História da Redenção

196/232

Oposição

A proclamação de um tempo definido para a vinda de Cristo despertou grande oposição de muitos, dentre todas as classes, desde o pastor, no púlpito, até ao mais ousado pecador. “Daquele dia e hora ninguém sabe!” era ouvido tanto de pastores hipócritas como de ousados zombadores. Fechavam os ouvidos à clara e harmoniosa explanação do texto, por aqueles que chamavam a atenção para o fim dos períodos proféticos e para os sinais que o próprio Cristo predisse como evidências de Seu advento. HR 360.1

Muitos que professavam amar ao Salvador, declaravam que não se opunham à doutrina do segundo advento; faziam objeções unicamente, ao tempo definido. Mas os olhos de Deus, que tudo vêem, leram o seu coração. Não desejavam ouvir acerca da vinda de Cristo para julgar o mundo com justiça. Haviam sido servos infiéis; suas obras não resistiriam à inspeção do Deus que sonda os corações, e receavam encontrar-se com o Senhor. Tais como os judeus ao tempo do primeiro advento de Cristo, não estavam preparados para recebê-Lo. Satanás e seus anjos exultavam e lançavam a afronta ao rosto de Cristo e dos santos anjos, por ter Seu povo professo tão pouco amor por Ele que não desejavam o Seu aparecimento. HR 360.2

Atalaias infiéis embaraçaram o progresso da obra de Deus. À medida em que o povo se levantava e começava a indagar sobre o caminho da salvação, estes líderes se interpunham entre eles e a verdade, procurando acalmar seus temores, por falsas interpretações da Palavra de Deus. Estavam unidos nesse trabalho, Satanás e pastores não consagrados, clamando paz, paz, quando Deus não havia falado de paz. Tais quais os fariseus no tempo de Cristo, muitos se recusaram a entrar no reino de Deus e impediram os que estavam entrando. O sangue dessas almas ser-lhes-á requerido. HR 361.1

Por onde quer que a mensagem da verdade fosse proclamada, os mais humildes e devotos nas igrejas eram os primeiros a recebê-la. Os que estudavam por si mesmos a Bíblia, podiam ver o caráter não escriturístico das opiniões populares com respeito às profecias, e onde quer que o povo não fosse enganado pelos esforços do clero em confundir e perverter a fé; onde quer que por si mesmos investigassem a Palavra de Deus, a doutrina do advento precisava apenas ser comparada com as Escrituras para estabelecer-lhe a autoridade divina. HR 361.2

Muitos eram perseguidos por seus irmãos descrentes. Alguns, a fim de conservar sua posição na igreja, concordaram em silenciar a respeito de sua esperança; outros, porém, sentiam que a lealdade para com Deus não lhes permitia ocultar desta maneira as verdades que Ele lhes confiara. Não poucos foram separados da comunhão da igreja, unicamente pelo motivo de exprimirem sua crença na vinda de Cristo. Mui preciosas se tornaram, aos que suportavam esta prova de sua fé, as palavras do profeta: “Vossos irmãos, que vos aborrecem e que para longe vos lançam por causa do vosso amor ao Meu nome, e que dizem: Mostre o Senhor a Sua glória para que vejamos a vossa alegria, esses serão confundidos.” Isaías 66:5. HR 361.3

Anjos de Deus observavam, com o mais profundo interesse, o resultado da advertência. Quando as igrejas como um corpo rejeitaram a mensagem, anjos se afastaram delas com tristeza. Muitos havia, porém, nas igrejas que não tinham ainda sido provados quanto à verdade do advento. Muitas pessoas eram transviadas por maridos, esposas, pais ou filhos, e fazia-se-lhes crer que era pecado até mesmo ouvir as heresias pregadas pelos adventistas. Os anjos receberam ordem de velar fielmente por aquelas almas, pois outra luz, procedente do trono de Deus, deveria ainda resplandecer sobre elas. HR 362.1