Testemunhos para a Igreja 1
Capítulo 12 — Publicando e viajando
Em Junho de 1849, abriu-se-nos o caminho para instalarmos temporariamente nosso lar em Rocky Hill, Connecticut. Ali nasceu, em 28 de Julho, nosso segundo filho, Tiago Edson. T1 87.1
Enquanto morávamos nesse lugar, meu esposo ficou profundamente convencido de que chegara o tempo de ele escrever e publicar a verdade presente. Decidindo-se a fazer isso, sentiu-se grandemente animado e abençoado. De novo, porém, iria ficar em dúvida e perplexidade, visto estar sem dinheiro. Havia irmãos que tinham meios; mas estes preferiram guardá-los. Finalmente desistiu, desanimado; e decidiu-se a procurar um campo de feno para contratar a colheita. Quando ele saiu de casa, senti afligir-me um grande peso, e desmaiei. Fizeram-se orações por mim, e Deus me abençoou, arrebatando-me em visão. Vi que o Senhor abençoara e fortalecera meu esposo para trabalhar no campo um ano antes; que ele fizera emprego correto dos recursos ganhos ali; e teria cem vezes mais nesta vida e, se fosse fiel, uma preciosa recompensa no reino de Deus; mas que o Senhor não lhe daria agora forças para trabalhar no campo, pois Ele lhe destinava outro trabalho; que ele deveria andar pela fé, e escrever e publicar a verdade presente. Imediatamente começou a escrever, e quando chegava a alguma passagem difícil, uníamo-nos em oração a Deus, rogando a compreensão do verdadeiro sentido de Sua palavra. T1 87.2
Cerca da mesma época, ele começou a publicar um pequeno folheto intitulado The Present Truth (A Verdade Presente). O escritório de publicações ficava em Middletown, cerca de treze quilômetros distante de Rocky Hill, e ele andava essa distância, ida e volta, embora manquejasse. Quando ele trouxe o primeiro número da gráfica, nós nos ajoelhamos ao redor dos periódicos, pedindo ao Senhor, com coração humilde e muitas lágrimas, que abençoasse os débeis esforços de Seu servo. Então endereçou os periódicos àqueles que ele supunha iriam lê-los, e levou-os ao correio em uma maleta. Cada edição era levada de Middletown para Rocky Hill, e sempre antes de prepará-los para o correio os expúnhamos diante do Senhor e com fervorosas orações e lágrimas, rogávamos Sua bênção sobre os silenciosos mensageiros. Logo chegavam cartas com meios para publicar o periódico, e as boas novas de muitas pessoas aceitando a verdade. T1 88.1
Com o início desta obra de publicação, não cessamos nossos esforços de pregar a verdade, mas viajamos de um lugar para outro, proclamando as doutrinas que nos haviam trazido tão grande luz e alegria, animando os crentes, corrigindo erros e pondo as coisas em ordem na igreja. No intuito de levar avante o empreendimento das publicações, e ao mesmo tempo continuar nossa atividade nas várias partes do campo, o periódico, de tempos a tempos, era transferido de um lugar para outro. T1 88.2
Em 1850, o periódico foi publicado em Paris, Maine. Ali foi aumentado o formato e seu nome mudado para: Advent Review and Sabbath Herald (Revista do Advento e Arauto do Sábado). Os amigos da causa eram poucos e pobres em bens deste mundo e fomos ainda obrigados a lutar com a pobreza e grande desânimo. Trabalho excessivo, cuidados, ansiedades, falta de alimento próprio e nutriente, exposição ao frio em nossas longas viagens de inverno, tudo isso foi demais para meu marido, e ele cedeu ao peso desse fardo. Ficou tão fraco que dificilmente podia andar para a gráfica. Nossa fé foi provada ao extremo. Tínhamos voluntariamente suportado privações, trabalhos, sofrimentos; mas, não obstante nossos intuitos eram mal interpretados, e éramos olhados com desconfiança e inveja. Poucos daqueles por cujo bem havíamos sofrido, pareciam apreciar nossos esforços. Estávamos por demais perturbados para poder dormir ou repousar. As horas em que deveríamos ser refeitos pelo sono eram freqüentemente empregadas em responder a longa correspondência motivada pela inveja. Muitas horas, enquanto outros dormiam, passamos em prantos angustiosos e lamentações perante o Senhor. Finalmente disse meu marido: “Minha esposa, não vale a pena tentar lutar por mais tempo. Essas coisas estão me oprimindo demasiadamente, e logo me levarão ao túmulo. Não posso prosseguir. Escrevi uma nota para o periódico, em que declaro que não o publicarei mais.” Quando ele saiu da sala para levar a nota à gráfica, eu desmaiei. Ele voltou e orou por mim. Sua oração foi atendida e fiquei aliviada. T1 89.1
