Testemunhos para a Igreja 1

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Seção 14 — Testemunho para a Igreja

Capítulo 110 — Publicando testemunhos pessoais

No testemunho n 13 apresentei breve esboço de nossos trabalhos e lutas, desde 19 de Dezembro de 1866 a 21 de Outubro de 1867. Nestas páginas relatarei as experiências menos traumáticas dos últimos cinco meses. T1 630.2

Durante esse período escrevi muitos testemunhos pessoais. E para muitas pessoas que encontrei em nosso campo de trabalho durante os últimos cinco meses, tive testemunhos ainda por escrever quando tiver tempo e energia. Mas qual é o meu dever perante essas pessoas, com relação a esses testemunhos pessoais, tem-me sido um assunto de não pouca ansiedade. Com algumas exceções, enviei-os às pessoas a que se destinavam, deixando que reagissem como achassem melhor. Vários foram os resultados: T1 630.3

1. Alguns receberam com gratidão os testemunhos e reagiram a eles favoravelmente, recebendo seus benefícios. Queriam que seus irmãos vissem esses testemunhos, e livre e plenamente confessassem suas faltas. T1 630.4

2. Outros reconheceram que os testemunhos a eles dados eram verdadeiros, mas depois de lê-los, puseram-nos de lado para guardar silêncio, enquanto não realizavam senão pequena mudança de vida. Esses testemunhos se referiam mais ou menos às igrejas a que pertenciam essas pessoas, as quais também poderiam ter sido beneficiadas por eles. Mas tudo se perdeu em conseqüência desses testemunhos terem sido mantidos em segredo. T1 630.5

3. Outros ainda se rebelaram contra os testemunhos. Alguns desses reagiram com espírito crítico. Outros manifestaram amargura, zanga e ira e, em retribuição a meu trabalho e lutas para escrever-lhes os testemunhos, voltaram-se contra nós para prejudicar-nos o mais que pudessem; enquanto outros ocuparam muito do meu tempo em entrevistas pessoais para derramar em meus ouvidos e em meu ferido coração suas queixas, murmurações e justificativas próprias, talvez apelando para a própria compaixão com pranto e perdendo de vista suas faltas e pecados. A influência dessas coisas foi terrível para mim e me têm causado muita perturbação. Os que têm seguido a conduta dessas pessoas não-consagradas e ingratas custam-me muito sofrimento e esgotam dez vezes mais minha coragem e saúde, do que todo o esforço de escrever os testemunhos. T1 631.1

Sofri tudo isso sem que meus irmãos e irmãs tomassem conhecimento do assunto. Eles não fazem idéia exata do volume de cansativo trabalho que fui obrigada a realizar, nem das obrigações e sofrimentos injustamente lançados sobre mim. Dei mensagens pessoais a alguns indivíduos em vários números de meus testemunhos e, em alguns casos, as pessoas ficaram ofendidas porque não publiquei todas essas mensagens. Por causa de seu volume, isso seria praticamente impossível e também impróprio, partindo-se do fato de que alguns deles se referem a pecados que não precisam nem devem ser tornados públicos. T1 631.2

Mas finalmente decidi que muitos desses testemunhos pessoais deviam ser publicados, porquanto contêm instruções e reprovações que se aplicam mais ou menos a centenas ou milhares de outros indivíduos em semelhantes condições. Eles precisam da luz que Deus achou conveniente enviar-lhes em razão de seus casos. É um erro impedir que essas pessoas os recebam, por enviá-los a uma única pessoa ou a um só lugar, onde ficam ocultos como “a candeia” que “se coloca debaixo do alqueire”. Mateus 5:15. Minhas convicções de dever sobre essa questão foram muito fortalecidas pelo seguinte sonho: T1 631.3

Foi-me apresentado um bosque de ciprestes. Muitos estavam trabalhando entre eles, inclusive eu. Fui incumbida de inspecionar rigorosamente as árvores para ver se estavam florescendo. Observei que algumas estavam ficando curvadas e deformadas pela ação do vento, e necessitavam ser apoiadas por estacas. Cuidadosamente eu procurava remover os detritos das árvores debilitadas e que estavam morrendo, para apurar a causa de sua condição. Encontrei vermes nas raízes de algumas. Outras não haviam sido regadas devidamente e estavam morrendo de sequidão. As raízes de outras se tinham entrelaçado para seu dano. Meu trabalho era explicar aos trabalhadores as diferentes razões por que essas árvores não prosperavam. Isto era necessário pelo fato de as árvores em outros terrenos poderem ser afetadas como essas tinham sido, e devia ser conhecida a causa de não florescerem e como deviam ser cultivadas e tratadas. T1 632.1

Neste testemunho, falo livremente do caso da irmã Ana More, não por desejar entristecer a igreja de Battle Creek, mas pelo senso do dever. Eu amo a igreja a despeito de suas faltas. Desconheço uma outra igreja que em atos de benevolência e deveres em geral se desempenhe tão bem. Apresento os alarmantes fatos neste caso para despertar nosso povo em toda parte para o senso de seu dever. Nem um entre vinte daqueles que têm boa reputação como adventistas do sétimo dia, está vivendo de acordo com os abnegados princípios da Palavra de Deus. Que seus inimigos, destituídos dos princípios elementares da doutrina de Cristo, não tomem vantagem do fato de serem eles reprovados. Isso é evidência de que são filhos do Senhor. “Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e não filhos.” Hebreus 12:8. Então, que esses filhos ilegítimos não se vangloriem sobre os filhos e filhas legítimos do Altíssimo. T1 632.2