História da Redenção

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Grande reavivamento religioso

Por toda parte se ouvia o penetrante testemunho, advertindo os pecadores, tanto mundanos como membros da igreja, a fugirem da ira vindoura. Quais João Batista, o precursor de Cristo, os pregadores punham o machado à raiz da árvore, e com todos insistiam em que produzissem frutos dignos de arrependimento. Seus fervorosos apelos achavam-se em evidente contraste com as afirmações de paz e segurança que se ouviam dos púlpitos populares; e, onde quer que a mensagem fosse apresentada, comovia o povo. HR 358.2

O simples e direto testemunho das Escrituras, levado ao íntimo pelo poder do Espírito Santo, comunicava-lhes um peso de convicção a que poucos eram capazes de resistir inteiramente. Os que professavam a religião eram despertados de sua falsa segurança. Viam sua apostasia, mundanidade e incredulidade, seu orgulho e egoísmo. Muitos buscavam o Senhor com arrependimento e humilhação. As afeições tão longamente dedicadas às coisas terrenas, estavam agora fixadas no Céu. O Espírito de Deus repousava sobre eles, e, com coração abrandado e subjugado, uniam-se para fazer soar o clamor: “Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo.” Apocalipse 14:7. HR 358.3

Pecadores, em lágrimas perguntavam: “Que devo fazer para me salvar?” Aqueles, cuja vida tinha sido assinalada pela desonestidade, estavam ansiosos por fazer a devida restituição. Todos os que encontravam paz em Cristo anelavam ver outros participarem dessa bênção. O coração dos pais se convertia aos filhos, e o dos filhos aos pais. As barreiras do orgulho e reserva foram varridas. Fizeram-se confissões sinceras, e os membros da família trabalhavam pela salvação dos mais queridos e dos que mais perto se achavam. HR 359.1

Freqüentemente se ouvia a voz de fervorosa intercessão. Por toda parte havia almas em profunda angústia, lutando com Deus. Muitos passavam em oração a noite toda para obter a certeza de que seus pecados estavam perdoados, ou pela conversão dos parentes e vizinhos. A fervorosa e determinada fé alcançava seus objetivos. Tivesse o povo de Deus continuado a ser tão importuno na oração, e apresentado suas petições ao trono da graça, teriam entrado na posse de uma experiência mais rica do que têm agora. Há muito pouca oração, muito pouca real convicção do pecado; e a falta de uma fé viva deixa muitos destituídos da graça tão ricamente provida por nosso gracioso Redentor. HR 359.2

Todas as classes afluíam às reuniões adventistas. Ricos e pobres, grandes e humildes, achavam-se, por vários motivos, ansiosos por ouvir, por si mesmos, a doutrina do segundo advento. O Senhor continha o espírito de oposição enquanto Seus servos explicavam as razões de sua fé. Algumas vezes o instrumento era fraco; mas, o Espírito de Deus dava poder a Sua verdade. Sentia-se a presença dos santos anjos nessas assembléias, e muitos eram diariamente acrescentados aos crentes. Ao serem repetidas as provas da próxima vinda de Cristo, vastas multidões escutavam silenciosas e extasiadas, as solenes palavras. O Céu e a Terra pareciam aproximar-se um do outro. O poder de Deus se fazia sentir em velhos e jovens, e nos de meia-idade. Os homens procuravam seus lares com louvores nos lábios, ressoando o som festivo no ar silencioso da noite. Pessoa alguma que haja assistido àquelas reuniões jamais poderá esquecer-se dessas cenas do mais profundo interesse. HR 359.3