Na manhã seguinte, durante o culto doméstico, caí em visão e fui instruída a respeito do assunto. Vi que meu marido não devia abandonar o periódico, pois Satanás estava experimentando impeli-lo a dar exatamente esse passo, e estava atuando por meio de seus agentes para tal fim. Foi-me mostrado que deveríamos continuar a publicar, e o Senhor nos ampararia. Que aqueles que eram culpados de lançar sobre nós tais acusações, deveriam ver o alcance de sua cruel atitude e confessar sua injustiça, ou o desagrado de Deus estaria sobre eles; que não era simplesmente contra nós que eles haviam falado e agido, mas contra Aquele que nos havia chamado para ocupar o lugar que Ele desejava; e que todas as suas suspeitas, ciúmes e secreta influência estavam fielmente registradas no Céu, as quais não seriam riscadas até que cada um visse a extensão de sua errônea conduta e a corrigisse. T1 89.2
O segundo volume da Review foi publicado em Saratoga Springs, Nova Iorque. Em Abril de 1852, mudamo-nos para Rochester, Nova Iorque. A cada passo éramos obrigados a avançar pela fé. Sentíamo-nos tolhidos pela pobreza, e compelidos a exercer a mais rígida economia e abnegação. Farei um breve resumo de uma carta à família do irmão Howland, datada de 16 de Abril de 1852. “Acabamos de estabelecer-nos em Rochester. Alugamos uma casa velha por cento e setenta e cinco dólares por ano. Temos o prelo na casa. Se não fosse isso, teríamos de pagar cinqüenta dólares anualmente por uma sala para a redação. Haveríeis de rir se nos vísseis e a nossa mobília. Compramos duas velhas armações de cama por vinte e cinco centavos de dólar cada. Meu marido trouxe para casa seis cadeiras velhas, dentre as quais não se acham duas iguais, pagando pelas mesmas um dólar. Logo presenteou-me com mais quatro cadeiras velhas sem assento, que lhe custaram sessenta e dois centavos de dólar. A armação era forte e fiz para elas assentos de lona. Manteiga é coisa tão cara que não a compramos, tampouco podemos nos abastecer de batatas. Usamos molho em lugar de manteiga, e nabos em vez de batatas. Nossas primeiras refeições foram tomadas numa tábua colocada sobre duas barricas vazias, de farinha. Estamos dispostos a suportar privações para que a obra de Deus possa avançar. Cremos que a mão do Senhor esteve sobre nós ao virmos para este lugar. Há um vasto campo para o trabalho, e os obreiros são poucos. Sábado passado, nossa reunião foi excelente. O Senhor nos confortou com Sua presença.” T1 90.1
De tempos em tempos fazíamos conferências em diferentes partes do campo. Meu marido pregava, vendia livros e trabalhava para ampliar a circulação do periódico. Viajávamos em transporte particular e ao meio-dia parávamos ao lado da estrada para alimentar nosso cavalo e almoçar. Então, apanhando papel e lápis, meu marido escrevia artigos para a Review e a Instructor, sobre a tampa de nossa caixa de alimentos ou a copa de seu chapéu. O Senhor abençoou grandemente nossos trabalhos e a verdade atingiu a muitos corações. T1 91.1
No verão de 1853, fizemos nossa primeira viagem ao Estado de Michigan. Após a publicação de nossos apontamentos, meu marido ficou doente com febre. Unimo-nos em oração por ele, mas, embora tenha melhorado, ainda permanecia muito fraco. Estávamos em grande perplexidade. Deveríamos ser afastados do trabalho por enfermidades físicas? Seria permitido a Satanás exercer seu poder sobre nós e atentar contra nossa utilidade e vida, enquanto permanecêssemos neste mundo? Sabíamos que Deus podia limitar o poder de Satanás. Ele podia permitir que fôssemos provados na fornalha, mas nos traria dela purificados e melhor preparados para Seu trabalho. T1 91.2
