Conselhos Aos Pais, Professores E Estudantes

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A Disciplina do Lar

Às crianças deve se ensinar que suas faculdades lhes foram dadas para honra e glória de Deus. Para tal fim devem aprender a lição da obediência; pois unicamente por meio de vida de obediência voluntária podem elas prestar a Deus o serviço que Ele requer. Antes que a criança tenha idade suficiente para raciocinar, pode ser ensinada a obedecer. Mediante esforço moderado e persistente, deve estabelecer-se este hábito. Assim, em grande parte, podem ser evitados aqueles conflitos posteriores entre a vontade e a autoridade, os quais tanto contribuem para suscitar na mente dos jovens desapego e amargura para com os pais e professores, e tantas vezes resistência a toda a autoridade humana e divina. CP 110.4

Mostre-se às crianças que a verdadeira reverência se revela pela obediência. Deus nada ordenou que não seja essencial, e não há outro modo tão agradável a Ele para se manifestar reverência como a obediência àquilo que Ele falou. CP 111.1

A mãe é a rainha do lar, e os filhos são os seus súditos. Deve governar a casa sabiamente, na dignidade de sua maternidade. Sua influência no lar deve ser excelsa; sua palavra, lei. Se é cristã, sob o governo de Deus se imporá ao respeito dos filhos. Dizei a vossos filhos exatamente o que exigis deles. Então compreendam eles que vossa palavra deve ser obedecida. Assim estais a ensiná-los a respeitar os mandamentos de Deus, que positivamente declaram: farás isto ou não farás. CP 111.2

Poucos pais começam devidamente cedo a ensinar seus filhos a obedecer. Consente-se usualmente que a criança tome aos pais a dianteira aos dois ou três anos, deixando aqueles de discipliná-la por julgarem que seja muito nova para aprender a obedecer. Mas em todo esse tempo o eu está se tornando forte no pequeno ser, e cada dia torna mais difícil a tarefa do pai, de conseguir o domínio. Em mui tenra idade as crianças podem compreender o que lhes é dito clara e simplesmente, e mediante uma direção bondosa e cuidadosa podem ser ensinadas a obedecer. Nunca se lhes deve permitir mostrar desrespeito para com os pais. Nunca se deve permitir que a obstinação passe sem ser reprimida. O futuro bem-estar da criança requer disciplina bondosa e amável, mas firme. CP 111.3

Há uma cega afeição que dá às crianças o privilégio de fazerem como lhes apraz. Consentir, porém, que a criança siga seus impulsos naturais corresponde a consentir que ela se corrompa e se torne hábil no mal. Os pais prudentes não dirão a seus filhos: “Sigam o que quiserem; vão aonde quiserem; façam o que quiserem”; antes dirão: “Ouvi a instrução do Senhor.” Devem-se fazer regras e regulamentos sábios, e pôr em execução, a fim de que a beleza da vida doméstica não se perverta. CP 112.1

É impossível descrever os males que resultam de deixar a criança entregue à sua própria vontade. Alguns que se extraviam porque são negligenciados na infância, mais tarde, incutindo-se-lhes lições práticas, voltarão a si; mas muitos se perdem para sempre porque na infância e juventude receberam apenas uma cultura parcial, unilateral. A criança que é assim prejudicada tem um pesado fardo a levar por toda a vida. Nas provações, nos desapontamentos, nas tentações, ela seguirá sua vontade indisciplinada e mal dirigida. As crianças que nunca aprenderam a obedecer, terão caráter fraco e impulsivo. Procuram governar, mas não aprenderam a sujeitar-se. Não têm força moral para restringir seu temperamento extravagante, corrigir seus maus hábitos ou subjugar a vontade insubmissa. Os desvarios da meninice não adestrada, não disciplinada, tornam-se herança da idade madura. O intelecto pervertido mal pode discernir entre o verdadeiro e o falso. CP 112.2

Os pais que em verdade amam a Jesus testificarão disto amando os filhos com amor não condescendente, mas que opere sabiamente para o seu maior bem. Empregarão na obra de salvar os filhos toda a santificada energia e habilidade. Em vez de os tratar como objetos de brinquedo, considerarão a eles como aquisição de Cristo, e lhes ensinarão que devem tornar-se filhos de Deus. Em vez de consentir que condescendam com um mau temperamento e desejos egoístas, lhes ensinarão lições de restrição própria. As crianças serão mais felizes, muito mais felizes, sob a devida disciplina do que se as deixarmos fazer o que seus impulsos não educados sugerem. As mais verdadeiras graças de uma criança consistem na modéstia e obediência, ou seja, em ter ela ouvidos atentos para escutar as palavras de guia, pés e mãos dispostos a andar e trabalhar no caminho do dever. CP 113.1