Conselhos sobre Mordomia
Capítulo 51 — Pagar as dívidas dos prédios de igreja
Alegro-me convosco na perspectiva de livrar de dívidas os prédios de igrejas. Quanto se poderia ter economizado se todos os anos se fizessem esforços extras nesse sentido. Não há necessidade de nossas casas de culto continuarem ano após ano com dívidas. Se todo membro da igreja cumprir o seu dever, pondo em prática a abnegação e o sacrifício próprio, pelo Senhor Jesus, de quem é possessão adquirida, a fim de que Sua igreja possa estar livre de dívidas, estará honrando a Deus. CM 156.1
Os grandes centros do Senhor, os Seus próprios instrumentos, devem estar livres de toda dívida. Todos os anos, muitos dólares estão sendo tragados pelos juros de dívidas. Se todo esse dinheiro fosse usado para liqüidar o principal, não estaria a dívida roendo, roendo, sempre roendo. É uma atitude muito deficiente e infeliz a de entrar em dívidas. Se o dinheiro necessário para a construção pudesse primeiro ser acumulado, por tenazes esforços, e a igreja dedicada livre de dívidas, quanto melhor seria. Oh, não tornaremos nós uma regra, ao construirmos uma casa para o Senhor, fazer sinceros e fervorosos esforços para que esta Lhe seja dedicada livre de dívidas? [...] CM 156.2
O Senhor me mostrou que não há necessidade de deixar dívidas sobre nossas casas de culto, na Austrália ou na Nova Zelândia. Uma dívida, em cada caso, significa negligência das coisas especiais e sagradas de Deus; pois o egoísmo, as coisas comuns, são postos em primeiro lugar e se tornam todo-absorventes. [...] Ao tabernáculo de Deus deve-se demonstrar a mais elevada honra. Qualquer outra consideração deve ocupar o segundo lugar. Devem as nossas idéias ser elevadas, enobrecidas e santificadas. Por causa dos filhos, dos parentes e amigos, têm os pais condescendido com a mundanidade e a cobiça. Tem-se usado dinheiro quando e onde não podia honrar a Deus, onde tem causado positivo dano. Liberalmente têm-se dado presentes aos filhos, parentes e amigos, enquanto que as dádivas feitas àquilo que o Senhor honra, têm sido diminuídas e limitadas tanto no valor como na freqüência. [...] CM 156.3
A abnegação e a hipoteca de igrejas — A pergunta-padrão que todo cristão deve fazer a si mesmo é: Tenho eu, no íntimo de meu coração, amor a Jesus? Amo a Seu tabernáculo? [...] É meu amor a Deus e ao meu Redentor tão forte que me leve a negar ao eu? Quando vem a tentação de condescender com a satisfação e o prazer egoísta não devo eu dizer: Não gastarei um centavo para a minha satisfação própria enquanto a casa de Deus está sob hipoteca, ou sob a pressão da dívida? CM 156.4
Não deve Cristo ter a nossa primeira e mais elevada consideração? Não deve Ele exigir esse sinal de nosso respeito e lealdade? Essas mesmas coisas constituem a base da vida de nosso coração tanto no círculo familiar, como na vida da igreja. Se o coração, as forças, a vida, forem inteiramente submissos a Deus, se o afeto for dedicado completamente a Ele, tornareis a Deus supremo em todo o vosso serviço. O resultado será terdes um senso do que significa participar com Jesus da sagrada firma. O edifício erigido para o culto a Deus não será deixado aleijado por débito. Quase parecerá uma negação de vossa fé permitir tal coisa. — Carta 52, 1897. CM 157.1
Igrejas endividadas são uma desonra a Deus — É uma desonra a Deus estarem nossas igrejas sobrecarregadas de dívidas. Tal estado de coisa não precisa existir. Do começo até o fim revela administração errada, e é uma desonra ao Deus do Céu. Lede e estudai com oração o quarto capítulo de Zacarias. Então lede o primeiro capítulo de Ageu, e vede se tal representação não se aplica a vós. Enquanto muito tendes pensado em vós mesmos e nos vossos próprios interesses, ou tendes negligenciado levantar-vos e construir, ou tendes construído com dinheiro emprestado, não fizestes donativos para libertar de dívidas os edifícios de igreja. Considerareis o que é vosso dever fazer? Ano após ano se vai, e muito pouco sacrifício se faz para diminuir a dívida. Os juros tragam os meios que deveriam ser usados para pagar o capital. CM 157.2
