Testemunhos para a Igreja 1

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Seção 4 — Testemunho para a Igreja

Capítulo 27 — Jovens observadores do Sábado

Em 22 de Agosto de 1857, estando eu na casa de oração em Monterey, Michigan, foi-me mostrado que muitos ainda não ouviram a voz de Jesus, e a salvadora mensagem ainda não lhes tomou posse do coração, efetuando uma reforma na vida. Muitos dos jovens não têm o espírito de Jesus. O amor de Deus não lhes está no coração, portanto toda tentação natural tem a vitória, em vez de terem-na o Espírito de Deus e a salvação. T1 154.2

Os que possuem realmente a religião de Jesus, não se envergonharão da cruz nem temerão carregá-la perante os que têm mais experiência do que eles. Caso almejem fervorosamente ser corretos, desejarão todo auxílio que possam obter dos cristãos de mais idade. De boa vontade serão por eles ajudados; os corações que se acham aquecidos pelo amor de Deus, não serão entravados por bagatelas na carreira cristã. Falarão daquilo que o espírito de Deus atua no interior. Cantarão isto, orarão sobre isto. É a falta de religião, a falta de vida santa que torna os jovens tardios. Sua vida os condena. Sabem que não vivem como os cristãos devem viver, por isto não têm confiança em Deus, nem na igreja. T1 154.3

O motivo de se sentirem os jovens mais em liberdade quando os de mais idade estão ausentes, é que eles se acham com os de seu grupo. Cada um pensa que é tão bom quanto o outro. Todos deixam de atingir o alvo, mas se medem uns pelos outros, e uns aos outros se comparam, e negligenciam o único modelo perfeito e verdadeiro. Jesus é o modelo genuíno. Sua vida de sacrifício, eis nosso exemplo. T1 154.4

Vi quão pouco era tido em conta o Modelo, quão pouco exaltado diante deles. Quão pouco sofrem os jovens, ou se negam a si mesmos, por sua religião! Sacrificar-se, é coisa de que mal se pensa entre eles. Deixam inteiramente de imitar o Modelo neste sentido. Vi que a linguagem de sua vida é: O eu precisa ser satisfeito; é preciso condescender com o orgulho. Esquecem o “Homem de dores, e experimentado nos trabalhos”. Isaías 53:3. Os sofrimentos de Jesus no Getsêmani, as grandes gotas de sangue no jardim, a coroa entretecida de espinhos que Lhe feriram a fronte santa, não os comovem. Ficaram entorpecidos. Suas sensibilidades estão embotadas, e perderam todo o senso do grande sacrifício por eles feito. Podem sentar-se e escutar a história da cruz, ouvir como os cravos cruéis foram pregados nas mãos e pés do Filho de Deus, sem que isto lhes mova as profundezas do ser. T1 155.1

Disse o anjo: “Fossem esses introduzidos na cidade de Deus, e fosse-lhes dito que toda a sua suntuosa beleza e esplendor lhes pertencia para a desfrutarem para sempre, e eles não teriam nenhuma compreensão do alto preço por que essa herança lhes fora adquirida. Jamais avaliariam as incomparáveis profundezas do amor do Salvador. Não beberam do cálice, nem foram batizados com o batismo. O Céu manchar-se-ia se tais pessoas houvessem de morar ali. Unicamente os que partilharam dos sofrimentos do Filho de Deus, ‘vieram de grande tribulação, e lavaram suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro’ (Apocalipse 7:14), podem desfrutar da indescritível glória e insuperável beleza do Céu.” T1 155.2

A falta desta necessária preparação excluirá a maior parte dos jovens professos; pois não trabalharão com suficiente diligência e zelo para alcançar aquele “repouso” que ainda resta “para o povo de Deus”. Hebreus 4:9. Não confessarão sinceramente seus pecados, para que sejam perdoados e apagados. Dentro de pouco tempo esses pecados serão revelados em toda a sua enormidade. Os olhos de Deus não repousam. Ele conhece todo pecado oculto aos olhos mortais. Os culpados sabem exatamente quais os pecados a confessar para que seu coração seja purificado diante de Deus. Jesus está-lhes concedendo agora oportunidade de confessar, de se arrependerem em profunda humildade, e purificarem a vida pela obediência e o viver a verdade. Agora é o tempo de se endireitarem os erros e os pecados serem confessados, ou eles aparecerão diante do pecador no dia da ira de Deus. T1 155.3

