Conselhos sobre Mordomia
Capítulo 58 — Apelo à economia
Não deve haver extravagância na construção de belos lares, na compra de caras mobílias, na condescendência com vestuário mundano, ou na aquisição de alimentos extravagantes; antes, em tudo pensemos nas pessoas por quem Cristo morreu. Morram o egoísmo e o orgulho. Ninguém continue a despender dinheiro em multiplicar fotografias para mandar aos amigos. Economizemos cada centavo que possa ser poupado, a fim de que os incomparáveis encantos de Cristo sejam apresentados aos que perecem. CM 180.1
Satanás sugerirá muitas maneiras nas quais podeis gastar dinheiro. Mas se este for gasto para satisfazer o eu — em coisas desnecessárias, por mais insignificante que for seu custo — não é gasto para a glória de Deus. Consideremos bem essa questão, e vejamos se nos estamos negando como devíamos. Estamos nós fazendo sacrifício para podermos enviar a luz da verdade aos perdidos? [...] CM 180.2
Só deve haver um interesse na igreja, um desejo apenas deve dominar tudo, e esse é o desejo de nos transformarmos à imagem de Cristo. Deve cada um esforçar-se por fazer por Jesus tudo o que lhe for possível, seja no esforço pessoal, seja em dádivas ou em sacrifícios. Deve haver mantimento na casa do Senhor, e isso significa um tesouro repleto, a fim de que se possa atender aos clamores macedônicos que chegam de cada terra. Quão lamentável é sermos obrigados a dizer aos que clamam por auxílio: “Não vos podemos enviar nem homens nem dinheiro. Estamos com o tesouro vazio.” CM 180.3
Sejam todos os centavos e notas perdidos para a causa devido ao amor egoísta, ao prazer, ao desejo de seguir as normas do mundo, ao amor à comodidade, dirigidos para o conduto que leva ao tesouro de Deus. São os regatos que, unindo-se finalmente formam o rio. Sejamos cristãos conscienciosos, sejamos cooperadores de Deus. [...] CM 180.4
Devem-se abrir novos campos de trabalho, pessoas devem ser acrescidas à fé, novos nomes aparecerão nos registros da igreja — nomes que aparecerão nos registros imortais dos Céus. Oh, se pudéssemos reconhecer o que se poderia fazer com o dinheiro gasto em satisfazer ao eu! — The Review and Herald, 27 de Janeiro de 1891. CM 180.5
Sócio de Deus — A causa de Deus sempre tem exigências. Exige-se portanto, atividade da parte de todos, sejam eles da classe alta ou humilde, ricos ou pobres, para que a Deus possam ser dados os devidos juros, a fim de que haja “mantimento” em Sua casa e possam ser mantidos os servos que Ele chamou para fazerem a obra de comunicar a verdade a um mundo que perece. CM 180.6
Não somente requer Deus o dízimo, mas também que tudo o que temos seja usado para Sua glória. Não deve haver hábitos de desperdício; estamos lidando com a propriedade de Deus. Nenhuma centavo nos pertence. O desperdício de dinheiro em luxo priva o pobre dos recursos necessários para lhes suprir o alimento e o vestuário. O que é gasto em incensar o orgulho no vestuário, construções, mobílias e decorações aliviaria a miséria de muitas famílias infelizes e sofredoras. Devem os despenseiros servir aos necessitados. Esse é o fruto da religião pura e incontaminada. O Senhor condena os homens pela sua egoísta condescendência enquanto os seus semelhantes estão sofrendo, devido à falta de alimento e de vestuário. [...] CM 181.1
O Senhor apela a cada um de Seus filhos para que deixe a luz dos Céus — a luz de Seu desinteressado amor — brilhar em meio às trevas deste século degenerado. Se Ele vir que O reconheceis como o possuidor de vós mesmos e de todas as vossas posses, se vos vir usar os bens que vos foram confiados como fiéis despenseiros, registrará vosso nome nos livros do Céu como colaboradores Seus, sócios de Sua grande empresa, para trabalhardes em prol de vossos semelhantes. E tereis alegria no dia final, ao se ver que os meios sabiamente usados para ajudar a outrem, têm por vosso intermédio trazido ações de graças a Deus. — The Review and Herald, 8 de Dezembro de 1896. CM 181.2