Por que permanecem as dívidas — Servos negligentes, é a acusação que Deus faz aos que estão nas igrejas. Não se faz Sua vontade quando se deixa que as coisas sagradas permaneçam numa condição de abandono e negligência. O sacrifício próprio, a abnegação em cada igreja mudaria a ordem das coisas. “Minha é a prata, e Meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos.” Quando esse ouro e prata são usados para fins egoístas, para satisfazer a ambição, o orgulho, ou a condescendência egoísta, como se tem feito, Deus é desonrado. CM 157.3
Poderão os que são homens representativos estar tão profundamente adormecidos que não compreendam que o estado de coisas existente resulta de negligência de sua parte? Quando o povo escolhido por Deus embeleza suas próprias casas, e emprega o dinheiro de Deus em [...] várias coisas, para a satisfação do eu, sabendo que esses mesmos meios assim usados deveriam ser empregados para conservar a casa de Deus nas melhores condições, a fim de que nenhum fundo seja tirado do tesouro para custear as despesas, não pode ser abençoado. CM 157.4
Tenho uma mensagem do Senhor. Devem as igrejas despertar de seu torpor e pensar nessas coisas. “Minha é a prata, e Meu é o ouro, diz o Senhor dos Exércitos.” Estamos nós, como famílias, apropriando-nos da prata e do ouro do Senhor para fins egoístas, nada fazendo para aliviar a dívida de Sua casa? As igrejas estão sobrecarregadas de dívidas não porque delas lhes seja impossível libertar-se, mas devido à condescendência egoísta da parte dos membros. Deus é desonrado com essa negligência, e se Ele vos restringir os recursos, não sejais cegos quanto à causa. Quando puserdes o Senhor em primeiro lugar, e reconhecerdes que a casa do Senhor é desonrada pela dívida, Deus vos abençoará. — Manuscrito 116, 1897. CM 158.1
Necessidade de conselho e cooperação — Prezado Irmão: Em todos os atos que praticardes, precisais saber que estais agindo de tal maneira que não seguireis ao vosso próprio juízo, mas ao conselho unido de vossos irmãos. Fracassastes nesta obra, trabalhando independentemente demais. [...] Podeis tomar dinheiro emprestado. Mas tendes levado vossos irmãos constantemente convosco em vossos planos de construção? Tende-vos posto lado a lado com eles, e eles convosco? [...] Não se deve permitir que a mente e o juízo de um homem se tornem regra em todos os casos em que se trata da construção de uma igreja. Abrange todo membro da igreja que possa levar responsabilidades, e o pastor não é o único homem que deve fazer essa obra. [...] Essa é a lição que deveis aprender: buscar o parecer e o julgamento de vossos irmãos e não avançar sem sua opinião, conselho e cooperação. — Carta 49, 1900. CM 158.2
Uma inescusável frouxidão — Foi-me apresentada a frouxidão com que muitas igrejas têm incorrido em dívidas e continuado em dívida. Em alguns casos, recai sobre a igreja um débito constante, devendo ser pagos juros contínuos. Tais coisas não devem nem precisam acontecer. Se houver aquela sabedoria, tato e zelo manifestos pelo Mestre, que Deus requer de cada um de Seus servos, haverá uma mudança nessas coisas. A dívida será saldada. A abnegação e o sacrifício próprio operarão maravilhas no sentido de promover a espiritualidade da igreja. Cada membro da igreja faça alguma coisa. Impressionem-se os adoradores, de maneira incisiva, quanto à necessidade de cada um desempenhar a sua parte. CM 158.3
