Conselhos Aos Pais, Professores E Estudantes

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Tornar Atraente o Lar

Ao mesmo tempo em que muitos pais erram no lado da condescendência, outros vão ao extremo oposto, governando os filhos com vara de ferro. Parecem esquecer-se de que eles mesmos já foram crianças. São cheios de si, frios e sem simpatia. A jovialidade e caprichos infantis e a incansável atividade da vida juvenil não têm desculpas aos seus olhos. Faltas triviais são tratadas como se fossem graves pecados. Tal disciplina não é segundo a maneira de Cristo. As crianças assim ensinadas temem os pais, mas não os amam; não lhes confiam suas experiências infantis. Algumas das mais valiosas qualidades de espírito e coração morrem enregeladas, como tenra planta diante da rajada hibernal. CP 113.2

Conquanto não devamos condescender com uma cega afeição, tampouco devemos manifestar indevida severidade. As crianças não podem ser levadas ao Senhor à força. Podem ser guiadas, mas não compelidas. “As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz, e Eu conheço-as, e elas Me seguem” (Jo 10:27). Ele não diz: “Minhas ovelhas ouvem a Minha voz, e são compelidas a andar no caminho da obediência.” Nunca devem os pais ocasionar a seus filhos mágoa pela aspereza ou exigências sem razão. A aspereza compele-os para a rede de Satanás. CP 114.1

Administrai as regras do lar com sabedoria e amor, e não com vara de ferro. As crianças corresponderão com uma obediência voluntária, à regra de amor. Elogiai vossos filhos sempre que possível. Tornai sua vida tão feliz quanto possível. Provede-lhes diversões inocentes. Tornai a casa uma Betel, lugar santo, consagrado. Conservai macio o terreno do coração, por meio de manifestação de amor e afeto, preparando-o assim para a semente da verdade. Lembrai-vos de que o Senhor dá à terra não somente nuvens e chuva, mas a linda e risonha luz solar, fazendo com que a semente germine e apareçam as flores. Lembrai-vos de que as crianças necessitam não somente de repreensão e correção, mas também de animação e elogio, a grata satisfação das boas palavras. CP 114.2

O lar deve ser para as crianças o mais atrativo lugar do mundo, e sua maior atração deve ser a presença da mãe. As crianças têm natureza sensível e amorosa. Facilmente se consegue agradá-las, e facilmente também se sentem infelizes. Mediante uma disciplina branda, com palavras e atos amáveis, as mães podem unir os filhos ao seu coração. CP 114.3

Acima de tudo, devem os pais cercar os filhos de uma atmosfera de alegria, cortesia e amor. O lar em que habita o amor, e onde encontra expressão nos olhares, nas palavras e atos, é um lugar em que os anjos se deleitam em demorar-se. Pais, que a luz do amor, da jovialidade, e de um feliz contentamento entre em vosso próprio coração, e sua doce influência invada o lar. Manifestai espírito bondoso e paciente; animai vossos filhos, cultivando todas as graças que iluminarão a vida doméstica. A atmosfera assim criada será para as crianças o que o ar e a luz do Sol são para o mundo vegetal, promovendo a saúde e o vigor do espírito e do corpo. CP 115.1

Em vez de mandar que os filhos se afastem dela, a fim de não ser molestada pelo barulho que fazem, ou perturbada por suas pequeninas necessidades, imagine a mãe algum divertimento ou trabalho leve, para entreter a mente e suas ativas mãozinhas. Penetrando em seus sentimentos, dirigindo-lhes os brinquedos e as ocupações, a mãe conquistará a confiança dos filhos; assim poderá ela mais eficazmente corrigir os maus hábitos, ou impedir a manifestação do egoísmo ou paixão. Uma palavra de aviso ou reprovação proferida no devido tempo será de grande valor. Mediante paciente e vigilante amor, ela poderá dar à mente das crianças a verdadeira direção, nelas cultivando belos e atrativos traços de caráter. CP 115.2