Parábolas de Jesus

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Tempo

Nosso tempo pertence a Deus. Cada momento é Seu, e estamos sob a mais solene obrigação de aproveitá-lo para Sua glória. De nenhum talento que nos concedeu requererá Ele mais estrita conta do que de nosso tempo. PJ 182.2

O valor do tempo supera toda computação. Cristo considerava precioso todo momento, e assim devemos considerá-lo. A vida é muito curta para ser esbanjada. Temos somente poucos dias de graça para nos prepararmos para a eternidade. Não temos tempo para dissipar, tempo para devotar aos prazeres egoístas, tempo para contemporizar com o pecado. Agora é que nos devemos formar o caráter para a futura vida imortal. Agora é que nos devemos preparar para o juízo investigativo. PJ 182.3

A família humana apenas começou a viver quando principia a morrer, e o trabalho incessante do mundo findará em nada se não se adquirir verdadeiro conhecimento em relação à vida eterna. O homem que aprecia o tempo como seu dia de trabalho, habilitar-se-á para a mansão e para a vida que é imortal. Foi-lhe bom ter nascido. PJ 182.4

Somos advertidos a remir o tempo. O tempo esbanjado nunca poderá ser recuperado, porém. Não podemos fazer voltar atrás nem sequer um momento. A única maneira de podermos remir nosso tempo consiste em utilizar o melhor possível o que nos resta, tornando-nos coobreiros de Deus em Seu grande plano de redenção. PJ 183.1

Dá-se no homem que faz isto uma transformação de caráter. Torna-se um filho de Deus, um membro da família real, um filho do celeste Rei. É qualificado para a companhia dos anjos. Agora é o tempo de trabalharmos para a salvação de nossos semelhantes. Há quem pense que tudo quanto dele se exige é dar dinheiro para a causa de Cristo; o tempo precioso em que poderia fazer serviço pessoal, para Ele passa inutilmente. Mas o privilégio e dever de todos os que têm saúde e força, é prestar serviço ativo para Deus. Todos têm que trabalhar na conquista de almas para Cristo. Donativos não podem substituir isto. PJ 183.2

Todo momento está carregado de conseqüências eternas. Devemos estar preparados para prestar serviço em qualquer momento. A oportunidade que agora temos de falar palavras de vida a alguma alma necessitada, pode nunca mais apresentar-se. Deus pode dizer a alguém: “Esta noite te pedirão a tua alma” (Lucas 12:20), e por nossa negligência a mesma pode não estar preparada. No grande dia do juízo, como prestaremos contas a Deus? PJ 183.3

A vida é muito solene para ser absorvida em negócios terrenos e temporais, em um remoinho de cuidados e ansiedades pelas coisas terrenas que são apenas um átomo em comparação com as de interesse eterno. Contudo, Deus nos chamou para servi-Lo nos afazeres temporais da vida. Diligência nesta obra é tanto parte da religião verdadeira como a devoção. A Bíblia não apóia a ociosidade, que é a maior maldição de nosso mundo. Todo homem e mulher verdadeiramente convertidos serão diligentes trabalhadores. PJ 183.4

Do justo emprego do tempo depende nosso êxito no conhecimento e cultura mental. A cultura do intelecto não precisa ser tolhida por pobreza, origem humilde ou circunstâncias desfavoráveis, contanto que se aproveitem os momentos. Alguns momentos aqui e outros ali, que poderiam ser dissipados em conversas inúteis; as horas matutinas tantas vezes desperdiçadas no leito; o tempo gasto em viagens de bonde ou trem; ou em espera na estação; os minutos de espera pelas refeições, de espera pelos que são impontuais — se se tivesse um livro à mão, e estes retalhos de tempo fossem empregados estudando, lendo ou meditando, que não poderia ser conseguido! O propósito resoluto, a aplicação persistente e cautelosa economia de tempo, habilitarão os homens para adquirirem conhecimento e disciplina mental que os qualificarão para quase qualquer posição de influência e utilidade. PJ 183.5