O cuidado com as moedinhas — Gostaria de poder impressionar cada mente quanto à terrível pecaminosidade de desperdiçar o dinheiro do Senhor com necessidades imaginárias. O dispêndio de quantias aparentemente pequenas, pode iniciar uma série de circunstâncias que atingirá a eternidade. Ao se assentar o juízo e se abrirem os livros, ser-vos-á apresentado o lado da perda — o bem que poderíeis ter feito com as acumuladas moedinhas e as grandes somas de dinheiro que foram usadas com propósitos totalmente egoístas. [...] CM 181.3
Jesus não requer do homem nenhum sacrifício real; pois seja o que for que se nos peça abandonar, é apenas aquilo sem o que estaríamos melhor. Estamos apenas abrindo mão do menor, do mais inútil, em troca do maior, do mais valioso. Toda a consideração terrena e temporal deve subordinar-se ao que é mais elevado. — The Review and Herald, 11 de Agosto de 1891. CM 181.4
Então a mensagem irá com poder — Deve o povo de Deus praticar estrita economia no dispêndio de meios, para que possa ter alguma coisa para Lhe trazer, dizendo: “Das Tuas mãos To damos.” Assim, devem eles dar a Deus ações de graças pelas bênçãos dEle recebidas. Assim, também, devem ajuntar para si um tesouro junto ao trono de Deus. CM 181.5
Os mundanos gastam com o vestuário grandes somas de dinheiro que deviam ser empregadas em alimentar e vestir os que sofrem fome e frio. Muitos daqueles por quem Cristo deu a vida muito mal têm suficiente vestuário do mais barato e mais comum, enquanto outros gastam milhares de dólares no esforço de satisfazer às infindáveis exigências da moda. CM 182.1
O Senhor ordenou a Seu povo que saísse do mundo e fosse um povo separado. Vestes vistosas ou dispendiosas não assentam nos que crêem, que vivemos nos últimos dias da graça. “Quero pois”, escreveu o apóstolo Paulo, “que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda. Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.” CM 182.2
Mesmo entre os que professam ser filhos de Deus, há os que gastam mais do que é necessário com o vestuário. Devemos vestir-nos decentemente e com gosto, mas, minhas irmãs, quando estais comprando ou fazendo a vossa própria roupa ou a de vossos filhos, pensai no trabalho da vinha do Senhor que ainda está esperando para ser feito. É correto comprar bom material e confeccionar o vestuário com cuidado. Isso é economia. Mas não há necessidade de ricos enfeites, e nisso condescender é gastar para a satisfação própria o dinheiro que devia ser colocado na causa de Deus. CM 182.3
Não é a vossa roupa que vos torna valiosos aos olhos do Senhor. É o adorno interior, são as graças do espírito, a palavra bondosa, a atenciosa consideração para com os outros, que Deus aprecia. Passai sem os enfeites que não forem necessários, e ponde de lado, para o avanço da causa de Deus, os meios assim economizados. Aprendei a lição da abnegação, e ensinai-a a vossos filhos. Tudo o que puder ser economizado pela abnegação é necessário, agora, na obra a ser realizada. O sofredor deve ser aliviado; o nu, vestido; o faminto, alimentado; deve a verdade para este tempo ser contada aos que não a conhecem. Privando-nos do que não é necessário, podemos ter uma parte na grande obra de Deus. CM 182.4
Somos testemunhas de Cristo, e não devemos permitir que os interesses mundanos de tal maneira nos absorvam o tempo e a atenção que não demos ouvidos às coisas que Deus disse que deviam vir primeiro. Estão em jogo interesses mais elevados. “Buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça.” Cristo deu tudo à obra que viera fazer, e Sua ordem a nós é: “Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-Me.” “E assim sereis Meus discípulos.” CM 182.5
Voluntária e alegremente entregou-Se Cristo à execução da vontade de Deus. Foi obediente até à morte, e morte de cruz. Deveríamos nós considerar penoso negar a nós mesmos? Deveríamos recusar ser participantes dos Seus sofrimentos? Sua morte deve fazer vibrar cada fibra do ser, tornando-nos desejosos de consagrar à Sua obra tudo o que temos e somos. Ao pensarmos no que Ele tem feito por nós, deve nosso coração encher-se de amor. CM 182.6