Os pais têm geralmente confiança demasiada nos filhos; pois muitas vezes, quando estão confiantes, eles se acham em encoberta iniqüidade. Pais, vigiem seus filhos com muito cuidado. Exortem, reprovem, aconselhem-nos ao se levantarem, e quando estiverem sentados; quando saírem, e quando entrarem; “regra sobre regra, mandamento sobre mandamento, um pouco aqui, um pouco ali”. Isaías 28:10. Sujeitem seus filhos enquanto são pequenos. Isto é tristemente negligenciado por muitos pais. Não tomam posição tão firme e decidida como devem com relação aos filhos. Deixam que sejam semelhantes ao mundo, amem o vestuário e associem-se aos que aborrecem a verdade, e cuja influência é venenosa. Assim, fazendo, estimulam nos filhos disposição mundana. T1 156.1

Vi que deve haver sempre, da parte dos pais cristãos, o princípio de estarem unidos no governo dos filhos. Existe a este respeito uma culpa da parte de alguns pais — a falta de união. Essa falta se encontra por vezes no pai, mas mais freqüentemente na mãe. A mãe afetuosa amima os filhos e com eles condescende. O trabalho do pai muitas vezes o afasta de casa e do convívio dos filhos. A influência da mãe é que atua. Seu exemplo contribui muito para formar o caráter das crianças. T1 156.2

Algumas mães afetuosas toleram nos filhos erros que não deveriam ser suportados nem por um momento. Os malfeitos deles são muitas vezes ocultos ao pai. Artigos de vestuário ou qualquer outra concessão é feita pela mãe, com entendimento de que o pai nada deva saber a esse respeito; pois ele reprovaria tais coisas. T1 156.3

Aí é ensinada eficazmente aos filhos uma lição de engano. Depois, se o pai descobre esses erros, são apresentadas desculpas, e a verdade é dita só pela metade. A mãe não é franca. Não considera como deve que o pai tem nos filhos o mesmo interesse que ela, e não deve ser mantido na ignorância dos erros ou tentações que precisam ser corrigidos neles enquanto jovens. Têm-se encoberto coisas. Os filhos conhecem a falta de união entre os pais, e isto tem seu efeito. E cedo começam a enganar, encobrir, dizer à mãe e ao pai de maneira diferente, do que na verdade as coisas são. O exagero torna-se hábito, e chegam a ser ditas grossas mentiras quase sem que a consciência se sinta acusada ou repreendida. T1 157.1

Esses erros começaram com a mãe ao esconder as coisas do pai, o qual deve ter igual interesse no caráter que os filhos estão formando. O pai devia ter sido consultado francamente. Tudo deveria ter-lhe sido exposto. O procedimento oposto, porém, tomado para ocultar os erros dos filhos, anima a disposição de enganar, a falta de veracidade e honestidade. T1 157.2

A única esperança desses filhos, professem eles a religião ou não, é converterem-se cabalmente. Todo o seu caráter deve ser mudado. Irrefletida mãe, sabe você, enquanto ensina seus filhos, que toda a vida religiosa deles é influenciada pelos ensinos que recebem na primeira idade? Submeta-os enquanto jovens; ensine-lhes a sujeitarem-se a você, e tanto mais rapidamente aprenderão a obedecer aos preceitos de Deus. Estimule neles disposição verdadeira e sincera. Nunca lhes dê ocasião de duvidarem de sua sinceridade e estrita veracidade. T1 157.3

Vi que os jovens professam ter mas não desfrutam o poder salvador de Deus. Falta-lhes religião, falta-lhes salvação. E oh! as ociosas e inaproveitáveis palavras que proferem! Há um fiel e terrível registro a seu respeito, e os mortais serão julgados segundo os atos praticados no corpo. Jovens amigos, seus atos e palavras ociosas estão escritos no Livro. Sua conversação não tem sido sobre as coisas eternas, mas sobre isto, e aquilo — conversas comuns, mundanas, em que se não devem os cristãos empenhar. Tudo está escrito no Livro. T1 157.4

