Conselhos Aos Pais, Professores E Estudantes

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O Trabalho Industrial

Estabelecendo nossas escolas fora das cidades, daremos aos estudantes oportunidade de adestrar os músculos para o trabalho bem como o cérebro para pensar. Aos estudantes deve ensinar-se a plantar, a fazer a colheita, a construir, a se tornarem obreiros missionários aceitáveis nos ramos práticos. Pelo seu conhecimento de indústrias úteis, estarão eles muitas vezes habilitados a quebrar preconceitos; muitas vezes poderão fazer-se tão úteis que a verdade se recomendará pelo conhecimento que possuem. CP 309.2

Em nossa escola na Austrália educamos os jovens nestes ramos, mostrando-lhes que a fim de possuir uma educação completa tinham de dividir seu tempo entre a aquisição de conhecimento pelos livros e a aquisição de um conhecimento do trabalho prático. Parte de cada dia era empregada no trabalho manual. Assim aprendiam os estudantes a limpar o terreno, cultivar o solo, construir casas; e estes ramos de trabalho eram em grande parte efetuados no tempo que de outra maneira teria sido gasto em partidas de jogos e na procura de divertimentos. O Senhor abençoou os estudantes que dedicaram suas horas à aprendizagem de lições de utilidade. Aos diretores e professores daquela escola fui instruída a dizer: CP 310.1

“Várias indústrias devem ser instaladas em nossas escolas. A instrução industrial dada deve incluir contabilidade, carpintaria e tudo que se inclui na lavoura. Devem-se fazer preparativos para o ensino de ferraria, pintura, sapataria, e para a arte culinária, padaria, lavanderia, consertos, datilografia e artes gráficas. Todas as faculdades que temos devem ser trazidas para esta obra de adestramento, a fim de que os estudantes possam sair bem aparelhados para os deveres da vida prática. CP 310.2

“Aos estudantes deve-se proporcionar educação prática sobre agricultura. Isso será de inestimável valor a muitos em seu trabalho futuro. O conhecimento a ser obtido quanto a derrubar árvores e cultivar o solo, bem como nos ramos literários, é a educação que nossa juventude deve procurar obter. A agricultura trará recursos para sua própria manutenção. Outros ramos de trabalho adaptados a diversos estudantes, podem também ser levados a efeito. Mas o cultivo da terra trará uma bênção especial aos trabalhadores. Devemos ensinar aos jovens de tal maneira que eles gostem de empenhar-se no cultivo do solo. CP 311.1

“Apresentem-se aos jovens meios pelos quais muitos possam enquanto freqüentam a escola, aprender a arte de carpinteiro. Sob a guia de trabalhadores experientes, carpinteiros que sejam aptos a ensinar, pacientes e bondosos, os jovens devem ser ensinados quanto a construir sólida e economicamente. Pequenas casas e outros edifícios essenciais aos vários ramos da obra escolar, devem ser construídos pelos próprios estudantes. Não devem ficar muito próximos uns dos outros ou dos edifícios escolares propriamente ditos. Na administração da obra escolar, devem ser formados pequenos grupos, aos quais se deve ensinar a ter um senso completo de sua responsabilidade. Nem tudo isso pode ser realizado de imediato, mas devemos começar a trabalhar com fé.” CP 311.2

Com um treinamento prático, estarão os estudantes preparados para ocupar posições úteis em muitos lugares. Se nas oportunidades providenciais de Deus se torna necessário construir uma casa de culto em alguma localidade, o Senhor Se agrada caso haja entre Seu povo aqueles a quem Ele deu sabedoria e habilidade para efetuar a necessária obra. CP 311.3

Que os estudantes empenhados na edificação executem cabalmente seu trabalho; e aprendam destes trabalhos lições que serão de auxílio na construção de seu caráter. A fim de terem caráter perfeito, devem fazer sua obra tão perfeita quanto possível. Em cada ramo de trabalho seja levada aquela estabilidade que significa verdadeira economia. Se em nossas escolas a terra fosse cultivada mais fielmente e os edifícios mais desinteressadamente cuidados pelos estudantes, desapareceria o amor dos esportes e divertimentos, que causa tanta perplexidade à nossa obra escolar. CP 312.1

Para as moças estudantes há muitas ocupações que devem ser providas a fim de que possam ter uma educação vasta e prática. Cumpre ensinar-lhes a fazer vestidos, e a arte da horticultura. Devem cultivar flores e plantar morangos. Assim, ao mesmo tempo em que são educadas no trabalho útil, terão saudável exercício ao ar livre. CP 312.2

Deve-se ensinar encadernação e vários outros ofícios que não somente proporcionarão exercício físico mas comunicarão valioso conhecimento. CP 312.3

Em todas as nossas escolas cumpre haver os que estejam aptos a ensinar a cozinhar. Devem manter-se classes para a instrução neste ramo. Os que estão recebendo preparo para o serviço sofrem grande perda quando não adquirem conhecimento de como preparar o alimento de maneira que seja ao mesmo tempo saudável e saboroso. CP 312.4

A arte de cozinhar não é assunto de pouca importância. A hábil preparação do alimento é uma das artes mais importantes. Deve ser considerada como estando entre as mais valiosas de todas as artes porque está tão intimamente ligada com a vida. Tanto a força física como a mental dependem em grande parte do alimento que comemos; portanto, aquele que prepara o alimento ocupa posição elevada e importante. CP 312.5

Tanto aos rapazes como às moças deve ser ensinado a cozinhar economicamente, e a dispensar, na alimentação, qualquer artigo cárneo. Não estimule absolutamente o preparo de pratos compostos de qualquer parcela de carne; pois isso é volver às trevas e à ignorância do Egito, e não à pureza da reforma de saúde. CP 313.1

Especialmente as mulheres devem aprender a cozinhar. Que parte da educação de uma menina é tão importante como esta? Sejam quais forem suas circunstâncias na vida, aí se encontra um conhecimento que lhe é possível pôr em uso prático. É um ramo da educação que tem uma influência muito direta sobre a saúde e a felicidade. Há religião prática em um pão de boa qualidade. CP 313.2

A cultura em todos os pontos da vida prática tornará nossos jovens úteis, quando houverem deixado a escola para ir a países estrangeiros. Não terão assim, de esperar que o povo para o qual vão, costure e cozinhe para eles, ou lhes construa habitações. E exercerão muito mais influência, caso se mostrem aptos a educar o ignorante na maneira de trabalhar segundo os mais vantajosos métodos, e de modo a produzir os melhores resultados. Menos fundos serão exigidos para a manutenção de missionários assim, pois têm empregado da maneira mais proveitosa as suas faculdades físicas em trabalho útil e prático aliado aos seus estudos. Isso será apreciado nos lugares em que os meios são difíceis. Eles revelarão que os missionários se podem tornar educadores no ensino do modo de trabalhar. E aonde quer que forem, tudo quanto houverem alcançado nesse sentido lhes proporcionará uma posição firme. CP 313.3