Testemunhos para a Igreja 3

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Uma lição para nosso tempo

No caso de Coré, Datã e Abirão temos uma lição de advertência para que não sigamos seu exemplo: “E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram e pereceram pelas serpentes. E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor. Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.” 1 Coríntios 10:9-11. T3 353.1

Temos evidência na Palavra de Deus de que Seu povo está sujeito a ser grandemente enganado. Há muitos casos onde aquilo que parece ser zelo sincero pela honra de Deus tem sua origem em deixar o coração desprevenido para o inimigo tentar e impressionar a mente com um senso pervertido do estado real das coisas. E podemos esperar exatamente essas coisas nestes últimos dias, pois Satanás está tão ocupado agora como estava na congregação de Israel. A crueldade e a força do preconceito não são compreendidas. Depois da congregação ter tido a evidência diante de seus olhos da destruição de seus líderes em rebelião, o poder da suspeita e desconfiança que tinha sido admitido em sua mente não foi removido. Viram a terra abrir-se e os líderes da rebelião descer ao seio da terra. Essa demonstração terrível certamente devia tê-los curado e os levado ao mais profundo arrependimento por sua ofensa a Moisés. T3 353.2

Aqui Deus deu a todo Israel a oportunidade de ver e sentir a pecaminosidade de sua conduta, a qual os devia ter levado ao arrependimento e confissão. Ele deu aos que foram enganados uma evidência esmagadora de que eram pecadores e de que Seu servo Moisés tinha razão. Tiveram a oportunidade de passar uma noite em reflexão sobre o terrível castigo do Céu que tinham testemunhado. Mas a razão foi pervertida. Coré tinha instigado a rebelião, e duzentos e cinqüenta príncipes se tinham ajuntado a ele para espalhar o descontentamento. Toda a congregação foi, em grau maior ou menor, afetada por ciúme, suspeita e ódio contra Moisés que ainda prevaleciam, os quais tinham trazido o desfavor de Deus de modo terrivelmente marcante. Contudo, nosso Deus cheio de graça Se mostra como um Deus de justiça e misericórdia. Ele fez distinção entre os instigadores, os líderes na rebelião, e aqueles que tinham sido enganados ou levados por eles. Ele condoeu-Se da ignorância e loucura daqueles que tinham sido enganados. T3 353.3

Deus falou a Moisés que mandasse a congregação abandonar as tendas dos homens a quem tinham escolhido no lugar de Moisés. Os próprios homens cuja destruição eles tinham premeditado foram os instrumentos nas mãos de Deus para salvar-lhes a vida naquela ocasião. Disse Moisés: “Levantai-vos do redor da habitação de Coré.” Números 16:24. Eles também estavam em perigo alarmante de serem destruídos em seus pecados pela ira de Deus, pois eram participantes nos crimes dos homens a quem tinham dado sua simpatia e com quem se tinham associado. T3 354.1

Se, enquanto Moisés estava expondo a prova perante a congregação de Israel, aqueles que iniciaram a rebelião tivessem se arrependido e buscado o perdão de Deus e de Seu servo injuriado, então a vingança de Deus teria sido suspensa. Mas lá em suas tendas estavam ousadamente Coré, o instigador da rebelião, e seus simpatizantes, como que em desafio à ira Deus, como se Deus nunca tivesse agido através de Seu servo Moisés. Além de tudo, esses rebeldes agiam como se não tivessem sido recentemente honrados por Deus por terem sido levados com Moisés quase que diretamente à Sua presença, contemplando Sua glória insuperável. Esses homens viram Moisés descer da montanha depois de ter recebido as segundas tábuas de pedra e enquanto sua face estava tão resplendente com a glória de Deus que o povo não podia se aproximar dele, mas fugiam dele. Ele os chamou, mas pareciam aterrorizados. Ele apresentou as tábuas de pedra e disse: Supliquei a seu favor e desviei a ira de Deus de vocês. Insisti que, se Deus precisasse abandonar e destruir Sua congregação, que meu nome fosse também apagado de Seu livro. Eis que Ele me respondeu, e estas tábuas de pedra que seguro em minhas mãos são o penhor que me foi dado de Sua reconciliação com Seu povo. T3 354.2

O povo percebe que é a voz de Moisés; que embora transformado e glorificado, ele ainda é Moisés. Dizem-lhe que não podem fitar seu rosto, porque a luz radiante em seu semblante lhes é demasiado dolorosa. Seu rosto é como o sol; não podem fitá-lo. Quando Moisés descobre a dificuldade, ele cobre o rosto com um véu. Ele não argumenta que a luz e a glória sobre seu rosto são o reflexo da glória de Deus posta sobre ele, e que o povo deve suportá-la; mas cobre sua glória. A pecaminosidade do povo torna doloroso contemplar-lhe a face glorificada. Assim será quando os santos de Deus forem glorificados justamente antes da segunda vinda de nosso Senhor. Os ímpios vão se retirar e esconder-se do espetáculo, porque a glória dos semblantes dos santos lhes será penosa. Mas toda essa glória sobre Moisés, toda a aparência divina vista sobre o servo humilde de Deus, é esquecida. T3 354.3