História da Redenção

169/232

Evidência da experiência de Cornélio

A questão então trazida à consideração do concílio parecia apresentar dificuldades insuperáveis, observada sob qualquer luz. Mas o Espírito Santo já havia, em realidade, solucionado esta questão, de cuja decisão parecia depender a prosperidade, senão a existência mesmo da igreja cristã. Graça, sabedoria e santo juízo foram dados aos apóstolos para decidirem o controvertido problema. HR 306.2

Pedro arrazoou que o Espírito Santo havia decidido o assunto em discussão ao descer com igual poder sobre os gentios incircuncisos e sobre os circuncisos judeus. Rememorou sua visão, na qual Deus lhe apresentara um lençol cheio de toda a espécie de quadrúpedes, e lhe ordenara matar e comer; tendo recusado, com a afirmação de que jamais comera coisa comum ou imunda, disse Deus: “Ao que Deus purificou não consideres comum.” HR 306.3

Disse Pedro: “Ora, Deus que conhece os corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós nos concedera. E não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles, purificando-lhes pela fé os corações. Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem nós?” HR 307.1

Este jugo não era a lei dos Dez Mandamentos, como asseveram alguns que se opõem aos reclamos da lei; mas Pedro referia-se à lei, das cerimônias, tornada nula e vã pela crucifixão de Jesus. Esta preleção de Pedro levou a assembléia ao ponto de poderem ouvir com paciência a Paulo e a Barnabé, que relataram sua experiência na obra entre os gentios. HR 307.2