É o dever de todo cristão adotar hábitos de ordem, perfeição e presteza. Não há desculpa para a morosidade e imperfeição em trabalho de qualquer natureza. Quando alguém está sempre trabalhando, e a tarefa nunca está concluída, é porque a mente e o coração não estão na obra. Os vagarosos, e que trabalham sem o competente preparo, deveriam reconhecer que essas são faltas para serem corrigidas. Precisam exercitar a mente em planejar como utilizar o tempo para alcançar os melhores resultados. Com tino e método alguns conseguirão em cinco horas o mesmo trabalho que outros em dez. Muitos que são encarregados de tarefas domésticas estão sempre labutando, não porque tenham tanto para fazer, mas por não planejarem como poupar tempo. Por causa de suas maneiras morosas e lerdas fazem do pouco trabalho muito. Mas todos quantos quiserem podem vencer estes hábitos falhos e lentos. Devem ter um alvo definido em sua ocupação. Decidam quanto tempo requer certo trabalho, e então se esforcem para executá-lo no dado tempo. O exercício da força de vontade tornará as mãos mais ágeis. PJ 184.1

Pela falta de decisão de se reformarem radicalmente, as pessoas podem tornar-se arraigadas em maus costumes; ou, pelo cultivo de todas as suas faculdades, adquirir a capacidade de fazer o melhor serviço. Serão procuradas em toda e qualquer parte. Serão apreciadas por tudo de que são dignas. Muitas crianças e jovens dissipam o tempo que poderia ser empregado no desempenho de ocupações domésticas, o que mostraria interesse amoroso no pai e na mãe. Os jovens poderiam tomar sobre os ombros fortes muitas responsabilidades que alguém precisa suportar. PJ 184.2

A vida de Cristo, desde os mais tenros anos, foi uma vida de fervorosa atividade. Não vivia para satisfazer-Se. Era Filho do Deus infinito, não obstante trabalhava com Seu pai José na carpintaria. Seu ofício era significativo. Viera a este mundo para edificar caracteres, e como tal toda a Sua obra era perfeita. Em todo o Seu trabalho secular manifestou a mesma perfeição que nos caracteres que transformava por Seu divino poder. É nosso modelo. PJ 184.3

Os pais devem ensinar a seus filhos o valor e o bom uso do tempo. Ensinai-lhes que é digno esforçar-se para fazer algo que honre a Deus e abençoe a humanidade. Mesmo na infância podem ser missionários para Deus. PJ 184.4

Os pais não podem cometer pecado maior que permitir que seus filhos nada tenham para fazer. As crianças aprendem logo a amar a ociosidade, e tornam-se homens e mulheres inúteis e sem recursos. Quando tiverem idade suficiente para ganhar a sua subsistência e achar ocupação, trabalharão de modo negligente e preguiçoso, e contudo esperarão ser remunerados como se fossem fiéis. Há grande diferença entre esta classe de trabalhadores e a dos que reconhecem o dever de serem mordomos de confiança. PJ 185.1

Hábitos indolentes e descuidosos tolerados no trabalho secular serão introduzidos na vida religiosa, e nos tornarão incapazes de fazer obra eficiente para Deus. Muitos que pelo trabalho aplicado seriam uma bênção para o mundo, foram arruinados pela ociosidade. A falta de ocupação e de propósito inabalável abre a porta para milhares de tentações. Más companhias e hábitos viciosos depravam a mente e a alma, e a conseqüência é ruína para esta vida e para a vindoura. Qualquer que seja o ramo de trabalho em que estejamos empenhados, a Palavra de Deus nos ensina a não ser “vagarosos no cuidado”, e a ser “fervorosos no espírito, servindo ao Senhor”. Romanos 12:11. “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças” (Eclesiastes 9:10), “sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis.” Colossences 3:24. PJ 185.2