Vi que, se não houver inteira mudança na juventude, inteira conversão, podem eles perder a esperança do Céu. Do que me tem sido mostrado, não mais da metade dos jovens que professam a religião e a verdade, são verdadeiramente convertidos. Se houvessem se convertido, produziriam frutos para a glória de Deus. Muitos confiam numa suposta esperança, sem base real. A fonte não está purificada, portanto as correntes que dela procedem não são puras. Limpem a fonte, e puras serão as águas. Se reto for o coração, corretas hão de ser suas palavras, seu vestuário, suas ações. Falta a verdadeira piedade. Eu não desonraria meu Mestre a ponto de admitir que seja cristã a pessoa descuidosa, frívola, que não ora. Não; o cristão alcança a vitória sobre os pecados que o espreitam, sobre suas paixões. Há remédio para o coração enfermo de pecado. Esse remédio está em Jesus. Precioso Salvador! Sua graça é suficiente para o mais fraco dos seres; e o mais forte precisa também possuir Sua graça, do contrário perecerá. T1 158.1

Vi como essa graça pode ser obtida. Vão ao seu quarto e, ali a sós, roguem a Deus: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto.” Salmos 51:10. Sejam fervorosos, sejam sinceros. “A oração” fervente “pode muito em seus efeitos”. Tiago 5:16. À semelhança de Jacó, lutem em oração. Angustiem-se. Jesus, no jardim, suou grandes gotas de sangue; vocês devem fazer um esforço. Não deixem seu aposento enquanto não se sentirem fortes em Deus; então, vigiem, e enquanto vigiarem e orarem ser-lhes-á possível manter em sujeição esses maus assaltos, e a graça de Deus pode e há de aparecer em vocês. T1 158.2

Longe de mim que eu cesse de os admoestar. Jovens amigos, busquem ao Senhor de todo o coração. Vão com zelo, e quando sentirem sinceramente que sem o auxílio de Deus perecerão, quando anelarem por Ele “como o cervo brama pelas correntes das águas” (Salmos 42:1), então o Senhor presto os fortalecerá. Então a paz de vocês excederá “todo o entendimento”. Filipenses 4:7. Se esperam salvação, precisam orar. Dediquem tempo. Não sejam apressados nem descuidosos em suas orações. Roguem a Deus que em vocês efetue completa reforma, que os frutos do Seu Espírito habitem em vocês, e brilhem como luzes no mundo. Não sejam obstáculo nem maldição para a causa de Deus; podem ser um auxílio, uma bênção. Diz-lhes Satanás que não é possível desfrutar plena e abundante salvação? Não acreditem. T1 158.3

Vi que é privilégio de todo cristão fruir as profundas atuações do Espírito de Deus. Uma doce paz celestial penetrará a mente, e dar-lhes-á prazer meditar em Deus e no Céu. Deleitar-se-ão nas gloriosas promessas de Sua Palavra. Mas saibam primeiro que vocês deram início à conduta cristã. Saibam que deram os primeiros passos no caminho da vida eterna. Não se enganem. Temo, ou antes, sei que muitos dentre vocês ignoram o que seja religião. Têm experimentado certa agitação, alguma emoção, mas nunca viram o pecado em sua enormidade. Jamais sentiram sua arruinada condição, desviando-se de seus maus caminhos com amarga dor. Nunca morreram para o mundo. São ainda amantes de seus prazeres; apreciam entreter-se em conversa sobre assuntos mundanos. Ao ser, porém, apresentada a verdade de Deus, nada têm a dizer. Por que assim silenciosos?! Por que tão tagarelas sobre coisas mundanas, e tão mudos sobre o assunto que mais os deve interessar — um assunto que lhes deve ocupar inteiramente o coração? A verdade de Deus não habita em vocês. T1 159.1

Vi que muitos professam ser justos em sua profissão de fé, enquanto interiormente há corrupção. Não se enganem, professos crentes de coração falso. Deus “olha para o coração”. “Do que há em abundância no coração, disso fala a boca.” 1 Samuel 16:7; Mateus 12:34. Vi que o mundo está no coração desses, mas a religião de Jesus não está aí. Se os professos cristãos amam mais a Jesus que ao mundo, gostarão de falar nEle, o seu melhor amigo, em quem se concentram suas mais altas afeições. Ele veio em auxílio deles quando sentiram sua condição de perdidos prestes a perecer. Quando cansados e carregados de pecado, volveram-se para Ele. Jesus lhes removeu o fardo da culpa e do pecado, tirou-lhes a dor e o pranto, e mudou todo o rumo de suas afeições. As coisas que outrora amavam, agora aborrecem; e as que aborreciam, amam agora. T1 159.2