A sós derramei meu coração em súplica diante de Deus, para que Ele repreendesse a doença e fortalecesse meu marido, de modo que pudesse suportar a viagem. O caso era urgente e minha fé apoderou-se firmemente das promessas de Deus. Obtive então a evidência de que, se prosseguíssemos viagem para Michigan, o anjo de Deus iria conosco. Quando relatei a meu marido o que se passara em minha mente, ele disse ter tido as mesmas impressões. Decidimos prosseguir, confiando no Senhor. A cada quilômetro que viajávamos ele se sentia mais fortalecido. O Senhor o susteve. E enquanto ele pregava, eu tive certeza de que os anjos de Deus estavam a seu lado sustendo-o nesse trabalho. T1 91.3
Nessa viagem, a mente de meu marido esteve muito concentrada no assunto do espiritualismo, e logo após nosso retorno, dedicou-se a escrever um livro intitulado Signs of the Times (Sinais dos Tempos). Ele ainda estava fraco e pouco podia dormir, mas o Senhor era o seu amparo. Quando seu espírito se encontrava em estado de confusão e sofrimento, curvávamo-nos diante de Deus, e em nossa angústia a Ele clamávamos. Ele ouvia nossas orações fervorosas e muitas vezes abençoou a meu marido de modo que, com o espírito reanimado, prosseguia com o trabalho. Muitas vezes durante o dia íamos assim perante o Senhor em fervorosa oração. Aquele livro, ele não o escreveu em sua própria força. T1 92.1
No inverno e na primavera, eu sofria muito por causa de uma enfermidade cardíaca. Era-me difícil respirar enquanto deitada, e não podia dormir a menos que ficasse numa posição quase sentada. Minha respiração freqüentemente interrompia-se e eu desmaiava. Eu apresentava sobre a pálpebra de meu olho esquerdo, um tumor que parecia ser câncer. Esse tumor foi aumentando gradualmente durante mais de um ano, até tornar-se muito doloroso e afetar-me a visão. Quando lendo ou escrevendo, eu me via obrigada a por uma venda nesse olho. Temi que ele fosse consumido por um câncer. Lembrei-me dos dias e noites despendidos em ler provas tipográficas, que tinham forçado minha vista, e pensei: Se eu perder meu olho e minha vida, eles terão sido sacrificados pela causa de Deus. T1 92.2
Por esse tempo, um famoso médico que dava consultas gratuitas visitou Rochester, e eu decidi visitá-lo para que examinasse meu olho. Ele achou que o tumor era realmente um câncer. Mas, após tomar minha pulsação ele disse: “Você está muito doente e morrerá de apoplexia antes que o tumor se rompa. A senhora se encontra sob perigosa condição em virtude da doença cardíaca.” Isso não me surpreendeu, pois estava ciente que sem um imediato alívio, deveria baixar à sepultura. Duas mulheres que também se consultaram, estavam sofrendo da mesma enfermidade. O médico disse que eu estava em mais perigosa condição do que qualquer uma delas, e que dentro de no máximo três semanas seria atacada de paralisia. Perguntei-lhe se ele achava que um tratamento poderia curar-me. Ele não me deu muita esperança. Provei os remédios que me prescreveu, mas sem qualquer resultado positivo. T1 92.3
Depois de quase três semanas, desmaiei e cai ao chão, permanecendo inconsciente por cerca de trinta e seis horas. Eu estava temerosa de não sobreviver, mas, em resposta às orações, reanimei-me. Uma semana mais tarde, sofri paralisia de meu lado esquerdo. Tinha uma estranha sensação de frio e entorpecimento em minha mente e dores fortes nas têmporas. Minha língua parecia pesada e amortecida; eu não podia falar claramente. O braço e todo o lado esquerdo estavam paralisados. Pensei estar morrendo e minha grande ansiedade era ter evidência, em meus sofrimentos, de que o Senhor me amava. Durante meses sofri dores contínuas no peito, e meu espírito ficava constantemente deprimido. Tentava servir a Deus, por princípio e sem emoções, mas agora ansiava pela salvação divina e em obter Sua bênção, apesar dos meus sofrimentos físicos. T1 93.1