Quando os que conhecem a verdade praticarem a abnegação ordenada pela Palavra de Deus, a mensagem irá com poder. O Senhor nos ouvirá as orações pela conversão de pessoas. O povo de Deus fará sua luz brilhar, e, vendo suas boas obras, os descrentes glorificarão ao nosso Pai celestial. Relacionemo-nos com Deus na obediência do sacrifício próprio. — The Review and Herald, 1 de Dezembro de 1910. CM 183.1
Progresso apesar da pobreza — A princípio, muito poucos de nós havia para levar avante a obra, e era muito necessário sermos unânimes para podermos fazer a obra avançar com ordem e uniformidade. Ao vermos a importância de estar na unidade da fé, nossas orações foram atendidas, e foram respondidas as orações de Cristo de que fôssemos um assim como Ele e o Pai eram Um. Éramos tão destituídos de recursos como vós sois aqui nestes reinos, e freqüentemente andávamos com fome e sofríamos devido à falta de roupa apropriada. Mas víamos que a verdade devia avançar e nós devíamos ter os recursos para levá-la avante. Buscamos então ao Senhor com muito fervor, a fim de que abrisse o caminho para podermos alcançar o povo das diferentes cidades e vilas, e meu esposo e eu tínhamos de trabalhar com nossas mãos para obter recursos suficientes para nos locomovermos de um para outro lugar, a fim de apresentar os tesouros da fé a outros. Podíamos ver que o Senhor do Céu ia adiante de nós preparando o caminho para o trabalho. CM 183.2
Meu esposo tinha de trabalhar lidando com pedras até gastar a pele dos dedos, e o sangue brotar das feridas, a fim de obter os meios para se deslocar de um lugar para o outro, para apresentar ao povo as palavras da verdade. Essa era a maneira em que a obra ia no começo, e nossas petições devem agora ascender ao Deus do Céu, como a deles naquele tempo, a fim de que abra o caminho, e a verdade tenha acesso aos corações. O ouro e a prata são do Senhor. Seu é o gado sobre milhares de montanhas; mas Ele quer que avanceis com fé tão longe e tão depressa quanto vos for possível. A bênção do Senhor repousará sobre os que fazem o máximo que sua capacidade lhes permite. CM 183.3
Ao serem abertas as Escrituras nos vales do Piemonte, a verdade foi levada pelos que eram muito pobres dos bens deste mundo. Não se permitia aos que tinham as verdades bíblicas apresentá-las ao povo; não podiam levar Bíblias às famílias; de modo que andavam como negociantes vendendo mercadorias, e levavam consigo partes da Bíblia, e sempre que fosse conveniente liam partes das Escrituras; dessa maneira podiam os que estavam famintos da verdade obter a luz. Pés descalços e a sangrar, viajavam esses homens sobre as duras rochas das montanhas a fim de poderem alcançar pessoas e abrir-lhes as palavras de vida. Almejo que o mesmo espírito que os animava esteja no coração de cada um daqueles que atualmente professam a verdade. CM 183.4
Cada um de nós pode fazer alguma coisa, se tão-somente assumir a posição que Deus quer que assumamos. Tudo o que fizerdes para iluminar os outros vos leva mais perto do Deus do Céu e vos põe em harmonia com Ele. Se vos assentardes e olhardes para vós mesmos dizendo: “eu mal posso sustentar a minha família”, jamais podereis fazer alguma coisa; mas se disserdes: “farei algo em favor da verdade, vê-la-ei avançar, farei o que puder”, Deus abrirá o caminho para que possais fazer alguma coisa. Deveis fazer investimentos na causa da verdade de tal modo que sintais que sois dela uma parte. CM 184.1
Deus não requer do homem a quem deu um talento os juros de dez. Lembrai-vos de que foi o homem que tinha um talento que o embrulhou num lenço e o escondeu na terra. Deveis usar o talento, a influência e os meios que Deus vos tem concedido para poderdes desempenhar uma parte nessa obra. — The Review and Herald, 8 de Julho de 1890. CM 184.2