História da Redenção

144/232

Capítulo 36 — A morte de Estêvão

Este capítulo é baseado em Atos dos Apóstolos 6:8-7:60.

Estêvão era muito ativo na causa de Deus e declarava sua fé corajosamente. “Levantaram-se, porém, alguns dos que eram da sinagoga, chamada dos Libertos, dos Cireneus, dos Alexandrinos, e dos da Cilícia e Ásia, e discutiam com Estêvão; e não podiam sobrepor-se à sabedoria e ao Espírito com que ele falava.” Estes estudiosos dos grandes rabis estavam confiantes que numa discussão pública poderiam obter uma completa vitória sobre Estêvão, por causa de sua suposta ignorância. Ele porém, não somente falava com o poder do Espírito Santo, mas ficava claro a toda a vasta assembléia que era também um estudioso das profecias e versado em todos os assuntos da lei. Defendia habilmente as verdades que advogava, e confundia inteiramente seus oponentes. HR 262.1

Os sacerdotes e príncipes que testemunharam a maravilhosa demonstração de poder que acompanhava a ministração de Estêvão encheram-se de ódio atroz. Em vez de se renderem ao peso das evidências que apresentava, determinaram silenciar sua voz, matando-o. HR 262.2

Portanto pegaram Estêvão e levaram-no perante o concílio do Sinédrio para ser julgado. HR 262.3

Judeus eruditos das regiões circunvizinhas foram convocados para o propósito de refutar os argumentos do acusado. Saulo, que se havia distinguido como um zeloso oponente da doutrina de Cristo, e um perseguidor de todos os que nEle criam, também estava presente. Este homem letrado tomou parte importante contra Estêvão. Trouxe o peso da eloqüência e a lógica dos rabis a atuarem no caso, e convenceu o povo de que Estêvão estava pregando doutrinas enganadoras e perigosas. HR 262.4

Mas Saulo encontrou em Estêvão alguém tão altamente educado como ele mesmo, e alguém que tinha plena compreensão do propósito de Deus em propagar o evangelho às outras nações. Ele cria no Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e estava vigorosamente firmado em relação aos privilégios dos judeus; mas sua fé era ampla, e ele sabia que viera o tempo em que os verdadeiros crentes deviam adorar não apenas em templos feitos por mãos, mas, através do mundo, homens poderiam adorar a Deus em Espírito e em verdade. O véu foi tirado dos olhos de Estêvão, e ele discerniu o fim daquilo que foi abolido pela morte de Cristo. HR 263.1

Os sacerdotes e príncipes em nada prevaleceram contra sua clara e calma sabedoria, embora fossem veementes em sua oposição. Determinaram fazer de Estêvão um exemplo e, enquanto assim satisfaziam seu ódio vingativo, impediriam outros, pelo medo, de adotarem sua crença. Acusações foram proferidas contra ele, da maneira mais enganosa. Falsas testemunhas foram assalariadas para testificar que o ouviram proferir palavras blasfemas contra o templo e a lei. Disseram: “Porque o temos ouvido dizer que esse Jesus, o Nazareno, destruirá este lugar e mudará os costumes que Moisés nos deu.” HR 263.2

Quando Estêvão se colocou face a face com seus juízes, para responder à acusação de blasfêmia, um santo fulgor resplandeceu em seu rosto. “Todos os que estavam assentados no Sinédrio, fitando os olhos em Estêvão, viram o seu rosto como se fosse rosto de anjo.” Muitos dos que contemplavam o iluminado rosto de Estêvão tremeram e velaram a face, mas a pertinaz incredulidade e preconceito não se abalaram. HR 263.3