Os irmãos e irmãs uniram-se em oração especial a meu favor. Meu anseio foi atendido; recebi a bênção de Deus e a certeza de que Ele me amava. A dor, porém, continuava e eu me sentia mais fraca a cada hora. Novamente os irmãos se reuniram para apresentar meu caso ao Senhor. Eu estava tão debilitada que não podia orar em voz audível. Minha aparência parecia abalar a fé dos que me cercavam. Então as promessas de Deus foram dispostas perante mim como nunca eu havia contemplado antes. Parecia-me que Satanás estava empenhado em arrancar-me do convívio de meu marido e filhos e lançar-me no túmulo, e estas perguntas me sobrevieram à mente: Pode você crer nas claras promessas de Deus? Pode você andar pela fé, a despeito das aparências? Minha fé reviveu. Sussurrei aos ouvidos de meu marido: “Eu creio que serei curada.” Ele me respondeu: “Eu gostaria de crer assim também.” Recolhi-me aquela noite sem nenhum alívio, mas repousando com firme confiança nas promessas de Deus. Não pude dormir, mas continuei minha silenciosa oração. Pouco antes do amanhecer adormeci. T1 93.2
Pela manhã, levantei-me completamente livre de dores. O peso sobre o coração se foi e eu estava muito feliz. Oh, que mudança! Eu tinha a impressão de que um anjo celestial me tocara enquanto eu dormia. Enchi-me de gratidão. O louvor a Deus estava em meus lábios. Despertei meu marido e contei-lhe a maravilhosa obra que o Senhor fizera em mim. A princípio ele não compreendeu muito bem o que lhe disse, mas quando me levantei, vesti-me e andei pela casa, ele pôde louvar a Deus juntamente comigo. Meu olho afetado estava livre de dor. Em poucos dias o tumor desapareceu e minha visão foi totalmente restaurada. A obra fora completa. T1 94.1
Voltei ao médico e, tão logo sentiu minha pulsação, disse: “Senhora, houve uma total mudança em seu organismo, porém, aquelas mulheres que me haviam consultado da última vez que a senhora esteve aqui, morreram. Declarei-lhe que não fora o medicamento prescrito que me curara, pois eu não o tomara. Após eu ter saído da sala de consulta, o médico disse a uma amiga minha: “O caso dela é um mistério. Eu não posso entendê-lo.” T1 94.2
Logo visitamos novamente Michigan, e eu suportei longas e cansativas viagens em estradas atravancadas de toras e através de brejos lamacentos; minhas forças não declinaram. Sentimos que o Senhor desejava que visitássemos Wisconsin e providenciou para que tomássemos o trem em Jackson, às dez horas da noite. T1 94.3
Enquanto nos preparávamos para tomar o trem, sentimos sobre nós certa solenidade e resolvemos unir-nos em oração. Ao nos confiarmos a Deus, não pudemos refrear as lágrimas. Fomos à estação ferroviária com sentimentos de profunda solenidade. Embarcamos e fomos a um vagão no qual havia assentos com espaldares altos, esperando poder dormir um pouco aquela noite. O vagão estava lotado e passamos ao seguinte. Ali pudemos assentar-nos. Eu tenho por costume, quando viajo à noite, dispensar minha touca, mas não o fiz desta vez, porém, apanhei minha mala de viagem como que esperando por alguma coisa. Ambos conversamos sobre nossos sentimentos singulares. T1 94.4
O trem estava a uns cinco quilômetros de Jackson, quando seu movimento tornou-se violento, dando solavancos para trás e para diante, até que parou. Abri a janela e vi um vagão com uma das extremidades erguidas. Ouvi gemidos agonizantes e havia grande confusão. A locomotiva havia sido lançada fora dos trilhos. Mas o vagão em que nos encontrávamos permaneceu sobre a linha e afastado cerca de três metros e meio dos demais. O vagão de bagagens não foi muito danificado e nosso grande baú de livros ficou intacto. O vagão da segunda classe foi esmagado e os pedaços, juntamente com os passageiros, foram lançados em ambos os lados dos trilhos. Aquele vagão no qual tentamos conseguir assentos ficou muito danificado, e uma de suas extremidades transformou-se num montão de ruínas. O engate não se rompera, mas o vagão em que estávamos foi desprendido daquele em que estava ligado, como se um anjo o houvesse separado. Quatro pessoas morreram ou ficaram mortalmente feridas, e muitas se feriram gravemente. Sentimos que Deus enviou um anjo para preservar-nos a vida. T1 95.1
