Parábolas de Jesus

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Influência

A vida de Cristo foi uma influência sempre crescente e ilimitada; influência que O ligava a Deus e a toda a família humana. Mediante Cristo, Deus conferiu ao homem uma influência que lhe torna impossível viver para si próprio. Individualmente temos ligação com nossos semelhantes, parte da grande família de Deus, e estamos sob obrigações mútuas. Ninguém pode ser independente de seu próximo; porque o bem-estar de cada um afeta a outros. É propósito de Deus que cada um se sinta imprescindível ao bem-estar dos outros, e procure promover a sua felicidade. PJ 180.3

Toda alma está circundada de uma atmosfera própria, que pode estar carregada do poder vivificante da fé, do ânimo, da esperança, e perfumada com a fragrância do amor. Ou pode estar pesada e fria com as nuvens do descontentamento e egoísmo, ou intoxicada com o contato mortal de um pecado acariciado. Pela atmosfera que nos envolve, toda pessoa com quem nos comunicamos é consciente ou inconscientemente afetada. PJ 181.1

Esta é uma responsabilidade de que não nos podemos livrar. Nossas palavras, nossos atos, nosso traje, nosso procedimento, até a expressão fisionômica tem sua influência. Da impressão assim feita dependem conseqüências para bem ou para mal, que ninguém pode computar. Todo impulso assim comunicado é uma semente que produzirá sua colheita. É um elo na longa cadeia de eventos humanos que se estende não sabemos até aonde. Se por nosso exemplo ajudamos a outros na formação de bons princípios, estamos-lhes dando a capacidade de fazer o bem. Eles, por sua vez, exercem a mesma influência sobre outros, e estes sobre terceiros. Assim, por nossa influência inconsciente, podem ser abençoados milhares. PJ 181.2

Atirai uma pedra num lago, e forma-se uma onda, e a ela se seguem outras; e crescendo as mesmas, o círculo amplia-se até atingir a margem. O mesmo se dá com nossa influência. Além do nosso conhecimento e arbítrio ela atua em outros para bênção ou maldição. PJ 181.3

O caráter é um poder. O testemunho silencioso de uma vida sincera, desinteressada e piedosa, exerce influência quase irresistível. Manifestando em nossa vida o caráter de Cristo, com Ele cooperamos na obra de salvar almas. Somente revelando em nossa vida o Seu caráter é que podemos com Ele colaborar. PJ 181.4

E quanto mais vasta a esfera de nossa influência, tanto maior bem podemos fazer. Quando os que professam servir a Deus seguirem o exemplo de Cristo, praticando na vida diária os princípios da lei, quando todos os seus atos testemunharem de que amam a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmos, então a igreja terá o poder de abalar o mundo. PJ 181.5

Contudo deve ser lembrado que a influência não deixa de ser um poder para o mal. É terrível alguém perder sua vida, mas causar a perdição de outras é-o ainda mais. Que nossa influência seja um cheiro de morte para morte é um pensamento horrível; contudo é possível. Muitos que professam ajuntar com Cristo, estão espalhando. Este é o motivo de a igreja ser tão fraca. Muitos tomam a liberdade de criticar e acusar. Expressando suspeita, inveja e descontentamento, entregam-se a Satanás como instrumentos. Antes que reconheçam o que estão fazendo, o adversário por meio deles conseguiu seu propósito. A impressão do mal foi feita, a sombra foi projetada, os dardos de Satanás atingiram o alvo. Desconfiança, incredulidade e degradante infidelidade tomaram posse daqueles que de outra maneira poderiam ter aceitado Cristo. Entrementes os obreiros de Satanás olham complacentemente aos que arrastaram ao ceticismo, e agora estão empedernidos contra toda admoestação e súplica. Lisonjeiam-se de que em comparação com essas pessoas são virtuosos e justos. Não reconhecem que esses pobres náufragos do caráter são vítimas de sua língua desenfreada e de seu coração rebelde. Por sua influência foi que esses tentados caíram. PJ 181.6

Assim a frivolidade, a condescendência egoísta e a indiferença despreocupada por parte de cristãos professos estão desviando muitos do caminho da vida. Muitos há que temerão enfrentar no tribunal de Deus os resultados de sua influência. Somente pela graça de Deus é que podemos utilizar sabiamente essa dádiva. Nada há em nós com que possamos influenciar a outros para o bem. Se reconhecermos nossa falta de recurso e a necessidade de poder divino, não confiaremos em nós mesmos. Não sabemos que conseqüências terão um dia, uma hora ou um momento, e nunca devemos começar o dia sem encomendar nossos caminhos ao Pai celeste. Anjos Seus são comissionados para cuidarem de nós, e se nos colocarmos sob sua proteção, no tempo de perigo estarão à nossa destra. Quando inconscientemente estivermos em perigo de exercer influência má, os anjos estarão ao nosso lado, orientando-nos para um melhor procedimento, escolhendo-nos as palavras, e influenciando-nos as ações. Assim, nossa influência pode ser silenciosa e inconsciente, mas forte para atrair outros a Cristo e ao mundo celeste. PJ 182.1