Processou-se acaso em vocês esta grande mudança? Não se enganem. Ou eu nunca proferiria o nome de Cristo, ou Lhe daria todo o meu coração, meu inteiro afeto. Devemos experimentar a mais profunda gratidão por Jesus aceitar essa oferenda. Ele requer tudo. Quando somos levados a render-nos a Suas solicitações, e a renunciar a tudo, então, e só então, lançar-nos-á Ele em torno os braços de misericórdia. Mas que damos nós quando tudo entregamos? O coração poluído do pecado para que Jesus o purifique, limpe por Sua misericórdia, salve-o da morte por Seu incomparável amor. E todavia eu vi que alguns achavam difícil entregar tudo. Envergonho-me de o ouvir, envergonho-me de o escrever. T1 160.1

Vocês falam em abnegação? Que deu Cristo por nós? Quando julgam ser demais que Cristo exija tudo, dirijam-se ao Calvário, e chorem ali por esse pensamento. Contemplem as mãos e os pés de seu Libertador, dilacerados pelos cravos cruéis, a fim de vocês serem lavados do pecado por Seu sangue! T1 160.2

Os que experimentam o amor de Deus, esse amor que compele, não perguntam quão pouco se pode dar para alcançar a recompensa celeste; não pedem a mais baixa norma, antes aspiram à perfeita conformidade com a vontade de seu Redentor. Com desejo ardente entregam tudo, e manifestam zelo proporcional ao valor do objeto que buscam. Qual é esse objeto? A imortalidade, a vida eterna. T1 160.3

Meus jovens amigos, muitos dentre vocês estão lamentavelmente iludidos. Têm se satisfeito com alguma coisa inferior à religião pura e incontaminada. Quero despertá-los. Os anjos de Deus estão procurando despertar vocês. Oh! que as importantes verdades da Palavra de Deus os despertem para o senso do perigo que correm, levando-os a cabal exame de si mesmos! Seu coração é ainda carnal. Não é sujeito “à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser”. Romanos 8:7. Esse coração carnal deve mudar, para vocês verem tal beleza na santidade, que anelem por ela assim “como o cervo brama pelas correntes das águas”. Salmos 42:1. Então amarão a Deus e amarão a Sua lei. Então o jugo de Cristo será suave e o Seu fardo leve. Mateus 11:30. Conquanto tenham provações, estas devidamente suportadas, tornam simplesmente o caminho mais precioso. A herança imortal destina-se ao cristão abnegado. T1 160.4

Vi que o cristão não deve dar valor demasiado ao entusiasmo dos seus sentimentos, nem depender muito disso. Esses sentimentos nem sempre são guias seguros. Todo cristão deve cuidar de servir a Deus, movido por princípios; não ser regido por sentimentos. Assim fazendo, exercitar-se-á a fé, e se desenvolverá. Foi-me mostrado que se o cristão viver vida humilde, abnegada, o resultado será paz e alegria no Senhor. Mas a felicidade máxima será experimentada mediante o fazer bem aos outros, em tornar outros felizes. Tal felicidade será perdurável. T1 161.1

Muitos jovens não têm princípio fixo para servir a Deus. Não exercem fé. Sucumbem sob qualquer nuvem. Não têm força de resistência. Não crescem na graça. Parece guardarem os mandamentos de Deus. Fazem de quando em quando uma oração formal, e são chamados cristãos. Os pais acham-se tão ansiosos a respeito deles, que aceitam qualquer coisa que lhes pareça favorável, e não trabalham com eles, não ensinam que a mente carnal deve morrer. Animam-nos a virem, e desempenharem uma parte; deixam, porém, de levá-los a esquadrinharem o próprio coração com diligência, a examinarem-se a si mesmos, e avaliarem o preço do que constitui ser cristão. O resultado é que os jovens professam ser cristãos, sem provar suficientemente os próprios motivos. T1 161.2