Voltamos para Jackson e no dia seguinte tomamos o trem para Wisconsin. Nossa visita àquele Estado foi uma bênção de Deus. Pessoas se converteram como resultado de nossos esforços. O Senhor me deu forças para suportar a tediosa viagem. T1 95.2
Em 29 de Agosto de 1854, outra responsabilidade foi acrescentada à nossa família com o nascimento de Guilherme. Por essa ocasião recebemos o primeiro número de um falso periódico intitulado The Messenger of Truth (O Mensageiro da Verdade). Aqueles que nos caluniavam por meio dessa publicação, tinham sido reprovados por suas faltas e erros. Não quiseram suportar a reprovação e, a princípio de maneira secreta e depois mais abertamente, empregavam sua influência contra nós. Podíamos suportar isso, mas alguns desses que haviam permanecido conosco, foram influenciados por essas pessoas ímpias. Alguns em quem havíamos confiado e que reconheciam nossos trabalhos como abençoados por Deus de maneira assinalada, retiraram-nos sua simpatia e a deram aos que lhes eram relativamente estranhos. T1 95.3
O Senhor me havia mostrado o caráter e o desfecho daquele grupo; que Seu desagrado estava com os que se achavam ligados àquele periódico, e contra eles Sua mão; e, conquanto parecessem prosperar por algum tempo e algumas pessoas honestas fossem iludidas, a verdade, contudo, haveria de triunfar finalmente, e toda pessoa sincera romperia com o engano que a havia retido, retirando-se da influência daqueles homens ímpios; deveriam cair, visto que a mão de Deus estava contra eles. T1 96.1
Novamente a saúde de meu marido declinou. Ele estava com tosse e inflamação pulmonar, e seu sistema nervoso combalido. Suas ansiosas preocupações, as responsabilidades que assumira em Rochester, o trabalho no Escritório, doenças e mortes na família, a falta de simpatia daqueles que haviam partilhado seus esforços, juntamente com as viagens e pregações, foram demasiado para suas forças. Ele parecia estar sendo rapidamente consumido por uma tuberculose que o levaria à sepultura. Essa foi uma ocasião de aflição e trevas. Esparsos raios de luz ocasionalmente rompiam as densas nuvens, proporcionando-nos um pouco de esperança; outras vezes, caíamos em desespero. Às vezes parecia que Deus nos havia abandonado. T1 96.2
O grupo do Messenger criava toda espécie de falsidades a nosso respeito. Estas palavras do salmista vieram de maneira poderosa à minha mente: “Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade. Porque cedo serão ceifados como a erva e murcharão como a verdura.” Salmos 37:1, 2. Alguns dos redatores desse periódico se alegravam com a doença de meu marido, dizendo que Deus tomaria conta dele, e o removeria do caminho. Quando Tiago leu isso durante sua enfermidade, sua fé reviveu e ele exclamou: “‘Não morrerei, mas viverei, e contarei as obras do Senhor’ (Salmos 118:17), e poderei ainda pregar no funeral deles.” T1 96.3
Negras nuvens pareciam suspensas sobre nós. Homens maus professando piedade e sob o comando de Satanás apressaram-se em forjar falsidades e a unir suas forças contra nós. Se a causa de Deus fosse só nossa, poderíamos ter tremido, mas ela estava nas mãos dAquele que disse: “Ninguém as arrebatará das Minhas mãos.” João 10:28. Sabíamos que Jesus vivia e reinava. Podíamos dizer diante do Senhor: “A causa é Tua e Tu sabes que isso não foi de nossa própria escolha, mas sob Tua ordem fizemos a parte que nos cabia.” T1 97.1