A Verdade sobre os Anjos

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Antes do nascimento de Cristo

Compreendeu-se no Céu que chegara o tempo para o advento de Cristo ao mundo, e os anjos deixaram a glória para testemunhar a Sua recepção por parte daqueles a quem viera abençoar e salvar. Haviam presenciado a Sua glória no Céu, e agora esperavam que Ele fosse recebido com honras e de acordo com Seu caráter e dignidade de Sua missão. Chegando à Terra, os anjos se aproximaram em primeiro lugar do povo que Deus havia separado dentre as nações do mundo como Seu peculiar tesouro. Não observaram qualquer interesse especial entre os judeus, nenhuma ansiosa espera por serem os primeiros a receber o Redentor e reconhecer Seu advento. — The Review and Herald, 17 de Dezembro de 1872. VA 158.2

Um anjo visita a Terra a fim de ver quais os que se acham preparados para receber a Jesus. Não pode, porém, distinguir sinal algum de expectação. Não ouve voz alguma de louvor e triunfo, anunciando que o tempo da vinda do Messias está às portas. O anjo paira por algum tempo sobre a cidade escolhida e o templo onde a presença divina tinha sido manifestada durante séculos; mas, mesmo ali, há idêntica indiferença. ... VA 158.3

Com espanto está o mensageiro celestial prestes a voltar para o Céu com a desonrosa notícia, quando descobre alguns pastores que, à noite, vigiam seus rebanhos e, mirando o céu bordado de estrelas, meditam na profecia do Messias a vir à Terra, anelando o advento do Redentor do mundo. Ali se encontra um grupo que está preparado para receber a mensagem celestial. E subitamente o anjo do Senhor aparece anunciando as boas novas de grande alegria. — O Grande Conflito, 314. VA 159.1

Os anjos passaram por alto as escolas dos profetas, e os palácios dos reis e apareceram a humildes pastores que à noite guardavam seus rebanhos nas colinas de Belém. Primeiro apareceu um anjo, vestido com a armadura celestial. Tão surpresos e aterrorizados se sentiram os pastores, que mal podiam espiar, com indescritível assombro, a glória do visitante que chegara do Céu. O anjo do Senhor pôs-se diante deles e lhes disse: “Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos servirá de sinal: achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.” Lucas 2:10-12. VA 159.2

Tão pronto seus olhos se haviam acostumado com a gloriosa presença do anjo, eis que toda a colina encheu-se de luz pela presença da maravilhosa glória de uma multidão de anjos que ocupavam as cercanias. O anjo acalmou os temores dos guardiões de ovelhas, abrindo seus olhos para que contemplassem a multidão de seres celestes, todos louvando a Deus e dizendo: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na Terra entre os homens, a quem Ele quer bem.” Lucas 2:14. — The Review and Herald, 9 de Dezembro de 1884. VA 159.3

Os pastores encheram-se de alegria e, assim que a radiante glória desapareceu e os anjos retornaram ao Céu, apressaram-se em compartilhar as alegres novas, partindo em busca do Salvador. Encontraram-nO, conforme testificara o mensageiro celestial, envolto em panos e deitado numa estreita manjedoura. — The Review and Herald, 17 de Dezembro de 1872. VA 160.1

Satanás observou as planícies de Belém iluminadas pela radiante glória de uma multidão de anjos celestes. Ouviu seus cânticos: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na Terra entre os homens.” Lucas 2:14. O príncipe das trevas percebeu os surpresos pastores encherem-se de temor enquanto contemplavam as colinas iluminadas. Eles tremeram diante das exibições de excelsa glória que parecia dominar seus sentidos. Até mesmo o líder rebelde tremeu diante da proclamação do anjo aos pastores: “Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” Lucas 2:10, 11. ... VA 160.2

Satanás sabia que o cântico dos mensageiros celestiais proclamando o advento do Salvador ao mundo decaído, e a alegria expressa diante desse grande evento, não significavam nada de bom para ele. Tenebrosos pressentimentos despertaram-se em sua mente, quanto à influência que teria este advento ao mundo sobre o seu reino. — The Review and Herald, 3 de Março de 1874. VA 160.3