O colégio e a igreja de _____ não precisam estar sobrecarregados de dívidas como estão. Revela isso insensata mordomia. Deus exige abnegação. Ele pede ofertas dos que podem dar, e até mesmo os membros mais pobres podem fazer sua pequenina parte. E quando houver vontade de fazê-lo Deus abrirá o caminho. Mas o Senhor não Se agrada da administração. Não é Seu desígnio que Sua causa seja entravada pela dívida. CM 158.4
A abnegação habilitará os que nada fizeram no passado a fazer algo tangível, a demonstrar que crêem nos ensinos da Palavra, que crêem na verdade para este tempo. Velhos e jovens, pais e filhos, devem todos demonstrar sua fé pelas obras. A fé se aperfeiçoa pelas obras. Estamos nas próprias cenas finais da história da Terra, no entanto poucos há que o reconhecem, porque o mundo se interpôs entre Deus e a pessoa. — Carta 81, 1897. CM 158.5
Construindo a igreja e escola em Avondale — Tempos há em que muito se ganha pelo esforço unido, rápido e persistente. Fora designado o tempo para a abertura de nossa escola; mas nossos irmãos, nas colônias, estavam esperando adiamento. Por muito tempo haviam esperado que se abrisse a escola, e estavam desanimados. Ainda havia muito trabalho a fazer nos edifícios, e nossos recursos estavam esgotados. Disseram, pois, os construtores que não se podia fazer a obra no tempo determinado. Mas nós dissemos que não devia haver mais delongas. A escola deveria abrir-se no tempo determinado, de modo que expusemos a questão à igreja e pedimos voluntários. Trinta homens e mulheres se ofereceram para o trabalho, e embora lhes fosse difícil dispor de tempo, um grande grupo continuou no trabalho dia após dia, até os edifícios serem terminados, limpados e mobiliados, estarem prontos para serem usados no dia estabelecido para o início das aulas. CM 159.1
Ao chegar o tempo de construir a casa de culto, houve nova prova de fé e lealdade. Tivemos uma reunião para considerar o que se devia fazer. O caminho parecia cercado de dificuldades. Alguns disseram: “Concluí um pequeno edifício, e quando entrar dinheiro, aumentai-o; pois é possível que não possamos completar neste tempo uma casa como a que desejamos.” Outros disseram: “Esperai até que tenhamos dinheiro para construir uma casa cômoda.” Era isso que nós pensávamos fazer; mas me veio a palavra do Senhor, no período noturno: “Levanta-te, e edifica sem demora.” CM 159.2
Decidimos então lançar mão da obra e andar pela fé para fazer um começo. Logo na noite seguinte, chegou da África do Sul uma ordem de pagamento de duzentas libras. Era isso uma dádiva do irmão e da irmã Lindsay, da Cidade do Cabo, para nos ajudar a construir a casa de culto. Nossa fé fora provada, nós havíamos decidido começar a obra, e o Senhor, agora, punha em nossas mãos essa grande dádiva, com a qual poderíamos começar. CM 159.3
Com esse encorajamento, a obra foi começada com afinco. A junta escolar deu o terreno e cem libras. Duzentas libras foram recebidas da união, e os membros da igreja deram o que podiam. Amigos que não pertenciam à igreja ajudaram, e os edificadores deram uma parte do tempo, o que equivalia a dinheiro. CM 159.4
Assim foi a obra completada, e nós temos esta bela casa, capaz de acomodar quatrocentas pessoas assentadas. Damos graças ao Senhor por esta casa na qual O podemos adorar. Ele conhece todas as aperturas por que passamos. Ao se levantarem dificuldades, o Pastor Haskell, que superintendia o trabalho, reunia os obreiros, e fervorosamente oravam pedindo a bênção de Deus sobre eles e sobre o trabalho. O Senhor ouviu as orações, e a casa foi terminada dentro de sete semanas. — The Review and Herald, 1 de Novembro de 1898. CM 159.5