem caráter cristão. Quando seu cristianismo é posto à prova, sua falsidade é demasiado evidente. Verdadeira religião é vista na conduta diária. A vida do cristão é caracterizada por atividade sincera e desprendida para fazer o bem a outros e para glorificar a Deus. Seu caminho não é escuro e sombrio. Um escritor inspirado disse: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem conhecem aquilo em que tropeçam.” Provérbios 4:18, 19. T3 377.3

E viverão os jovens vida vã e insensata, de modas e frivolidade, atrofiando seu intelecto com o assunto de vestuário e consumindo seu tempo em prazer sensual? Quando estão inteiramente despreparados, Deus pode dizer-lhes: “Esta noite findará sua loucura.” Ele pode permitir que enfermidade fatal venha sobre aqueles que não produziram fruto para Sua glória. Ao confrontarem as realidades da eternidade, podem começar a reconhecer o valor do tempo e da vida que perderam. Poderão então ter uma idéia do valor da salvação. Vêem que sua vida não glorificou a Deus iluminando o trilho de outros para o Céu. Viveram para glorificar a si mesmos. E, quando atormentados com dores e com angústia de coração, não podem ter concepção clara das coisas eternas. Podem recapitular sua vida passada, e no seu remorso exclamar: “Nada fiz por Jesus, que tudo fez por mim. Minha vida foi um fracasso terrível.” T3 377.4

Ao orarem, queridos jovens, para que não sejam induzidos à tentação, lembrem-se de que sua parte não se limita a orar. Cumpre-lhes então responder a própria oração tanto quanto possível, resistindo à tentação e deixando que Jesus faça por vocês o que não lhes é possível fazer por si mesmos. Vocês devem ser extremamente cuidadosos em suas palavras e comportamento, para que não convidem o inimigo a tentá-los. Muitos de nossos jovens, devido à sua descuidosa desconsideração para com as advertências e reprovações que lhes são feitas, abrem completamente a porta a Satanás. Tendo a Palavra de Deus como nosso guia e Jesus como nosso Mestre divino, não precisamos ignorar-Lhe as reivindicações nem os ardis do inimigo e ser vencidos por suas tentações. Não será desagradável a tarefa de obedecer à vontade de Deus, quando nos entregamos inteiramente à orientação de Seu Espírito. T3 378.1

Agora é o tempo de trabalhar. Se somos filhos de Deus, enquanto vivermos no mundo, Ele nos dará nosso trabalho. Jamais podemos dizer que nada temos para fazer enquanto restar uma tarefa inacabada. Gostaria que todos os jovens vissem, como eu tenho visto, o trabalho que podem fazer e que Deus os considerará responsáveis ao negligenciar. A maior obra já realizada no mundo foi feita por Aquele que foi um “homem de dores, experimentado nos trabalhos”. Isaías 53:3. Uma pessoa frívola jamais realizará bem algum. T3 378.2

A fraqueza espiritual de muitos rapazes e moças nesta época é deplorável porque podiam ser poderosos agentes do bem se fossem consagrados a Deus. Lamento grandemente a falta de estabilidade dos jovens. Isto devíamos todos deplorar. Parece haver uma falta de poder para agir corretamente, uma falta de esforço sério para obedecer aos chamados do dever em vez dos da inclinação. Parece haver em alguns pouca força para resistir à tentação. A razão por que são anões na vida espiritual é porque não se tornam espiritualmente fortes através do exercício. Estão parados quando devem avançar. Cada passo na vida da fé e do dever é um passo para o Céu. Desejo muito ouvir de uma reforma em muitos aspectos tal como os jovens nunca realizaram até aqui. Todo incentivo que Satanás pode inventar lhes é oferecido para fazê-los indiferentes e descuidados quanto às coisas eternas. Sugiro que esforços especiais sejam feitos pelos jovens para se ajudarem uns aos outros a viver de modo fiel a seus votos batismais e que se comprometam solenemente diante de Deus a retirar suas afeições do vestuário e da ostentação. T3 379.1

Lembraria aos jovens que se enfeitam e usam plumas nos chapéus que, por causa de seus pecados, a cabeça do Salvador foi coroada com vergonhosa coroa de espinhos. Quando vocês empregam seu precioso tempo em adornar os trajes, lembrem-se de que o Rei da glória usou um manto simples sem costura. Vocês que se cansam procurando enfeitar-se, por favor tenham presente que Jesus muitas vezes Se cansou em incessante trabalho, em abnegação e sacrifício para abençoar os sofredores e os necessitados. Ele passava noites inteiras em oração nas solitárias montanhas, não por causa de Suas fraquezas e Suas necessidades, mas porque via e sentia as fraquezas da natureza de vocês para resistir às tentações do inimigo exatamente naqueles pontos em que são agora vencidos. Ele sabia que vocês seriam indiferentes quanto ao perigo e não sentiriam necessidade de oração. Foi por nossa causa que Ele derramou Suas orações ao Pai com forte clamor e lágrimas. Foi para salvar-nos do próprio orgulho e amor da vaidade e dos prazeres em que estamos agora envolvidos e que excluem o amor de Jesus que aquelas lágrimas foram derramadas e o semblante do Salvador Se alterou com tristeza e angústia, mais que o de qualquer dos filhos dos homens. T3 379.2

Vocês, jovens amigos, levantar-se-ão e desprender-se-ão desta indiferença e estupor assustadores que os harmonizam com o mundo? Ouvirão a voz de advertência que lhes diz que a destruição jaz no caminho daqueles que estão à vontade nesta hora de perigo? A paciência de Deus não esperará para sempre por vocês, pobres seres frívolos. Aquele que tem em Suas mãos nosso destino não Se deixará zombar para sempre. Jesus declara que há um pecado maior do que o que causou a destruição de Sodoma e Gomorra. É o pecado daqueles que têm a grande luz da verdade nestes dias e que não são levados ao arrependimento. É o pecado de rejeitar a luz da mensagem mais solene de misericórdia ao mundo. É o pecado daqueles que vêem a Jesus no deserto da tentação, curvado como se estives-se em agonia mortal por causa dos pecados do mundo, e que assim mesmo não são levados a um arrependimento cabal. Ele jejuou quase seis semanas para vencer, em favor dos homens, a condescendência com o apetite, a vaidade e o desejo de ostentação e honra mundana. Ele lhes mostrou como podem vencer para o próprio benefício como Ele venceu; mas não é agradável à sua natureza suportar conflito e injúria, escárnio e vergonha por amor dEle. Não é agradável negar o eu e estar sempre procurando fazer o bem a outros. Não é agradável vencer como Cristo venceu, assim eles se voltam do exemplo que lhes é claramente dado para copiar e recusam imitar o exemplo que o Salvador lhes deixou ao vir das cortes celestes. T3 380.1

“Menos rigor haverá para Sodoma e Gomorra, no dia do juízo, do que para” (Mateus 10:15) aqueles que têm tido os privilégios e a grande luz que brilha em nossos dias, mas que negligenciaram seguir a luz e dar o coração inteiramente a Deus. T3 380.2