Testemunhos Seletos 3

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Simplicidade cristã nas edificações

Deus quer que o espírito humilde e manso do Mestre, que é a Majestade do Céu e o Rei da glória, se manifeste constantemente em nossas instituições. A primeira vinda de Cristo não é estudada como deveria sê-lo. Ele veio para ser-nos o exemplo em tudo. Sua vida foi de abnegação estrita. Se Lhe seguirmos o exemplo, jamais gastaremos dinheiro sem necessidade. Não buscaremos o que agrade à vista. Tratemos de que a nossa aparência seja tal que a luz da verdade resplandeça por meio das nossas boas obras, e Deus seja glorificado pelo emprego dos melhores métodos de curar e aliviar os que sofrem. O que dá feição à nossa obra, não é o dinheiro gasto em grandes edifícios, mas a manutenção dos verdadeiros princípios religiosos, e o caráter nobre, à semelhança do de Cristo. TS3 81.2

Os erros cometidos no passado com a construção de edifícios, devem ser-nos advertências proveitosas para o futuro. Devemos observar em que outros fracassaram e, em vez de imitar-lhes os erros, tratar de fazer melhor. Em tudo quanto fazemos para o avanço da obra, devemos levar em conta a necessidade de economia. Não deve ser feito gasto algum inútil. O Senhor logo virá e os nossos gastos em edifícios devem harmonizar-se com a nossa fé. Nossos recursos devem ser empregados para prover quartos alegres, ambiente saudável e bom alimento. TS3 81.3

Nossos planos referentes à construção e mobília de nossas instituições devem subordinar-se a um conhecimento verdadeiro e prático sobre o que significa andar humildemente com Deus. Nunca deve ser considerado necessário dar aparência de riqueza. Nunca deve a aparência ser considerada o meio de alcançar êxito. Isso é um engano. O desejo de ostentar aparência que nem sempre convém à obra de que Deus nos incumbiu, aparência que só pode ser alcançada à custa de gastos excessivos, é um tirano sem misericórdia. Assemelha-se à gangrena que penetra nos órgãos vitais. TS3 81.4

Os homens de bom senso preferem o conforto à elegância e luxo. É erro pensar que, com a aparência serão atraídos mais pacientes e, conseqüentemente, mais recursos. Mesmo que esse procedimento nos aumentasse a clientela, não poderíamos consentir em que nossos sanatórios fossem mobiliados em conformidade com a concepção de luxo da época. A influência cristã é valiosa demais para ser sacrificada dessa maneira. Todas as imediações, dentro e fora de nossas instituições, têm de estar em harmonia com os ensinos de Cristo e com os princípios da nossa fé. Em todos os seus ramos, deve a nossa obra ser uma ilustração de critério santificado, e não de ostentação e extravagância. TS3 82.1

Não é o edifício grande e dispendioso; não é o mobiliário de luxo; não são as mesas servidas de manjares requintados, o que comunicará à nossa obra influência e êxito. É a fé que atua por amor e purifica a alma; é a atmosfera de graça que circunda o crente, é o Espírito Santo atuando na mente e no coração, que o torna um cheiro de vida para vida, e faz com que Deus abençoe a Sua obra. TS3 82.2

Deus pode hoje comunicar-Se com Seu povo, e conceder-lhe a sabedoria necessária para fazer a Sua vontade, da mesma forma como Se comunicou com o Seu povo de outrora, e lhe deu sabedoria para construir o tabernáculo. Na construção desse edifício deu Ele uma demonstração do Seu poder e majestade; e Seu nome deve ser honrado através dos edifícios que são construídos para Ele hoje em dia. A sobriedade, solidez e conveniência devem ser vistos em cada pormenor. TS3 82.3

Os que têm o encargo da construção de um sanatório devem representar a verdade trabalhando com o espírito e o amor de Deus. Assim como, ao construir a arca, Noé advertiu o mundo, pelo trabalho feito na construção das instituições do Senhor, pregar-se-ão sermões, e o coração de alguns se convencerá e converterá. Sintam, pois, nossos obreiros, a maior ansiedade pela constante ajuda de Cristo, para que nossas instituições não sejam estabelecidas em vão. TS3 82.4

Enquanto progride a obra de construção, lembrem que, assim como nos dias de Noé e Moisés, Deus determinou todos os pormenores da arca e do santuário, também na construção de Suas instituições modernas, Ele vigia o trabalho feito. Lembrem que o grande Arquiteto deseja dirigir a Sua obra por meio de Sua Palavra, Espírito e providência. Por isso devem tomar tempo para aconselharem-se com Deus. A voz da oração e a melodia dos hinos santos, devem elevar-se até Ele como o fumo do incenso suave. Todos devem compreender que dependem inteiramente de Deus. Devem lembrar que estão fundando uma instituição por cujo meio irá cumprir-se com êxito uma obra que terá conseqüências infinitas, e que ao realizarem assim o trabalho, devem ser coobreiros de Deus. “Olhando para Jesus” (Hebreus 12:2), deve ser o nosso lema. E esta é a promessa que nos é feita: “Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os Meus olhos.” Salmos 32:8. TS3 82.5