Diz a Testemunha Verdadeira: “Oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca.” Apocalipse 3:15, 16. Satanás quer que vocês sejam cristãos nominais, pois assim poderão melhor servir aos seus desígnios. Se têm uma forma de piedade e não a piedade verdadeira, ele os pode usar para seduzir outros ao mesmo caminho, isto é, a se iludirem a si mesmos. Algumas pobres vidas olharão para vocês em vez de porem os olhos na norma bíblica, e não chegarão mais alto. São tão bons quanto vocês, e ficam satisfeitos. T1 162.1

Insiste-se muitas vezes com os jovens para cumprirem deveres, para falar ou orar nas reuniões; insiste-se para morrerem para o orgulho. São instigados a cada passo. Tal religião de nada vale. Transforme-se o coração carnal, e não lhes será tão enfadonha tarefa servir a Deus, ó vocês, professos de coração frio! Todo aquele amor do vestuário e orgulho da aparência desaparecerão. O tempo que passam diante do espelho arranjando os cabelos a fim de agradar à vista, deve ser empregado em oração, a fazer exame interior. Não haverá, no coração santificado, lugar para o adorno exterior; antes haverá diligente e ansiosa busca do adorno interior, as graças cristãs — os frutos do Espírito de Deus. T1 162.2

Diz o apóstolo: “O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura de vestidos; mas o homem encoberto no coração; no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.” 1 Pedro 3:3, 4. T1 162.3

Subjuguem a mente carnal, reformem a vida, e a pobre estrutura mortal não será tão idolatrada. Caso o coração seja reformado, isto se demonstrará na aparência exterior. Se Cristo for em nós a “esperança da glória” (Colossences 1:27), nEle descobriremos tão incomparáveis atrativos, que o coração ficará enamorado. Apegar-se-á a Ele, preferirá amá-Lo, e, cheio de admiração por Ele, esquecerá o próprio eu. Jesus será magnificado e adorado, e o eu rebaixado e humilhado. A confissão religiosa, sem esse profundo amor, porém, é mera conversa, árida formalidade e enfadonha tarefa. Muitos dentre vocês talvez conservem na cabeça um pouco de religião, uma religião exterior, ao passo que o coração não está purificado. Deus olha para o coração; “todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos dAquele com quem temos de tratar”. Hebreus 4:13. Ficará Ele satisfeito com coisa alguma que não a verdade no interior? Toda alma verdadeiramente convertida apresentará os inequívocos traços de estar subjugada a mente carnal. T1 162.4

Falo claramente. Não creio que isto desanime um verdadeiro cristão; e não quero que nenhum de vocês chegue ao tempo de angústia sem uma bem-fundada esperança em seu Redentor. Decidam conhecer o pior aspecto de seu caso. Certifiquem-se se têm uma herança no alto. Tratem sinceramente com o próprio coração. Lembrem-se de que Jesus apresentará a Seu Pai uma igreja sem mácula, nem ruga ou coisa semelhante. T1 163.1

Como hão de saber que estão aceitos por Deus? Estudem com oração Sua Palavra. Não a deixem de lado por nenhum outro livro. Este Livro convence do pecado. Revela plenamente o caminho da salvação. Apresenta alta e gloriosa recompensa. Revela-lhes um Salvador completo e ensina-lhes que unicamente mediante Sua ilimitada misericórdia podem esperar a salvação. T1 163.2

Não negligenciem a oração particular, pois é a essência da religião. Com sincera e fervorosa oração, roguem pureza de coração. Supliquem tão ardente e fervorosamente, como o fariam por sua existência mortal, caso ela estivesse em jogo. Permaneçam perante Deus até que inexprimíveis anseios sejam em vocês gerados quanto à sua salvação, e seja obtida a doce certeza do perdão dos pecados. T1 163.3

A esperança da vida eterna não deve ser recebida sobre frágeis fundamentos. É um assunto que deve ser assentado entre Deus e a própria pessoa — assentado para a eternidade. Uma suposta esperança, e nada mais, demonstrar-se-á a sua ruína. Uma vez que têm de subsistir ou cair pela Palavra de Deus, a essa Palavra é que devem olhar em busca de testemunho em seu caso. Aí podem ver o que lhes é exigido para se tornarem cristãos. Não deponham sua armadura, nem abandonem o campo de batalha enquanto não obtiverem a vitória, triunfantes em seu Redentor. T1 163.4